15 abril, 2008

Sensação é de Traição

Eis alguns trechos da matéria principal do Paraná Shimbun, que ainda não disponiblizou todo o texto em seu site, assinada por Telma Elorza:
"Silvio Barros chegou a citar a ressureição de Lázaro, personagem bíblico, para justificar sua transferência de apoio".
VEJA AGUI

CESAR SANSON FALA SOBRE O GOVERNO DE LULA


Cesar Sanson Pesquisador do Centro de Pesquisa e Apoio aos Trabalhadores e doutorando de Ciencias Sociais na UFPR, analisa o governo de Lula. VEJA AGUI

Um 'western teológico'. A vida de D. Pedro Casaldáliga vira filme


A vida de D. Pedro Casaldáliga será o tema do filme por iniciativa do produtor catalão Ricard Figueras, baseado na reportagem de Francesc Escribano, diretor da Televisão da Catalunha. A notícia é do boletim eletrônico Religión Digital, 08-04-2008.
Segundo o produtor, ainda não se tem o ator que encarnará
D. Pedro “porque queremos, afirma, que tenha uma certa semelhança física e isso complica o casting”. O filme será rodado entre maio e junho de 2009.Marcos Bernstein, adaptará o livro de Escribano. Marcos Bernstein é um dos mais importantes e prestigiados roteiristas do Brasil. Entre seus trabalhos está o filme Central do Brasil.
O roteiro se centrará nos primeiros anos de D. Pedro no Brasil, de 1968 a 1976: desde o momento da sua chegada a São Félix do Araguaia até que matam, na sua presença, o padre João Bosco Burnier, jesuíta.
“A dinâmica da história nestes anos é de um potencial cinematográfio tremendo – afirma Figueras. É a estrutura de um filme de aventuras clássico, onde uma pessoa soziha ante o perigo se coloca ao lado dos fracos e os defende dos poderosos. É impressionante como ele enfrenta os latifundiários, como estes querem tirá-lo, matá-lo e como intervém o Vaticano”, enumera Figueras esta história que qualifica de épica.
D. Pedro sempre foi ligado à
Teologia da Libertação. Isso trouxe um claro distanciamento de Casaldáliga da ortodoxia de João Paulo II. “Mas nos seus primeiros anos no Brasil não foi assim, constata Escribano.
Na década de 1970, a Igreja apoiou de uma maneira clara e direta, até o ponto de salvar a vida, mais de uma vez, de D. Pedro. Por exemplo, recorda o diretor da Televisão da Catalunha, numa ocasião em que estava claríssimo que os pistoleiros, contratados por fazendeiros, o assassinariam porque revolucionava os camponeses, Paulo VI enviou uma mensagem, muito clara e direta, aos responsáveis pela ditadura militar brasileira: “Tocar em Pedro é tocar em Paulo”. Aquele aviso lhe salvou a vida”.
Segundo Escribano, o filme será um autêntico “western teológico”.

CPT LANÇA O CONFLITOS NOS CAMPO BRASIL 2007


Na próxima terça-feira, 15 de abril, a Comissão Pastoral da Terra – CPT divulgará os dados dos conflitos e da violência presentes na obra Conflitos no Campo Brasil 2007. O ato se realizará durante a programação do Acampamento de Lançamento da Campanha pelo Limite da Propriedade da Terra (montado no Estádio Mané Garrincha), a partir das 8 horas, em Brasília, Distrito Federal.

A publicação traz análises dos dados feitas por professores como Carlos Walter Porto Gonçalves, da Universidade Federal Fluminense, Maria Aparecida de Moraes Silva e Bernardo Mançano Fernandes, ambos da Universidade Estadual Paulista (Unesp). Entre os enfoques estão os conflitos trabalhistas, com destaque para a superexploração e a escravização dos cortadores de cana, diante do avanço da agroenergia, principalmente, do etanol. A CPT faz o registro dos dados com o objetivo de denunciar os conflitos e a violência a que são submetidos os trabalhadores e trabalhadoras rurais. VEJA AQUI

NOSSA ENERGIA VEM DO CHÃO - Terra, Água, Trabalho e Pão

A energia que move a Pastoral da Terra vem do chão. Vem do povo que habita a terra, as florestas, as águas e deles retira e nos oferece o pão. Vem particularmente do Deus da Bíblia, Aquele que caminha com seu povo em qualquer circunstância.

Vivemos um momento único na história da humanidade e do povo brasileiro. O modelo de desenvolvimento baseado na revolução industrial parece agonizar, intensifica suas contradições, pondo em risco a vida da humanidade e da comunidade da vida sobre a Terra. Vivemos uma mudança de época. É inevitável uma nova economia voltada para vida.

Presentes em nossa XX Assembléia, trabalhadores e trabalhadoras da terra, em poucas palavras, sintetizam a contradição do momento que vivemos e da forma como eles a experimentam: “não estamos bem, mas para trás não queremos voltar”. Traduzindo em miúdos, dizem claramente que programas concretos do governo atual, como o Bolsa Família, Luz para Todos, um salário mínimo melhor, o incentivo para que suas crianças possam ir para a escola, são bens importantes em suas vidas. Os investimentos destinados à transferência de renda para os mais pobres, porém, são nada quando comparados com os recursos destinados ao agronegócio e ao pagamento dos juros da dívida publica, deixando clara a subordinação total de nossa política econômica aos interesses do capital. Iniciativas governamentais, como a da redução das áreas de fronteiras, a edição da medida provisória 422 que legaliza a grilagem de terras na Amazônia, o recuo no reconhecimento dos territórios quilombolas, a privatização dos espelhos d’água, a transposição do rio São Francisco são expressão da subordinação deste governo aos interesses da classe dominante. Os próprios trabalhadores que reconhecem os avanços na área social são os que sentem que é urgente superar as medidas emergenciais por uma política de geração de trabalho e renda. E aguardam com ansiedade por medidas concretas que combatam a violência no campo e a perda de suas terras, o avanço acelerado da soja, da cana, do boi, das mineradoras e das madeireiras que os expulsam de suas áreas e desestruturam suas vidas. As comunidades tradicionais são as que mais sofrem com essa violência.

Como é de nossa história, insistimos numa reforma agrária adequada a cada bioma brasileiro. Além de insignificante em termos de desapropriações, insignificante em termos de recursos, falta qualidade à reforma agrária do governo. A inviabilidade de muitos assentamentos se dá em função de sua equivocada concepção. Entretanto, os problemas não anulam sua viabilidade e muito menos sua urgência. A CPT, que tem nos povos da terra sua razão de ser, sugere aos movimentos sociais que retomem essa bandeira de luta de forma renovada e inequívoca.

Debatemos particularmente a energia. As comunidades agredidas pela construção das barragens, a desumana vida nos canaviais, a sedução para entrar em programas de biodiesel, têm interferido de forma dura sobre um povo já sofrido. O povo que produz alimentos, também quer energia. Quer ter sua soberania energética. Muitas vezes as vítimas das barragens não têm energia em suas casas. Em outros países do mundo, os pequenos agricultores se tornaram produtores de energia através do sol e da biomassa. É um mundo em mudança também em sua base energética. O Brasil precisa mudar sua matriz energética e incorporar o povo verdadeiramente em sua produção, mas no modelo atual esse é um fato impossível.

Continuaremos com o povo, sem negar o que lhe é de direito, mas sem deixar de denunciar um modelo de desenvolvimento violento e predador que o agride. A economia tem que ser a da vida, não a do capital.

Que o Deus da vida, fonte suprema de todas as energias, esteja com o povo do campo e com aqueles que estão a seu serviço.

Goiânia, 10 de abril de 2008

Os participantes da XX Assembléia Geral da CPT