21 junho, 2013

Pronunciamento da presidenta Dilma Rousseff

Em pronunciamento em cadeia nacional de rádio e TV, a presidenta república, Dilma Rousseff, falou há pouco à nação sobre as manifestações que ocorrem em todo o país. "Os manifestantes têm o direito e a liberdade de questionar e criticar tudo, de propor e exigir mudanças, de lutar por mais qualidade de vida, de defender com paixão suas ideias e propostas, mas precisam fazer isso de forma pacífica e ordeira", assegurou. 
Confira a íntegra do discurso:

Foi por justiça

Foi por justiça que a bancada do Partido dos Trabalhadores escolheu o vereador Humberto Henrique para compor a comissão parlamentar de inquérito (CPI), que vai investigar a concessão do serviço público de transporte coletivo da cidade de Maringá no Paraná. A forma como o Humberto vem atuando em todos os momentos e situações e sua luta incansável a mais de oito anos por essa CPI, não poderia ser diferente. Que o "gigante" não adormeça nem antes e nem depois da CPI.

Que o “gigante” que por tanto tempo dormiu e que bom que acordou não volte a adormecer

Que o “gigante” que por tanto tempo dormiu e que bom que acordou não volte a adormecer e siga o exemplo, o testemunho incansável de mulheres e homens de todas as idades, que por tantas vezes pelas praças, ruas, becos,..., por todos os cantos gritavam e gritam por justiça no campo e na cidade e foram e são incompreendidos e rejeitados, mas estão aí, não abandonaram e não abandonam a luta. Mas é preciso ficar atento, manifestações tem uma força enorme, mas não têm como fazer todos os dias. A partilha dos deveres no dia a dia é transformadora, mobiliza muito mais.






Os bispos manifestam "solidariedade e apoio às manifestações, desde que pacíficas, que têm levado às ruas gente de todas as idades, sobretudo os jovens"

Leia a Nota:
Ouvir o clamor que vem das ruas
Nós, bispos do Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB, reunidos em Brasília de 19 a 21 de junho, declaramos nossa solidariedade e apoio às manifestações, desde que pacíficas, que têm levado às ruas gente de todas as idades, sobretudo os jovens. Trata-se de um fenômeno que envolve o povo brasileiro e o desperta para uma nova consciência. Requerem atenção e discernimento a fim de que se identifiquem seus valores e limites, sempre em vista à construção da sociedade justa e fraterna que almejamos.
Nascidas de maneira livre e espontânea a partir das redes sociais, as mobilizações questionam a todos nós e atestam que não é possível mais viver num país com tanta desigualdade. Sustentam-se na justa e necessária reivindicação de políticas públicas para todos. Gritam contra a corrupção, a impunidade e a falta de transparência na gestão pública. Denunciam a violência contra a juventude. São, ao mesmo tempo, testemunho de que a solução dos problemas por que passa o povo brasileiro só será possível com participação de todos. Fazem, assim, renascer a esperança quando gritam: “O Gigante acordou!”
Numa sociedade em que as pessoas têm o seu direito negado sobre a condução da própria vida, a presença do povo nas ruas testemunha que é na prática de valores como a solidariedade e o serviço gratuito ao outro que encontramos o sentido do existir. A indiferença e o conformismo levam as pessoas, especialmente os jovens, a desistirem da vida e se constituem em obstáculo à transformação das estruturas que ferem de morte a dignidade humana. As manifestações destes dias mostram que os brasileiros não estão dormindo em “berço esplêndido”.
O direito democrático a manifestações como estas deve ser sempre garantido pelo Estado. De todos espera-se o respeito à paz e à ordem. Nada justifica a violência, a destruição do patrimônio público e privado, o desrespeito e a agressão a pessoas e instituições, o cerceamento à liberdade de ir e vir, de pensar e agir diferente, que devem ser repudiados com veemência. Quando isso ocorre, negam-se os valores inerentes às manifestações, instalando-se uma incoerência corrosiva que leva ao descrédito.
Sejam estas manifestações fortalecimento da participação popular nos destinos de nosso país e prenúncio de novos tempos para todos. Que o clamor do povo seja ouvido!
Sobre todos invocamos a proteção de Nossa Senhora Aparecida e a bênção de Deus, que é justo e santo.
Brasília, 21 de junho de 2013
Cardeal Raymundo Damasceno Assis
Arcebispo de Aparecida
Presidente da CNBB
Dom José Belisário da Silva
Arcebispo de São Luís
Vice-presidente da CNBB
Dom Leonardo Ulrich Steiner
Bispo Auxiliar de Brasília
Secretário Geral da CNBB

Não poderia ter escolha melhor

Humberto Henrique é o vereador escolhido pela bancada do Partido dos Trabalhadores para compor a comissão parlamentar de inquérito (CPI) que vai investigar a concessão do serviço público de transporte coletivo da cidade de Maringá no Paraná. Serão cinco vereadores que irão compor a comissão.
Atendendo o clamor que veio da rua, pela gigantesca manifestação popular, a comissão deverá respeitar a proporcionalidade das legendas que compõem a atual legislatura. Após o início dos trabalhos, a CPI terá 90 dias para fazer as investigações. Se necessário, o prazo poderá ser prorrogado.

Que o protesto se estenda até a alta taxa de esgoto cobrada pela Sanepar

Do site do Rigon
Leitor-cidadão maringaense aproveita a deixa e sugere que, além do transporte coletivo, o protesto se estenda até a alta taxa de esgoto cobrada pela Sanepar. “Eu me sinto lesado. São 80% sobre a taxa da água, isso é um absurdo. O outro é termos que pagar o consumo que eles exigem, de 10 mil litros. Eu gasto 5 mil litros e tenho que pagar por 10 mil. Vamos juntos brigar por mais nossos direitos vamos por a boca no trobone. Vamos lutar por um Brasil mais digno”.
Já o ex-vereador Adorno Reis defende que se proteste nas ruas contra o preço cobrado em alguns trechos de pedágio que pouco oferecem em troca, caso, sustenta, de Maringá-Paranavaí. Ele defende o valor de R$ 2,00.