16 novembro, 2015

Em nossas Paróquias quantas pessoas chegam/passam por nós no decorrer de um ano?

Partilhando um pensamento

Quantas pessoas chegam/passam por nós no decorrer de um ano em nossas paróquias?

- Através do sacramento do batismo, pais e/ou padrinhos
- Para uma orientação espiritual
- Para o sacramento da unção dos enfermos para um ente querido
- Para uma exéquia
- Para pedir uma ajuda
- Para pedir uma informação

Muitos dessas chegam/passam por nós só nesses momentos.

Em nossas CEBs, quantas famílias recebem a visita amiga da Mãe peregrina?

Na última reunião da coordenação das CEBs em minha paróquia vimos que muitas dessas, só recebem a visita, não tem uma participação ativa, nem dos grupos de reflexão participam.

Mais o importante é que, num certo momento ou através da visita amiga da Mãe Peregrina, elas chegam até nós. Nos procura.

Vejo nessas pessoas um chão fértil para um pensar missionário que nos leve a não deixar apenas passarem, mas ficarem com a gente.

A doutrina social da Igreja e a luta contra a corrupção

"Combater até o fim o câncer da corrupção e o veneno da ilegalidade" foi o sonoro pedido do papa Francisco a todos em seu discurso aos fiéis na praça da catedral de Prato, na Itália.
A palavra corrupção vem do latim “corruptio”, por sua vez derivado de “rumpere”, romper, quebrar. Quem corrompe ou é corrompido rompe um equilíbrio natural, uma integridade moral, uma harmonia vital. Hoje, o termo corrupção é geralmente associado à política e às instituições em suas diversas articulações, mas o estilo de vida que rompe a justiça e a confiança também se espalha por muitos contextos particulares e comunitários. Suas raízes estão no interior do indivíduo, prontas para se ramificar com força toda vez que se perde a relação pessoal com a verdade de Deus ou, no caso dos não crentes, quando se desvaloriza a retidão objetiva da própria natureza ontológica.

A corrupção é conscientemente "alicerçada" em tudo o que engana o homem em seus anseios de prestígio e poder, mas também em todo ato externo cotidiano que tende a definir suas relações e funções oficiais ou privadas. Chama a atenção, assim, observa dom Giampaolo Crepaldi, a rara ocorrência desta palavra no Magistério Pontifício, especialmente com o sentido que lhe atribuem as ciências sociais e as diversas pesquisas empíricas.

No entanto, o mesmo dom Crepaldi, ex-secretário do Conselho Pontifício Justiça e Paz, escreve: "Não faríamos um trabalho útil se nos propuséssemos a buscar neste ou naquele lugar do Magistério social uma referência mais ou menos explícita ao fenômeno da corrupção". No entanto, o fenômeno é abordado na Sollicitudo rei socialis, na Centesimus annus, no Compêndio da Doutrina Social da Igreja (DSI). Dom Crepaldi exorta os que confiam na guia diária da DSI a encontrarem a referência certa para evitar a guilhotina de corrupção e para serem construtores reais de uma sociedade do amor e da justiça, num contexto em que o homem não "rompa" o equilíbrio e a harmonia que o Senhor criou para a realização de cada pessoa.

O arcebispo de Trieste escreve: "Devemos buscar na doutrina social da Igreja os critérios para abordar o problema, as coordenadas de princípios e valores que nos permitem iluminar o fenômeno, explicá-lo não só a partir dos seus dados empíricos, que é tarefa da pesquisa social, mas na sua conotação ético-social e ético-política, prospectando possíveis caminhos para uma luta eficaz contra a corrupção. Para esta luta, precisamos conhecer o fenômeno em toda a sua complexa fenomenologia empírica, mas também, e mais importante ainda, dentro de um quadro de natureza ética suficientemente orgânico".
Dom Crepaldi nos dá quatro critérios úteis para combater a imoralidade. Ele a vê como um fenômeno mundial e imaterial, como um mal que acarreta custos para a comunidade.

As Sagradas Escrituras não usam muito o termo “corrupção” para falar do fenômeno, mas, direta ou indiretamente, aborda a degeneração do comportamento humano que "rompe" os princípios estabelecidos pelo Senhor para a boa convivência entre os homens.

No Livro dos Reis (1,21), ao falar da "Vinha de Nebot", a prepotência de Jezabel, mulher de Acabe, rei da Samaria, nada mais é que a representação da arrogância que geralmente brota em certos contextos institucionais, ofuscando o trabalho positivo dos outros e nutrindo a sensação de corrupção difusa, portadora de desconfiança em uma sociedade doente. Naboth, que possuía uma vinha perto do palácio real, não hesitou em rejeitar a proposta de compra pelo rei, por se tratar de herança dos pais. Acabe acusou o golpe da rejeição, mas sua esposa lhe propôs ações "corruptoras" junto aos anciãos do reino solicitando falsos testemunhos, que acusassem Nebot, perante o povo, de ter blasfemado contra Deus e contra o rei. O apedrejamento inevitável ocorreu fora da cidade, permitindo que o soberano, graças à pérfida esposa, se apropriasse da vinha tão desejada.

O castigo divino que se seguirá reflete os atos históricos de corrupção, promovidos pela rainha, aprovados pelo rei, oficializados pelos anciãos e pelas falsas testemunhas. Um quadro antigo, mas, infelizmente, muito atual, que só através da verdade do Evangelho, fonte principal de diretrizes sociais e políticas da Doutrina Social da Igreja, pode ser mudado para o progresso e bem-estar social de todo homem.


Fonte: Zenit