30 novembro, 2015

Ao redor do mundo, marchas pelo clima exigem ação de governos contra aquecimento global

Uma série de manifestações ao redor do mundo tem reunido milhares de pessoas neste fim de semana para exigir de líderes mundiais que cheguem a um acordo contra o aquecimento global na Conferência sobre as Mudanças Climáticas das Nações Unidas, que começa nesta segunda-feira (30/11) em Paris.
A reportagem foi publicada por Opera Mundi, 29-11-2015.
Mais de duas mil Marchas Globais pelo Clima estavam programadas para este sábado (28/11) e domingo (29/11) em vários países, com o objetivo de impor pressão popular sobre governos para que evitem a catástrofe climática que se projeta para os próximos anos devido à ação humana.
“Não há planeta B”, dizia um cartaz na marcha em Sydney, na Austrália, que reuniu cerca de 45 mil pessoas. "Em dez anos, nossos filhos vão dizer: 'mãe, você sabia que isso [mudanças climáticas] estava acontecendo? O que as pessoas estavam fazendo?'", afirmou Kate Charlesworth, presente na marcha na cidade australiana, à AFP.
Em Paris, ativistas do meio ambiente saíram às ruas apesar da proibição das manifestações por questões de segurança após os ataques do dia 13 de novembro. Uma corrente humana foi formada por centenas de pessoas ao longo dos três quilômetros da marcha que estava programada anteriormente, e centenas de pares de sapatos foram colocados na Praça da República, simbolizando as pessoas que não puderam marchar neste domingo.
Cerca de 150 líderes mundiais participarão da COP21, incluindo os presidentes dos EUABarack Obama, da China,Xi Jinping, da RússiaVladimir Putin, e a presidente brasileira, Dilma Rousseff, que chegou neste sábado em Paris.
O objetivo da conferência é chegar a um acordo global sobre o clima que limite a média de aumento das temperaturas para 2º C ou menos através da diminuição das emissões de dióxido de carbono, consideradas as principais causadoras do aquecimento global, até 2020.
Cientistas alertam que, caso este objetivo não seja atingido, o mundo se tornará cada vez menos hospitaleiro para a vida humana, com extremos climáticos como secas e tempestades cada vez mais severos e com o aumento do nível dos oceanos, que poderão engolir ilhas e regiões costeiras em todo o mundo.
O presidente francês, François Hollande, anfitrião da conferência, lembrou nesta sexta-feira (27/11) que a responsabilidade sobre as mudanças climáticas é humana, e cabe à humanidade fazer algo para contê-las. “Seres humanos estão destruindo a natureza e devastando o meio ambiente. Cabe, portanto, aos seres humanos a tarefa de enfrentar sua responsabilidade para o bem das gerações futuras.”
Entre os principais obstáculos para o fechamento de um acordo significativo em Paris estão o financiamento para países mais vulneráveis às mudanças climáticas – os países mais pobres do globo – e o corte das emissões de gases causadores do efeito estufa, advindos da queima de combustíveis fósseis como petróleo e carvão – mais proeminente em países ricos. A divisão entre estas duas classes de países fez fracassar as negociações da última conferência global sobre o clima, realizada em CopenhagenDinamarca, em 2009.
“As pessoas que menos fizeram para causar o problema estão sentindo os impactos primeiro e com mais severidade, como nossas irmãs e nossos irmãos no Pacífico”, afirmou Judee Adams, ativista da Oxfam.
COP21 em Paris deve reunir cerca de 40 mil pessoas, incluindo 10 mil representantes de 195 países, entre os dias 30 de novembro e 11 de dezembro. Cerca de 2.800 policiais e soldados farão a segurança da conferência, além de outros 6.300 que estarão nas ruas da capital francesa durante o evento.
No Rio de Janeiro, manifestantes denunciam tragédia de Mariana
Cerca 200 pessoas participaram da marcha pelo clima no Rio de Janeiro, com concentração na praia de Ipanema. Um grupo de manifestantes se pintou de cor marrom para representar a lama do vazamento que afetou 650 quilômetros do leito do rio Doce e que chegou até o oceano Atlântico.
O vazamento, ocorrido pela ruptura de dois diques de depósitos de resíduos minerais e de água, em uma mina da empresa Samarco, foi considerado pelo governo como o mais grave desastre ambiental ocorrido no Brasil.

26 novembro, 2015

UEM forma primeiro médico indígena

O sonho de ser médico foi acalentado desde os 11 anos de idade. Porém, nem a previsão mais otimista diria que Virlei Primo Júnior, indígena pertencente à etnia Guarani Nhandewa, oriundo da Terra Indígena Laranjinha, no município paranaense de Santa Amélia, receberia o diploma de curso de Medicina. Hoje, aos 31 anos, o sonho se concretizou. Virlei é o primeiro médico indígena a se graduar pela Universidade Estadual de Maringá e, nesta quinta-feira, dia 26, será um dos formandos na solenidade de antecipação de colação de grau para o curso de Medicina. A cerimônia terá a presença de Mário Raulino Sampaio, liderança indígena na Terra Yvy Porá, entre os municípios paranaenses de Santa Amélia e Abatiá. Leia aqui na íntegra

25 novembro, 2015

Liberdade, ainda que tardia!

Por Pe. Nelito Dornelas

Duas reservas de rejeitos de uma mina de ferro da Samarco S.A., um consórcio entre a Valee a BHP Billiton, se romperam e deixaram um rastro de destruição sem precedentes, matando pessoas, animais, peixes, plantas, povoados, propriedades rurais, identidades culturais e muitos sonhos. A lama de dor, sangue e desolação desceu pelo Rio Doce alcançando o Oceano Atlântico.

O trágico 5 de novembro de 2015 ficará em nossa história como a mais terrível e cruel atentado à vida contra a quinta maior bacia hidrográfica brasileira. O que virá daí não sabemos. Apenas suspeitamos.

Esta é uma tragédia anunciada, que compromete por, pelo menos, cem anos a vida de dois milhões de brasileiros que vivem nesta região atingida e de toda a biodiversidade existente no entorno deste rio e do oceano.

E agora, o que fazer em situação tão desafiadora?

Lembrei-me da oração da Salve Rainha, na qual de afirma que vivemos “gemendo e chorando neste vale de lágrimas”. E foi exatamente este o sentimento que me veio, trazendo à memória este mar de lama que desce sem fim e, provavelmente descerá por muitos anos, todas as vezes que chover na região afetada.

Mas a Salve Rainha fala também que há de se transformar este “vale de lágrimas” em “vida, doçura, esperança nossa, salve”.

Lembrei-me de um orador que certa vez abriu um congresso com esta fala: “É dos estercos mais fedorentos que nascem as rosas mais perfumadas!”

E que podemos oferecer para salvar e proteger a vida do Vale do Rio Doce e no Vale do Rio Doce? Recorri, então, ao profeta Jeremias que, vivendo diante do exílio e da deportação do povo de Israel já em curso, quando perguntado sobre o que fazer diante daquele contexto, ele respondia: vamos nos casar, constituir famílias e dar nosso filhos em casamento, cultivar jardins e plantar pomares, pois o curso da história está nas mãos de Deus. E ele mesmo deu um belo testemunho de confiava na Palavra de Deus, que ele pregava, quando um parente seu veio-lhe reivindicar o direito de resgate e exigiu-lhe que comprasse sua propriedade. Mesmo estando o país sitiado e tudo perdido, Jeremias exerce o dever de goêl, o protetor do desvalido, e compra o referido terreno, paga-lhe por ele, lavra uma escritura perante testemunhas e manda enterrá-la no mesmo terreno dentro de um pote de barro, afirmando perante todos, que um dia voltariam para aquela terra e ali se cumpririam as promessas de Deus.

Acredito que o Rio Doce é a nossa terra prometida. Deus nos plantou aqui para sermos testemunhas do seu amor solidário e sua misericórdia redentora. Mais do que nunca, devemos cumprir o pedido feito pelo apóstolo Paulo, quando afirma que a própria criação foi submetida à corrupção e está gemendo como uma mulher em dores de parto, aguardando a nobre manifestação dos filhos de Deus.

Quais são as nobres manifestações que Deus aguarda de nós?

Diante de nossos olhos já brotam, por todos os cantos, manifestações de solidariedades que, honrarão nossa geração.

É hora de repensarmos nosso estilo de vida e buscarmos a nível pessoal uma vida simples e sóbria, unindo-nos ao pensamento do Papa Francisco que implora por uma outra economia, pois esta economia mata!E afirma que “os poderes econômicos continuam a justificar o sistema mundial atual, onde predomina uma especulação e uma busca de receitas financeiras que tendem a ignorar todo o contexto e os efeitos sobre a dignidade humana e sobre o meio ambiente. Assim se manifesta como estão intimamente ligadas a degradação ambiental e a degradação humana e ética” (Laudato Si, 56).

Voltemos a nos relacionar com a natureza como criação e não como coisa, objeto externo a nós, mas como nossa mãe e irmã e fonte de nossa espiritualidade.

ONU alerta: catástrofes naturais mataram 600 mil pessoas em 20 anos

Da Agência Lusa
A Organização das Nações Unidas (ONU) alertou hoje (23) que as catástrofes naturais, cada vez mais frequentes, mataram cerca de 600 mil pessoas em 20 anos. A organização destacou a importância de a Conferência do Clima (COP 21), que começa no dia 30 em Paris, chegar a um acordo.

Desde 1995, "as catástrofes meteorológicas mataram 606 mil pessoas, média de 30 mil por ano, deixando mais de 4,1 bilhões de feridos, desabrigados ou necessitados de ajuda emergencial", indicou um relatório do Gabinete da ONU para Redução dos Riscos de Catástrofes (UNISDR).

A maioria das mortes (89%) ocorreu em países mais pobres e causou perdas financeiras avaliadas em 1,8 bilhões de euros.

"O conteúdo deste relatório sublinha a importância de um novo acordo sobre alterações climáticas na COP21", em dezembro, afirmou a diretora do UNISDR, Margareta Wahlstorm, durante a apresentação do relatório.

A COP21 ocorrerá em Bourget, na região nordeste de Paris, de 30 de novembro a 11 de dezembro, para que 195 países, sob a égide das Nações Unidas, adotem um acordo mundial para frear o aquecimento climático do planeta.

O objetivo do encontro é conseguir o compromisso dos países participantes no sentido de conter a elevação da temperatura do planeta a 2 graus Celsius (ºC) desde a era pré-industrial.

"A alteração climática, a variabilidade climática e os fenômenos meteorológicos constituem uma ameaça à erradicação da pobreza extrema no mundo", explicou Margareta.

A diretora pediu aos países que, entre outras medidas, reduzam as emissões de gases de efeito estufa, melhorem a urbanização dos seus territórios e impeçam a degradação do ambiente.

De acordo com o relatório, que analisa apenas os últimos 20 anos, "as catástrofes climáticas são cada vez mais frequentes, sobretudo devido ao aumento consistente do número de inundações e tempestades".

Essa progressão vai continuar "nas próximas décadas", embora os cientistas ainda não tenham conseguido determinar em que medida o aumento desses fenômenos se deve às alterações climáticas, avisou a ONU.

Apenas as inundações representaram 47% das catástrofes climáticas entre 1995 e 2015 e afetaram 2,3 bilhões de pessoas, 95% das quais na Ásia.

Apesar de menos frequentes que as inundações, as tempestades foram as catástrofes climáticas mais letais, com 242 mil mortos.

Ao todo, os Estados Unidos e a China registaram o maior número de catástrofes climáticas desde 1995, devido à dimensão territorial.

A China e a Índia dominam a classificação dos países mais atingidos em termos de população afetada, seguidas por Bangladesh, Filipinas e Tailândia.

Na América, o Brasil lidera o ranking de população mais afetada e na África estão no topo da lista o Quênia e a Etiópia.

24 novembro, 2015

Partilhando um pensamento

Partilhando um pensamento

Famílias em nossas paróquias sofrendo com dependentes químicos, sofrendo por ter um filho preso porque roubou para saciar o vício.

O desafio de uma igreja missionária, que deve ir ao encontro do outro, de quem sofre, de quem precisa. De quem não se sente mais inserido.

Em nossas paróquias, pelas ruas de nossas CEBs começam ficar visível o sofrimento e a dor de famílias com dependentes químicos, famílias que tem um filho preso porque roubou. Roubou para poder saciar o vício.

Entre essas famílias, aquelas participativa, e por talvez “vergonha” começam a afastar-se.

Uma vez li um relato de uma mãe onde dizia:
"Meu filho trocou até as bonecas das filhas por crack" 
"É muito triste para uma mãe ter de recolher o corpo de um filho, mas, apesar da dor, sinto alívio."

Isso é muito triste.

Eu vejo que, como o vício se instala rápido, as famílias não têm tempo nem forças para digerir o problema e passam a agir por impulso.

Especialistas acreditam que, para vencer a dependência, não apenas o usuário, mas a família precisa de recuperação.

Para a sociedade não existe “ex-bandido”, dessa forma a isolação de familiares de presos é muito comum, como se a pena se estendesse a eles.

A vergonha pelo crime de alguém de sua família ou o medo do preconceito faz com que se isolam.

Esses dias conversando com o Pe. Dirceu Alves do Nascimento, comentei que na CEB que coordeno tem duas famílias vivendo essa situação e que as pessoas da comunidade tem procurado e perguntado:

 “Lucia o que vamos fazer para ajudar, as famílias estão sofrendo, doe ver o sofrimento...”

Acredito ser importante “um grupo na paróquia” para “VER – DESCOBRIR” o rosto e o grito de quem pede compaixão - de quem precisa da presença amiga e missionária da paróquia.

E aí convocar CPPs extraordinários para uma partilha. Ver – Julgar -  Agir – Rever – Celebrar.

Após essa partilha, as/os coordenadores de CEBs com ajuda das/os coord. das pastorais e movimentos paroquial, que moram em determinada CEB levar para CPCs extraordinários aberto a mais pessoas.

Assim penso,
Precisamos de momentos assim.



Padre católico cede capela para evangélicos realizarem cultos em Mariana MG

O Padre da Igreja Católica disponibilizou uma paróquia para que os irmãos da PIB – Primeira Igreja Batista de Mariana-MG possam cultuar a Deus.

A reportagem é de André Santos, publicada por Portal Padom, 21-11-2015.

Diante da tragédia, muitos moradores perderam tudo o que tinha, e precisaram se alocar e iniciar uma nova vida. 

De acordo com o Bispo Josep Rossello, a Primeira Igreja Batista foi atingida pela lama do desastre, e o templo da igreja foi totalmente destruído com a tragédia. Porém um ato inusitado por parte de um padre de Mariana fez em meio ao caos, pessoas acreditarem que é possível vivermos em um mundo onde o amor e a solidariedade possam falar mais alto do que a divisão da religião.

O Padre da Igreja Católica disponibilizou uma paróquia para que os irmãos da PIB – Primeira Igreja Batista de Mariana-MG possam cultuar a Deus.

De acordo com o padre, nesse momento de tristeza e dor, a missão como cristãos e filhos do mesmo Deus, é acolhermos uns aos outros como Cristo fez.

O gesto fez que católicos e evangélicos se unissem no momento de solidariedade, e os cultos tem sido motivo de alegria entre ambos os grupos, e até mesmo o padre tem participado dos cultos da Igreja Batista.

Tem sido uma bênção relata um fiel da Batista, temos sentido verdadeiramente o amor de Deus nos unir nesses últimos dias.

20 novembro, 2015

20 de novembro dia da Consciência Negra


Segundo Ruth Ignácio, socióloga da PUCRS, a Sociologia, ter um saber sociológico é ser capaz de entender o mundo sendo crítico. "Ser crítico é ter critérios, "Ser revoltado: de re-voltar, voltar novamente para entender o que aconteceu e ser radical: voltar à raiz". É um pensar sociológico, que independe de uma formação universitária ou acadêmica, é da vida, é do fazer, é da experiência das pessoas.

Portanto, não se pode refletir sobre a Consciência Negra se, não uma aproximação profunda com a raiz da história das negras e dos negros no Brasil.

Quando se criam os movimentos negros, as associações negras ou quando se incentivam a vivência nas comunidades quilombolas, se resgata a vida e a história negra no Brasil.

É voltar no tempo, às raízes, ao começo. Isso tem uma importância incalculável, porque é um rompimento com aquilo que conhecemos dos negros a partir da ótica branca, é ser realista com a história verdadeira e por isso é lembrada como caminho de libertação.

Para Hugo Fragoso, frade franciscano, OFM, nossa história, de maneira quase exclusiva, foi escrita não pelos índios e negros, mas pelos seus conquistadores. Isso explica o porque que a história é uma matéria obrigatória na escola. Não tem como entender quem somos se não for conhecendo a história.

Foram 400 anos de humilhação e negação da identidade e da cultura negra. A escravidão no Brasil ainda precisa ser muito estudada.

19 novembro, 2015

Palavras do Papa Francisco



Palavras do Papa Francisco 

“Mas também hoje, Jesus chora. Porque nós preferimos o caminho das guerras, o caminho do ódio, o caminho das inimizades. Estamos próximos ao Natal: teremos luzes, festas, árvores luminosas e presépio. Tudo falso: o mundo continua fazendo guerras. O mundo não entendeu o caminho da paz.” 

"Nos fará bem também a nós pedir a graça das lágrimas, por este mundo que não reconhece o caminho da paz. Quem vive para fazer a guerra, com o cinismo de dizer para não fazê-la. Peçamos a conversão do coração. Precisamente às portas deste Jubileu da Misericórdia, que o nosso júbilo, a nossa alegria sejam a graça que o mundo reencontre a capacidade de chorar pelos seus crimes, por aquilo que faz com as guerras".

17 novembro, 2015

#WHYSYRIA ▶ La crisi della Siria spiegata in 10 minuti e 15 mappe

Mais uma vez a bola está com Dilma

"A presidente tem resistido bravamente a propostas que, no fundo, buscam desmontar o estado de bem-estar social construído desde a Constituição de 1988", escreve Luis Nassif, jornalista, em artigo publicado por Jornal GGN.

Graças exclusivamente ao amadurecimento institucional, o país começa a voltar para a normalidade política.

Agora, ocorre uma confluência de fatores estabilizadores.

Do lado da oposição, a desmoralização do golpismo de fancaria do PSDB de Aécio NevesCarlos Sampaio e Aloisio Nunes.

Outro fator de estabilização é a Lei de Direito de Resposta aprovada pelo Congresso e sancionada por Dilma. Ela deverá conter os exageros de uma imprensa que parece ter perdido totalmente o rumo em sua aposta inconsequente no pior.

Leia na íntegra o artigo aqui

16 novembro, 2015

Em nossas Paróquias quantas pessoas chegam/passam por nós no decorrer de um ano?

Partilhando um pensamento

Quantas pessoas chegam/passam por nós no decorrer de um ano em nossas paróquias?

- Através do sacramento do batismo, pais e/ou padrinhos
- Para uma orientação espiritual
- Para o sacramento da unção dos enfermos para um ente querido
- Para uma exéquia
- Para pedir uma ajuda
- Para pedir uma informação

Muitos dessas chegam/passam por nós só nesses momentos.

Em nossas CEBs, quantas famílias recebem a visita amiga da Mãe peregrina?

Na última reunião da coordenação das CEBs em minha paróquia vimos que muitas dessas, só recebem a visita, não tem uma participação ativa, nem dos grupos de reflexão participam.

Mais o importante é que, num certo momento ou através da visita amiga da Mãe Peregrina, elas chegam até nós. Nos procura.

Vejo nessas pessoas um chão fértil para um pensar missionário que nos leve a não deixar apenas passarem, mas ficarem com a gente.

A doutrina social da Igreja e a luta contra a corrupção

"Combater até o fim o câncer da corrupção e o veneno da ilegalidade" foi o sonoro pedido do papa Francisco a todos em seu discurso aos fiéis na praça da catedral de Prato, na Itália.
A palavra corrupção vem do latim “corruptio”, por sua vez derivado de “rumpere”, romper, quebrar. Quem corrompe ou é corrompido rompe um equilíbrio natural, uma integridade moral, uma harmonia vital. Hoje, o termo corrupção é geralmente associado à política e às instituições em suas diversas articulações, mas o estilo de vida que rompe a justiça e a confiança também se espalha por muitos contextos particulares e comunitários. Suas raízes estão no interior do indivíduo, prontas para se ramificar com força toda vez que se perde a relação pessoal com a verdade de Deus ou, no caso dos não crentes, quando se desvaloriza a retidão objetiva da própria natureza ontológica.

A corrupção é conscientemente "alicerçada" em tudo o que engana o homem em seus anseios de prestígio e poder, mas também em todo ato externo cotidiano que tende a definir suas relações e funções oficiais ou privadas. Chama a atenção, assim, observa dom Giampaolo Crepaldi, a rara ocorrência desta palavra no Magistério Pontifício, especialmente com o sentido que lhe atribuem as ciências sociais e as diversas pesquisas empíricas.

No entanto, o mesmo dom Crepaldi, ex-secretário do Conselho Pontifício Justiça e Paz, escreve: "Não faríamos um trabalho útil se nos propuséssemos a buscar neste ou naquele lugar do Magistério social uma referência mais ou menos explícita ao fenômeno da corrupção". No entanto, o fenômeno é abordado na Sollicitudo rei socialis, na Centesimus annus, no Compêndio da Doutrina Social da Igreja (DSI). Dom Crepaldi exorta os que confiam na guia diária da DSI a encontrarem a referência certa para evitar a guilhotina de corrupção e para serem construtores reais de uma sociedade do amor e da justiça, num contexto em que o homem não "rompa" o equilíbrio e a harmonia que o Senhor criou para a realização de cada pessoa.

O arcebispo de Trieste escreve: "Devemos buscar na doutrina social da Igreja os critérios para abordar o problema, as coordenadas de princípios e valores que nos permitem iluminar o fenômeno, explicá-lo não só a partir dos seus dados empíricos, que é tarefa da pesquisa social, mas na sua conotação ético-social e ético-política, prospectando possíveis caminhos para uma luta eficaz contra a corrupção. Para esta luta, precisamos conhecer o fenômeno em toda a sua complexa fenomenologia empírica, mas também, e mais importante ainda, dentro de um quadro de natureza ética suficientemente orgânico".
Dom Crepaldi nos dá quatro critérios úteis para combater a imoralidade. Ele a vê como um fenômeno mundial e imaterial, como um mal que acarreta custos para a comunidade.

As Sagradas Escrituras não usam muito o termo “corrupção” para falar do fenômeno, mas, direta ou indiretamente, aborda a degeneração do comportamento humano que "rompe" os princípios estabelecidos pelo Senhor para a boa convivência entre os homens.

No Livro dos Reis (1,21), ao falar da "Vinha de Nebot", a prepotência de Jezabel, mulher de Acabe, rei da Samaria, nada mais é que a representação da arrogância que geralmente brota em certos contextos institucionais, ofuscando o trabalho positivo dos outros e nutrindo a sensação de corrupção difusa, portadora de desconfiança em uma sociedade doente. Naboth, que possuía uma vinha perto do palácio real, não hesitou em rejeitar a proposta de compra pelo rei, por se tratar de herança dos pais. Acabe acusou o golpe da rejeição, mas sua esposa lhe propôs ações "corruptoras" junto aos anciãos do reino solicitando falsos testemunhos, que acusassem Nebot, perante o povo, de ter blasfemado contra Deus e contra o rei. O apedrejamento inevitável ocorreu fora da cidade, permitindo que o soberano, graças à pérfida esposa, se apropriasse da vinha tão desejada.

O castigo divino que se seguirá reflete os atos históricos de corrupção, promovidos pela rainha, aprovados pelo rei, oficializados pelos anciãos e pelas falsas testemunhas. Um quadro antigo, mas, infelizmente, muito atual, que só através da verdade do Evangelho, fonte principal de diretrizes sociais e políticas da Doutrina Social da Igreja, pode ser mudado para o progresso e bem-estar social de todo homem.


Fonte: Zenit

13 novembro, 2015

Câncer de próstata - Quando começar fazer os exames preventivos?

Câncer de próstata
Quando começar fazer os exames preventivos?
Atenção:
Em alguns casos os exames preventivos devem ser feitos antes dos 50 anos, aos 40 anos ou 45 anos.

Optar por uma alimentação balanceada e praticar exercícios físicos regularmente são recomendações importantes para prevenir a doença.

Próstata é uma glândula do sistema reprodutor masculino, que produz e armazena parte do fluido seminal. Câncer de próstata é o tumor mais comum em homens acima de 50 anos. Os fatores de risco incluem idade avançada (acima de 50 anos), histórico familiar da doença, fatores hormonais e ambientais e certos hábitos alimentares (dieta rica em gorduras e pobre em verduras, vegetais e frutas), sedentarismo e excesso de peso.
Os negros constituem um grupo de maior risco para desenvolver a doença.
Sintomas
A maioria dos cânceres de próstata cresce lentamente e não causa sintomas. Tumores em estágio mais avançado podem ocasionar dificuldade para urinar, sensação de não conseguir esvaziar completamente a bexiga e hematúria (presença de sangue na urina).
Dor óssea, principalmente na região das costas, devido à presença de metástases, é sinal de que a doença evoluiu para um grau de maior gravidade.
Diagnóstico
O câncer de próstata pode ser diagnosticado por meio de exame físico (toque retal) e laboratorial (dosagem do PSA). Caso sejam constatados aumento da glândula ou PSA alterado, deve ser realizada uma biópsia para averiguar a presença de um tumor e se ele é maligno. Se for, o paciente precisa ser submetido a outros exames laboratoriais para se determinar seu tamanho e a presença ou não de metástases.
Tratamento
O tratamento depende do tamanho e da classificação do tumor, assim como da idade do paciente e pode incluir prostatectomia radical (remoção cirúrgica da próstata), radioterapia, hormonoterapia e uso de medicamentos. Para os pacientes idosos com tumor de evolução lenta o acompanhamento clínico menos invasivo é uma opção que deve ser considerada.
Recomendações
* Homens sem risco maior de desenvolver câncer de próstata devem começar a fazer os exames preventivos aos 50 anos;
* Descendentes de negros ou homens com parentes de primeiro grau portadores de câncer de próstata antes dos 65 anos apresentam risco mais elevado de desenvolver a doença; portanto, devem começar a fazer os exames aos 45 anos;
* Pessoas com familiares portadores de câncer de próstata diagnosticado antes dos 65 anos apresentam risco muito alto de desenvolver a doença; por isso, devem começar o acompanhamento médico e laboratorial aos 40 anos;
* Homens com níveis de PSA abaixo de 2,5 ng/mL devem repetir o exame a cada 2 anos; já aqueles com PSA acima desse valor devem fazer o exame anualmente;
* Resultados de PSA e toque retal alterados são relativamente comuns, mas podem gerar muita angústia, apesar de não serem suficientes para estabelecer o diagnóstico de câncer de próstata; para confirmá-lo é indispensável dar prosseguimento a uma avaliação médica detalhada e criteriosa;
* Optar por uma alimentação balanceada e praticar exercícios físicos regularmente são recomendações importantes para prevenir a doença.
Fonte: site do Dr. Drauzio Varella

O Sentido Missionário da Igreja esta nas CEBs!


As feridas emocionais das crianças refugiadas

"Eu tinha tanto medo no barco. Eu estava com meu irmão mais novo nos braços, também quando a gente caiu na água. Eu o segurei em meus braços e chorei. Eu rezei a Deus para ir para o paraíso. Eu pensei que fosse morrer. A morte estava tão perto". Farah tem 10 anos e fugiu da Síria juntamente com a família.
A reportagem foi publicada por Deutsche Welle e reproduzida por CartaCapital, 12-11-2015.
"Durante a fuga, tivemos de ficar por cinco meses em um campo de refugiados na Bulgária, que era horrível. Os guardas batiam na gente", lembra Namir, de 12 anos. Sua família cristã vivia em Damasco, na Síria, onde, segundo ele, era perseguida. Ele relata que alguns parentes foram até forçados a se converter ao Islã. "No caminho para a Alemanha, andamos por uma floresta escura. Lá eu perdi os meus sapatos, e meus pés ficaram sangrando por causa dos galhos e espinhos. Meu pai teve de me carregar e também carregar a minha irmã. Eu passei fome e sede."
Luta pela sobrevivência e medo da morte
"Meu irmão mais novo foi separado de nós durante a fuga. Durante três dias nós não o achamos. Choramos três dias seguidos", diz Walid. Quando finalmente encontraram Nidal, três dias depois, estava traumatizado. "Ele chorava e ria ao mesmo tempo. Foi indescritível. Se tivesse acontecido comigo, tudo bem, mas ele é só uma criança", conta Walid, de 17 anos.
Durante a fuga, Walid se tornou adulto. Ele fugiu da Síria com a mãe e dois irmãos. Seu pai teve de ficar para trás. "Minha mãe às vezes chora sem parar. Nós todos temos pesadelos. Vimos combatentes matarem duas pessoas, quando passávamos uma noite dormindo no chão de uma escola. Eu nunca vou esquecer isso. Meus dois irmãos também viram aquilo. Às vezes, Nidal parece querer machucar a si mesmo." Walid diz que o dia mais feliz para ele será quando puder ver o pai novamente.
Um terço é de crianças
As vivências de Farah, Namir e Walid comovem. São experiências de que os pais tentam poupar os filhos. Mas o desespero desses pais é grande. Todos eles têm o desejo de dar a seus filhos um futuro seguro. De acordo com o governo alemão, um terço de todos os refugiados que vêm para a Alemanha é de crianças e adolescentes. Organizações de proteção à criança, como a Save the Children, alertam que muitos desses menores passam por experiências cruéis e traumatizantes – mas poucos falam sobre isso.
"É um sofrimento terrível, ouvimos isso todos os dias", diz o psicólogo Andreas Mattenschlager, diretor de um projeto em Ulm que oferece consulta e apoio psicoterapêutico para crianças refugiadas traumatizadas. "Crianças refugiadas, como todas as crianças, querem ter uma sensação de segurança. Na fuga, elas e seus pais conseguiram escapar do sofrimento e da violência, mas a situação delas continua sendo catastrófica", destaca Mattenschlager.
Perda de segurança
"Crianças pequenas experimentam esse sentimento de segurança, não em lugares, mas no relacionamento com seus pais", explica o terapeuta familiar. "As crianças vivenciam pais fortes em casa. Já quando seus pais não estão presentes ou ficam para trás durante a fuga, essa segurança é perdida". Em seu trabalho, ele também percebeu que as crianças afetadas sofrem com a alta expectativa dos pais. "Eles deixaram tudo para trás, a fim de dar a seus filhos um futuro melhor", ressalta Mattenschlager. "As crianças, então, têm de desempenhar seus papéis na Alemanha e temem não decepcionar os pais."
Experiências de guerra, prisão e tortura no país de origem, assim como na fuga de meses para a Europa sobrecarregam muito essas crianças. A situação nos campos de refugiados, a discriminação e o isolamento aumentam a carga psicológica. "Nos abrigos, com 1.500 pessoas em um espaço confinado, as famílias passam muitos dias e meses. Este é um grande fardo", diz o médico Volker Mall, diretor no Kinderzentrum München, centro de atendimento social e pediátrico em Munique.
Terapia pode melhorar integração
Muitos dos menores sofrem de transtornos psicológicos por causa da experiência pela qual passaram. "Para melhor integrar as crianças em creches e escolas, é preciso oferecer, de forma rápida e simples, um auxílio psicoterapêutico", acredita Mall. "Nossas estruturas são boas. Temos instalações para lidar com o problema. Mas alguns pedidos de asilo duram anos para serem aprovados", constata Mall. Somente após uma autorização de residência, o seguro de saúde na Alemanha pode cobrir tratamentos psicoterapêuticos.
Andreas Mattenschlager e sua equipe oferecem, uma vez por semana, atendimento gratuito em um centro para refugiados em Ulm. O serviço é financiado pela Igreja. "Mas conseguir ganhar confiança nesse tempo reduzido é um grande desafio", sublinha Andreas Mattenschlager. "As crianças e adolescentes desacompanhados passaram por muitos relacionamentos rompidos. Eles perderam os pais ou, na fuga, tiveram contato com pessoas que posteriormente se perderam. Em primeiro lugar, é importante para eles ter alguém para conversar em quem confiam."
Mas, no início, as famílias ficavam desconfiadas de que o conteúdo das conversas fosse encaminhado para o setor de imigração do governo. "Só depois que a confiança é criada, é que as crianças traumatizadas conseguem falar sobre o que viveram."

12 novembro, 2015

7º Intereclesial das CEBs do Paraná


O PMDB e a reforma fiscal: ponte para o inferno social

A essência da proposta é, portanto, a de rasgar a Constituição de 1988 no que diz respeito à rede de proteção nela estabelecida e retirar, do Executivo, toda e qualquer influência que este hoje dispõe para formular, propor e implementar programas que coloquem em risco a meta sagrada do ajuste fiscal", esclarece Fabrício Augusto de Oliveira, Doutor em economia pela Unicamp, membro da Plataforma de Política Social e escritor, em artigo publicado por Carta Maior.
Eis o artigo.
Depois de operar e atuar por décadas nas sombras do poder, de uma maneira geral contra os interesses da sociedade como um todo, o PMDB, visando manter seu espaço de influência nas decisões estratégicas da política do governo, acaba de lançar oportunisticamente, para dele não se afastar, diante do enfraquecimento da presidente Dilma, um documento com propostas de reformas para o País sair da crise, intitulado “Uma ponte para o futuro”.
Tal como o que recentemente foi lançado pelo Senado Federal, patrocinado por seu presidente Renan Calheiros, também do PMDB, as propostas ali apresentadas, ao contrário do que anunciam, representam um retrocesso quando se considera seu objetivo que é o da reconstituição de um “Estado moderno, próspero, democrático e justo”.
Colocando-se como fiador deste projeto para a nação, o documento do PMDB, fazendo coro às vozes da ortodoxia, atribui as dificuldades do País às ações do Estado voltadas para beneficiar as políticas sociais, entendendo que sem a construção de “uma trajetória de equilíbrio fiscal duradouro, com superávit operacional e redução progressiva do endividamento público”, não há como escapar dessa crise. Daí deduz que, para purificar-se e se candidatar novamente a ingressar no paraíso do crescimento, o Brasil tem, necessariamente, de resolver primeiramente essa questão.
Ora, ao enunciar de modo tão categórico as causas e raízes da crise atual, que identifica na generosidade da Constituição de 1988 com a criação de um sistema de vinculação de receitas para o financiamento das políticas sociais, que estaria garantindo, no tempo, um crescimento dos gastos do Estado superior às suas receitas, os remédios que propõe para sua solução não poderiam ser diferentes.
Ao lado de acabar com as vinculações constitucionais estabelecidas, sugere dar fim a todas as indexações existentes, seja para “salários, benefícios previdenciários e tudo o mais”, e estabelecer um limite para a expansão das despesas inferior ao crescimento do PIB. Além disso, atribui, ao Legislativo, poder tanto para definir as prioridades orçamentárias com a implantação do “orçamento de base zero” quanto de atuar como “autoridade orçamentária”, responsável por avaliar, acompanhar e fiscalizar a execução dos programas públicos, corrigindo excessos e desvios cometidos pelo Executivo em relação às metas garantidoras do equilíbrio fiscal. 
A essência da proposta é, portanto, a de rasgar a Constituição de 1988 no que diz respeito à rede de proteção nela estabelecida e retirar, do Executivo, toda e qualquer influência que este hoje dispõe para formular, propor e implementar programas que coloquem em risco a meta sagrada do ajuste fiscal. Enfim, substituir na prática, no País, o presidencialismo pelo parlamentarismo, como se os parlamentares estivessem, em sua maioria, despidos de interesses fisiológicos, particulares e familiares, e em condições de, efetivamente, lutar por interesses mais nobres da sociedade como um todo, com suas bancadas do “boi, da bala e da bíblia”.
Depois de despejar uma artilharia pesada nos programas sociais e na previdência social, como causas da falência do Estado brasileiro, o documento mantém-se silente sobre as despesas tributárias nas quais o Estado incorre com o capital, por meio de renúncias tributárias e subsídios concedidos às empresas, estimadas pela Receita Federal em R$ 280 bilhões, ou 4,9% do PIB só em 2015, e sobre os juros da dívida que o Estado paga a seus credores, que já atingiram, até setembro, 8,9% do PIB, no acumulado de 12 meses, como se não tivessem nenhuma responsabilidade neste desequilíbrio e no crescimento da dívida.
Ao retirar do capital e da riqueza financeira qualquer responsabilidade nessa situação, o documento não poderia ir muito longe na proposta de uma reforma tributária que contribuísse, de fato, para ajudar a remover alguns dos entraves que se opõem ao crescimento econômico, à redução mais sustentável das desigualdades sociais e à reconstrução do federalismo no País. É, por isso, de uma pobreza franciscana.
Isso porque se restringe a descartar qualquer aumento na carga de impostos na promoção do ajuste de longo prazo por considerá-la muito elevada quando comparada aos padrões vigentes nas economias emergentes e até mesmo em relação a alguns países desenvolvidos, reduzindo a competitividade da produção nacional e operando como obstáculo ao crescimento mais sustentado. Nada diz, contudo, sobre a sua composição, na qual residem os principais problemas do sistema tributário brasileiro e para os quais sua reforma é mais do que necessária caso se pretenda ressintonizá-lo exatamente com os objetivos do crescimento, da equidade e da federação.
Ora, mesmo os que não são especialistas em tributação sabem que o sistema de impostos no Brasil, além de muito complexo e pouco transparente, carrega, em sua estrutura, um peso muito elevado dos impostos indiretos, reconhecidamente regressivos, que respondem por cerca de 70% da arrecadação (incluídos os incidentes sobre a folha de salários), o que enfraquece o mercado interno ao jogar o maior fardo de seu ônus sobre os ombros mais fracos. E que, entre estes se incluem impostos de má qualidade, de incidência cumulativa, prejudiciais para a competitividade por onerar excessivamente a produção, devido à tributação em cascata.
Por isso, qualquer reforma deste sistema que tenha a preocupação de reformá-lo, visando a ajustá-lo para os objetivos do crescimento econômico com equidade, não pode simplesmente ignorar as mudanças que devem ser feitas nessa estrutura, dando-se maior ênfase à cobrança dos impostos diretos vis-à-vis os indiretos, não somente por uma questão de justiça tributária e social, mas até mesmo por uma razão econômica, considerando que são as classes de mais baixa renda as que possuem maior propensão ao consumo e que, por isso, podem ajudar a manter com maior vigor o mercado interno.
Esse deslocamento das bases de incidência dos impostos, que significaria cobrar mais impostos de quem mais ganha, ou seja, das rendas mais altas e da riqueza financeira, principalmente, e que apresenta um potencial elevado de arrecadação, poderia abrir espaços para a reforma da tributação indireta e mais do que compensar perdas que com ela poderiam ocorrer com a extinção ou redução dos impostos cumulativos, ao mesmo tempo em que se tornaria possível reduzir sua regressividade, estabelecendo-se alíquotas seletivas destes impostos de acordo com a essencialidade do produto.
Este não é, no entanto, um caminho que, tal como ocorre com o pensamento conservador, interesse ao programa proposto pelo PMDB, já que contraria os interesses das classes dominantes. Por isso, sua proposta, neste campo, cinge-se a sugerir um “vasto esforço de simplificação do sistema, reduzindo o número de tributos e unificando a legislação do ICMS, com a transferência de sua cobrança para o Estado de destino da mercadoria, e também, a desoneração das importações e dos investimentos”, como se simplificar fosse sinônimo de modernizar.
Embora essas sejam medidas que devam ser consideradas em uma eventual reforma para simplificar o sistema, coibir as guerras fiscais entre os governos subnacionais e melhorar um pouco a competitividade da produção nacional, representam muito pouco para quem se propõe a cimentar as bases da economia para um crescimento autossustentado e para a reconstrução de um “Estado moderno, próspero, democrático e justo”.
Talvez para não ser rotulado de excessivamente tendencioso nessa questão, o documento ainda se aventura, no apagar das luzes de seu encerramento, a rapidamente propor uma vaga “redução das exceções para que os grupos parecidos paguem impostos parecidos”. O que pouco significa pela sua inconsistência com a análise realizada, figurando, pela sua imprecisão, mais como um jogo de cena da proposta. Não é com este documento que o partido irá resgatar o compromisso histórico do antigo MDB com as lutas democráticas por um Estado de direito, próspero e justo, e nem com a “Constituição cidadã” do Dr. Ulysses Guimarães.

11 novembro, 2015

Arquidiocese de Maringá divulga logo vencedora do concurso do Jubileu dos 60 anos



Do site da Arquidiocese de Maringá

Na manhã de sexta-feira, seis de novembro de 2015, a Comissão do Jubileu dos 60 anos da Arquidiocese de Maringá elegeu a logomarca que será usada em toda a comunicação dos eventos dos 60 anos da Arquidiocese de Maringá. As comemorações do jubileu serão realizadas entre o dia 15 de agosto de 2016 até 15 de agosto de 2017.

A logomarca vencedora foi desenvolvida pelo publicitário maringaense Anselmo José. O concurso recebeu 15 inscrições. “Ficamos felizes e surpresos com a quantidade e a qualidade das propostas encaminhadas. Isto é sinal de uma Igreja que dialoga também com a classe artística”, comentou o arcebispo de Maringá, dom Anuar Battisti.

O vencedor receberá o prêmio no valor de R$2.000 (dois mil reais).

O que diz o vencedor?

“Um desafio tremendo fazer uma logomarca para a Arquidiocese de Maringá. Impossível não utilizar como referência a silhueta de nossa imponente catedral, mas ao mesmo tempo, como inseri-la sem parecer clichê? Ao desenvolver a logomarca dos 60 anos voltei um pouco ao passado e ‘misturei’ as duas silhuetas: a da catedral antiga, de madeira, e da atual, e acredito que isso tenha agradado o jure e espero que agrade também esta comunidade que tanto ama seu templo mais importante”. (Anselmo José)