17 fevereiro, 2015

Muros e Pontes: Memória Protestante na ditadura

Documentário sobre memória protestante na ditadura já está na web

Clique aqui para ver o documentário na íntegra


O documentário “Muros e Pontes: Memória Protestante na Ditadura", que faz parte do Projeto Marcas da Memória, com apoio do Ministério da Justiça, que reúne a Comissão da Verdade e Koinonia Presença Ecumênica e Serviço, já está disponível na web. O filme sobre o impacto da ditadura no universo religioso protestante foi dirigido por Juliana Radler e lançado no Seminário “Protestantes, Democracia e Ditadura”, ocorrido no final do ano passado no Rio de Janeiro.

O filme traz depoimentos, recortes de jornais, fotos – que se destacam entre o conjunto de documentos de registro desse período – dos prisioneiros, que se tornaram a base do relato do momento mais trágico, impactante e que maiores sequelas deixou na história brasileira.

O documentário registra o depoimento de lideranças protestantes que forjaram um caminho novo, especialmente com apoio – formal ou velado – do maior segmento de igrejas evangélicas tradicionais, em que receberam destaque Zwinglio da Mota Dias, Bispo Paulo Ayres Mattos, Zenaide Machado, Leonildo Campos, Anivaldo Padilha, Jether Pereira Ramalho, Nilton Emerick, Roberto Chagas, Anita Wright Torres – filha do Pastor Jayme Wright – e de Carlos Gilberto Pereira.

A exceção mais viva é o depoimento de D. Paulo Evaristo Arns, à época cardeal arcebispo de São Paulo que teve contato com o Pastor Jaime Wright e o Rabino Henry Sobel no sepultamento do jornalista Vladimir Herzog, morto nas dependências do Destacamento de Operações de Informações do Centro de Operações de Defesa Interna, o Doi-Codi.

Desse contato surgiu o Projeto Brasil: Nunca Mais!, baseado em informações de 707 processos do Superior Tribunal Militar, fotocopiados em mais de um milhão de páginas e depois enviados à sede do Conselho Mundial de Igrejas, em Genebra, Suíça. Arns foi um arcebispo incansável na visita a quartéis, buscando torturados e denunciando aos meios de comunicação, especialmente aos correspondentes de agências internacionais de notícias em São Paulo.

O golpe militar de 1964 recebeu o registro histórico como um período chamado de “anos de chumbo”, mas à época tiveram forte apoio de setores conservadores da sociedade que o viam como a ‘salvação do Brasil’, com líderes como Eneas Tognini, que convocaram vigílias de oração pelo golpe civil-militar.


Fonte: AGEN (Antonio Carlos Ribeiro )