16 dezembro, 2016

Um lindo e abençoado final de semana!

"Que a felicidade não dependa do tempo, nem da paisagem, nem da sorte, nem do dinheiro. Que ela possa vir com toda simplicidade, de dentro para fora, de cada um para todos. Que as pessoas saibam falar, calar, e acima de tudo ouvir. Que tenham amor ou então sintam falta de não tê-lo. Que tenham ideais e medo de perdê-lo. Que amem ao próximo e respeitem sua dor. Para que tenhamos certeza de que: “Ser feliz sem motivo é a mais autêntica forma de felicidade”.

Carlos Drummond de Andrade

Noite Natalina - CEB São Francisco de Assis - Paróquia Nossa Senhora da Liberdade


Experiência interior [José Antonio Pagola]

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 1, 18-24 que corresponde ao Quarto Domingo de Advento, ciclo A do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.

Eis o texto

O evangelista Mateus tem um interesse especial em dizer aos seus leitores que Jesus deve ser chamado também de «Emmanuel». Sabe muito bem que pode resultar chocante e estranho. A quem se lhe pode chamar com um nome que significa «Deus conosco»? No entanto, este nome encerra o núcleo da fé cristã e é o centro da celebração do Natal.

Esse mistério último que nos rodeia por todos os lados e que os crentes chamam «Deus» não é algo longínquo e distante. Está com todos e cada um de nós. Como o posso saber? É possível acreditar de forma razoável que Deus está comigo se não tenho alguma experiência pessoal, por pequena que seja?

Geralmente, aos cristãos não nos foi ensinado a perceber a presença do mistério de Deus no nosso interior. Por isso muitos o imaginam em algum lugar indefinido e abstrato do universo. Outros o procuram adorando Cristo presente na eucaristia. Bastantes procuram escutá-Lo na Bíblia. Para outros, o melhor caminho é Jesus.

O mistério de Deus teme, sem dúvida, os seus caminhos para fazer-se presente em cada vida. Mas pode dizer-se que, na cultura atual, se não O experimentarmos de alguma forma vivo dentro de nós, dificilmente O encontraremos fora. Pelo contrário, se percebemos Sua presença em nós, poderemos rastrear Sua presença à nossa volta.

É possível? O segredo consiste sobretudo em saber estar de olhos fechados e em silêncio aprazível, acolhendo, com um coração simples, essa presença misteriosa que nos está alentando e sustentando. Não se trata de pensar nisso, mas de estar, «acolher» a paz, a vida, o amor, o perdão... que nos chega desde o mais íntimo do nosso ser.

É normal que, ao entrar no nosso próprio mistério, nos encontremos com os nossos medos e preocupações, as nossas feridas e tristezas, a nossa mediocridade e o nosso pecado. Não temos de nos inquietar, mas permanecer no silêncio. A presença amistosa que está no fundo mais íntimo de nós irá apaziguando, libertando e curando.

Karl Rahner, um dos teólogos mais importantes do século XX, afirma que, no meio da sociedade secular dos nossos dias, «esta experiência do coração é a única com que se pode compreender a mensagem de fé do Natal: Deus fez-se homem». O mistério último da vida é um mistério de bondade, de perdão e salvação, que está conosco: dentro de todos e cada um de nós. Se O acolhemos em silêncio, conheceremos a alegria do Natal.

Fonte: http://www.ihu.unisinos.br

Por que uma escola para lideranças/formadores

Essa semana, duas pessoas perguntaram por que defendemos uma escola para lideranças.

Uns dos projetos assumidos pela Arquidiocese de Maringá em sua última assembléia que aprovou o 24º Plano da Ação Evangelizadora 2017- 2020,foi o projeto apresentado pelas Comunidades Eclesiais de Base, as CEBs “Escola de formação para lideranças”.

Na última reunião das CEBs da Província Eclesiástica de Maringá uma escola de formação para formadores foi assumida pela província.

As duas escolas têm o mesmo objetivo, apenas denominação diferente, dar condições as paróquias de ter uma Escola de Formação Permanente para as lideranças da Base, de nossas Comunidades Eclesiais de Base.

A base de nossas paróquias são as CEBs, onde o povo esta. Essas comunidades são confiadas á pessoas, para coordenar e animar para que a ação pastoral da igreja aconteça através das pastorais, movimentos, serviços e grupos de reflexão organizados em cada uma dessas pequenas comunidades eclesiais de base. Esse grupo de coordenadoras/es formam o Conselho Pastoral da CEB (CPC), para qual o nosso Deus confia o seu povo, para serem acolhidos, amados e cuidados.

As CEBs têm uma mística, uma espiritualidade, uma pedagogia, um profetismo e um jeito de ser missionária própria dela. Muito dos documentos da Igreja reconhece e confirmada na prática.

As lideranças da base de nossas paróquias, que compõem o CPC sabem e compreendem?
É preciso essa compreensão e fomentação para que de fato as CEBs aconteçam.

Os nossos CPCs têm clareza do cuidado pastoril que a eles são confiados e sabem como pastoriar na dimensão Igreja ad intra e Igreja ad extra?

O cuidado pastoril do Conselho Pastoral da CEB não restringe a uma pastoral, movimento ou serviço, más para “tudo” e para “todos às pessoas” que pertencem as CEB. Ser presença amiga, acolhedora e evangelizadora de “tudo” e para “todos”, um olhar atencioso para dinamizar e chegar até aquelas e aqueles que não estão inseridos e para aquelas e aqueles que mais precisam. Pastorear preparando pessoas, levando-as a serem sujeitos inseridos e pertencentes à sociedade e nela atuar.

A história está se desenrolando rapidamente e a maneira como enfrentaremos os desafios desses tempos determinará a evangelização em um mundo urbanizado. Os desafios são muitos, penso até que eles mudam de face diariamente, sem uma formação permanente para lideranças corremos o risco não conseguirmos interpretar os desafios.

Por todos os lados opiniões e conceitos fazendo engolir uma mentalidade que vai contra o projeto de Deus. O ritmo da cidade dos trabalhadores, do comércio, das indústrias etc. Diante de tantas “faces” a Igreja precisa revelar a face que será modelo que irá tocar na insensibilidade do mundo, sendo um sinal profético – Evangelizar pelo testemunho. 

Os tempos são outros, é preciso aprofundar cada vez mais o modo como as pessoas são recebidas, tratadas, acolhidas. No mundo urbanizado, informações e opiniões sobre diversos assuntos chega a todos, de fontes diversas e muitas delas não confiáveis, embora não sabemos de qual fonte bebeu da água, as pessoas vão tendo seu ponto de vista a respeito de algo, age de forma particular. Isso precisa ser estudado para que realmente haja uma acolhida. Muito mais do que exigências autoritárias é preciso dialogar, mostrar caminhos, acompanhar, ter misericórdia.

É preciso trabalhar pela unidade, acreditar no diálogo ecumênico e fazer acontecer uma nova face da Igreja de Jesus Cristo no mundo hoje. A Igreja não está mais separada do mundo. Deverá tornar-se parceira na luta pública, política.

Nossas lideranças precisam capacitar para construir uma ponte entre o mundo em que vivemos e o mundo que a maioria das pessoas querem e saber dar resposta diante dos desafios, em qualquer área.

Para dar resposta é preciso compreender as dimensões da mulher/homem e a humanidade, conhecer Jesus Cristo, sua personalidade, história. Conhecer a doutrina da Igreja, seu papel na salvação, sua forma de relacionar com o mundo, seu papel social. É preciso compreender as políticas públicas e conselhos, movimentos sociais e populares, associações e cooperativas, partidos políticos e qual a visão da Igreja a respeito de cada um.

Opiniões e informações de temas como mudanças climáticas, pobreza, violência, aborto, maioridade penal, reforma tributária, família e outros chegam a cada minuto até as pessoas, é só ter um celular na mão. Para cada tema, defensores e apoiadores. Às vezes surge um momento em que é preciso como liderança tomar uma decisão, dar uma resposta, assim pensa a Igreja, o conhecimento fará toda a diferença.

A Igreja tem o dever de ser atenta ao melhor modo de se comunicar com a humanidade em cada época e cultura. O Concílio Vaticano II, na década de 60, fez isso, preparando a Igreja para o mundo atual.

A Escola de Formação para Lideranças e/ou Escola de Formação para Formadores é proposto para somar ao dever da Igreja e aos ideais do Vaticano II.

Como dizia a Bem-aventurada Santa Teresa de Calcutá, “nós não somos chamados a fazer sucesso, mas a ser fiéis!”.

Advento é tempo de espera e de preparo

Advento é o tempo de quatro semanas que antecede o natal.

Tempo no qual nós nos preparamos espiritualmente para rememorar e celebrar a vinda do menino Jesus, a vinda de Deus criança, de Deus humilde, Deus humano.

O tempo de advento, o tempo de natal, é um tempo em que às pessoas se sensibilizam, se alegram, se tornam abertas à comunhão, ao amor, ao perdão.

É também um tempo em que as pessoas se entristecem, pois pensam em seus sonhos, em sua realidade, em sua vida, em sua falta de esperança e se apercebem de sua solidão, de sua pobreza...

Ao mesmo tempo, é um tempo em que Deus nos convida a buscar um lugar, a lutar por acolhida, como Maria e José que bateram de porta em porta.

É, também, um tempo de oferecer hospitalidade.

Hospitalidade para acolher outras pessoas em nossa comunidade, em nossa casa;

E hospitalidade para acolher em nossa vida novos valores, novos pensamentos, novos referenciais;

É tempo de acolher Deus, tempo de acolher a paz, tempo de anular a violência em nós e em nossa casa, na sociedade, tempo de anular o medo e o rancor.

Que o tempo de advento seja em nossa vida um tempo de preparo para voltarmos ao que é mais pleno e puro na vida desejada por Deus.