02 abril, 2008

COMUNIDADES ECLESIAIS DE BASE (CEBs)




Rumo Ao V Intereclesial das CEBs do Regional (Estadual)
Foz de Iguaçu – 19 – 21 de Abril de 2008
CEBS: ECOLOGIA E MISSÃO

“O século 21 ou será Místico ou não será Humano. O século XXI
Cristão optará pelos excluídos ou não será Cristão. O Século XXI Cristão ou será Ecumênico ou não será Eclesial. O século XXI ou será Ecológico ou simplesmente não será.” - Dom Pedro Casaldáliga

Um pouco de historia das Comunidades Eclesiais de Base (CEBS):
1. A origem das CEBS é bíblico. Elas nasceram há dois mil anos com uma Boa Noticia que reacendia em todos os corações a chama da esperança: Jesus Ressuscitou!

2. Foi a partir desta “noticia quente” e verdadeira que os seguidores e seguidoras de Jesus se uniram e reuniram em pequenas comunidades para testemunhar a vida nova que Jesus trouxe! At,2,42.

3. Este modo de viver, conviver, conhecer, acolher, partilhar, logo empolgou muita gente que começou a abrir as portas de suas casas para reunir as pessoas que queriam permanecer fieis a Jesus e ao seu projeto.
4. Nasceu uma linda caminhada onde não faltaram problemas e, todos eles, muito parecidos com os nossos: conflitos internos que provocam divisão e desunião no seio das próprias comunidades com incompreensões e conflitos externos marcados pelas perseguições do império romano que condenava na ação dos cristãos o projeto de Jesus de uma sociedade justa, fraterna e igualitária. O livro dos Atos dos Apóstolos pode ser lido como um grande manual de conflitos internos e externos.

5. No nosso tempo as CEBS – novo/velho modo de ser igreja – que entre outras coisas nos deram a Novena do Natal e Campanha da Fraternidade como sinais marcantes da Igreja na América Latina, nasceram como resposta ao sonho de Papa João XXIII e aos idéias do Concilio seguidos por grande encontros Latino Americanos – Medellín, Puébla, São Domingos e recentemente em Aparecida.
6. Vamos ler o último pensamento da Igreja reunida em aparecida nos disse:

Na experiência eclesial de algumas Igrejas da américa Latina e do Caribe, as Comunidades Eclesiais de Base tem sido escolas que tem ajudado a formar cristãos comprometidos com sua fé, discípulos e missionários do Senhor, como o testemunha a entrega generosa, até derramar o sangue, de muitos de seus membros. Elas abraçam a experiência das primeiras comunidades, como estão descritas nos Atos de Apóstolos (At 2, 42 – 47). Demonstram seu compromisso evangelizador e missionário entre os mais simples e afastados e são expressão visível da opção preferencial pelos pobres. São fonte e semente de variados serviços.

7. E ministérios a favor da vida na sociedade e na Igreja. Mantendo-se em comunhão com seu Bispo e inserindo-se no projeto da pastoral diocesana, as CEBS se convertem em sinal de vitalidade na Igreja particular.”

8. Então o que as CEBS são – ou querem ser?
· Jeito de organizar a Igreja: sal, fermento, luz;
· Fundamentalmente ecumênicas: abertas ao dialogo e á inclusão; inculturadas e inclusivas;
· Poder participado: partilha do ser e do ter a serviço de todos; superando a tentação do poder dominação;
· Articula-se falar e agir, saber e ser, para mudar o mundo e as igrejas;
· Encamadas na realidade do povo que sofre e luta por melhores condições de vida;
· "Espiritualidade libertadora”, que encontra na palavra de Deus a luz para transformar as realidades sócio-políticas e econômicas;
· União fé e vida, religião e política;
· Celebração da vida atualizada na ação;
· Solidárias e fraternas na defesa dos interesses da coletividade;
· Combativas na luta contra tudo o que oprime e exclui “mulher e homem” – imagem de Deus;
· Mantém vinculo estreito e fidelidade total a Jesus, a seu caminho, a seu projeto;
· Têm uma consideração e carinho especial pelos pobres e excluídos;
· Alimentam a comunhão eclesial e a relação de tudo com tudo;
· Salvação é graça e é algo comunitário, implica libertação integral;
· Mesmo em meio á dor e sofrimento – e até por causa da dor e do sofrimento – é testemunha da alegria;
· Conserva viva na mente, no coração e na liturgia a memória e comunhão com os mártires da caminhada;
· Sabem que Deus age nas entranhas da história;
· A vida acima de tudo; ética sim, moralismo não;
· Participam ativamente nas “ferramentas do Reino” – pastorais sociais, associações de bairro, movimentos populares, ONGS, sindicatos, partidos políticos;
· Denunciam a idolatria do mercado e do capital.


(colaboração Pe João Caruana)
Fonte: Texto Base do V Intereclesial das CEBs do Paraná