04 setembro, 2017

Carta do 11º Encontrão de CEBs de Crateús – 2017


CARTA DO 11º ENCONTRÃO DAS CEBs – DIOCESE DE CRATEÚS

Queridas irmãs e queridos irmãos,

Nossos corações estão vibrando de alegria e, por isso, nos dirigimos a vocês, para partilhar um pouco do que foi o grande encontro de todas as CEBs de nossa Diocese. 

A participação de 735 pessoas, vindas das 14 Paróquias e da Área Pastoral de Sucesso, além de pessoas amigas que vieram de outros cantos, fortaleceu a nossa rede de comunidades e todos nós ficamos revigorados e animados para tocar adiante a nossa Caminhada. Os encontros, desde o da Paróquia até o diocesano, foram momentos de estreitar os laços campo e cidade, de perceber melhor os desafios do mundo urbanizado e de indicar formas de superação, na direção de outro mundo possível, sinal e anúncio do Reino.

Relendo a parábola do bom Samaritano (Lc 10,25-37), vemos que ela ressoa forte, nos dias de hoje: somos nós o homem assaltado, roubado, ferido e jogado à beira da estrada. 
Mas como o samaritano, nós temos assumido a missão de curar e levantar quem está caído, cuidando da vida ameaçada, solidarizando-nos com quem sofre, por não ter acesso à terra e à água, onde morar, trabalhar.

Estamos cientes de que (e por que) alguns se apoderaram de nossa história, de nossas raízes, de nossa língua, de nossas terras; roubaram nossos direitos, negaram nossa identidade, expulsaram-nos para as periferias das cidades e invadiram o campo; seduziram-nos para adotarmos um estilo de vida que nos nega e nos destrói, por dentro. O dragão que queria devorar o Menino do Apocalipse (Ap 12) é o mesmo que continua querendo devorar os pobres e as organizações populares, nos impedindo viver com dignidade. Temos nos esforçado, portanto, para crescer na consciência e na cidadania.

De outro lado, damo-nos conta que não conseguiram roubar de nós a comunidade, a nossa fé e a nossa esperança. Somos como a caatinga que perde a folhagem para resistir e guarda sementes, escondidas no chão, anos a fio, esperando o tempo bom para nascer.

 Alegra-nos ver que são muitos os sinais de resistência e de superação:

- Anunciamos o evangelho da alegria, buscamos uma vida simples e, estamos, sempre, com o pé na estrada, ao encontro das pessoas excluídas de nossa sociedade;   
      
- Alimentamos o sonho de um mundo novo (em nossas celebrações, festas...), de uma nova Política e de cidadãos comprometidos com a Política, para alcançar Liberdade, Justiça e a Igualdade;

- Ensaiamos, a partir do nosso lugar, um jeito novo de organizar a vida, de cuidar da criação de Deus e da saúde de todas as pessoas, de fazer a educação, de refazer a vida nas cidades, tornando-as mais humanas; reapropriamo-nos de tecnologias antigas e aprendemos a usar tecnologias modernas a nosso favor;   

- Acreditamos na presença do Espírito em nosso meio a guiar-nos e, por isso, valorizamos e apoiamos as pessoas e iniciativas em favor da vida.

Temos consciência de que a missão continua e que ela é de todos/as; precisamos, portanto, continuar avançando na compreensão e superação dos desafios do mundo urbanizado. Confiemos no sopro do Espírito que nos move, na certeza de que o Amanhã vai chegar!


Crateús, 3 de setembro de 2017.





Uma abençoada e fraterna semana a todas e a todos!


"Senhor, ensine-nos a contemplá-lo
 na beleza da criação 
e desperte a nossa gratidão 
e o nosso sentido de responsabilidade."

Papa Francisco

O Vídeo do Papa 09-2017 – Paróquias a serviço da missão – Setembro de 2017

O Vídeo do Papa: oração do mês de setembro ‘pelas paróquias’

Que as paróquias não sejam escritórios, mas lugares de transmissão da fé e testemunho da caridade.

“As paróquias têm de estar em contato com os lares, com a vida das pessoas, com a vida do povo.
Devem ser casas onde a porta esteja sempre aberta para ir ao encontro dos demais.
E é importante que a saída ofereça uma clara proposta de fé.
Trata-se de abrir as portas e deixar que Jesus saia com toda a alegria de sua mensagem.

Peçamos por nossas paróquias, para que não sejam escritórios, mas que, animadas pelo espírito missionário, sejam lugares de transmissão da fé e testemunho da caridade”.