30 novembro, 2017

Sobre lucros, raposas e galinhas - ganhos dos bancos não param de crescer!

Em meio à crise, ganhos dos bancos não param de crescer. Enquanto isso, Itaú recebe perdão de R$ 25 bilhões de impostos devidos — quase o orçamento do Bolsa Família em 2017.


A família Setúbal, maior acionista do Itaú, quando o patriarca Olavo ainda era vivo: as raposas (Foto: Outras Palavras)


O artigo é de José Álvaro de Lima Cardoso, economista, publicado por Outras Palavras, 27/11/2017.

O país atravessa a mais grave recessão da história, com quase três anos de queda da produção industrial, diminuição darenda e elevação do desemprego. O lucro líquido dos quatro maiores bancos do Brasil cresceu 10,4% no 3º trimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2016. Segundo estudo da empresa Economatica, a soma dos lucros do Itaú, Bradesco, Banco do Brasil e Santander no período entre julho e setembro, alcançou R$ 13,6 bilhões ante R$ 12,3 bilhões no mesmo período do ano passado. O maior lucro foi o do Itaú Unibanco, que chegou a R$ 6,077 bilhões. Dos três bancos, dois são privados, um inclusive, estrangeiro.

Os bancos privados no Brasil quase não emprestam, ou seja, não cumprem a função que deveria ser a razão de sua existência, a intermediação e disponibilização do crédito. Em Santa Catarina, por exemplo, os bancos privados respondem por apenas 10% do crédito disponível, não intermedeiam os programas sociais do governo e empregam apenas 30% dos bancários. Ademais, pagam salários que equivalem a 86% dos salários dos trabalhadores dos bancos públicos, segundo a RAIS 2016.

Esse é o quadro em todo o país: os bancos privados praticamente não disponibilizam crédito, exploram seus trabalhadores acima da média do setor, não desempenham função social nenhum e faturam lucros exorbitantes, totalmente descolados da situação econômica geral do País. O que mostra que algo está profundamente errado. O sistema financeiro é um dos principais grupos de interesse do golpe de Estado que está em curso no País. O golpe foi desferido por interesses econômicos muito concretos. Por exemplo, recentemente foi concedido ao banco Itaú (que teve mais de R$ 6 bilhões de lucros líquidos no terceiro trimestre deste ano, como vimos), pelo Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), ligado à Receita Federal, o perdão de impostos que totalizavam R$ 25 bilhões. A doação é feita ao mesmo tempo em que, usando como pretextos a crise e a falta de dinheiro, o governo empreende o maior ataque aos direitos sociais e trabalhistas registrados na história do Brasil.

Só para efeito de comparação do que representa o valor doado, a Lava Jato, que os ingênuos dizem que investiga o maior caso de corrupção da história do pais, apurou desvios totais da ordem de R$ 6,2 bilhões. Valores que foram superestimados visando obter o apoio da opinião pública para a Operação, verdadeiro Cavalo de Troia e elemento chave para a operacionalização do golpe contra a democracia em 2016. Os recursos doados pelo Carf ao Itaú, que vão beneficiar meia dúzia de super ricos, equivale praticamente ao orçamento do Bolsa Família para este ano, Programa que retira do flagelo da fome quase 50 milhões de compatriotas. Isso num ano em que o governo terá o maior déficit fiscal da história, pretexto a partir do qual o governo ilegítimo está vendendo empresas públicas estratégicas, à preço de banana.

A chamada Emenda da Morte (EC 95), que limitou os gastos da despesa primária federal a partir de 2017 à inflação, foi claramente uma inspiração direta do capital financeiro. A Emenda atinge diretamente a soberania nacional. O congelamento do gasto público, que valerá por 20 anos, tem o objetivo expresso de pagar ainda mais juros da dívida pública, o que é de uma subserviência absoluta ao capital financeiro. As despesas públicas irão decrescer a sua participação relativa no PIB, toda vez que houver crescimento econômico, o que só poderia vir mesmo através de um golpe contra o povo. A proposta não aplica aos juros a mesma lógica de corrigi-los pela inflação, o que revela que o objetivo é mesmo transferir recursos da sociedade para o setor financeiro, já que os juros praticados no Brasil são os mais elevados do mundo.

Noticia a imprensa que o governo golpista está para enviar ao Congresso a nova lei de resolução bancária, que tornará legal a injeção de dinheiro público, via Tesouro Nacional para salvar bancos com problemas financeiros. Atualmente isso é proibido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que veio numa situação de grave crise fiscal na década de 1990, para, supostamente garantir por parte dos governantes maior responsabilidade no tratamento dos gastos públicos. Um detalhe “quase sem importância” é que o atual presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, foi economista-chefe do banco Itaú e tem laços estreitos com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Mundial. Há fortes indicações que a nomeação de Goldfajn, após o golpe em 2016, foi aprovada pelo FMI, pelo Tesouro norte-americano e pelos representantes do sistema financeiro de Wall Street. Ou seja, são as raposas mais ardilosas, administrando o galinheiro. O pior é que boa parte das “galinhas” ainda têm dúvidas, ou ignora completamente que o Brasil sofreu o pior golpe de Estado de sua história.

Fonte: IHU

Jovens sejam mensageiros do amor e da paz - alegres e corajosos!

“Não tenham medo de colocar perguntas que façam as pessoas a pensar! Gostaria de pedir para gritar, mas não com a voz; gostaria que gritassem com a vida, com o coração, de modo a ser sinais de esperança para quem está sozinho. Seja qual for a vocação, eu os exorto: sejam corajosos, sejam generosos e, sobretudo, sejam alegres!" 

Papa Francisco

29 novembro, 2017

A construção da paz será alcançada com o compromisso com a justiça!


“Com efeito, o árduo processo de construção da paz e reconciliação nacional só pode avançar através do compromisso com a justiça e do respeito pelos direitos humanos. A sabedoria dos antigos definiu a justiça como a vontade de reconhecer a cada um aquilo que lhe é devido, enquanto os antigos profetas a consideraram como o fundamento da paz verdadeira e duradoura.”

Papa Francisco

Oração


"Senhor, mantém-me forte e corajoso, para que não trema e vacile diante das provações da vida, nem diante das perseguições promovidas por daqueles que se opõem a Ti e ao teu reino. Dá-me luz para discernir a tua presença e o sentido do caminho que nos propões; dá-me força para testemunhar a minha fé. Conforta-me quando me sinto triste e abandonado. Só Tu podes ajudar-me, sustentar a minha fé, reanimar a minha esperança e dar calor à minha caridade. Só Tu podes dar-me «palavras de sabedoria» para resistir aos ataques dos teus e meus adversários. Obrigado por estares comigo. Obrigado porque a minha fraqueza mostra que só em Ti há vida e salvação. Amém."

Fonte: Dehonianos

28 novembro, 2017

Partilho um momento que dói!


Partilho um momento que dói!

Minha tinha, Ide, fui visitá-la agora mesmo na CTI, esta diferente, seu rosto diante de tanto sofrimento não é o mesmo. Sedada, depois de um bom tempo de sofrimento.

Sedativo forte, não ouve, mas para nos consolar também não sente dor, agora só aguar a hora de seu coração decidir parar.

Diante de alguns acontecimento vivido, não estou forte quanto deveria para essas situações. 

Minha tia Ide gostava muito de mim, sempre dizia que eu era linda, muita linda..., reclamava dizendo que demorava visitá-la, então, com ela brincava - é que as coisas mudaram tia, agora são as tias que tem que ir visitar as sobrinhas....

Que o nosso Deus te abençoe minha tia e que seja feito a vontade Dele.

51º Dia Mundial da Paz - “Migrantes e refugiados: homens e mulheres em busca de Paz”

“Com espírito de misericórdia, 
abraçamos todos aqueles que fogem da guerra e da fome
 ou se veem constrangidos a deixar a própria terra
 por causa de discriminações, perseguições, 
pobreza e degradação ambiental.



“Migrantes e refugiados: homens e mulheres em busca de Paz”

O Vaticano divulgou na sexta-feira, 24, a mensagem do Papa Francisco para o 51º Dia Mundial da Paz, que será celebrado em 1º de janeiro de 2018. Francisco novamente traz a reflexão sobre as e os migrantes e refugiados. 

Na mensagem, o papa afirma, “Com espírito de misericórdia, abraçamos todos aqueles que fogem da guerra e da fome ou se veem constrangidos a deixar a própria terra por causa de discriminações, perseguições, pobreza e degradação ambiental.

Confira o texto na íntegra:

MENSAGEM DO SANTO PADRE FRANCISCO PARA A CELEBRAÇÃO DO 51º DIA MUNDIAL DA PAZ

1° DE JANEIRO DE 2018

Migrantes e refugiados: homens e mulheres em busca de paz

1. Votos de paz

Paz a todas as pessoas e a todas as nações da terra! A paz, que os anjos anunciam aos pastores na noite de Natal,[1] é uma aspiração profunda de todas as pessoas e de todos os povos, sobretudo de quantos padecem mais duramente pela sua falta. Dentre estes, que trago presente nos meus pensamentos e na minha oração, quero recordar de novo os mais de 250 milhões de migrantes no mundo, dos quais 22 milhões e meio são refugiados. Estes últimos, como afirmou o meu amado predecessor Bento XVI, «são homens e mulheres, crianças, jovens e idosos que procuram um lugar onde viver em paz».[2] E, para o encontrar, muitos deles estão prontos a arriscar a vida numa viagem que se revela, em grande parte dos casos, longa e perigosa, a sujeitar-se a fadigas e sofrimentos, a enfrentar arames farpados e muros erguidos para os manter longe da meta.

Com espírito de misericórdia, abraçamos todos aqueles que fogem da guerra e da fome ou se veem constrangidos a deixar a própria terra por causa de discriminações, perseguições, pobreza e degradação ambiental.

Estamos cientes de que não basta abrir os nossos corações ao sofrimento dos outros. Há muito que fazer antes de os nossos irmãos e irmãs poderem voltar a viver em paz numa casa segura. Acolher o outro requer um compromisso concreto, uma corrente de apoios e beneficência, uma atenção vigilante e abrangente, a gestão responsável de novas situações complexas que às vezes se vêm juntar a outros problemas já existentes em grande número, bem como recursos que são sempre limitados. Praticando a virtude da prudência, os governantes saberão acolher, promover, proteger e integrar, estabelecendo medidas práticas, «nos limites consentidos pelo bem da própria comunidade retamente entendido, [para] lhes favorecer a integração»[3]. Os governantes têm uma responsabilidade precisa para com as próprias comunidades, devendo assegurar os seus justos direitos e desenvolvimento harmónico, para não serem como o construtor insensato que fez mal os cálculos e não conseguiu completar a torre que começara a construir.[4]

2. Porque há tantos refugiados e migrantes?

Na mensagem para idêntica ocorrência no Grande Jubileu pelos 2000 anos do anúncio de paz dos anjos em Belém, São João Paulo II incluiu o número crescente de refugiados entre os efeitos de «uma sequência infinda e horrenda de guerras, conflitos, genocídios, “limpezas étnicas”»[5] que caraterizaram o século XX. E até agora, infelizmente, o novo século não registou uma verdadeira viragem: os conflitos armados e as outras formas de violência organizada continuam a provocar deslocações de populações no interior das fronteiras nacionais e para além delas.

Todavia as pessoas migram também por outras razões, sendo a primeira delas «o desejo de uma vida melhor, unido muitas vezes ao intento de deixar para trás o “desespero” de um futuro impossível de construir».[6] As pessoas partem para se juntar à própria família, para encontrar oportunidades de trabalho ou de instrução: quem não pode gozar destes direitos, não vive em paz. Além disso, como sublinhei na Encíclica Laudato si’, «é trágico o aumento de migrantes em fuga da miséria agravada pela degradação ambiental».[7]

A maioria migra seguindo um percurso legal, mas há quem tome outros caminhos, sobretudo por causa do desespero, quando a pátria não lhes oferece segurança nem oportunidades, e todas as vias legais parecem impraticáveis, bloqueadas ou demasiado lentas.

Em muitos países de destino, generalizou-se largamente uma retórica que enfatiza os riscos para a segurança nacional ou o peso do acolhimento dos recém-chegados, desprezando assim a dignidade humana que se deve reconhecer a todos, enquanto filhos e filhas de Deus. Quem fomenta o medo contra os migrantes, talvez com fins políticos, em vez de construir a paz, semeia violência, discriminação racial e xenofobia, que são fonte de grande preocupação para quantos têm a peito a tutela de todos os seres humanos.[8]

Todos os elementos à disposição da comunidade internacional indicam que as migrações globais continuarão a marcar o nosso futuro. Alguns consideram-nas uma ameaça. Eu, pelo contrário, convido-vos a vê-las com um olhar repleto de confiança, como oportunidade para construir um futuro de paz.

3. Com olhar contemplativo

A sabedoria da fé nutre este olhar, capaz de intuir que todos pertencemos «a uma só família, migrantes e populações locais que os recebem, e todos têm o mesmo direito de usufruir dos bens da terra, cujo destino é universal, como ensina a doutrina social da Igreja. Aqui encontram fundamento a solidariedade e a partilha».[9] Estas palavras propõem-nos a imagem da nova Jerusalém. O livro do profeta Isaías (cap. 60) e, em seguida, o Apocalipse (cap. 21) descrevem-na como uma cidade com as portas sempre abertas, para deixar entrar gente de todas as nações, que a admira e enche de riquezas. A paz é o soberano que a guia, e a justiça o princípio que governa a convivência dentro dela.

Precisamos de lançar, também sobre a cidade onde vivemos, este olhar contemplativo, «isto é, um olhar de fé que descubra Deus que habita nas suas casas, nas suas ruas, nas suas praças (…), promovendo a solidariedade, a fraternidade, o desejo de bem, de verdade, de justiça»,[10] por outras palavras, realizando a promessa da paz.

Detendo-se sobre os migrantes e os refugiados, este olhar saberá descobrir que eles não chegam de mãos vazias: trazem uma bagagem feita de coragem, capacidades, energias e aspirações, para além dos tesouros das suas culturas nativas, e deste modo enriquecem a vida das nações que os acolhem. Saberá vislumbrar também a criatividade, a tenacidade e o espírito de sacrifício de inúmeras pessoas, famílias e comunidades que, em todas as partes do mundo, abrem a porta e o coração a migrantes e refugiados, inclusive onde não abundam os recursos.

Este olhar contemplativo saberá, enfim, guiar o discernimento dos responsáveis governamentais, de modo a impelir as políticas de acolhimento até ao máximo dos «limites consentidos pelo bem da própria comunidade retamente entendido»,[11] isto é, tomando em consideração as exigências de todos os membros da única família humana e o bem de cada um deles.

Quem estiver animado por este olhar será capaz de reconhecer os rebentos de paz que já estão a despontar e cuidará do seu crescimento. Transformará assim em canteiros de paz as nossas cidades, frequentemente divididas e polarizadas por conflitos que se referem precisamente à presença de migrantes e refugiados.

4. Quatro pedras miliárias para a ação

Oferecer a requerentes de asilo, refugiados, migrantes e vítimas de tráfico humano uma possibilidade de encontrar aquela paz que andam à procura, exige uma estratégia que combine quatro ações: acolher, proteger, promover e integrar.[12]

«Acolher» faz apelo à exigência de ampliar as possibilidades de entrada legal, de não repelir refugiados e migrantes para lugares onde os aguardam perseguições e violências, e de equilibrar a preocupação pela segurança nacional com a tutela dos direitos humanos fundamentais. Recorda-nos a Sagrada Escritura: «Não vos esqueçais da hospitalidade, pois, graças a ela, alguns, sem o saberem, hospedaram anjos».[13]

«Proteger» lembra o dever de reconhecer e tutelar a dignidade inviolável daqueles que fogem dum perigo real em busca de asilo e segurança, de impedir a sua exploração. Penso de modo particular nas mulheres e nas crianças que se encontram em situações onde estão mais expostas aos riscos e aos abusos que chegam até ao ponto de as tornar escravas. Deus não discrimina: «O Senhor protege os que vivem em terra estranha e ampara o órfão e a viúva».[14]

«Promover» alude ao apoio para o desenvolvimento humano integral de migrantes e refugiados. Dentre os numerosos instrumentos que podem ajudar nesta tarefa, desejo sublinhar a importância de assegurar às crianças e aos jovens o acesso a todos os níveis de instrução: deste modo poderão não só cultivar e fazer frutificar as suas capacidades, mas estarão em melhores condições também para ir ao encontro dos outros, cultivando um espírito de diálogo e não de fechamento ou de conflito. A Bíblia ensina que Deus «ama o estrangeiro e dá-lhe pão e vestuário»; daí a exortação: «Amarás o estrangeiro, porque foste estrangeiro na terra do Egito».[15]

Por fim, «integrar» significa permitir que refugiados e migrantes participem plenamente na vida da sociedade que os acolhe, numa dinâmica de mútuo enriquecimento e fecunda colaboração na promoção do desenvolvimento humano integral das comunidades locais. «Portanto – como escreve São Paulo – já não sois estrangeiros nem imigrantes, mas sois concidadãos dos santos e membros da casa de Deus».[16]

5. Uma proposta para dois Pactos internacionais

Almejo do fundo do coração que seja este espírito a animar o processo que, no decurso de 2018, levará à definição e aprovação por parte das Nações Unidas de dois pactos globais: um para migrações seguras, ordenadas e regulares, outro referido aos refugiados. Enquanto acordos partilhados a nível global, estes pactos representarão um quadro de referência para propostas políticas e medidas práticas. Por isso, é importante que sejam inspirados por sentimentos de compaixão, clarividência e coragem, de modo a aproveitar todas as ocasiões para fazer avançar a construção da paz: só assim o necessário realismo da política internacional não se tornará uma capitulação ao cinismo e à globalização da indiferença.

De facto, o diálogo e a coordenação constituem uma necessidade e um dever próprio da comunidade internacional. Mais além das fronteiras nacionais, é possível também que países menos ricos possam acolher um número maior de refugiados ou acolhê-los melhor, se a cooperação internacional lhes disponibilizar os fundos necessários.

A Secção Migrantes e Refugiados do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral sugeriu 20 pontos de ação[17] como pistas concretas para a implementação dos supramencionados quatro verbos nas políticas públicas e também na conduta e ação das comunidades cristãs. Estas e outras contribuições pretendem expressar o interesse da Igreja Católica pelo processo que levará à adoção dos referidos pactos globais das Nações Unidas. Um tal interesse confirma uma vez mais a solicitude pastoral que nasceu com a Igreja e tem continuado em muitas das suas obras até aos nossos dias.

6. Em prol da nossa casa comum

Inspiram-nos as palavras de São João Paulo II: «Se o “sonho” de um mundo em paz é partilhado por tantas pessoas, se se valoriza o contributo dos migrantes e dos refugiados, a humanidade pode tornar-se sempre mais família de todos e a nossa terra uma real “casa comum”».[18] Ao longo da história, muitos acreditaram neste «sonho» e as suas realizações testemunham que não se trata duma utopia irrealizável.

Entre eles conta-se Santa Francisca Xavier Cabrini, cujo centenário do nascimento para o Céu ocorre em 2017. Hoje, dia 13 de novembro, muitas comunidades eclesiais celebram a sua memória. Esta pequena grande mulher, que consagrou a sua vida ao serviço dos migrantes tornando-se depois a sua Padroeira celeste, ensinou-nos como podemos acolher, proteger, promover e integrar estes nossos irmãos e irmãs. Pela sua intercessão, que o Senhor nos conceda a todos fazer a experiência de que «o fruto da justiça é semeado em paz por aqueles que praticam a paz».[19]

Vaticano, 13 de novembro – Memória de Santa Francisca Xavier Cabrini, Padroeira dos migrantes – de 2017.

Franciscus


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[1] Cf. Evangelho de Lucas 2, 14.

[2] Alocução do Angelus (15/I/2012)

[3] João XXIII, Carta enc. Pacem in terris, 106.

[4] Cf. Evangelho de Lucas 14, 28-30.

[5] Mensagem para o Dia Mundial da Paz de 2000, 3.

[6] Bento XVI, Mensagem para o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado de 2013.

[7] N.º 25.

[8] Cf. Francisco, Discurso aos Diretores nacionais da Pastoral dos Migrantes, participantes no Encontro promovido pelo Conselho das Conferências Episcopais da Europa (22/IX/2017).

[9] Bento XVI, Mensagem para o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado de 2011.

[10] Francisco, Exort. ap. Evangelii gaudium, 71

[11] João XXIII, Carta enc. Pacem in terris, 106

[12] Francisco, Mensagem para o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado de 2018, (15/VIII/2017).

[13] Carta aos Hebreus 13, 2.

[14] Salmo 146, 9.

[15] Livro do Deuteronómio 10, 18-19.

[16] Carta aos Efésios 2, 19.

[17] «20 Pontos de Ação Pastoral» e «20 Pontos de Ação para os Pactos Globais» (2017). Cf. também Documento ONU A/72/528.

[18] Mensagem para o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado de 2004, 6.

[19] Carta de Tiago 3, 18.

27 novembro, 2017

Uma linda e abençoada semana a todos nós e aos nossos!

“A dor passa, a saudade acalma, a decepção ensina e a vida continua.” – Carlos Eduardo Russi

Oração:


"Ilumina-me, Senhor, para que possa compreender o verdadeiro valor das atitudes, dos comportamentos e das coisas. A tentação de me deixar levar pelas opiniões correntes, pelas modas, é grande. Por vezes, é difícil dar testemunho de Ti e da tua palavra, é difícil ser fiel à tua vontade. O mundo nem sempre compreende, escandaliza-se, e até se torna violento contra os teus fiéis. É mais fácil estar com os ricos e segui-los, do que estar com os pobres, tomar partido por eles, defendê-los. Ajuda, Senhor, a minha fragilidade, para que seja coerente com a minha fé, e dócil à tua palavra. Amém." 

Fonte: Dehonianos

Onde esta Jesus?


“No fim de nossas vidas, seremos julgados pelo amor, isto é, pelo nosso esforço concreto em amar e servir Jesus em nossos irmãos menores e necessitados. Jesus virá no final dos tempos para julgar todas as nações, mas vem a nós todos os dias, em muitas maneiras, e nos pede para acolhê-lo. Aquele mendicante, aquele afamado, aquele encarcerado, aquele doente é Jesus. Pensemos nisto”.

Papa Francisco

26 novembro, 2017

Do que são feitos os dias?

Um lindo e abençoado domingo a todos nos!

"De que são feitos os dias?

De pequenos desejos, de vagarosas saudades, silenciosas lembranças" (Cecília Meireles)

23 novembro, 2017

Oração


"Senhor, que eu tenha junto a mim um amigo, no dia da tua visita. Que não feche o coração, nem a mente, de modo a não reconhecer nos acontecimentos os sinais da tua presença e da vontade. Que Te reconheça nos irmãos. Que eu Te escolha sempre a Ti. Que eu jamais perca a confiança e a esperança, mesmo no meio da perseguição ou de graves obstáculos à vivência da minha fé. Amém."

Fonte: Dehonianos

Projeto, fruto da parceria entre Promoção Humana e Vicentinos, será apresentado nesta sexta-feira (24)

Ideia é contribuir para a emancipação das famílias atendidas


A Paróquia São Mateus Apóstolo uma das paróquias da Arquidiocese de Maringá, por meio de uma parceria entre a Promoção Humana e os Vicentinos, realizará a apresentação de mais um de seus projetos, nesta sexta-feira (24), às 20h00, na Capela Sagrada Família. O “Promovendo Famílias, através do conhecimento” que será realizado com pessoas de baixa renda da comunidade.

O intuito é contribuir com a emancipação, ou seja, o desenvolvimento das famílias acompanhadas por esta pastoral e movimento, que atuam diretamente na caridade com os mais necessitados. Assim, por meio de dicas e ferramentas úteis, é fazer com que os atendidos possam sair do puro assistencialismo e partir para um crescimento profissional, psicológico e independência em termos financeiros.

Dicas de orçamento familiar, economia do lar (redução de conta de luz e água, gastos demasiados), emprego (dicas para uma entrevista, elaborar um currículo, como se portar), depressão e como lidar com ela, além de outros temas serão abordados em cada etapa do projeto que além das famílias já atendidas, pela Promoção e Humana e Vicentinos na paróquia, abrirá espaço para outros interessados, desde que se inscrevam para os módulos de formação.

“Nossa meta é desenvolver nas pessoas uma pró-atividade, fazendo com que elas percebam que são sujeitos de sua mudança e que nosso papel como Igreja é apoiá-las, dando as ferramentas necessárias para seu crescimento. Muitos problemas, como gastos e dificuldades de arrumar emprego, podem estar relacionados a temas de fácil resolução. Esperamos com estes módulos de formação, ajudar as pessoas na sua promoção afinal nossa meta não é o assistencialismo, puro e contínuo, mas o desenvolvimento pessoal, espiritual e econômico de cada família atendida”, afirma o presidente da conferência Santa Águeda, Diego Henrique Fraile.

“O lançamento deste projeto vem de encontro a uma necessidade antiga de nossa comunidade. Oferecer oportunidades para que as famílias atendidas possam conseguir, com nosso apoio, superar as dificuldades e sair de uma situação de dependência. Muitas vezes percebemos que as pessoas não sabem como fazer isso e estes cursos terão esta função”, destaca uma das coordenadoras da Promoção Humana, Maria Inês.

A Promoção Humana atua nas 15 CEBs da paróquia com cerca de 140 agentes, em média de cinco a sete pessoas por comunidade, auxiliando no desenvolvimento do trabalho desde o recolhimento do quilo até a doação dos mesmos às famílias atendidas. Os Vicentinos, da Conferência Santa Águeda, iniciaram os trabalhos na paróquia no início do ano. Atualmente são 12 membros da equipe que atendem a treze famílias, com objetivo de levá-las a promoção de suas vidas.

Os interessados em participar desta apresentação e posteriormente do projeto, podem se inscrever na secretaria paroquial pelo telefone (44) 3268 2400 ou ir pessoalmente, no centro catequético, de segunda a sexta-feira, das 8h00 às 20h00, ou aos sábados das 9h00 ao 12h00.

Eucaristia é remédio para os fracos!


“A Eucaristia não é um prêmio para os bons, mas remédio para os fracos”. 

“O reino de Deus é uma festa, estamos à mesa. A força da presença de Deus hoje no mundo é justamente à mesa, na Eucaristia com Jesus. Por isto peçamos que dê de comer a todos nós. Dar de comer aquele alimento espiritual que nos fortifica, à mesa na Eucaristia, mas também dar de comer a todos, neste mundo onde o reino da fome é tão cruel”.

Papa Francisco

22 novembro, 2017

Águas residuais, a água suja que mata milhões de crianças


No decorrer do ano, existem muitos "dias" ecológicos (da terra, do meio ambiente, da água, dos oceanos, etc.). E passa quase despercebido o Dia mundial dos banheiros, que costuma acontecer todo ano no dia 19 de novembro, organizado pela ONU. Este ano o tema é Wastewater, ou seja, as águas com que são eliminados os excrementos.

A reportagem é de Giorgio Nebbia, publicada por Il Manifesto, 18-11-2017. A tradução é de Luisa Rabolini.

Nos países industrializados existem operações e hábitos tão "naturais" que, nem mesmo se pensa a respeito; todos os dias é normal e indispensável livrar se do "supérfluo peso na barriga" (como o chama Boccaccio); cada pessoa, seja rica e poderosa ou pobre e desvalida, anualmente elimina cerca de 1.000 quilos, uma tonelada, de urina e fezes.

Se uma pessoa dispõe de um banheiro com água corrente, para a eliminação desses resíduos anualmente "consome" de 10 a 20 mil litros de água, que é assim sujada e contaminada; um rio cheio de matéria orgânica, bactérias, vírus, resíduos de medicamentos e outras substâncias ingeridas durante o dia.

Se os sanitários estão ligados com um sistema de esgoto e algum depurador, uma parte dos resíduos orgânicos é tratada ou processada; caso contrário, as águas sujasacabam nos rios ou no mar, e são fontes de poluição microbiológica e de propagação de vírus.

O banheiro composto por um vaso sanitário e uma caixa de água, uma tecnologia aperfeiçoada durante o século XX é agora considerado totalmente normal nos países desenvolvidos: em muitos países exige-se que os banheiros estejam presentes, além das moradias individuais, nas escolas, escritórios, prisões, hospitais e fábricas; para muitos trabalhadores são projetados e disponibilizados banheiros móveis.

Pois bem, agora vamos parar e lembrar que essa situação é um privilégio de poucos no mundo, porque quatro bilhões de pessoas como você e eu, com as mesmas necessidades fisiológicas, vivem em habitações desprovidas de instalações sanitárias com água corrente e um bilhão - você leu corretamente – defecam e realizam as próprias necessidades ao ar livre.

Seus excrementos acabam no solo, contaminam as águas superficiais com as quais entram em contato os outros habitantes da área, sendo veículos de doenças, epidemias e morte. As mais afetadas são as crianças que brincam na terra, em corpos de água contaminada, tanto que no mundo mais de 300 milhões de crianças morrem anualmente por doenças associadas à falta de saneamento básico, um massacre de inocentes.

Superar essa situação é considerado uma das prioridades sanitárias pela Organização das Nações Unidas que organiza iniciativas para difundir em todos os países a disponibilidade de banheiros e instalações sanitárias que garantam aos mais pobres segurança higiênica e dignidade, para um delicado e privado indispensável ato da vida cotidiana.

Para chamar a atenção das autoridades sanitárias e da opinião pública sobre esse grave problema, todos os anos realiza-se o "Dia mundial dos banheiros", proposto pela Organização das Nações Unidas, em colaboração com a associação internacional World Toilet Organization.

As iniciativas para garantir serviços higiênicos para os países pobres não são motivadas apenas por considerações éticas ou pelo amor ao próximo; a disseminação de instalações higiênicas para aqueles que não as têm, representa um enorme potencial de negócio industrial e financeiro.

De fato, juntamente com as conferências anuais da World Toilet Organization - a próxima será realizada no final de novembro, em Melbourne, Austrália - acontece uma grande feira de sanitários e sistemas de esgoto em que centenas de empresas apresentam suas propostas de sistemas de saneamento, preferencialmente a baixo custo e eficientes, para exportação para os países pobres.

O "mercado" não tem limites: em países como o Sudão do Sul, Madagascar, Congo e Gana, mais de 80% da população não têm banheiros. A situação não é melhor mesmo nas habitações das megalópoles de muitos países emergentes, em que a rapidez do crescimento urbano não está mantendo o ritmo com o dever de assegurar instalações sanitárias adequadas para serviços sanitários, esgotos e estações de tratamento.

A falta disso tudo, "custa" inclusive em termos de dinheiro, quando se consideram as despesas com que a comunidade deve arcar, a fim de tratar doenças causadas pelo contato com a água suja nas casas e nas comunidades. Foi calculado - há sempre economistas prontos para traduzir em dinheiro até mesmo a dor humana - que para cada euro gasto para melhorar os serviços higiênicos, um país vai economizar 4, devido a gastos menores em assistência sanitária.

As Nações Unidas estabeleceram o objetivo de garantir o saneamento básico para todos em 2030 e faltam apenas 13 anos. É claro, portanto, que as autoridades sanitárias de vários países irão pedir para aqueles que os produzem, equipamentos de higiene, contando inclusive com financiamentos internacionais.

É uma nova corrida para inventar, aperfeiçoar e fabricar ferramentas para melhorar as condições de higiene do mundo, especialmente nos países mais pobres: oportunidades para negócios e atividades industriais para um 'mercado', que envolve centenas de milhões de pessoas.

Nas universidades pode parecer ridículo trabalhar em problemas tão "vulgares" como a concepção de "sanitários para aldeias" e técnicas de tratamento de esgoto, embora sua solução muitas vezes requeira competências técnicas e científicas avançadas.

Na Itália apenas associações de voluntários e famílias missionárias trabalham em países atrasados, com recursos limitados e no meio do desinteresse geral da política e até mesmo das empresas. Na concepção e construção de instalações sanitárias e sistemas de saneamento para países atrasados trabalham intensamente apenas os países de nova industrialização, como a China e a Índia; em Singapura e na Índia existem Toilet Colleges para a pesquisa técnica e científica e para a educação e informação.

No entanto, essas tecnologias humildes e consideradas "pobres", poderiam dar vida inclusive na Europa para novas empresas e novos empregos, com perspectivas de uma enorme demanda futura: uma engenharia do respeito pelo próximo e pelo meio ambiente.


Fonte: IHU

21 novembro, 2017

1ª Feira de Ciências Júnior da PUCPR Câmpus Maringá acontece nos dias 21 e 22 de novembro

Evento reunirá 19 trabalhos, de oito escolas diferentes

Mostrar de que forma a ciência pode contribuir para um mundo mais humano e sustentável. Este é o tema da 1ª Feira de Ciências Júnior da PUCPR Câmpus Maringá. O evento, realizado nos dias 21 e 22 de novembro, contará com a apresentação dos projetos de jovens cientistas de oito escolas da cidade sobre temas que envolvam meio ambiente, educação, direitos humanos, diversidade cultural, entre outros. No total, serão 58 estudantes envolvidos na iniciativa.

O encontro, gratuito e aberto à comunidade, tem início no dia 21 de novembro às 09h, com a cerimônia de abertura. Em seguida será realizada uma palestra com a professora Cleybe Hiole Vieira, coordenadora do PIBIC da Universidade. Às 10h30 começa a exposição dos trabalhos e projetos da Feira de Ciências Júnior. Na parte da noite, às 19h, será a mesa-redonda sobre “A Cidade e a Juventude”, com Josivaldo Souza Reis, do Sistema de Assistência à Saúde (SAS), e um representante da União Maringaense Dos E Das Estudantes Secundaristas (UMES).

Já no segundo dia, às 14h, será realizada a mesa-redonda “Desafios na Pesquisa na Educação Básica”, com Claudia Bellanda Pegini, Marco Alexandre de Souza Serra e Fábio Inácio Pereira, professores da PUCPR. Junto à cerimônia de encerramento, será feita a premiação dos melhores projetos, divididos em três categorias: Ensino Médio e Técnico 1º ano, Ensino Médio e Técnico, Ensino Fundamental II. Na ocasião, os estudantes ganharão troféus, medalhas e certificados, além de 15 bolsas de Iniciação Científica, 5 do CNPQ e 10 da PUCPR.

Desafios no mundo urbano: Primeira favela brasileira surgiu há 120 anos

Em 1897, aproximadamente 10 mil soldados voltaram da Guerra de Canudos e se instalaram no atual Morro da Providência, no Rio. O local, que já era habitado por ex-escravos, se transformou na primeira favela brasileira



Há exatos 120 anos surgia a primeira favela brasileira, que ainda não era chamada desta forma. O pequeno assentamento, formado inicialmente por ex-escravos, ganhou a partir de 1897 uma grande quantidade de novos moradores, criando uma verdadeira comunidade. Localizada no atual Morro da Providência, no Rio de Janeiro, a ocupação inicialmente se restringia a algumas dezenas de casebres, que ao longo do ano receberam mais de 10 mil novos vizinhos, em especial ex-soldados que retornavam da Guerra de Canudos. Os primeiros moradores do assentamento no eram habitantes do antigo cortiço “Cabeça de Porco”, que havia sido demolido tempos antes.

Ainda sem nome, a área ocupada logo ganhou um apelido dos ex-combatentes. O conglomerado de pequenas casas passou a ser chamado de Favela, numa referência ao nome do morro onde os soldados haviam montado acampamento durante a guerra. Favela é o nome popular da Cnidoscolus quercifolius, uma planta endêmica da região nordeste brasileira. Se no passado a palavra era um nome próprio, atualmente se transformou numa termologia para se referir a um assentamento urbano informal.

A justificativa para a ocupação há 120 anos é a mesma dos dias atuais, a falta de moradias. Os ex-soldados tinham a promessa que ao retornarem da batalha receberiam o soldo, mas o valor nunca foi pago. Sem dinheiro e local para morarem, eles invadiram um trecho do morro, onde ficava uma chácara abandonada. Naquele momento, nascia a primeira favela brasileira. Com os anos, outros assentamentos também passaram a serem chamados de favelas, numa referência a ocupação do Morro da Providência.

As primeiras casas foram erguidas no sopé do morro, seguindo o estilo das construções de Canudos. De alvenaria com paredes caiadas e telhados de madeira, as residências foram engolidas pelo emprego dos próprios moradores. A maioria dos habitantes da comunidade da Favela trabalhavam numa pedreira no morro, que consumiu, literalmente, o terreno onde viviam. A mina funcionou até 1968, quando ocorreu um desabamento que soterrou e matou 36 pessoas.

Reintegração de posse

Em novembro de 1904, a prefeitura do Rio de Janeiro decidiu desocupar o morro da Favela, que estava numa área invadida. O problema é que no mesmo período ocorreu a Revolta da Vacina e devido ao caos generalizado na cidade, a reintegração de posse foi suspensa. Focada em combater os distúrbios pelas ruas cariocas, a prefeitura pôs a desocupação da área em segundo plano. Outra preocupação da então administração pública era o fato de que muitos habitantes daquela comunidade haviam participado da Revolta e considerassem a reintegração como uma “punição” pelo ato.

Foto: Reprodução Do A C Historico 

Fonte www.geledes.org.br/
CEBs do Brasil

"Não busquemos o supérfluo para nós, mas o bem para os outros"

“Hoje podemos perguntar-nos: ‘Para mim, o que conta na vida? Onde invisto?’ Na riqueza que passa, da qual o mundo nunca se sacia, ou na riqueza de Deus, que dá a vida eterna? Diante de nós, está esta escolha: viver para ter na terra ou dar para ganhar o Céu. Com efeito, para o Céu, não vale o que se tem, mas o que se dá, e ‘quem amontoa para si não é rico em relação a Deus’. Então não busquemos o supérfluo para nós, mas o bem para os outros, e nada de precioso nos faltará”.

Papa Francisco

20 novembro, 2017

Dia Nacional da Consciência Negra


Bolsonaro - Acorda Brasil!


Jair Bolsonaro desembarcou nos Estados Unidos para divulgar sua candidatura a presidente. Em segundo lugar nas pesquisas, o deputado tenta suavizar o discurso para parecer menos radical. É um bom momento para ouvir o que ele dizia antes de sonhar com o Planalto.

O comentário é de Bernardo Mello Franco, jornalista, publicado por Folha de S. Paulo, 10-10-2017.

Em 1999, o capitão reformado expôs suas ideias no programa "Câmera Aberta", na Bandeirantes. Em 35 minutos, ele defendeu a ditadura e a tortura, pregou o fechamento do Congresso e disse que o Brasil precisava de uma guerra civil, mesmo que isso provocasse a morte de inocentes.

A entrevista mostra um Bolsonaro sem retoques. À vontade, ele se gaba de sonegar impostos e estimula os telespectadores a fazerem o mesmo. "Conselho meu e eu faço. Eu sonego tudo que for possível", afirma. Depois, diz que a democracia é uma "porcaria" e conta o que faria se chegasse ao poder: "Daria golpe no mesmo dia. Não funciona".

O deputado afirma que Chico Lopes, ex-presidente do Banco Central, merecia ser torturado em pleno Senado. "Dá porrada no Chico Lopes. Eu até sou favorável a CPI, no caso do Chico Lopes, tivesse pau de arara lá. Ele merecia isso: pau de arara. Funciona. Eu sou favorável à tortura."

Mais adiante, Bolsonaro defende o fuzilamento do presidente Fernando Henrique e revela desprezo pelas eleições diretas: "Através do voto, você não vai mudar nada neste país. Nada, absolutamente nada. Você só vai mudar, infelizmente, quando nós partirmos para uma guerra civil aqui dentro. E fazendo um trabalho que o regime militar não fez. Matando 30 mil, e começando por FHC".

O apresentador Jair Marchesini ainda ensaia conter o deputado. Ele insiste: "Matando. Se vai [sic] morrer alguns inocentes, tudo bem. Tudo quanto é guerra, morre inocente".

Bolsonaro não era um jovem desavisado ao dar essas declarações, que podem ser vistas no YouTube. Tinha 44 anos e exercia o terceiro mandato de deputado — hoje está no sétimo. Era filiado ao PPB (atual PP), o partido de Paulo Maluf.

Acorda Brasil!


17 novembro, 2017

É...o tempo passa! Hoje é o dia da Criatividade

É...o tempo passa! 

Hoje é o dia da Criatividade

17 de novembro é o 321.º dia do ano no calendário gregoriano (322.º em anos bissextos). Faltam 44 para acabar o ano.

A criatividade é uma capacidade humana de grande valor, de forma criativa construir e reconstruir, transformando a nossa realidade.

A criatividade representa-se de múltiplas maneiras.

Segundo Gardner (1999), cada indivíduo também apresenta o seu perfil criativo distinto, daí a dificuldade de definição do termo. 

Existem várias definições diferentes para criatividade. 

Para Ghiselin (1952), "é o processo de mudança, de desenvolvimento, de evolução na organização da vida subjetiva". 

Segundo Flieger (1978), "manipulamos símbolos ou objetos externos para produzir um evento incomum para nós ou para nosso meio". 

Outras definições:

- "o termo pensamento criativo tem duas características fundamentais, a saber: é autônomo e é dirigido para a produção de uma nova forma" (Suchman, 1981)

- "criatividade é o processo que resulta em um produto novo, que é aceito como útil, e/ou satisfatório por um número significativo de pessoas em algum ponto no tempo" (Stein, 1974)

- "criatividade representa a emergência de algo único e original" (Anderson, 1965)

- "criatividade é o processo de tornar-se sensível a problemas, deficiências, lacunas no conhecimento, desarmonia; identificar a dificuldade, buscar soluções, formulando hipóteses a respeito das deficiências; testar e retestar estas hipóteses; e, finalmente, comunicar os resultados" (Torrance, 1965)

- "um produto ou resposta serão julgados como criativos na extensão em que a) são novos e apropriados, úteis ou de valor para uma tarefa e b) a tarefa é heurística e não algorística" (Amabile, 1983)

Todo ser humano possui criatividade em diferentes habilidades. Acredita-se que a habilidade criativa das pessoas esteja de certa forma ligadas a seus talentos.

16 novembro, 2017

Oração

"Senhor, dai-me esta água a beber, a água da vossa sabedoria, que brota do vosso divino Coração. Tenho sede dela, desejo-a, peço-a. Dai-me esta sabedoria, quero preparar-me para ela, tanto quanto está em mim, pela pureza do coração e pela vigilância. Quero evitar o pecado venial e a tibieza, que vos afastam do meu coração. Perdoai-me o passado, ajudai-me no futuro. Amém" (Leão Dehon, OSP 3, p. 552).

Fonte: Dehonianos

14 novembro, 2017

Proclamação da República!


Proclamação da República!  

Rezemos pelo Brasil. Rezemos por todas as nações.

A Proclamação da República Brasileira foi um levante político-militar ocorrido em 15 de novembro de 1889 que instaurou a forma republicana federativa presidencialista do governo no Brasil, pondo fim a monarquia constitucional parlamentarista do Império do Brasil, fim da soberania do imperador D. Pedro II e proclamada a República do Brasil.

Após 67 anos, a monarquia chegava ao fim. No dia 18 de novembro, D.Pedro II e a família imperial partiam rumo à Europa. Tinha início a República Brasileira com o Marechal Deodoro da Fonseca assumindo provisoriamente o posto de presidente do Brasil. A partir de então, o pais seria governado por um presidente escolhido pelo povo através das eleições.

Jornada Mundial dos Pobres


13 novembro, 2017

Uma linda e abençoada semana a todas e a todos!

"Compreender o evangelho é vivê-lo de novo, reinventá- lo a cada situação que surge, recebê-lo como resposta a uma interrogação da vida no presente."
José Comblin

"Papa Francisco vai aos ‘índios’, artigo de Roberto Malvezzi (Gogó),"

Será a primeira vez na história da Igreja Católica, em seus 2 mil anos, que um Papa sairá do Vaticano para encontrar-se exclusivamente com indígenas. O gesto fala por si mesmo, ainda mais agora que Francisco acaba de convocar um Sínodo exclusivo para os bispos da Amazônia, em Roma, em Outubro de 2019.


Artigo de Roberto Malvezzi (Gogó) publicado por EcoDebate em 13/11/2017.

 Dia 18 de janeiro de 2018 o Papa Francisco irá a Puerto Maldonado, Peru, encontrar-se exclusivamente com povos originários da Amazônia. Tudo indica que sequer haverá reuniões particulares com autoridades, sejam elas políticas ou mesmo eclesiásticas.

Essa ida a Amazônia para encontrar-se com “indígenas” já estava programada para quando ele viesse aos 300 anos de Aparecida. O golpe modificou a vinda do Papa. Embora as razões oficiais alegadas sejam outras, quem entende um pouco da linguagem diplomática do Vaticano sabe qual o motivo real.

Será a primeira vez na história da Igreja Católica, em seus 2 mil anos, que um Papa sairá do Vaticano para encontrar-se exclusivamente com indígenas. O gesto fala por si mesmo, ainda mais agora que Francisco acaba de convocar um Sínodo exclusivo para os bispos da Amazônia, em Roma, em Outubro de 2019.

Francisco ir ao encontro das populações originárias – querem ser chamadas pelo nome de seu povo, não por um apelido imposto pelos colonizadores – parece um paradoxo. Esses dias o mesmo Francisco canonizou cerca de 30 pessoas do Rio Grande do Norte por terem sido massacradas por holandeses em 1645. Depois de longos estudos ficou concluído que “foram mortos em defesa da fé católica”, numa resistência à imposição do calvinismo na região por parte dos holandeses.

Acontece que o ataque tinha também participação dos índios Tapuia, que os antropólogos dizem não ser uma etnia, mas uma designação à várias nações indígenas que habitavam o interior do Brasil e que falavam uma língua diferente dos tupi-guarani, como os Cariri.

Os Tapuia estavam em guerra declarada contra os portugueses, porque esses avançavam o interior fazendo-os escravos, ocupando seus territórios, com matanças e até torturas de lideranças. Assim como na Confederação dos Tamoios, quando os Tupinambá se uniram aos franceses contra os portugueses, os Tapuia se aliaram aos holandeses contra a prática de extermínio dos portugueses. Portanto, os povos originários entendiam da arte da guerra e de suas alianças.

É bom lembrar que só no Brasil 5 milhões de índios viraram pó pelas mãos dos portugueses. No México, América Central e Peru, milhões de índios foram chacinados pelas mãos dos espanhóis. Como diziam os Mapuche, quando derreteram quilos de ouro e os enfiaram incandescentes goela abaixo de Valdivia, o conquistador do Chile: “beba o seu Deus”.

Portanto, os povos originários das Américas têm mártires aos milhões, cujo sangue também clama aos céus.

Esperamos que Francisco retome o melhor do Conselho Missionário Indigenista, o CIMI, que não foi aos indígenas para fazer prosélitos e nem os converter ao cristianismo, mas para colaborar para que sobrevivam e mantenham seus territórios e seus modos de vida. Com esses missionários a Igreja Católica deu vários passos à frente na relação com a alteridade das populações originárias, seguindo a melhor tradição de Bartolomeu de Las Casas.

Não se obriga um muçulmano a ser católico, não se obriga um pai de santo a ser evangélico, não se obriga um Cariri ou Guarani a ser cristão. Eles têm sua própria religião e suas opções tem que ser respeitadas. O evangelho é apenas um anúncio e adere livremente quem quiser.

Não há outro caminho.

09 novembro, 2017

Mães são responsáveis pela criação dos filhos até 3 anos em 89% dos casos


Mães são responsáveis pela criação dos filhos até 3 anos em 89% dos casos


Pesquisa divulgada na terça-feira (7) comprova a desigualdade de gênero que marca as famílias brasileiras quando o assunto é a criação dos filhos. Em 89% dos casos analisados na pesquisa Primeiríssima Infância – Creche, as mães são responsáveis pela criação dos filhos na faixa até 3 anos. Na média geral, a responsabilidade cabe aos pais em cerca de 5% dos casos. Os cuidadores são avós, tios ou outras pessoas em 5% das situações.

A reportagem é de Helena Martins, publicada por Agência Brasil, 07-11-2017.

Segundo dados do censo de 2010, em todo o país, existem 9,5 milhões de domicílios com pelo menos uma criança de até 3 anos.

A criação pelas mulheres só não ultrapassa o índice de 90% em casos de agrupamentos familiares que recebem mais de cinco salários mínimos. Nesses grupos, as mães são responsáveis em 72% das situações, e os pais, em 14%. No total, 46% dessas mulheres responderam sobre o primeiro filho; 31% são donas de casa; 51% não têm atividade econômica formal ou informal; 75% moram com companheiro, quase sempre o pai da criança; e 10% estão estudando atualmente.

O estudo foi feito pela Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, em parceria com o Ibope Inteligência, e foi lançado durante o 7º Simpósio Internacional de Desenvolvimento da Primeira Infância, em Fortaleza. Para sua elaboração, em julho do ano passado, foram entrevistadas 991 pessoas em ambientes urbanos e rurais.

O objetivo da pesquisa foi mapear as necessidades e os interesses das famílias para o atendimento em educação de crianças até 3 anos, faixa da chamada primeiríssima infância. O estudo confirmou dados já conhecidos, como o atendimento de 33% das crianças dessa faixa etária em creche, o que corresponde a cerca de 3,2 milhões de pessoas com acesso a tal serviço. A desigualdade regional também foi aferida na pesquisa. Analisadas quantas crianças por região geográfica frequentam um estabelecimento de educação infantil, averiguou-se que isso ocorre em 45% dos casos no Sudeste; 24% no Nordeste; 30% no Sul e 23% do Norte e no Centro-Oeste.

Para entender realidades tão diferentes que existem no território brasileiro e sua incidência no desenvolvimento infantil, além da disponibilidade de creches, foram investigados outros fatores, como ocupação laboral e faixa etária. Para tanto, foram definidos e analisados quatro grupos populacionais: famílias com renda até cinco salários mínimos que vivem em capitais ou em cidades de regiões metropolitanas; famílias com renda mensal igual que vivem em cidades de pequeno ou médio porte do interior, o chamado interior urbano; famílias com a mesma renda que vivem no ambiente rural e famílias com renda familiar acima de cinco salários, independentemente do local em que vivem.

As famílias do primeiro universo têm, em 53% dos casos, crianças com até 1 ano. Delas, 63% ficam em casa e 27% frequentam creches. Quanto aos responsáveis, 93% são mães e 6%, pais; 36% têm de 18 a 24 anos e 63% completaram o ensino médio. Do total, 40% dos responsáveis informaram que não têm rotina; 58% não trabalham; 26% estão desempregados. Nos lares dessas crianças, os pais estão presentes em 68% dos casos. Isso quer dizer que 700 mil crianças na faixa até 3 anos de famílias com até cinco salários mínimos que vivem nas capitais brasileiras e em municípios das regiões metropolitanas não moram com os pais. No universo total da pesquisa, essa presença alcança 75%.

No caso de agrupamentos do interior urbano, 51% têm criança de até 1 ano. 64% das crianças ficam em casa e 26% frequentam creche. As mães são responsáveis pelas crianças em 93% dos casos e os pais, em 2%. Entre os cuidadores, 34% têm de 18 a 24 anos, cerca de 40% cursaram até o ensino fundamental – esse grupo agrega o maior número de responsáveis que se dizem pardos (53%), bem como o de famílias inseridas em programas de complementação de renda (49%).

No contexto rural, 59% das famílias têm filhos com até 1 ano; 63% ficam em casa e 28% frequentam creche. Vivem com o pai 81% das crianças, e as mães são as principais responsáveis pela criação em 96% dos casos. Os pais, em 2%. Entre os responsáveis, 34% têm de 18 a 24 anos; 59% têm o ensino médio; 34% cursaram até o ensino fundamental e apenas 6% completaram o ensino superior. Do total, 57% não trabalham. Grande parte desse grupo, 79%, tem renda familiar de até dois salários, uma situação que, no universo geral analisado, chega a 47%; e 44% das famílias recebem ajuda de programa de complementação de renda.

O quadro é diferente no caso de famílias que recebem mais de cinco salários mínimos: a maior parte das crianças, 68%, tem entre 2 e 3 anos, percentual que é de 22% no geral. A presença na creche é bem maior: 28% das crianças ficam em casa e 59% frequentam creche; 86% dos responsáveis trabalham e 88% têm ensino superior ou pós-graduação. 37% estão na faixa de 25 a 49 anos, o que indica a ocorrência de gravidez tardia.

Percepções sobre desenvolvimento

As diferenças socioeconômicas impactam a percepção sobre a criança. Destacam-se dois itens analisados na pesquisa: a percepção sobre o início do aprendizado e dos elementos compreendidos como fundamentais para o desenvolvimento da criança. Questionados sobre quando a criança começa a aprender, mais da metade dos adultos entrevistados afirmaram que isso tem início já na fase intrauterina. Quanto maior a escolaridade das pessoas ouvidas, maior a percepção de que o desenvolvimento da criança começa mais cedo.

Sobre os itens considerados importantes para o desenvolvimento, estão em ordem de importância: levar ao pediatra regularmente (64%); amamentar (46%); ter cuidado com a alimentação (46%): receber atenção dos adultos (21%); ter bons exemplos dos pais (17%); receber carinho e afeto (17%); brincar ou passear (16%); viver em um ambiente adequado em termos de segurança, higiene etc (15%); ter uma rotina (12%); receber limites (12%); conversar com a criança (11%). O estrato mais rico dá mais importância a questões mais lúdicas, enquanto o grupo que recebe até cinco salários mínimos e vive no ambiente rural prende-se a questões básicas, como levar ao pediatra. A revela que essa centralidade deve levar os médicos que cuidam da criança a estimular outras ações de cuidado, como a oferta de carinho e o estabelecimento de uma rotina.

“O contexto urbano, territorial, em que cada família vive determina muito as opções que elas têm”, afirmou a economista Ana Lúcia D’Império Lima, que assessorou o desenvolvimento da pesquisa. Ela citou, por exemplo, as mulheres no contexto urbano, que têm mais opções de trabalho fora do lar e são, em maior número de situações, chefes das famílias.

Já no ambiente rural, as famílias são, em geral, maiores, o que pode gerar uma rede de apoio para as mulheres, ao passo que as grandes distâncias dificultam o acesso à creche. Nesse ambiente, muitas mulheres também não têm remuneração própria. O aprendizado que fica, na opinião de Ana Lúcia, é que a elaboração das políticas públicas não deve partir de um Brasil genérico, “mas dos vários Brasis que existem nesse território”.