17 março, 2016

“Acham Que Pegaram Lula E Dilma. Na Verdade, Pegaram Você”, Diz Renato Janine Ribeiro

Artigo para nos ajudar na reflexão e não ficar somente com o senso comum.

Esqueçam por um momento que foram Dilma e Lula os grampeados ilegalmente ontem à tarde. Pensem que, agora, não há mais limite algum ao grampo ilegal e a seu uso igualmente ilegal. A qualquer momento, um policial e um juiz podem mandar gravar você. Você, empresário, psicólogo, o que seja. Conheço psicólogos que atendem pelo telefone. Podem ser grampeados – e com boas razões, porque, afinal, há clientes que superfaturam ou corrompem, e que contam isso ao terapeuta. Há sacerdotes que ouvem confissões. Confissão é de coisa errada, não é? Ótima razão para gravar e apurar. Empresários podem sonegar, ótima justificativa para grampeá-los, todos, não é? Mesmo que não soneguem. Isso já começou, quando o sigilo acusado-advogado foi rompido. Claro, o acusado é bandido, não é? E nestas gravações, caro amigo, cara amiga, podem descobrir coisas que nem desonestas são, mas que vão te causar um mal danado. Podem descobrir, empresário, que você pretende lançar um novo produto na praça. E podem divulgar este segredo para seu concorrente. Leia na íntegra

Ação relâmpago de Moro é irresponsável e política

A divulgação do grampo de uma conversa entre a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula mostra que está sendo travada uma guerra aberta entre o juiz Sérgio Moro e o Palácio do Planalto. Moro agiu em retaliação à nomeação de Lula para a Casa Civil.
Numa ação relâmpago, Moro quis causar um dano antes de as investigações saírem das suas mãos e tomarem outro rumo. Isso é perigoso. Um juiz não deve agir politicamente. É frágil o argumento de justificar a divulgação como uma forma de atender ao interesse público e de mostrar que autoridades agiriam na sombra.
Nesse caso, o juiz deveria ter divulgado antes, não no dia em que houve a decisão que levaria a investigação sobre Lula para o Supremo Tribunal Federal.
A exposição de um material desse tipo, sem denúncia contra Lula, sem uma decisão judicial num processo em que ele seja réu, é uma forma de julgamento sumário, de justiçamento. Não é correto um juiz agir como justiceiro.
Há ainda dúvida sobre a legalidade da escuta...continue lendo...