05 abril, 2016

Periferias, geográficas e existenciais

Um pequeno texto que escrevi para uma reflexão, será tema de uma das celebrações do 7º Intereclesial das CEBs do Paraná, que a Província Eclesiástica de Maringá é responsável. 
O intereclesial das CEBs acontecerá entre os dias 21 a 24 do corrente mês.

Periferias, geográficas e existenciais

Para o papa Francisco, a periferia é a situação limite, a fronteira do humano, a condição onde os valores se encontram sob ameaça.

Vejo a periferia como um mundo desconhecido, que precisa tornar-se conhecido, pelos governos, pela igreja e por nós.

As periferias constituem o maior fenômeno urbano e social da América Latina. Elas reúnem em condições precárias milhões de famílias, migrantes e descendentes que jamais contaram com políticas públicas razoáveis de urbanização, transportes, educação e saúde.

 O Papa convoca as mulheres e homens de boa fé a irem combater a pobreza material, dentro das periferias materiais.

Mas existe outro tipo de periferias que para o papa Francisco se não forem alcançadas, muito provavelmente a pobreza material irá crescer e se multiplicar, são às periferias existenciais.

As periferias existenciais precisam ser alcançadas, elas machucam, feri, quase não aparece, tem muita dificuldade de se mostrar e muitas vezes não quer aparecer.

A periferia existencial é a pobreza existencial, a falta de sonho, de utopias e de esperança. É o vazio da vida. Nossas cidades estão cheia de periferias existenciais.

Elas atingem pobres e ricos. As pessoas não conseguem ser felizes, vivem uma vida vazia, sem projetos que possam dar um sentido maior a vida.

Muito triste, para poderem suportar o vazio, muitas dessas pessoas recorrem a algum tipo de vício, por exemplo, o uso de drogas, o excesso de bebidas alcoólicas, o excesso de remédios antidepressivos e outros.

Papa Francisco nos diz que, é preciso reencantar a mulher e o homem, a mulher e o homem precisam voltar a sonhar, a confiar em Deus e a ter fé.

Precisamos chegar até as periferias geográficas e existenciais, com a ternura de nosso Deus. Onde não houver ternura, dificilmente haverá amor.

Uma das características lindas do agir de Jesus é o seu fazer-se próximo com uma ternura de compaixão, de amizade, de serviço e de participação profunda na vivência com toda criatura de Deus.