10 novembro, 2016

Trump é o muro, Francisco é a ponte [Roberto Malvezzi (Gogó)]

Movimentos sociais do mundo inteiro, nações indígenas, lutadores da paz e da justiça são a esperança.


Francisco já repetiu várias vezes que estamos numa 3ª Guerra Mundial. Sua opinião não é fantasiosa ou irresponsável. Ele é a única liderança mundial que tem uma leitura do momento atual da humanidade.

Francisco fala a partir da guerra na Síria, no Afeganistão, em outras partes do mundo e, sobretudo, a partir das vítimas das guerras, dos imigrantes e “desplazados” pelas catástrofes socioambientais. Fala a partir dos sem-teto, sem-terra e sem trabalho. Lembra ainda dos idosos, dos doentes, das crianças, dos descartados da sociedade contemporânea.

Fala a partir das indiferenças, dos egoísmos, dos isolacionismos, dos fascismos de toda ordem. De uma sociedade baseada no consumismo, de um “producionismo” que faz da Terra uma lixeira.

Mesmo assim não se desespera. Diz que movimentos sociais do mundo inteiro, nações indígenas, lutadores da paz e da justiça são a esperança. Ele se reúne com eles, os convida a lutarem para superar a ditadura do dinheiro. Propõe a solidariedade, a partilha, a fraternidade, o acolhimento do diferente e o cuidado com a Terra como caminho para a paz.

Se Hillary tem ligação com a indústria das armas, se ajudou montar o golpe no Brasil, agora pouco interessa. Com a eleição de Trump a humanidade revela sua face mais alucinante. Quem detém a fabulosa riqueza já produzida se mostra desesperado em salvaguardar sua “qualidade de vida”. O modo é a guerra, as discriminações, os xenofobismos, os muros, a eliminação do outro, do diferente, daqueles que são os bodes expiatórios, para serem demonizados e responsabilizados pelas insanidades de quem tem o comando. Porém, nenhuma nação sozinha hoje comanda a humanidade.

Trump é o muro, Francisco é a ponte. 

Preocuante

Preocupante
Donald Trump 
Megaempresário eleito como presidente dos EUA.


Para refletir

Para o papa Francisco, visitar um doente é um ótimo remédio.

Para o papa, o Senhor nos convida a um gesto de grande humanidade: a compartilha. Na doença, a pessoa pode experimentar a solidão mais profunda e uma visita pode ser um ótimo remédio: um sorriso, uma carícia, um aperto de mão são gestos simples, mas muito importantes para quem se sente abandonado. “Não deixemos sozinhas as pessoas doentes”, exortou Papa. Para ele, os hospitais são hoje verdadeiras “catedrais da dor”, onde porém se torna evidente também a força da caridade.