17 abril, 2012

Jornada Mundial da Juventude

Nota da Arquidiocese de Maringá sobre o cartaz da parada gay que utiliza a figura da Catedral

Respeitando todos e todas que se sentem ofendidos na sua fé, a Arquidiocese de Maringá, respeitosamente solicita a retirada do cartaz sobre a parada gay de todos os meios de comunicação.

Referente ao cartaz sobre a parada gay, que utiliza a figura da Catedral Basílica Menor Nossa Senhora da Glória, a Arquidiocese de Maringá tem a declarar:

1 - A Igreja Católica não tem a pretensão de domesticar a sociedade, impondo-lhe seus princípios e valores.

2 - A Igreja entende-se portadora de uma mensagem de salvação destinada ao verdadeiro bem da sociedade.

3 - A Igreja defende que sua pregação é uma proposta livre, apesar da diversidade social existente, que ela respeita, ainda que nem sempre concorde com todos os modelos de comportamento.

4 - A Igreja afirma que a Catedral Basílica Menor Nossa Senhora da Glória, antes de símbolo de Maringá, é um símbolo religioso da fé da maioria dos maringaenses.

5 - Por essa razão, lamenta o uso dado ao cartaz aludido, que confronta com o pensamento e a opinião religiosa da parcela maior da comunidade maringaense.

A Arquidiocese de Maringá, representando todos aqueles que se sentem ofendidos na sua fé, vem respeitosamente solicitar a retirada do referido cartaz de todos os meios de comunicação.

Invocando de Deus as bênçãos para todos, a fim de vivermos em clima de harmonia e respeito mútuo,

Dom Anuar Battisti
Arcebispo Metropolitano
Maringá, 16 de abril de 2012.

Agente das CEBs do Maranhão é assassinado

O assassinato de Raimndo Alves Borges, conhecido como Cabeça, agente das Comunidades Eclesiais de Base da diocese de Viana, MA, é denunciada e repudiada pela Equipe Regional das CEBS do Maranhão.

Eis a nota de pesar e repúdio.

Estarrecida, a sociedade maranhense recebe mais uma notícia da cruel situação em nosso Estado, ao ser informado sobre o assassinato do senhor Raimundo Alves Borges (conhecido como Cabeça), trabalhador rural, líder sindical e agente das Comunidades Eclesiais de Base da diocese de Viana, ocorrido em Buriticupu, no dia 14 de abril e 2012.
Tudo indica que se trata mais uma vez da agressiva disputa do latifúndio porque “cobiçam campos, e os roubam; querem uma casa, e a tomam.” Assumimos a voz profética de Miquéias que vaticina: “São vocês os inimigos do meu povo: de quem está sem o manto, vocês exigem a veste; a quem vive tranqüilo, vocês tratam como se estivesse em guerra; vocês expulsam da felicidade de seus lares as mulheres do meu povo, e tiram dos seus filhos a liberdade que eu lhes tinha dado para sempre.” Cabeça foi uma dessas pessoas que lutava e se empenhava e não media forças para defender os direitos mais sagrados dos seus companheiros. Foi por isso que lhe foi tirada a vida.
Não é a primeira vítima da violência que sofreu uma agressão mortal no município de Buriticupu. Como nas outras vezes, não podemos ficar calados diante de mais esse fato de profunda injustiça. E cobramos do Governo do Estado, dos responsáveis pela Segurança Pública, do Poder Judiciário medidas enérgicas para que sejam apuradas as responsabilidades pela morte de Raimundo, que sejam em definitivo resolvidas as questões de posse e uso da terra em nosso Estado em favor daqueles que dela precisam para trabalhar e viver, e que os Direitos das Pessoas que permanecem aguardando soluções douraduras sejam respeitados pelo poder público.

Santa Inês, 15 de abril de 2012
Equipe Regional das CEBS do Maranhão

17 de abril, é Dia de Luta pela Terra

É louvável ver o desenvolvimento econômico do Brasil hoje, entretanto uma das lacunas mais graves desse desenvolvimento é a falta de uma política agrícola voltada para o povo brasileiro e de uma justiça no campo. Há 16 anos, em Eldorado de Carajás, no sul do Pará, 155 policiais militares abriam fogo contra 1500 pessoas, homens, mulheres e crianças, acampadas pacificamente às margens de uma rodovia. Assassinaram 19 lavradores e deixaram inúmeros feridos e mutilados. Até hoje, ninguém foi punido por esse crime. A violência contra os sem-terra continua. Nesse último mês, somente em Pernambuco, foram assassinados dois lavradores sem terra: no dia 23 de março, Antônio Tiningo e já em abril (02), Pedro Bruno. Ambos, vítimas da ferocidade da concentração da terra e da insensibilidade de senhores que se sentem ainda donos de escravos no campo. Jaime Amorim, membro da coordenação do MST em Pernambuco, afirma: "O latifúndio é essencialmente violento e impede as pessoas de viver e trabalhar no campo. O que ocorreu em Carajás nos dá força e clareza para lutar, pois enquanto houver concentração da terra, a desigualdade, a violência e a falta de democracia no Campo vão continuar”. Para Dom Tomás Balduíno, bispo emérito de Goiás e co-fundador da Comissão Pastoral da Terra (CPT), é importante esse dia em memória dos mártires de Eldorado de Carajás. Ele declara: "esse dia lembra a força da caminhada dos trabalhadores do campo, que se arrasta desde os tempos de Zumbi dos Palmares até hoje na história do Brasil. A luta pela reforma agrária não é questão de conseguir apenas um pedaço de chão, mas de mudar nosso país. A luta é profunda, ampla e de mudanças”. Veja aqui histórico cronológico do processo jurídico publicado na página na Internet do MST.