10 abril, 2015

Panamá: começa a VII Cúpula das Américas

Cardeal Parolín leva mensagem do papa Francisco ao debate em que as relações EUA-Cuba e a crise venezuelana estarão no centro das atenções
A VII Cúpula das Américas, no Panamá, começou nesta sexta-feira, 10 de abril, e terminará amanhã, 11, com a participação de mais de 30 países americanos. Estará presente o secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolín, ex-núncio na Venezuela. Parolín lerá uma mensagem do papa Francisco.
Será a primeira vez que um alto representante da Santa Sé participa deste encontro, assim como é a primeira vez que participa uma delegação cubana.
O tema central da VII Cúpula é “Prosperidade com Igualdade: O Desafio da Cooperação nas Américas”. Serão discutidos “vários subtemas, entre eles a segurança, a energia, a saúde, a educação, os fluxos migratórios, a governabilidade democrática e a participação cidadã, entre outros”, diz o site do país anfitrião.
Pela primeira vez no evento, o presidente dos EUA, Barack Obama, e o de Cuba, Raul Castro, se encontrarão. Eles estão liderando a reaproximação entre Washington e Havana após 53 anos de afastamento. O encontro foi precedido pelo colóquio entre o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, e o ministro de Assuntos Exteriores cubano, Bruno Rodríguez.
O início da reconciliação entre as duas nações foi divulgado em 17 de dezembro passado mediante um comunicado simultâneo de Washington e Havana, indicando a intenção de retomar as relações diplomáticas. Um mês depois, em 21 de janeiro, Obama pediu, em seu Discurso sobre o Estado da União, que o congresso levante ainda este ano o embargo a Cuba.
Às vésperas do evento, o Departamento de Estado norte-americano pediu que o presidente e o senado tirem Cuba da lista negra dos países que apoiam o terrorismo internacional. Outro acordo que marca o início de uma nova etapa é a liberação de um voo diário entre Havana e a Flórida.
Ao receber no Vaticano as cartas credenciais de diversos embaixadores perante a Santa Sé, o papa Francisco declarou logo após a divulgação das conversas entre Havana e Washington: “Hoje estamos todos contentes, porque vimos que dois povos que estavam afastados havia tantos anos deram ontem um passo para se aproximar. E isto foi realizado por embaixadores da diplomacia”.
Os próprios Obama e Castro afirmaram que a reconciliação foi favorecida pelo papel do papa Francisco e da diplomacia da Santa Sé.
Uma delegação de parlamentares democratas dos Estados Unidos se reuniu em fevereiro com o cardeal Jaime Ortega y Alamino, arcebispo de Havana, e com deputados da Assembleia Nacional de Cuba na última jornada de uma visita oficial de três dias à ilha. A delegação informou que o cardeal Ortega "expressou otimismo com as medidas adotadas para a normalização das relações entre os Estados Unidos e Cuba”.
Outros temas “quentes” da VII Cúpula das Américas são crise democrática na Venezuela e a carta de 22 ex-presidentes de 11 países da América Latina e da Espanha em favor da democracia e dos direitos humanos na região.
Fonte: Zenit.org

Pela primeira vez, negros são maioria dos empreendedores no Brasil

“Mais pessoas negras estão ascendendo à classe média e assumindo posições importantes no mercado de trabalho e no universo do consumo e do empreendedorismo”.

" Em dez anos, o tempo médio de estudo entre as pessoas negras cresceu 38%, passando de 4,7 para 6,5 anos. Já entre os brancos, esse crescimento foi de 21%, passando de 7,3 para 8,8 anos de estudo."

De acordo com uma pesquisa realizada pelo Sebrae, entre os anos de 2002 e 2012, o número de pessoas negras à frente de empresas no Brasil cresceu 27% e hoje, pela primeira vez, elas são maioria entre os empreendedores do país. Nesse mesmo período, a quantidade de pessoas brancas que possuem uma empresa teve uma redução de 2%.
O levantamento, divulgado nesta segunda-feira (6), teve como base dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) e revelou que, atualmente, 50% dos donos de negócio são negros, 49% são brancos e 1% pertence a outros grupos populacionais.
Para o presidente do Sebrae, Luiz Barretto, a mudança mostra que as políticas sociais voltadas para essa parcela da população e a criação da figura jurídica do Microempreendedor Individual (MEI) estão contribuindo para a diminuição das desigualdades. “Mais pessoas negras estão ascendendo à classe média e assumindo posições importantes no mercado de trabalho e no universo do consumo e do empreendedorismo”, ressalta.
O estudo do Sebrae aponta ainda que os negros também tiveram um aumento em seu rendimento médio mensal e no nível de escolaridade superior ao dos brancos. Em dez anos, o tempo médio de estudo entre as pessoas negras cresceu 38%, passando de 4,7 para 6,5 anos. Já entre os brancos, esse crescimento foi de 21%, passando de 7,3 para 8,8 anos de estudo.
“Quando analisamos o incremento da remuneração no mesmo período, notamos que o rendimento médio real cresceu 45% entre os empreendedores negros, passando de R$ 786 para R$ 1.138 mensais, enquanto entre os brancos a expansão foi de 33%, variando de R$ 1.843 para R$ 2.460 por mês”, explica o presidente.
Desigualdades persistem
Mesmo integrando a maioria, os empreendedores negros ainda estão concentrados em pequenos negócios e em ramos de menor lucratividade, como pesca, construção, cabeleireiros e atividades agrícolas. Entre os brancos, a maior proporção atua em setores mais especializados, como advocacia, medicina e engenharia. Além disso, a renda média dos brancos continua 116% maior (em 2002, era de 134%).
* Com informações da Agência Sebrae
Fonte: Brasil de Fato