12 fevereiro, 2015

10 vereadores votaram a favor da TCCC e contra a população

Do Site do vereador Humberto Henrique


O projeto de autoria do vereador Humberto Henrique (PT) que revoga o decreto abusivo do prefeito proibindo o pagamento em dinheiro, foi adiado por cinco sessões. No total, 10 vereadores rejeitaram a solução imediata do problema. Até o dia 3 de março, quando o projeto voltará para a pauta, os usuários que não possuem o cartão eletrônico continuarão sendo impedidos de usar o transporte público de Maringá.

“Quem votou pelo adiamento da votação está defendendo a empresa e prejudicando a população. A TCCC (Transporte Coletivo Cidade Canção) teve desde 2013 para se adequar e atender a legislação. Com a decisão desses 10 vereadores, a população de Maringá vai continuar impedida de usar um serviço público”, criticou Humberto.

Confira como votou cada vereador:

Favoráveis a votação
Humberto Henrique (PT),
Mário Verri (PT),
Ulisses Maia (SD),
Dr. Manoel (PC do B) e
Luiz Gari (PDT).

Contrários a votação:
Chico Caiana (PTB),
Edson Luiz (PMN),
Carlos Sabóia (PMN),
Flávio Vicente (PSDB) e
Jones Darck (PP). 
Luiz Pereira (PTC),
Da Silva (PDT),
Belino Bravin (PP),
Márcia Socreppa (PSDB) e
Luciano Brito (PSD).

Projeto de lei de iniciativa popular pela Reforma Política e Eleições Limpas

A meta  coletar 1,5 milhão de assinaturas até março de 2015.

O projeto de iniciativa popular da Coalizão pela Reforma Política Democrática e Eleições Limpas apresenta uma proposta de representação política mais identificado com a maior parte da sociedade.
Os quatro pontos principais desta proposta são:
  1. Proibição do financiamento de campanha por empresas e adoção do Financiamento Democrático de Campanha;
  2. Eleições proporcionais em dois turnos;
  3. Paridade de gênero na lista pré-ordenada;
  4. Fortalecimento dos mecanismos da democracia direta com a participação da sociedade em decisões nacionais importantes;
Se pararmos para pensar um pouco vamos perceber que a baixa qualidade do transporte público, a crescente violência urbana, a deficiência na educação, a precariedade da saúde pública, a carência de esporte e lazer para a juventude e a falta de terra para os trabalhadores que precisam são alguns dos inúmeros problemas sociais que a sociedade brasileira sofre há muito tempo.
Por que tais problemas nunca são resolvidos? Porque a solução deles depende da aprovação de muitas reformas como a reforma urbana, a reforma agrária, a reforma tributária e a reforma política. Todas elas precisam ser aprovadas no Congresso Nacional do Brasil.
Mas o Congresso impede que tais reformas sejam aprovadas. Isto porque parte dele representa os interesses de uma pequena parte da sociedade que financia as campanhas eleitorais, ou seja, de algumas poucas empresas. Assim, as necessidades da maior parte da população nunca são atendidas de verdade.
É isso que causa grande parte da corrupção política gerando inclusive a atual crise de representatividade no País. Só com uma Reforma Política Democrática será possível superar tais problemas que degradam a democracia brasileira. 

Participe, pegue o formulário na secretaria paroquial ou baixe o formulário aqui

Fonte: site da Coalizão

Por que existe fome no mundo?

Segundo um relatório da Fundação das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura do ano de 2000, no estágio alcançado pela produção agrícola, a Terra pode alimentar 12 bilhões de pessoas.
Contudo, a cada dia no planeta, por volta de 100 mil pessoas morrem de fome, e 826 milhões estão em um estado grave de desnutrição.
Mas como pode acontecer que mesmo com nossa capacidade tecnológica, não atendamos nossa necessidade mais básica?
Por que, mesmo na era do consumo desenfreado e do supérfluo, a perspectiva de uma penúria alimentar mundial nunca esteve tão próxima?
E o que fazer para reconquistar nossa segurança alimentar?
Em resumo, a fome no mundo:
- não acontece em razão de uma fatalidade, localização geográfica ou fenômeno climatológico;
 - é resultado de uma escolha da economia;
 - é agravada pela concentração agrícola e privatização da vida;
 - pode ser combatida com eficácia através da soberania alimentar das populações sobre seus territórios, a fim de eliminar a fome e a desnutrição, através da agricultura natural, eficiente e respeitosa com os ecossistemas, para substituir o modelo da agricultura intensiva e química;
 - exige que os agricultores se posicionem como guardiões do equilíbrio da terra.
O liberalismo econômico e a concorrência internacional:
A fome não é resultado de uma fatalidade, da localização geográfica ou de um fenômeno climatológico. Ela é, antes de tudo, uma consequência das políticas econômicas impostas pelos países desenvolvidos e seu desejo de ampliar sua hegemonia.
Os subsídios à produção e às exportações que os países do Norte possuem, faz com que inundem os mercados dos países do Sul com produtos de baixo preço, concorrendo com os produtos locais.
Os países do Sul abandonam sua diversidade e soberania alimentar para se transformarem em exportadores mais competitivos.
O resultado faz com que nem os países do Sul nem os do Norte sejam capazes de responder suas próprias demandas alimentares.
A privatização da vida:
As commodities agrícolas são consideradas como meras mercadorias para aumentar os lucros das empresas e o PIB de uma nação. As sementes são modificadas a fim de responderem aos critérios de rentabilidade máxima, mas são feitas para se tornarem estéreis ou se degenerarem rapidamente, além de serem patenteadas, forçando os agricultores a comprá-las todos anos, quando antes eram um patrimônio passado de geração em geração. Atualmente, cinco multinacionais controlam por volta de 75% das sementes utilizadas na agricultura em todo o mundo. 96% dos tomates listados em seus catálogos oficiais são híbridos do tipo F1 (cuja semente não germina na segunda geração). 80% das variedades vegetais cultivadas há 50 anos já desapareceram.
A dependência do petróleo:
A agricultura intensiva é a mais cara que a humanidade já praticou. Completamente dependente dos fertilizantes químicos, isto é, feitos de derivados de petróleo, que necessitam de três toneladas de petróleo para produzir uma tonelada de fertilizante. A dependência do petróleo é reforçada pelo transporte incessante de mercadorias. O que será do futuro de nossa alimentação diante da previsível escassez do petróleo...?
A insalubridade alimentar:
Se é necessário comer para viver, é indispensável comer bem para manter uma boa saúde. Gripe aviária, vaca louca, frangos com hormônios, suínos com antibióticos, salmonela em produtos lácteos, etc... Com a agricultura intensiva, os alimentos, que sempre foram uma fonte de vida, tornaram-se uma fonte de morte. A absorção destes produtos nos alimentos (mesmo em dose baixa, mas repetidamente), pode causar vários distúrbios e doenças, como a baixa do sistema imunológico, fadiga crônica, perda de memória, gripe
s persistentes, perturbações no sistema endócrino, diminuição da fertilidade, câncer, etc.).
As multinacionais estranguladoras:
O mercado agrícola mundial está concentrado nas mãos de multinacionais privadas, mergulhando na dependência e na insegurança alimentar quase a totalidade dos povos do planeta.
O modelo alimentar encorajado pelos governos mais poderosos e agências internacionais é o modelo de agricultura intensiva, com produção em larga escala, considerada como a única viável e adaptada ao mundo moderno.
Os agricultores e as diferentes culturas alimentares são erradicadas, e com eles, mais de 10 mil anos de culturas e conhecimentos tradicionais.
Solos aráveis mal tratados e desertificados:
O desenvolvimento de biocombustíveis como nova política energética para o mundo pode ter riscos e severas consequências sobre o meio ambiente, e aumentar o flagelo da fome.
Estas culturas intensivas são implantadas promovendo o desmatamento de áreas de floresta, a exploração dos pequenos agricultores, com uso de organismos geneticamente modificados (OGM) e muitos pesticidas, colocando em risco a preservação das últimas áreas férteis do planeta. Parece absurdo que em um mundo em que milhares de pessoas não tem o que comer, que queiramos tirar o “alimento” para os nossos carros da terra.
Impulsionado pelo crescimento na demanda por biocombustíveis, os preços do milho estão em alta, tornando-o de difícil acesso para muitos. A produção de um litro de biocombustível requer entre mil e 3 mil litros de água, adicionando mais uma ameaça ao recurso da água, que já é raro.
E o que fazer? Reabilitar a soberania alimentar dos povos:
A soberania alimentar dos povos sobre seus territórios é o caminho a ser seguido para eliminar a fome e a desnutrição. A prioridade da agricultura deve ser a satisfação dos mercados locais e nacionais. Uma agricultura natural, eficiente e que respeite os diferentes ecossistemas deve substituir urgentemente a agricultura química e intensiva. O lugar dos agricultores na sociedade, como guardiões do equilíbrio da terra, deve ser valorizado. Deve-se preferir as múltiplas estruturas de pequeno porte que fornecem às pessoas uma alimentação diversificada e de qualidade. Cultivar a própria horta ou comprar alimentos locais, orgânicos e de época são as alternativas para o futuro.

Texto: Mouvement Colibris
Traduzido do francês por Leonardo Brockmann.
O Mouvement Colibris não permite a utilização do texto para fins comerciais.
Fonte: REJU 

Stédile: direita quer Alckmin 2018 e prefere sangrar Dilma a impeachment

Líder do MST afirma que o poder econômico, ao exercer sua hegemonia na política e na economia do país, está degenerando a república e a democracia.
A reportagem é de Paulo Donizetti de Souza e publicada pela agência de notícias Rede Brasil Atual - RBA, 10-02-2015.
Os meios de comunicação formam um time organizado e vão empregar todas as suas armas para manter o governo da presidenta Dilma Rousseff no córner nos próximos anos. A observação é do economista João Pedro Stédile, uma das principais lideranças do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). “Eu não acredito em impeachment”, diz.
De acordo com o ativista, a direita brasileira pode até usar essa ferramenta como uma das armas para promover o desgaste do governo e do PT, mas prefere investir numa operação de “sangramento” de Dilma e do partido para eleger Geraldo Alckmin (PSDB) legitimamente em 2018. “Se conseguir elegê-lo com ampla maioria (como fizeram na eleição de São Paulo agora), e retomar o poder pelo voto, quem vai conseguir fazer oposição a ele depois? Nem ‘são Lula’”, argumentou Stédile, durante visita ao Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região nesta segunda-feira (9).
O governador de São Paulo parece saber disso. E não quer correr riscos. Nos últimos dias, segundo informações ventiladas a partir das redações dos principais veículos da imprensa corporativa, o tucano já teria iniciado corpo a corpo junto às direções dos jornais para se queixar do fato de seu governo ter sido alvo de noticiário negativo, diante do agravamento da crise hídrica no estado mais rico da federação. Não será de estranhar se a cobertura de Globo, Folha de S. Paulo e Estado de S. Paulo, voltar a adotar uma dosimetria mais parcimoniosa com o tucano, como no período pré-eleitoral do ano passado, quando a blindagem da imprensa sobre escândalos do governo paulista – dos contratos com empreiteiras à omissão na crise da água – contribuiu de maneira decisiva para a reeleição tranquila do governador.
Stédile considera que a fragilidade em que se encontra o governo federal facilita a ação orquestrada dos veículos e forças econômicas reunidas em torno do Instituto Millenium. Para ele, o Brasil vive problemas estruturais graves na economia, na política e na área social.
No campo econômico, tanto o setor produtivo como o financeiro se favorecem da elevada remuneração dos investidores em título públicos. Com a tese de que o governo não pode gastar para assegurar o superávit primário, associada a elevação dos juros, os capitalistas brasileiros não precisam fazer os investimentos de que o país precisa para continuar crescendo e criar novos empregos. “As aplicações financeiras lhes garantem a rentabilidade.”
No campo da política, a democracia, “degenerada” pela crise de representatividade, é uma “hipocrisia”. “Não temos uma república, em que os interesses e decisões da maioria da população estejam representados. O poder econômico domina as eleições, a burguesia controla o Legislativo, e também o Judiciário”, avalia. “E no campo social, por mais que tenhamos avançado nos últimos anos, ainda padecemos de graves problemas estruturais. Ótimo que em dez anos aumentou de 5% para 15% a presença da população jovem com acesso ao ensino superior. Mas e os outros 85%? Nossa universalização do ensino superior já bateu no teto, enquanto a Bolívia cria vagas para 67% dos jovens. A Coreia do Sul, para mais de 90%. Que país em guerra perde 40 mil jovens assassinados por ano, como nós?”, questiona.
Diante do que chama de “encruzilhada”, Stédile vê o governo Dilma diante de três alternativas a tomar: (1) emparedado no Congresso e na mídia, ceder demais nos ajustes liberais; (2) insistir no “neodesenvolvimentismo”, que marcou sobretudo o segundo mandato de Lula, e colocar o Estado para financiar o setor privado, para que este volte a investir – “tem de investir em política industrial, tirar o dinheiro do Estado que hoje vai para os bancos e emprestar para a indústria, mas botar o dinheiro dos bancos públicos nas indústria certa, e não concentrar no setor automotivo; ou (3) ir para a esquerda e jogar todo peso e capital político em reformas estruturais, compor forças com os movimentos sociais, com os partidos progressistas e se lançar aos debates com a sociedade para colocar na ordem do dia as reformas política e tributária e a democratização da mídia.
Até agora, porém, o governo parece estar tomando a opção um, segundo o ativista, para quem esse caminho seria um desastre capaz até de comprometer o projeto Lula 2018. “Esse modus operandi do governo tem a ver com um núcleo duro muito burocrático, formado por gente que não tem nada ver com o povo”, critica, referindo-se à equipe de conselheiros mais próximos da presidenta, citando nominalmente o ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil).
Stédile vê o poder de reação dos movimentos sociais a esse ambiente como incipiente e que, apesar de não haver ainda um nível de unidade que leve a uma reação organizada imediata dos trabalhadores, já há sinais de que essa unidade pode se fortalecer. “As centrais sindicais se posicionam contra os ajustes e há uma movimentação social se afunilando em defesa de uma reforma política séria, que mexa com o financiamento de campanhas, que entende que só uma Constituinte exclusiva pode mexer pra valer com as regras do jogo. O Lula se posicionando em defesa da Constituinte exclusiva é um grande reforço”, diz.

Fonte: IHU