10 agosto, 2016

Dia Internacional dos Povos Indígenas e o Brasil das Olimpíadas

"O espetáculo global impera impávido, roendo o duro osso da crise. Do "impedimento” à Lava Jato, do futebol ao carnaval, das Olimpíadas aos milhões da corrupção sem fim. Mas é também o país de lutadores, de guerreiros, de gente que não abre mão do seu sonho de transformar esse país de uma minoria que acumulam privilégios em uma nação de justiça, solidariedade e paz."


"Neste dia em que prestamos nossa homenagem à luta e resistência secular dos povos originários, indígenas, lembramos de maneira especial os povos/grupos que vivem em situação de isolamento e ameaçados em sua sobrevivência, especialmente na região amazônica. No Brasil lembramos de maneira especial os povos submetidos a maiores violências como os Kaiowá Guarani do Mato Grosso do Sul, e os Tupinambá, no sul da Bahia. Que o Bem Viver desses povos nos ilumine e e estimule na luta por um Brasil melhor para todos", escreve Egon Heck, do secretariado nacional do Conselho Indigenista Missionário - CIMI, ao enviar o artigo que publicamos a seguir.

Eis o artigo.

Dia de muito ritual, reza, denúncia, clamor e protestos

"O Dia Internacional dos Povos Indígenas é uma data celebrada mundialmente no dia 09 de agosto e foi estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) no ano de 1995 para expressar o reconhecimento internacional em relação a esses povos, [...] Segundo dados da própria ONU, a população indígena no mundo está estimada em cerca de 370 milhões de pessoas, o que representa algo em torno de 5% da população mundial. No entanto, segundo a entidade, esses povos compõem cerca de um terço da população mais pobre do mundo e são expostos a uma série de problemas, que abrangem doenças, discriminação, perseguição, baixa expectativa de vida, ameaças territoriais e poucas garantias de verem cumpridos os seus direitos humanos.” (Rodolfo Pena).

Mobilizações pela vida e direitos


Uma vez mais os povos indígenas no Brasil estarão se mobilizando na luta por seus mais elementares direitos, negados e espezinhados por uma elite econômica e política inescrupulosa e racista. Dirão ao mundo que continuarão lutando pelos seus direitos constitucionais, impedindo qualquer retrocesso, como a PEC 215, o Marco Temporal, que figuram entre as inúmeras iniciativas anti indígenas em curso nos poderes Legislativo e Executivo.

Em Brasília aproximadamente duas centenas de indígenas vindos de várias regiões do país, estarão participando da Audiência Pública promovida pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados. Nas diversas regiões do país os povos originários estão organizando atos de protesto e mobilizações pela garantia e respeito a seus direitos, especialmente às suas terras. Estarão também denunciado as violências que vem sofrendo, com frequentes assassinatos e prisões de lideranças, com a total impunidade dos assassinos, um alto índice de suicídios, pela desesperança, preconceito e racismo imperante. Se medalhas por violência contra os povos indígenas houvesse, o Mato Grosso do Sul seria agraciado com ouro.

O país do espetáculo


O espetáculo global impera impávido, roendo o duro osso da crise. Do "impedimento” à Lava Jato, do futebol ao carnaval, das Olimpíadas aos milhões da corrupção sem fim. Mas é também o país de lutadores, de guerreiros, de gente que não abre mão do seu sonho de transformar esse país de uma minoria que acumulam privilégios em uma nação de justiça, solidariedade e paz.

Quando inicia mais um Fórum Social Mundial, em Montreal, no Canadá, nos unimos aos lutadores e sonhadores do mundo inteiro para clamar: um outro mundo e Brasil, são possíveis necessários e urgentes.

*Por CIMI, Conselho Indigenista Missionário.

Fonte: http://site.adital.com.br

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