19 julho, 2011

Turismo e exploração sexual. Um problema social brasileiro. Entrevista especial com Dom Flávio Giovenale

“A situação da miséria é tão intensa, que o fato de alguém da família se prostituir por um determinado período é uma situação considerada normal”, declara Dom Giovenale, bispo de Abaetetuba, que há anos denuncia crimes de turismo e exploração sexual na Amazônia. Segundo ele, a miséria é a principal causa que leva as pessoas a se prostituírem. “Aqueles que moram no interior dos estados da Amazônia não têm perspectiva de vida. As capitais dos estados concentram a força econômica, enquanto os municípios do interior vivem do funcionalismo público, das aposentadorias e do Bolsa Família”, relata em entrevista concedida à IHU On-Line por telefone.
Além da prostituição local, D. Giovenale diz que cresce o índice de vítimas do turismo sexual organizado por agências da região. Segundo ele, os jovens são levados à Guiana Francesa e ao Suriname, onde vivem como escravos em garimpos e bordéis. “Depois de migrarem para esses países, é difícil retornar porque para isso é preciso dinheiro. (...) Poucas pessoas conseguem superar a condição de miséria dos garimpos, pois estes locais são extremamente controlados”.
D. Flávio Giovenale, SDB, é bispo de Abaetetuba, Pará. Ele é um dos bispos ameaçados de morte por denúnciar o tráfico humano. Ele sempre é acompanhado por agentes de segurança. Confira a entrevista

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