04 novembro, 2015

A greve geral de mulheres que tornou Islândia o país 'mais feminista do mundo'


Há 40 anos, as mulheres islandesas entraram em greve –recusaram-se a trabalhar, cozinhar e cuidar das crianças por um dia. O momento mudou a forma como as mulheres eram vistas no país e ajudou a colocar a Islândia na vanguarda da luta pela igualdade.

Em vez de ir aos seus escritórios, fazer tarefas domésticas ou cuidar de crianças, elas foram às ruas, aos milhares, para reivindicar direitos iguais aos dos homens. O movimento ficou conhecido como o "Dia de Folga das Mulheres"

"O que aconteceu naquele dia foi o primeiro passo para a emancipação das mulheres na Islândia", disse. "Ele paralisou o país completamente e abriu os olhos de muitos homens".

"Havia um grande poder nisso tudo e um grande sentimento de solidariedade e força entre todas aquelas mulheres que estavam na praça sob o sol"
Leia na íntegra aqui

Pais digitais com filhos superconectados - O desafio é a qualidade das relações

O que significa ser um pai na era digital? A resposta requer muito mais do que uma mera reflexão superficial, porque entre os chamados "nativos digitais" encontra-se a geração dos "milennials", ou seja, aqueles que nasceram entre 1980 e 2000, muitos dos quais estão começando a ter ou têm os seus primeiros filhos.
E, precisamente, os "milennials" são aqueles que estão na capa da revista Time de outubro de 2015 com um artigo cujo título é pouco inspirador: “Socorro, os meus pais são milennials".
O artigo começa mostrando os novos hábitos alimentares dessa nova geração de pais (veganos ou vegetarianos) e descrevendo sua característica principal: são pessoas que cresceram com smartphones e conectados nas redes sociais: sua vida é documentada com fotos no Instagram, pensamentos em blogs e comentários no Facebook.
Essa mentalidade 'digital' na qual a autoridade é determinada pela popularidade mensurável em "curtidas" ou número de "seguidores" passa depois, também, para o ambiente familiar: os filhos podem ir aonde quiserem porque o lar é uma mini democracia ou, o que é o mesmo, uma “autoridade consensual". A permissividade é quase, quase, uma lei de relações intrafamiliares.
A revista TIME relata que, em 2015, os milennials são cerca de 22 milhões nos Estados Unidos, com uma taxa de 9.000 recém-nascidos por dia. Pelo menos 90% desses 22 milhões usa as redes sociais. Segundo pesquisas da eMarketer só o 76% da "Geração X" e 59% da "geração baby boomer" usa as redes sociais. Isso significa que as "milennials family" são famílias que vivem na web: os convites de aniversário são recebidos por Pinterest e as fotos das festas terminam no Instagram ou Snapchat. A vida familiar se resume em tirar fotos e subir nas redes sociais. TIME fala que as redes sociais são vitrines de alegria por meio da exibição que os pais fazem dos seus filhos.
Uma pesquisa feita pela Survey Monkey revelava que pelo menos 46% dos pais milennials postou fotos de seus filhos, até mesmo quando estes só se encontravam no útero materno ou antes de que o seu filho fizesse um ano. De acordo com a mesma pesquisa, alguns pais gostam de ver outros pais milennials cuidando dos seus filhos. “A maioria dos pais joga, consciente ou inconscientemente, com o custo-benefício de estar nas redes sociais", diz Sarita Schoenebeck, professora da Universidade de Michigan, que realizou um estudo sobre o uso do Facebook por parte de mães milennials. Entre as suas conclusões está o fato de que para a maioria das pessoas os benefícios de estar na mídia supera qualquer crítica no campo da educação dos filhos.
Para muitos pais milennials o modo de superar problemas sobre a sua tarefa como pais é precisamente as redes sociais: os seus amigos são os “especialistas” e as mães que não sabem o que fazer com os seus bebês se refugiam nos conselhos obtidos por meio dos grupos de Facebook ou WhatsApp. De acordo com TIME, isso acontece até com o 58% dos pais milennials. É evidente que não fazem o que o seus pais fizeram com eles: perguntar para verdadeiros especialistas.
Mas não é só nesse campo onde se nota a quebra da geração de pais milennials com as gerações anteriores: na maioria dos casos os milennials já não enviam os seus filhos para aulas de tênis, piano ou arte. A empresa Future Cast publicou em 2013 um informe sobre hábitos e atitudes de milennials: 61% deles disseram que os filhos precisam jogar de uma forma não estruturada. Isso, na prática, se reflete em algo tão simples como que as decisões sobre o que fazem ou não os filhos já não vêm dos pais mas das pesquisas que os pais fazem aos seus filhos. TIME sugere que por trás disso é possível ter um forte individualismo e a ideia de competitividade como um dos valores mais altos sob o slogan "seja você mesmo".
É verdade que também os pais milennials reconhecem que é preciso fazer malabarismos para ter a atenção das crianças hoje. Mas pelo menos eles têm a intenção de testar, pois os milennials são de mente aberta e pessoas que procuram a empatia; tendem a ser excessivamente otimistas, acreditam no progresso e, acima de tudo, confiam no Google. De fato, junto com as redes sociais o seu principal conselheiro é o famoso motor de busca.
É, pois, evidente que as famílias digitais são famílias conectadas e comunicadas mas, a qualidade das relações e a facilidade das conexões não estão mudando o modo como as relações familiares são vividas e experimentadas? A resposta a esta pergunta, de não pouco valor, poderá vista com mais nitidez nos próximos anos. 

Fonte: Zenit