13 abril, 2015

OMS confirma relação do herbicida glifosato com o câncer em humanos e animais

Agência Internacional para Investigação sobre Câncer (IARC, sigla em inglês), instituição especializada da Organização Mundial de Saúde(OMS), confirmou em recente estudo a relação direta do agrotóxico glifosato como agente potencial de câncer em humanos e animais. O herbicida, produzido há mais de 20 anos pela multinacional Monsanto, é o mais utilizado na agricultura mundial, em produtos como soja, trigo, arroz, milho, uva, banana, cacau, café. Após a divulgação do relatório, as ações da companhia recuaram cerca de 1,7% na Bolsa de Nova York (Nyse). A publicação da agência reacendeu o debate sobre a segurança do glifosato.


Herbicida glifosato é o mais usado na agricultura mundial.

Para Dana Loomis, responsável pelo setor de monografias da IARC, "Nós estamos confiantes em que o nosso processo é rigoroso e transparente, baseado nos melhores dados científicos, e livre de um conflito de interesses". O estudo foi produzido durante um ano, por 17 pesquisadores de 11 países diferentes. 
A Monsanto pediu reunião com a direção da OMS e declarou que "Nós ficamos ultrajados com a publicação deste artigo", disse o chefe de tecnologia da empresa em um anúncio publicado na segunda-feira (23/3). 
Segundo pesquisas, o Brasil desde 2008 é o país que mais consome agrotóxico no mundo, embora não seja o campeão mundial de produção agrícola. Em 2013 foram consumidos um bilhão de litros de agrotóxicos no País – uma cota de 5 litros por habitante. No Brasil são usados agrotóxicos que foram proibidos em 1985 na União Européia, Estados Unidos e Canadá. Segundo classificação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em termos de toxicidade humana, o glifosato é de nível IV, isto é, ligeiramente tóxico. 
Na Argentina o herbicida também é permitido. Em 2014, de acordo com estudos, foram usados em torno de 200 milhões de litros de glifosato em território argentino.


O Estudo "Tolerância a herbicidas e cultivos transgênicos”, publicado pelo Greenpeace International, em junho de 2011, aponta que uma crescente evidência científica questiona a segurança do glifosato e demonstra que os produtos à base da substância podem ter efeitos adversos sobre a saúde humana e animal. Apesar de promovido como "seguro”, o glifosato afetaria a biodiversidade, reduziria a fixação do nitrogênio e a absorção de micronutrientes essenciais aos cultivos. 

O Ministério Público Federal (MPF) pediu em março deste ano a suspensão do uso do glifosato e mais 8 agrotóxicos como parationa metílica, lactofem, forato, carbofurano, abamectina, tiram, paraquate e o 2,4-D. A medida visa obrigar a Anvisa a reavaliar a toxidade de ingredientes ativos suspeitos de causar danos à saúde humana e ao meio ambiente. 

Fonte: Adital

Globonews lê cartazes contra Dilma e pelo impeachment, mas não a faixa que defende ao mesmo tempo a Globo e o golpe militar

Jornalistas Livres
Ainda que involuntariamente, no entanto, a Globonews acabou mostrando a intolerância que foi a marca do 15 de março e esteve de volta hoje, nas ruas: em Copacabana, um homem de camisa vermelha foi perseguido por manifestantes e teve de sair escoltado pela Polícia Militar
12/04/2015
por Luiz Carlos Azenha
Do ponto-de-vista numérico, as manifestações do 12 de abril foram um tremendo fracasso.
Segundo o UOL, do diário conservador Folha de S. Paulo, eram 52 mil pessoas em todo o Brasil às 14 horas.
No entanto, na Globonews, das Organizações Globo, os protestos foram um tremendo sucesso.
“Tranquilidade”, “família”, “verde-amarelo” e outras descrições anódinas marcaram a descrição feitas pelos repórteres da emissora, que se misturaram aos manifestantes.
Nunca antes na História deste País a Globo tinha feito o que vem fazendo: ir a uma manifestação, ler de forma seletiva os cartazes e permitir que o som natural vaze na transmissão, com gente gritando “Fora Dilma”, “Fora PT” e outras palavras de ordem.
Vocês já viram a Globo fazer isso num protesto do MST ou contra o tucano Geraldo Alckmin? Jamais.
É óbvio que a notícia do dia, de que as manifestações fracassaram do ponto-de-vista numérico, não dominou a cobertura. Por que fracassaram? Cansaço? Indiferença? Dissensão interna? A Globonews simplesmente se esqueceu da verdadeira tarefa do jornalismo, que é esclarecer.
A certa altura, uma repórter em São Paulo fez referência ao fato de que os diferentes carros de som na Paulista utilizavam diferentes palavras de ordem. Mas, ficou nisso. Não entrou em detalhes. Por motivos óbvios: alguns destes carros de som pedem intervenção militar, o que não se enquadra no que a Globo acha aceitável mostrar aos que estão em casa.
A Globo não leu, por exemplo, a faixa que aparece acima, fotografada pelo Leandro Prazeres, do UOL, em Brasília.
Notem o detalhe: além de pregar o golpe, a faixa assume a defesa da Globo (no canto inferior direito) com a frase “a mídia sob ataque”.
Globo e golpe militar, tudo a ver!
Ainda que involuntariamente, no entanto, a Globonews acabou mostrando a intolerância que foi a marca do 15 de março e esteve de volta hoje, nas ruas: em Copacabana, um homem de camisa vermelha foi perseguido por manifestantes e teve de sair escoltado pela Polícia Militar.
É isso mesmo: um homem de camisa vermelha, aparentemente com uma grife no peito, sem qualquer relação com o PT ou com algum partido comunista.
Um simples homem de camisa vermelha, cujo cerco resume o que a Globonews não mostrou: “intolerância” e “golpismo” andaram juntos com “tranquilidade” e “família”.
PS do Viomundo: A Globonews faz mais que cobrir o evento, faz a convocação de quem está em casa ao enfatizar a todo o momento que “tem mais gente chegando”, “famílias inteiras”, etc.