26 fevereiro, 2016

Para refletir

“Que boa escola de humildade e desprendimento é a oração. Faz-nos caminhar em plena paz no meio da tempestade”
(Madre Maria José de Jesus)

18 fevereiro, 2016

Ampliada das CEBs do Paraná (Regional sul II)

Nesta sexta-feira e sábado, acontece a Ampliada das CEBs do Paraná (Regional Sul II), na Diocese de Umuarama, no Centro Diocesano, na cidade de Umuarama.
Principal pauta será 7º Intereclesial das CEBs do Paraná
O 7º Intereclesial Regional vai acontecer entre os dias 21 a 24 de abril de 2016 no Campus III da UNIPAR em Umuarama. 
Tem como Tema: “CEBs no Paraná e os desafios no mundo urbano" 
e o Lema: "Eu vi e ouvi os clamores do meu povo e desci para libertá-lo." (Ex 3,7)



Ampliada Regional da Ceb’s Regional Oeste2

Dias: 19 a 21 de fevereiro de 2016 -
Na Diocese de Barra do Garças - Na Paróquia de Nossa Senhora Auxiliadora
Reunião da Ampliada Regional das CEBs
SEXTAFEIRA 19/02
A partir das 15h: Chegada e acolhida
19h: Jantar na sede da paróquia
20h: 1) os representantes da ampliada regional serão encaminhados para pernoitar nas famílias; 2)
Reunião da coordenação e assessoria regional e depois pernoite nas famílias.
SÁBADO20/02
7h: café na sede da paróquia
7h45: oração/ofício divino das comunidades
8h15: Comunicações, informações e encaminhamentos do Seminário Nacional e da Reunião da Ampliada Nacional das CEBs, Londrina 26 a 31 de janeiro de 2016.
10h: Intervalo e lanche
10h20: continuidade
12h: Almoço na sede da paróquia
13h30: Preparação e organização do 14º Encontro Regional de CEBs, em São Félix do Araguaia (8 a 10/09/2017)
Tema: CEBs e os desafios no mundo urbano e rural.
Lema: “Eu vi e ouvi o clamor do meu povo e desci para libertálo” (Ex 3,7).
Conteúdo e eixos temáticos: 1) História da Prelazia de São Félix do Araguaia 40 anos; 2) Os desafios do mundo urbano e rural de Mato Grosso; 3) Tecnologias de Informação e Comunicação;
4) Como ser Igreja neste contexto de desafios do mundo urbano e rural de Mato Grosso.
Metodologia do encontro: Ver, julgar e Agir. Conforme a prática do curso de verão, com monitores companhando diferentes oficinas.
Assessoria
Subsídios
Divulgação/ Comunicação: cartaz...
Equipes e serviços: Infraestrutura e logística...
16h: Intervalo e lanche
16h20: Continuidade
4º Oestão: Goiânia, 21 a 24 de abril de 2017
19h: Jantar e noite livre para confraternização Retorno para as famílias
DOMINGO21/02
6h30: Café na sede da paróquia
7h30: celebração eucarística na comunidade Santo André
9h: Encontro de formação nas microrregiões (Barra do Garças, Cuiabá, Rondonópolis e Sinop):
21 e 22 de maio de 2016. Tema: A dimensão sociopolítica da fé cristã.
10h: Intervalo e lanche
10h20: Preparação da Assembleia Regional: 21 a 23 de outubro de 2016,  no CENE – Tema:  Laudato Si – Reconciliação: o cuidado com a casa comum e a espiritualidade das CEBs.
12h: Almoço na sede da paróquia e retorno para as dioceses.

Ibiapina segue seu caminho


No próximo dia 19 deste mês, comemoram-se 133 (anos do falecimento de Padre José Antonio de Maria Ibiapina (1806-1883).
Viveu 77 anos enfrentando dificuldades pessoais, familiares, sociais, políticas, religiosas, vencendo os desafios como um predestinado remando contra a corrente.
Com a morte prematura da mãe, a condenação e morte do pai e do irmão mais velho, envolvidos na Confederação do Equador, o jovem Ibiapina teve que assumir a família. Entrou e saiu do Seminário onde pretendia estudar para padre. Com a criação do curso Jurídico em Olinda, seguiu o Direito e formou-se em 1832.
Logo foi nomeado professor e, em seguida, eleito deputado geral, acumulando os cargos de juiz de direito e chefe de polícia. Tendo subido com sucesso e tão rapidamente na vida, Ibiapina vai descer na mesma rapidez por decisão de caráter.
Ele não se encaixava na engrenagem da política, nem da magistratura, percebendo as mentiras, as falcatruas, ladroagens, prepotências, a força do dinheiro, as articulações promíscuas do poder constituído. Abandonou essas estruturas e foi viver como advogado independente. Em 1838 atuava na cidade de Brejo de Areia, onde começou a ganhar fama e crédito. Quem defendia o pobre, o que não tinha ninguém por ele? Era o Doutor Ibiapina!
Quem outro? Em 1840 abriu sua banca de advocacia no Recife, seguindo o traçado do direito, da verdade, da justiça. Em 1850 deixou também a advocacia. Não lhe interessou o dinheiro, os bens materiais e a fama de excelente profissional do Direito.Para o julgamento do mundo, fez a loucura de deixar tudo e buscar a solidão. 
Foi ordenado padre aos 3 de julho de 1853, com 47 anos incompletos. De imediato, apresentou-se lhe nova oportunidade de subir na vida pela carreira eclesiástica: nomeado professor do Seminário, vigário geral da diocese de Pernambuco e bispo mais adiante, quase certamente. Preferiu a vida dura de missionário pelos caminhos do Nordeste. Na segunda metade do século XIX, com a epidemia do cólera e as grandes secas matando gente à vontade, ele decidiu-se pela missão itinerante. De 1853 até 1883, foram 30 anos de dedicação ao pobre, ao indigente, à orfandade, aos doentes e desvalidos, aos que não tinham mais esperança. Ao longo do tempo sofreu ataques da maçonaria, incompreensões do bispo do Ceará e sete anos de paralisia antes de morrer. As 22 Casas de Caridade por ele fundadas foram também desaparecendo. A de Santa Fé resistiu a duras penas até a década de 1940, quando Celso Mariz escrevia “Ibiapina, um apóstolo do Nordeste”.
À parte o grande historiador, Ibiapina foi sendo quase que completamente esquecido depois de sua morte, em 1883. Dom Marcelo Carvalheira o resgatou, deu entrada ao processo para sua canonização, em 1992, iniciando 
também a transformação de Santa Fé em Centro Pastoral. Hoje “Santuário Padre Ibiapina”.
O tempo de esquecimento, num primeiro momento, talvez se possa atribuir ao “fenômeno” Padre Cícero (1844-1934) que a partir de 1889, pelo “milagre” da hóstia ensanguentada, foi acusado de embusteiro, a beata Maria de Araújo de doente e o povo de fanático. As censuras e condenações foram implacáveis contra o “santo” do Juazeiro e a hierarquia católica passou a evitar qualquer fato ou pessoa que pudesse despertar fanatismo. O nordestino simples e pobre, porém, ignorou as proibições da Igreja, continuou suas romarias e multiplicou 
por toda parte a imagem do “Padim”.
Correndo o tempo, veio Frei Damião (1898-1997) com suas missões populares, entrando na vida do povo com as ameaças de inferno e mandando acabar com protestante, na contramão do Concílio Vaticano II. Mais esquecido foi ficando Ibiapina! Por mais de sessenta anos, de cidade em cidade de nossa região, Frei Damião reuniu multidões, muitas vezes levado por políticos e “igrejeiros” com estranhos interesses. O frei faleceu em 1997 e já tem sua imagem-monumento desde 2004, com 34 metros de altura sobre a Serra da Jurema, em 
Guarabira. Tudo muito rápido e grandioso, o monumento logo se tornou um ponto certo de turismo e devoção.
Padre Cícero, pela insistência da diocese do Crato e do seu bispo nos últimos anos, conseguiu recentemente a desejada reconciliação com o Vaticano. Frei Damião, com o respaldo e interesse de sua Ordem religiosa, está com seu processo de canonização em pleno andamento. Muito provavelmente, os dois chegarão à glória dos altares bem antes do nosso Padre Ibiapina, que se arrasta com dificuldades para atender as exigências de Roma. Mesmo assim, no próximo dia 19 deste mês de fevereiro, milhares de devotos chegarão ao Santuário de Santa Fé, na Arara, para visitar o túmulo do missionário, participar da santa Missa, agradecer as graças alcançadas e pedir mais outras. “Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo” foi seu lema, sua expressão cotidiana.
Sigamos com ele o CAMINHO que é Jesus!



Por: Ernando Teixe


14 fevereiro, 2016

Daqui a pouco vou orientar um retiro com as lideranças da Paróquia São Paulo Apóstolo

Daqui a pouco vou orientar um retiro com as lideranças da Paróquia São Paulo Apóstolo, na cidade de Sarandi.
O tema do retiro: “a face da misericórdia”
Que no nosso Deus me cubra com seu carinho, sua ternura e me envolva com Sua humildade e simplicidade e guiado por Ele eu leve as lideranças contemplar esse mistério de amor.

11 fevereiro, 2016

"Este é o momento mais crítico na história da humanidade"

Em entrevista Chomsky analisa as principais tendências do cenário internacional, critica a escalada militarista do seu país e afirma que as alterações climáticas é o pior problema que a humanidade já enfrentou. 


“Os Estados Unidos foram sempre uma sociedade colonizadora.
Ainda antes de se constituir como Estado eliminou a população indígena, o que significou a destruição de muitas nações originais”, sintetiza o linguista e ativista norte Americano Noam Chomsky quando se lhe pede que descreva a situação política mundial. Crítico acérrimo da política externa do seu país, argumenta que desde 1898 se virou para o cenário internacional com o controle de Cuba, “que converteu essencialmente em colónia”, para depois invadir as Filipinas, “assassinando um par de centenas de milhares de pessoas”.
Um sistema de partido único
Invasões e alterações climáticas retroalimentam-se
Guerra nuclear, possibilidade certa
A impressão que emerge dos seus gestos e reflexões é que se as potências que são agredidas pelos Estados Unidos atuassem com a mesma irresponsabilidade que Washington, o destino estaria traçado. Leia na íntegra aqui

09 fevereiro, 2016

Quarta-feira de Cinzas - Quaresma e Campanha da Fraternidade

Pequeno texto que escrevi sobre quarta-feria de Cinzas - Quaresma e Campanha da Fraternidade.

Tem início o tempo da quaresma com a quarta-feira de cinzas e em toda a Igreja do Brasil a Campanha da Fraternidade (CF) que traz como tema Casa comum, nossa responsabilidadee o lema , “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca” (Am 5.24). 

Na missa de quarta-feira de cinzas e durante o período da quaresma Jesus nos apresenta um programa de vida: oração, perdão, amor, jejum, caridade fraterna, penitência. Um convite para que cada pessoa faça um ver-julgar-agir de si mesma. Com a imposição das cinzas sobre a cabeça o apelo de Jesus: “convertei-vos e crede no Evangelho!”.

A Campanha da Fraternidade é realizada anualmente pela Igreja Católica, sempre no período da Quaresma, essa será ecumênica.  Seu objetivo é despertar a solidariedade dos seus fiéis e da sociedade em relação a um problema concreto que envolve a sociedade, buscando caminhos e solução. A cada ano é escolhido um tema, que define a realidade concreta a ser transformada, e um lema, que explicita em que direção se busca a transformação.

Campanha da Fraternidade Ecumênica 2016

A Campanha da Fraternidade 2016 tem por objetivo o debate de questões relativas ao saneamento básico, desenvolvimento, saúde integral e qualidade de vida aos cidadãos.

A reflexão da CEF 2016 será a partir de um problema que afeta o meio ambiente e a vida de todos os seres vivos, que é a fragilidade e, em alguns lugares, a ausência dos serviços de saneamento básico em nosso país.

A Campanha da Fraternidade Ecumênica 2016 tem parceria com a Misereor – entidade episcopal da Igreja Católica na Alemanha que trabalha na cooperação para o desenvolvimento na Ásia, África e América Latina.

Também integram a Comissão da Campanha de 2016: Igreja Católica Apostólica Romana (ICAR), Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB), Igreja Episcopal Anglicana do Brasil (IEAB), Igreja Presbiteriana Unida (IPU), Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia (ISOA), Centro Ecumênico de Serviços à Evangelização e Educação Popular (Ceseep), Visão Mundial, Aliança de Batistas do Brasil.


08 fevereiro, 2016

CF 2016


Artigo do Papa Francisco, sobre a felicidade

Artigo do Papa Francisco, sobre a felicidade

 "Você pode ter defeitos, ser ansioso, e viver alguma vez irritado, mas não esqueça que a sua vida é a maior empresa do mundo. Só você pode impedir que vá em declínio.Muitos lhe apreciam, lhe admiram e o amam.
Gostaria que lembrasse que ser feliz não é ter um céu sem tempestade, uma estrada sem acidentes, trabalho sem cansaço, relações sem decepções. Ser feliz é achar a força no perdão, esperança nas batalhas, segurança no palco do medo, amor na discórdia.Ser feliz não é só apreciar o sorriso, mas também refletir sobre a tristeza.
Não é só celebrar os sucessos, mas aprender lições dos fracassos.Não é só sentir-se feliz com os aplausos, mas ser feliz no anonimato. Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver a vida, apesar de todos os desafios, incompreensões, períodos de crise.
Ser feliz não é uma fatalidade do destino, mas uma conquista para aqueles que conseguem viajar para dentro de si mesmo. Ser feliz é parar de sentir-se vítima dos problemas e se tornar autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas conseguir achar um oásis no fundo da nossa alma. É agradecer a Deus por cada manhã, pelo milagre da vida. Ser feliz, não é ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si.É ter coragem de ouvir um "não". É sentir-se seguro ao receber uma crítica, mesmo que injusta.É beijar os filhos, mimar os pais, viver momentos poéticos com os amigos, mesmo quando nos magoam.
Ser feliz é deixar viver a criatura que vive em cada um de nós, livre, alegre e simples. É ter maturidade para poder dizer: "errei". É ter a coragem de dizer:"perdão".É ter a sensibilidade para dizer: "eu preciso de você".
É ter a capacidade de dizer: "te amo". Que a tua vida se torne um jardim de oportunidades para ser feliz... Que nas suas primaveras seja amante da alegria.Que nos seus invernos seja amante da sabedoria.
.E que quando errar , recomece tudo do início. Pois somente assim será apaixonado pela vida. Descobrirá que ser feliz não é ter uma vida perfeita.Mas usar as lágrimas para irrigar a tolerância.
Utilizar as perdas para treinar a paciência. Usar os erros para esculpir a serenidade. Utilizar a dor para lapidar a o prazer.Utilizar os obstáculos para abrir janelas de inteligência. Nunca desista....Nunca renuncie às pessoas que lhes ama. Nunca renuncie à felicidade, pois a vida é um espetáculo incrível".

04 fevereiro, 2016

Ajudar as pessoas a conhecer Jesus, fascinar-se por Ele e optar por segui-lo!


Oração

No Evangelho de hoje, Mc 6,7-13, narra que “Jesus chama os discípulos, os envia de dois a dois e lhes dá poder sobre os espíritos maus". É o novo, novo começo, Jesus inicia a sua comunidade de discípulas e discípulos na missão, que é a mesma que a dele! Olha que lindo, Ele os envia e dá-lhes o mesmo poder que Ele tem.

Os discípulos são enviados de dois a dois, a missão não é posse de uma pessoa, e sim de toda a comunidade.  Depois de ouvir Jesus, partiram e pregaram par que as pessoas se convertessem.

Que iluminados pelo testemunho de tantas mulheres e homens, de ontem e de hoje, nós também, possamos ouvir o chamado de sermos missionárias e missionários para ajudar as pessoas a conhecer Jesus, fascinar-se por Ele e optar por segui-lo.

Amem!

03 fevereiro, 2016

Seminário Nacional de Assessores das CEBs

 Veja AQUI, como foi o Seminário Nacional de Assessores das CEBs realizado nos dias 27 e 28 de janeiro de 2016 e a Ampliada Nacional de CEBs, realizado de 29 a 31 de janeiro de 2016.
O objetivo do Seminário e da Ampliada foi a construção conjunta do 14° Intereclesial Nacional das CEBs, que será realizado de 23 a 27 de janeiro de 2018, com o tema “CEBs e os desafios no mundo urbano” e o lema “Eu vi e ouvi os clamores do meu povo e desci para libertá-lo” (Ex. 3,7).

“O zika vírus se tornará endêmico, como a dengue”

O biólogo Luciano Pamplona diz que o 'Aedes aegypti' não poderá ser erradicado
O biólogo Luciano Pamplona Cavalcanti, especialista em epidemiologia, contraiu no ano passado a doença que é foco do seu estudo: o zika vírus. Professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará e secretário-geral da Sociedade Brasileira de Dengue e ArbovirosesCavalcanti observa que a doença que assombra o mundo veio para ficar e pode ser controlada, mas nunca erradicada, e a conscientização das pessoas é fundamental para isso. Na semana passada, o Governo anunciou que 220.000 militares irão às ruas em uma espécie de Dia D contra o mosquito, para mobilizar a população a combater os focos do Aedes aegypti.
A entrevista é de Talita Bedinelli, publicado por El País, em 01-02-2016.
Eis a entrevista.
Por que ainda temos epidemias recorrentes de dengue no país?
Aedes aegypti está no nosso ambiente há bastante tempo, desde o século passado, e vem nos últimos anos se adaptando de forma muito eficiente aos hábitos domiciliares. Quando a gente pega textos escritos sobre o mosquito há 50 anos, o Aedes aegypti é chamado de mosquito urbano. Hoje ele é considerado um mosquito doméstico. Ele está completamente adaptado a nossas condições urbanas. Isso torna o controle muito mais difícil, porque depende de medidas que sejam desenvolvidas diariamente. Isso, junto ao aumento das viagens e a uma maior circulação de pessoas, faz com que a gente tenha uma maior diversidade de vírus e tenha as epidemias.
Por que ele se transformou em um mosquito doméstico? Como se adaptou desta forma?
Ele é um mosquito que se reproduz em água parada. O fato de as pessoas terem que acumular água, que é um hábito no Brasil [por causa das épocas de seca], trouxe esse mosquito para próximo de casa. Para ele é muito mais seguro estar dentro de casa do que estar na rua, por causa do vento e da chuva. Se dentro da casa da gente ele tem depósito com água para colocar seus ovos e o sangue das pessoas para se alimentar, ele não sai de dentro de casa. Por isso hoje o controle é muito mais difícil. Porque é preciso visitar casa a casa. No século passado, os agentes passavam nas ruas com o fumacê [fumegando as ruas], focavam em terrenos baldios.
É possível ver essa adaptação claramente. O mosquito se alimenta de sangue e de néctar. Tem um exame que a gente faz no estômago dele e hoje, em qualquer lugar do mundo que você investiga, só acha sangue humano. Ou seja, ele não está nem mais se alimentando de néctar, só de sangue. Isso porque está dentro de casa.
Quais são os hábitos do mosquito?
Ele tem predomínio por atividades no início da manhã e no final da tarde, tem preferência de picar entre 4h e 6h da manhã e entre 16h e 19h da noite. São as horas em que há menos atividade de sol e menos calor. Mas isso é um predomínio. Você imagine que as famílias hoje costumam sair de manhã e voltar de noite. Então o mosquito fica trancado dentro da casa e vai ficar com fome. Quando a pessoa chega, ele não vai dizer: ‘não, eu prefiro de manhã, então não vou picar’.
O Brasil convive com epidemias há muito tempo. Não está falhando no combate ao mosquito?
Existem duas abordagens diferentes quanto a isso. A do Governo e a da população. O programa de controle de dengue do Brasil é um dos mais modernos do mundo. O protocolo do Ministério da Saúde é copiado por vários países. O problema é que entre o que se escreve e o que é possível fazer no sistema de saúde tem uma distância. Nenhum programa do mundo vai conseguir controlar o Aedes aegypti sozinho, sem um apoio forte da população. Além disso, os mosquitos ficaram mais resistentes aos larvicidas e já se esgotou a maior parte deles. Os que existem hoje duram menos tempo funcionando eficientemente.
Em algum momento o mosquito poderá ser totalmente exterminado?
Ele é um mosquito que está adaptado às condições domésticas. E, considerando que a gente não tem uma forma de mudar os hábitos das pessoas do dia para a noite, é muito pouco provável que a gente consiga isso. Tanto é que o objetivo do Ministério da Saúde é controlar a infestação a um nível menor de 1%. Porque os estudos mostram que se eu tenho um mosquito para cada cem casas, eu não tenho epidemia das doenças. Os casos continuarão, mas não haverá epidemia. O objetivo é controlar a infestação. Em erradicar não se fala.
O zika vírus se tornará endêmico, ou seja, se tornará uma realidade permanentemente do país?
Eu acredito que sim, apesar de a gente saber muito pouco em relação ao vírus, de ter muito pouca informação. O vírus se tornará endêmico, como a dengue, porque tem o mesmo transmissor.
E ele poderá se alastrar por todo o mundo? Qual o risco, por exemplo, de a Espanha ter uma epidemia?
Não se tem no mundo uma barreira para vírus, para mosquito. As pessoas vão e vem de um país para o outro. Estamos numa fase em que as doenças vão atravessar os continentes em qualquer período. Eu amanheço em Fortaleza e anoiteço no Japão. As pessoas se deslocam de forma muito mais rápida, o que faz com que se leve a doença de um continente para outro numa velocidade maior.
Mas em outros países, especialmente do hemisfério norte, não há menos condições de o mosquito se desenvolver?
Sim, principalmente em algumas regiões da Europa por conta do frio. O controle mais eficiente para o Aedes aegypti é a temperatura. Nessas regiões onde a temperatura é muito baixa o mosquito não tem condições de sobrevivência. Baixou de 18 °C já fica muito ruim para ele. Não é à toa que São Paulo não tem muitos casos de dengue o ano inteiro porque na época fria diminui. Nas regiões frias do país, como o Rio Grande do Sul, há muito menos dengue do que noNordeste.
Mas o consolo que a gente tem que ter é que o zika é uma doença que não vai trazer grandes problemas, que é muito menos perigoso do que a dengue. E 80% das pessoas não têm nenhum sintoma. A doença em si, em um adulto ou em uma criança, não causa grandes problemas. Eu tive zika no ano passado. Você sente uma dor articular grande, febre baixa e pronto.
Neste momento, o zika vírus parece ser mais arriscado para gestantes. Mas existem quantos mil partos no país [pouco mais de 600.000 entre outubro e dezembro] e houve pouco mais de 3.000 casos de crianças com suspeita de microcefalia. A prevalência ainda é muito pequena. Eu não indicaria, por exemplo, deixar de viajar.
Mesmo as grávidas?
Temos mecanismos de proteção individual que resolvem. É possível usar repelente, roupas compridas no final do dia. Vários hotéis têm telas nos dormitórios. É perfeitamente possível vir ao Brasil. Agora, claro, se ela não precisar vir, pode repensar a necessidade. Dizer a uma pessoa que não viaje a um país por medo de pegar uma doença é muito sério. Neste momento, há muito receio, mas, de fato, não é nada que seja tão apavorante que se recomende não viajar. Existem doenças transmissíveis aqui, como existem no mundo todo.
A gente vai conseguir evitar que esse boom de microcefalia se repita no Brasil no final de 2016?
Eu acho que neste momento as grávidas estão muito mais atentas no sentido de proteção individual, há a recomendação de usar repelente e roupas longas no início da manhã e no final da tarde. E, naturalmente, a mobilização do ministério para o verão de 2016 vai ser muito mais forte e isso vai ajudar [a reduzir os casos de zika]. Agora, tudo indica que vamos ter um novo ciclo porque agora vamos começar a ter novos casos de zika. Temos que torcer para termos logo um diagnóstico eficiente e um tratamento adequado para a gestante para que se consiga minimizar o impacto da microcefalia. E o fato de a situação se tornar um alerta mundial também pode ajudar. Tem o CDC (Centro de Controle de Doenças e Prevenção dos Estados Unidos) que tem um know-how muito grande em produção de kits de diagnóstico. Esse apoio laboratorial será muito rico para o Brasil.

Lições para viver o Ano da Misericórdia em família

Como ajudar os filhos a serem misericordiosos?

A pergunta acima pode passar pela cabeça de vários pais que querem aproveitar ao máximo esse tempo de graças proclamado pelo Papa Francisco, afinal, o Ano Santo da Misericórdia é um convite para todos os cristãos, de todas as idades. À procura de algumas respostas para essa questão, conversamos com um casal experiente, que tem muita riqueza para compartilhar sobre o tema.
Edson e Rosângela Pieralise são de Londrina/PR, são do Instituto de Famílias de Schoenstatt e pais do Gabriel (19), do Rafael (17) e da Beatriz (14). Por meio de exemplos bem práticos do seu dia a dia, eles dão várias ideias que ajudam a inserir os filhos na corrente de misericórdia que inspira e inquieta a Igreja.
Para viver bem, em família, este Ano Santo, o casal indica três pontos chave para reflexão, repletos de exemplos simples que podem ser adotados por muitos lares. Acompanhe:
1º Peregrinar, em família, às Portas Santas
Peregrinar, cruzar a Porta Santa da Misericórdia nada mais é do que o colocar-se no coração de Jesus, do Bom Deus. Podemos dizer que é encontrar-se com o olhar misericordioso de Deus que nos espera. É muito forte isso. Eu me deixo abraçar por Deus, deixo-me olhar por ele.
Certa vez eu (Edson) estava no Santuário rezando. Chegaram então várias crianças e a Irmã (de Maria) que as acompanhava começou a falar: “Aqui dentro chove, chove muito”. As crianças olharam para todos os lados, procurando onde estavam os buracos. “Mas, como Irmã?”. Ela respondeu: “Aqui chovem muitas graças e muitas bênçãos. Cada vez que vocês vêm ao Santuário, saem empapados, encharcados de graças”. Com essa história podemos dizer que cada vez que cruzamos a Porta Santa, ficamos empapados, encharcados com a misericórdia de Deus.
Algo que devemos notar é que há uma diferença muito grande entre um peregrino e um turista. A gente PEREGRINA à Porta Santa. Isso é muito bonito para mostrar aos nossos filhos que somos todos peregrinos, pois viver é peregrinar e peregrinar é viver. Para o peregrino, o percurso é importante, ele se deixa tocar, se deixa transformar, ele vivencia a jornada e não somente exteriormente, mas permite que ela lhe toque o coração.
É também importante perceber que ao atravessar a Porta Santa vamos aprendendo a sair de nós mesmos, pois rezamos pelo Papa, pelas intenções da Santa Igreja. Há ainda um incentivo para os sacramentos da Confissão e da Eucaristia, já que para receber a indulgência plenária é necessário passar por eles. Precisamos vivenciar tudo isso em família, não ele ou ela mais que o outro, mas todos juntos, incluindo os filhos.
2º O meu Santuário Lar e o meu Santuário Coração se tornem um oásis de misericórdia
Isso envolve se deixar tocar e transformar por Deus. Para ser misericordioso é preciso ter uma experiência de misericórdia.
Uma vez nós fizemos uma vivência de lava-pés em casa, algo que aprendemos com nossos irmãos de Curso. Foi celebrada uma Missa de Perdão entre nós, pai e filhos, no nosso Santuário Lar. Um sentava na cadeira e os outros lavavam seus pés, pedindo perdão por tudo que tinha feito, pelas coisas que o magoaram, muitas vezes sem perceber. Era bonito porque quem lavava os pés pedia perdão e quem sentava na cadeira perdoava, depois trocávamos de lugar. Outra coisa que fazemos juntos é perdoar um ao outro em toda Missa que participamos. No ato penitencial a gente pede perdão a Deus, mas também entre nós, seja pelo olhar ou por um toque de mão, sempre sabemos que ali vivenciamos o perdão.
Por que contamos tudo isso? Qual a importância do perdão no contexto da misericórdia? É que o perdão garante a manutenção da vida familiar, faz a nossa casa ficar sempre nova. Então para que o meu Santuário Lar e o meu Santuário Coração sejam um oásis de misericórdia é preciso passar pela experiência do perdão.
É importante ainda se atentar para as obras de misericórdia que o Papa nos fala. Por exemplo, o dar de comer. Nós moramos num prédio, então algumas vezes que fazemos nossas refeições, levamos um prato de comida para o porteiro. São os nossos filhos que levam e eles já sabem, não estão levando a comida somente para o porteiro, mas para Jesus. Sempre que eles ganham roupa nova, doam as mais velhas, eles mesmos doam. Os três também vão visitar a avó doente, cantam e rezam com ela; as obras de misericórdia estão muito perto, não é preciso buscar atitudes distantes. Uma vez nós estávamos passeando e passou uma ambulância perto de nós, aí meu filho, pequeno, falou: “Vamos rezar por essa pessoa”. Agora, toda vez que vemos uma ambulância, um motoqueiro caído ou um acidente, nós rezamos por essa pessoa. Isso foi se incorporando e nem nos demos conta de que são obras de misericórdia. Em casa nós temos uma caderneta de oração para as pessoas que pedem para rezarmos, ela fica no Santuário Lar e nós anotamos o nome do todos. É interessante que muitos atos de misericórdia são coisas que todos já fazemos, o que muda é que agora tomamos mais consciência e damos um sentido maior a isso.
Uma dica é aproveitar as coisas que temos no dia-a-dia para transformar nosso Santuário Lar e nosso Santuário Coração num oásis de misericórdia. Por exemplo, a música. Tem uma canção lindíssima que fala: “Todo o teu pecado, em toda a tua vida, é uma pequena gota que se derramou no mar da misericórdia infinita de Deus” (Misericórdia Infinita, Walmir Alencar). O filme e o musical ‘Os Miseráveis’ são muito bonitos também, porque mostram como a misericórdia é decisiva para o personagem principal, como transforma a vida dele. A gente pode também descobrir a misericórdia por meio de leituras, várias vezes partilhamos trechos da Bula do Ano Santo, Misericordiae Vultus, do Papa Francisco, e como ela há vários outros livros. É um incentivo para ler com os filhos, em família.
3º Ser imagem do Pai de Misericórdia para os filhos
Os pais são o primeiro rosto de Deus para os filhos. Este é um ano para nós nos questionarmos, como pais, se nossos filhos estão levando uma imagem boa de Deus Pai misericordioso. Nesse ano especial é tempo de pedir graças para curar as feridas do nosso coração para que eu possa ser um pai melhor, pois quanto mais filho eu for diante de Deus, melhor pai eu serei para os meus filhos.
Podemos dizer que é um ano de cura, para que o meu coração seja mais parecido com o Sagrado Coração de Jesus, um ano especial de graças para que a gente possa ver esse Deus da vida presente em nossa história, nos mistérios gozosos, luminosos, dolorosos e gloriosos da nossa vida. Que nesse ano nossos filhos possam ver em nós o rosto de Deus e que também levemos o desafio de olhar para trás, para nossa história e encontrar Deus nela, para assim curar nossas feridas e tentarmos ser pais e mães melhores.
(Texto enviado à ZENIT por Karen Bueno)