31 dezembro, 2021

Um feliz ano de 2022!

Que o ano de 2022
seja um ano de paz,
fraternidade e esperança
e que aprendamos a repartir amor,
felicidade, caridade, solidariedade e paz.
Repartir amizade, um aperto de mão, um sorriso,..., 
um simples olhar de carinho e ternura.

Obrigada pela presença amiga.

Um beijo no coração de vocês.


30 dezembro, 2021

'A dor dos sírios passa despercebida'

"O risco é que o mundo ignore a tragédia síria. Durante os últimos dois ou três anos, a Síria foi esquecida: as notícias sobre ela já não encontram espaço nos meios de comunicação social e por isso o grito de dor de tantos dos nossos irmãos e irmãs não é ouvido."

Imagem da devastação da guerra na Síria (Caritas italiana)

Cardeal Zenari: o drama esquecido da Síria, mas as pessoas ainda sofrem
Numa entrevista à televisão italiana Telepace, o núncio apostólico em Damasco pede que se mantenha alta a atenção sobre o país: está em andamento a maior catástrofe provocada pelo homem desde o fim da Segunda Guerra Mundial.

Eugenio Bonanata, Silvonei José – Vatican News

"A primeira coisa que eles me pedem é ajuda para emigrar". É com dor que o núncio apostólico na Síria, o cardeal Mario Zenari, fala do desejo que sobretudo os jovens sírios manifestam quando o encontram. "Não veem um futuro", explica o cardeal, evocando uma imagem tristemente reveladora da situação do país no momento: "no escuro, no frio e na fila em frente às padarias que vendem pão a preços regulados pelo Estado". As condições estão no limite da subsistência de uma grande parte da população.

As pessoas se endividam para emigrar

"É a catástrofe humanitária mais grave desde o fim da Segunda Guerra Mundial", diz o núncio, que observa que mais uma vez o tema foi destaque na mensagem do Papa Francisco Urbi et Orbi, no dia de Natal. Para muitas famílias sírias, a única solução no horizonte é partir. "Tantos recentemente partiram para a Europa e estão agora parados na Ucrânia", advertiu o cardeal. E não é tudo: "Soube de fontes diretas que as famílias pagam aos traficantes cerca de 20 mil dólares para chegar ao Velho Continente". Custos exorbitantes para o nível de vida nesta realidade. "As pessoas vendem o pouco que têm, endividam-se, e depois talvez serem forçadas a retornar”.

"A dor dos sírios passa despercebida"

Informações que recordam ao Ocidente o que leva os sírios a deixarem as suas terras e os seus afetos. No entanto, segundo o cardeal Zenari, o risco é que o mundo ignore a tragédia síria. Durante os últimos dois ou três anos", disse ele, "a Síria foi esquecida: as notícias sobre ela já não encontram espaço nos meios de comunicação social e por isso o grito de dor de tantos dos nossos irmãos e irmãs não é ouvido. O sofrimento é aliviado pela ajuda que chega constantemente ao povo, também através da Nunciatura.

Necessária a ajuda internacional

O cardeal Zenari expressou a sua gratidão aos muitos "bons samaritanos". Entre eles", acrescentou, "não há apenas as pessoas com posses, mas também os menos abastados. E comovo-me com a generosidade deles: são gotas de água ou torneiras no deserto. Estamos tentando aumentar essas torneiras, mas precisamos que a comunidade internacional abra um rio de ajudas para a Síria". O cardeal recorda que, segundo os peritos, são necessários pelo menos 400 mil milhões de dólares para iniciar a reconstrução, colocar a economia de novo no bom caminho e devolver a esperança à população.

O projeto "Hospitais abertos

Entretanto, é incansável o trabalho caritativo realizado pelos poucos cristãos que restaram no país. Um dos projetos ativos diz respeito ao setor da saúde quase completamente inexistente. Chama-se "hospitais abertos" e consiste em prestar assistência aos pobres em três estruturas católicas, duas em Damasco e uma em Aleppo. "Em quatro anos, 60 mil pessoas de qualquer pertença étnica ou religiosa foram curadas gratuitamente. Um projeto que também visa a reconstrução social. Muitas famílias muçulmanas", disse dom Zenari, "ficaram surpreendidas com a generosidade dos cristãos. E é assim que tentamos encorajar o diálogo e a convivência entre as religiões, o que é muito importante".

28 dezembro, 2021

Meu cunhado Moacir fez sua passagem, sua páscoa

Com ele convivo desde que nasci.
Foram dias difíceis....
Esposo de minha irmã mais velha, morava na mesma data de minha casa.
Deixa exemplo de um homem bom e honesto.
Que o nosso Deus o acolhe e lhe conceda a graça da ressurreição, vida eterna.


27 dezembro, 2021

Feliz Natal! Secretariado do 15º Intereclesial das CEBs


Feliz Natal!
Secretariado do 15º Intereclesial das CEBs

O 15º Intereclesial das CEBs do Brasil será realizado de 19 a 23 de julho de 2023, no Regional Oeste 2 (MT), na Diocese de Rondonópolis-Guiratinga, na cidade de Rondonópolis.

CEBs: Igreja em Saída, na busca da vida plena para todos e todas!
“Vejam! Eu vou criar um novo céu e uma nova terra”! (Is.65,17ss)

24 dezembro, 2021

Feliz Natal!

Que o Menino Jesus renasça em seu coração!

20 dezembro, 2021

Deixemo-nos ser provocadas e provocados pelo nosso Papa Francisco

‘O diálogo concreto não pode ser substituído pelo diálogo on-line’

“Se você quiser usar o celular, use-o, mas isso não cancele o contato com as pessoas, contato direto, contato de ir juntos à escola, de passear, ir tomar um café juntos, contato real e não contato virtual.
Precisamos de contato, contato face a face, mas temos a tentação de nos isolarmos com outros métodos, por exemplo, entrar em contato apenas por celular, as amizades do celular, a falta de diálogo concreto.
Você aprendeu com esta situação que o diálogo concreto não pode ser substituído pelo diálogo on-line, que há algo mais, no lockdown faltou o contato com amigos e amigas, com a família porque não se podia sair e talvez a escola não funcionava.
Porque se deixarmos de lado o contato real, também nós acabaremos líquidos ou gasosos, sem consistência, sempre on-line, e à pessoa on-line falta ternura". (Papa Francisco)



16 dezembro, 2021

Que sejamos um para o outro!

Que cada um de nós, sejamos um para o outro desse grupo, que sejamos para aquelas e aquelas que próximo de nós mora e podemos ir ao encontro e olhar no rosto a certeza:

"Que a felicidade não dependa do tempo, nem da paisagem, nem da sorte, nem do dinheiro. Que ela possa vir com toda simplicidade, de dentro para fora, de cada um para todos. Que as pessoas saibam falar, calar, e acima de tudo ouvir. Que amem ao próximo e respeitem sua dor. Para que tenhamos certeza de que: “Ser feliz sem motivo é a mais autêntica forma de felicidade”. (Carlos Drummond de Andrade)


Manifestação a respeito de reportagem veiculada sobre tráfico de pessoas


CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL
Comissão Episcopal Pastoral Especial para o Enfrentamento ao Tráfico Humano

Brasília, 15 de dezembro de 2021.
CEPETH – Nº. 0390/21


MANIFESTAÇÃO A RESPEITO DE REPORTAGEM VEICULADA SOBRE TRÁFICO DE PESSOAS

“Não tenhais medo: vós valeis mais do que muitos pardais” (Mt 10,31)

No último domingo, dia 12, foi apresentada uma reportagem no Fantástico, programa da TV Globo, sobre a megaoperação internacional que descobriu um novo esquema para entrar ilegalmente nos EUA: “as famílias de mentira”. Este esquema está a serviço do tráfico de pessoas, e só neste ano, movimentou R$ 8 bilhões no Brasil, segundo a estimativa da Polícia Federal.

A Comissão Episcopal Pastoral Especial de Enfrentamento ao Tráfico Humano da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), vê com preocupação e indignação as realidades de exploração associadas ao tráfico de pessoas no Brasil e no mundo. Os criminosos assumem estratégias cada vez mais ousadas para burlar as leis, manipulando os laços afetivos e transformando pessoas em mercadoria. Dentre essas estratégias criam-se “famílias de mentira” para possibilitar a entrada ilegal de imigrantes nos Estados Unidos e por consequência em outros países. O chamado "Rei dos Coiotes", que faz parte de uma quadrilha internacional e o esquema para criação dessas famílias, deflagra outras questões estruturais como a violação e exploração de crianças e adolescentes, mulheres e trabalhadores, atingindo especialmente as cidades próximas às fronteiras.

Ainda dentro desta triste e abominável realidade de exploração e violência contra seres humanos, outra notícia tem sido visibilizada nesta semana: “naturalização e subnotificação do casamento infantil (menores de 18 anos), formal ou informal”. Em mais de 94% dos casos, as meninas são as vítimas. Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em 2019, 80.829 meninas de até 19 anos se casaram oficialmente no Brasil, 169 delas tinham menos de 15 anos de idade. A união precoce somada às vulnerabilidades sociais de raça e de gênero geram mais violências às pessoas já fragilizadas econômica e socialmente, e colocam em risco a dignidade das meninas, com potencial para se tornarem vítimas de tráfico humano.

Diante dessa conjuntura violenta, reconhecemos e valorizamos o trabalho dos órgãos de fiscalização e denuncia, como a Polícia Federal e da imprensa. E exigimos do Estado Brasileiro uma maior atuação na responsabilização dos agentes destes crimes, na implantação das olíticas públicas, celeridade nos canais responsáveis pelo cumprimento da legislação e medidas de proteção aos migrantes e refugiados e às vítimas do tráfico de pessoas.

Conclamamos todas as pessoas comprometidas com a dignidade humana, para não fecharem os olhos e os ouvidos diante dessas situações. Colaborem e apoiem as iniciativas de enfrentamento ao tráfico de pessoas. Onde você identificar situações suspeitas de serem criminosas e associadas ao tráfico de pessoas, não se omita, busque apoio e formas de denúncias nos âmbitos locais e nacionais. Denuncie! Disque 100.


Dom Evaristo Pascoal Spengler
Bispo de Marajó/PA
Presidente da Comissão Episcopal Pastoral Especial para o
Enfrentamento ao Tráfico Humano


Dom Adilson Pedro Busin
Bispo Auxiliar de Porto Alegre/RS

Dom José Ionilton Lisboa de Oliveira
Bispo de Itacoatiara/AM

Dom José Luiz Salles
Bispo de Pesqueira/PE

Assessores da Comissão:
Frei Olavio Dotto
Francisco Alan Santos Lima
Irmã Claudina Scapini
Irmã Eurides Alves de Oliveira
Irmã Maria Bernadete Macarini
Irmã Marie Henriqueta Cavalcante
Irmã Roseli Bertoldo
Graziella Rocha
Alessandra Miranda

08 dezembro, 2021

Uberização e a "liberdade" de trabalhar 12 horas por dia


Já faz algum tempo que flexibilização virou a palavra queridinha do mundo do trabalho. A promessa é de horários menos rígidos, ambiente de trabalho descolado, home office e coisas do tipo. Tudo muito legal, se junto não viesse a redução de direitos trabalhistas. Há pouco mais de uma década, a cilada aumentou com a chegada de aplicativos como a Uber. Quem não quer escolher os próprios horários, não ter chefe, ficar mais tempo com a família?

Só que, 12 anos depois, as notícias agora são de motoristas cancelando corrida o tempo todo e largando o app. O que aconteceu nesse meio tempo?

Bom, acontece que o processo de uberização altera a forma, mas não ameaça o modelo de acumulação capitalista. Pelo contrário, a flexibilização sem limites aprofunda a submissão do trabalhador e amplia as possibilidades de lucro dos capitalistas.

Quem define o percentual que o trabalhador ganha e quais corridas ele pode fazer é o algoritmo. Então, na prática, aquela história de não ter chefe não é bem verdade. A diferença é que o chefe não tem rosto nem nome – mas tem um poder gigante.

Se na chegada os ganhos pareciam altos, depois de um tempo a situação foi mudando. A liberdade de não ter chefe e trabalhar quando quiser virou ter que trabalhar quase o tempo todo para conseguir sobreviver. Ou seja, o trabalhador tem a "liberdade" de trabalhar 12 horas por dia. Quer dizer, com o preço da gasolina nas alturas, muitos chegam a fazer jornadas de até 16 horas para pagar as contas.

03 dezembro, 2021

Intenção de oração para o mês de dezembro, do Papa Francisco, é dedicada aos catequistas


Intenção de oração para o mês de dezembro, do Papa Francisco, é dedicada aos catequistas

Os catequistas têm uma missão insubstituível na transmissão e no aprofundamento da fé.

O ministério laical do catequista é uma vocação, é uma missão. Ser catequista significa que a pessoa "é catequista", não que "trabalha como catequista". É todo um modo de ser, e são necessários bons catequistas, que sejam ao mesmo tempo companheiros e pedagogos.

Precisamos de pessoas criativas que anunciem o Evangelho, mas que o anunciem, não com timidez ou com barulho, mas sim com a sua vida, com mansidão, com uma linguagem nova e abrindo novos caminhos.

E em tantas dioceses, em tantos continentes, a evangelização está fundamentalmente nas mãos de um catequista.

Agradeçamos aos catequistas e às catequistas pelo entusiasmo interior com que vivem esta missão ao serviço da Igreja.

Rezemos juntos pelos catequistas, chamados a anunciar a Palavra de Deus, para que a testemunhem com coragem, com criatividade, com a força do Espírito Santo, com alegria e com muita paz.

30 novembro, 2021

Migrantes, o Papa: a falta de respeito das fronteiras minimiza a nossa humanidade

"Mercadorias", "pedras no tabuleiro de xadrez", "vítimas de rivalidades políticas". É "deplorável o tratamento reservado a milhares de migrantes no mundo hoje. A falta de respeito humano das fronteiras nos minimiza a todos em nossa humanidade".


A Mensagem de Francisco foi lida pelo cardeal Parolin pelos 70 anos da Organização Internacional para as Migrações: “É deplorável usar os migrantes como mercadoria e vítimas de rivalidades políticas”.

Salvatore Cernuzio/Mariangela Jaguraba – Vatican News

"Mercadorias", "pedras no tabuleiro de xadrez", "vítimas de rivalidades políticas". É "deplorável o tratamento reservado a milhares de migrantes no mundo hoje. A falta de respeito humano das fronteiras nos minimiza a todos em nossa humanidade". É o que afirma o Papa Francisco na mensagem de vídeo, lida pelo secretário de Estado Vaticano, cardeal Pietro Parolin, nesta segunda-feira (29/11), por ocasião dos 70 anos da Organização Internacional para as Migrações, principal organização intergovernamental no campo da migração, com sede em Genebra, na Suíça. Há dez anos, a Santa Sé é membro da Organização.


Histórias de desigualdades e desespero

Francisco exorta a uma mudança de perspectiva sobre o fenômeno da migração: "Não é apenas uma história de migrantes, mas de desigualdades, desespero, degradação ambiental, mudanças climáticas, mas também de sonhos, coragem, estudo no exterior, reunificação familiar, novas oportunidades, segurança e trabalho pesado, mas digno".

Além dos aspectos políticos e jurídicos das situações irregulares, nunca devemos perder de vista o rosto humano da migração e o fato de que, além das divisões de fronteiras geográficas, fazemos parte de uma única família humana.

"O debate sobre a migração não diz respeito realmente aos migrantes", enfatiza o Papa. "Não se trata apenas de migrantes: trata-se de todos nós, do passado, do presente e do futuro de nossas sociedades. Não devemos nos surpreender com o número de migrantes, mas vê-los todos como pessoas, olhando seus rostos e ouvindo suas histórias, tentando responder da melhor forma possível às suas situações pessoais e familiares únicas. Esta resposta requer muita sensibilidade humana, justiça e fraternidade".

A "tentação comum" de hoje de "descartar tudo o que incomoda" deve ser evitada. É um sintoma dessa "cultura do descarte" que se que opõe ao ensinamento da maioria das grandes tradições religiosas. Devemos "tratar os outros como desejamos ser tratados e amar o nosso próximo como a nós mesmos", não transcurando a hospitalidade ao estrangeiro. "Certamente", diz o Papa, "estes valores universalmente reconhecidos devem orientar o nosso tratamento dos migrantes na comunidade local e nacional".

Os migrantes enriquecem as comunidades que os hospedam

Devemos olhar não apenas para o que os Estados fazem para acolher os migrantes, mas também para "os benefícios que os migrantes trazem para suas comunidades que os hospedam e como as enriquecem", exorta o Papa.

Por um lado, nos mercados dos países de renda média-alta, a mão-de-obra migrante é muito procurada e bem-vinda como uma forma de compensar a escassez de mão-de-obra. Por outro lado, os migrantes são muitas vezes rejeitados e submetidos a comportamentos de ressentimento por muitas de suas comunidades anfitriãs.

Infelizmente, observa o Pontífice, "este padrão duplo decorre da predominância dos interesses econômicos sobre as necessidades e a dignidade da pessoa humana". Uma tendência exacerbada durante o "confinamento" por causa da Covid-19, "quando muitos trabalhadores 'essenciais' eram migrantes, mas não obtiveram os benefícios dos programas de assistência financeira da Covid ou acesso aos cuidados básicos de saúde ou às vacinas contra a Covid".

Saídas legais para situações irregulares

À luz desses dramas cotidianos, o Papa ressalta "a necessidade urgente de encontrar formas dignas de sair de situações irregulares".

O desespero e a esperança sempre prevalecem sobre as políticas restritivas. Quanto mais rotas legais houver, é menos provável que os migrantes sejam atraídos para as redes criminosas de traficantes de pessoas ou que sejam explorados e abusados no decorrer de sua migração.

Benefícios negados

Neste sentido, a questão da integração é "fundamental", o que "implica um processo bidirecional, baseado no conhecimento recíproco, abertura mútua, respeito das leis e da cultura dos países anfitriões num verdadeiro espírito de encontro e enriquecimento recíproco".

A família migrante é um componente crucial das comunidades em nosso mundo globalizado, mas em muitos países aos trabalhadores migrantes são negados os benefícios e a estabilidade da vida familiar por causa de impedimentos legais.

"O vazio humano deixado quando um genitor emigra sozinho é um forte apelo ao dilema paralisante de ser obrigado a escolher entre emigrar apenas para alimentar sua família ou desfrutar do direito fundamental de permanecer em seu país de origem com dignidade", ressalta Francisco.

Uma escolha consciente, não uma necessidade desesperada

Daí o convite à Comunidade internacional para "enfrentar urgentemente as condições que dão origem à migração irregular, tornando a migração uma escolha consciente e não uma necessidade desesperada".

A maioria das pessoas que podem viver decentemente em seus países de origem não se sentiria obrigada a migrar irregularmente. São necessários esforços urgentes para criar melhores condições econômicas e sociais para que a migração não seja a única opção para quem busca paz, justiça, segurança e pleno respeito pela dignidade humana.

Uso excessivo das redes sociais pode levar a uma realidade ficcional

Segundo a professora Henriette Tognetti Penha Morato, nas redes as pessoas buscam alterar virtualmente o que não consideram satisfatório na vida real


O Instagram é uma das maiores plataformas de mídias sociais do mundo. Os jovens são os que mais utilizam. Segundo dados da Pew Research Center, 64% das pessoas entre 18 e 29 anos possuem um perfil na rede. São mais de 1 bilhão de usuários ativos por mês. Apesar da popularidade, o Instagram foi eleita a rede social mais tóxica para a saúde mental de seus usuários. É o que diz o estudo realizado em 2017 pela entidade de saúde pública do Reino Unido. Entre os principais problemas relatados no estudo pelos usuários estão ansiedade, depressão, solidão, baixa qualidade de sono, autoestima e dificuldade de relacionamento fora das redes.

A professora Henriette Tognetti Penha Morato, do Departamento de Psicologia da Aprendizagem, do Desenvolvimento e da Personalidade do Instituto de Psicologia da USP, informa que o uso intenso das redes sociais suga os usuários e leva a uma elaboração ficcional da realidade. Nas redes, as pessoas buscam alterar virtualmente o que não consideram satisfatório na vida real: “Cada um tenta dizer as coisas da maneira como vê e às vezes provoca para ver como é que vão reagir. É uma distorção criada para modificar a própria realidade com a qual não se está satisfeito ou criada para provocar alguma coisa”.

O psiquiatra Cristiano Nabuco, coordenador do grupo de Dependências Tecnológicas do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP, informa que, quanto mais se busca a perfeição nas redes sociais e se negligencia a vida real, mais infeliz o usuário pode se sentir. “Oitenta e cinco por cento de todas as fotografias que são postadas são editadas. Isso é um problema, porque se desenvolve uma autoestima virtual e não pessoal, e quanto mais o indivíduo busca se equiparar a essa vida paralela, mais infeliz ele vai se sentir na vida real.”

Conforme Henriette, para manter a saúde mental, é importante não se restringir ao mundo on-line e observar as possibilidades que existem na vida real. “Há outras possibilidades para se explorar e estamos nos restringindo ao virtual, ao ficcional, às redes, às séries. Estamos quase nos tornando robôs de nós mesmos, estamos perdendo a possibilidade de descobrir o mundo à nossa volta com olhares mais contemplativos e não tão pretensiosos de se dar a ver, de desempenho, de produtividade, de ser chamado ou visto”, finaliza.

15 novembro, 2021

Proclamação da República


Não é uma festa porque vivemos em uma república que ainda não pratica valores republicanos.

Em uma verdadeira republica precisa existir os princípios de igualdade.

Neste dia de Proclamação da República do Brasil reafirmamos a necessidade de governos republicanos que colocam ênfase no interesse comum e da comunidade em oposição aos interesses privados e particulares.

Ano de 1889, dia 15 de novembro, um grupo de militares liderados pelo marechal Manuel Deodoro da Fonseca destituiu o imperador Pedro II e instalou um governo provisório republicano.

Embora a historiografia tradicional ainda dê conta de que Deodoro da Fonseca foi o líder desse movimento, sabe-se que, de fato, a República é proclamada na Câmara-Geral do Rio de Janeiro, então capital do Brasil, e que esse teria sido apenas o ponto alto de um longo movimento republicano.

Existe correntes que defendem que o processo republicano brasileiro inicia em 1817, quando a Revolução Pernambucana explode como uma revolta contra os exageros para manter a Família Real vinda de Portugal, em 1808.

Que o nosso Deus nos ajude a construir um Estado Social de Direito democrático e participativo.

Jornada Mundial dos Pobres 2021 - Mensagem de Dom Frei Severino Clasen

13 novembro, 2021

Ney Matogrosso - Rosa de Hiroshima | 28º Prêmio da Música Brasileira (2017)

 

A ROSA DE HIROXIMA

Pensem nas crianças Mudas telepáticas 
Pensem nas meninas Cegas inexatas 
Pensem nas mulheres Rotas alteradas 
Pensem nas feridas Como rosas cálidas 
Mas oh não se esqueçam 
Da rosa da rosa 
Da rosa de Hiroxima 
A rosa hereditária 
A rosa radioativa 
Estúpida e inválida 
A rosa com cirrose 
A antirrosa atômica 
Sem cor sem perfume 
Sem rosa sem nada. 

 Vinicius de Moraes (Rio de Janeiro: ‘Antologia Poética’ – 1954)

12 novembro, 2021

"Esperança e resistência partilhadas"

Segue uma provocação

Eis a missão de nossas Comunidades Eclesiais de Base, as CEBs, conforme nos ensina o nosso querido e amado profeta Papa Francisco:

"Esperança e resistência partilhadas"

“É precisamente isto que considero um grande tesouro, porque não há nada, mas o que temos nos foi dado pela Providência (...) Este é o ensinamento que São Francisco nos dá: saber contentar-se com o pouco que temos e partilhá-lo com os outros (...)”.

São Francisco “(...) nunca teria pensado que o Senhor lhe pedisse para dar a sua vida para renovar não a igreja feita de pedras, mas a de pessoas, de homens e mulheres que são as pedras vivas da Igreja (...)”.

As nossas CEBs, são pedras vivas da Igreja
O quão próximo, o quão aberto, o quão dispostos nós estamos das CEBs para que elas sejam pedras vivas da Igreja?

São Francisco “(...)“recolhia-se (...) em silêncio e escutava o Senhor, o que Deus queria dele. Também nós (...)queremos pedir ao Senhor que ouça o nosso grito e venha em nosso auxílio. Não esqueçamos que a primeira marginalização de que os pobres sofrem é espiritual. ”

Acolher para amar, cuidar e caminhar junto
O quão próximo, o quão aberto, o quão dispostos nós estamos das CEBs para que elas sejam Acolhedora, uma samaritana a serviço da vida?

“Acolher significa abrir a porta, a porta da casa e a porta do coração, e permitir (àquelas) àqueles que batem à porta de entrar. E que podem sentir-se à vontade, sem medo. Onde existe um verdadeiro sentido de fraternidade, existe também a experiência sincera de acolhimento”

Ir ao encontro
O quão próximo, o quão aberto, o quão dispostos nós estamos das CEBs para que elas sejam peregrina indo ao encontro?

“Encontrar-se é a primeira coisa, ou seja, ir ao encontro uns dos outros com o coração aberto e a mão estendida. Sabemos que cada um de nós precisa do outro, e mesmo a fraqueza, se experimentada em conjunto, pode tornar-se uma força que melhora o mundo”.

Vencer a hipocrisia e os que ela sustenta e gera dor, sofrimento e exclusão
O quão próximo, o quão aberto, o quão dispostos nós estamos das CEBs para que elas sejam profetas da transformação das injustiças?

“Hipocrisia dos que querem se enriquecer para além das medidas, se coloca a culpa sobre os ombros dos mais fracos. É tempo que seja restituída a palavra aos pobres, porque durante demasiado tempo os seus pedidos não foram ouvidos. É tempo que se abram os olhos para ver o estado de desigualdade em que vivem tantas famílias. É tempo de arregaçar as mangas para restituir dignidade através da criação de empregos. É tempo que se volte a se escandalizar diante da realidade de crianças famintas, escravizadas, tiradas das águas quando naufragam, vítimas inocentes de todo o tipo de violência. É tempo que cessem as violências contra as mulheres e as mulheres sejam respeitadas e não tratadas como mercadoria. É tempo que se rompa o círculo da indiferença para retornar a descobrir a beleza do encontro e do diálogo”.

Testemunho que transforma
O quão próximo, o quão aberto, o quão dispostos nós estamos das CEBs para que elas sejam corajosas, sinceras, exemplo, testemunho que encanta, cativa e transforme?

As pessoas simples, pobres, marginalizadas são testemunhas vivas de coragem e sinceridade

“Coragem, porque quiseram partilhar com todos nós, mesmo que façam parte da sua vida pessoal; sinceridade, porque se mostraram como são e abriram o seu coração com o desejo de serem compreendidos. (...) “Percebi um grande sentido de esperança. A marginalização, o sofrimento da doença e da solidão, a falta de muitos meios necessários não os impediu de olharem com os olhos cheios de gratidão para as pequenas coisas que lhes permitiram de resistir (...)”. Resistir além da esperança: “ (...) deriva da esperança. O que significa resistir? Ter a força para continuar apesar de tudo. A resistir não é uma ação passiva, pelo contrário, requer coragem para empreender um novo caminho sabendo que dará frutos”.


Rezemos juntos, "Senhor (...) nos ajude sempre a encontrar a serenidade e a alegria. (...) São Francisco ensina-nos a alegria que vem de olhar para quem está próximo como a um companheiro de viagem que nos compreende e nos apoia, tal como nós somos para ele ou ela”.

Um beijo carinhoso no seu coração.

04 novembro, 2021

As pessoas que sofrem de depressão - O Vídeo do Papa - Novembro de 2021

A sobrecarga de trabalho e o estresse laboral fazem com que muitas pessoas experimentem uma exaustão extrema, um esgotamento mental emocional, afetivo e físico.

A tristeza, a apatia, o cansaço espiritual acabam dominando a vida das pessoas que estão sobrecarregadas com o ritmo de vida atual. Procuremos estar perto (daquelas) daqueles que estão esgotados, daqueles que estão desesperados, sem esperança muitas vezes simplesmente escutando em silêncio porque não podemos chegar e dizer a uma pessoa, "não, a vida não é assim. Escuta-me vou te dar a receita". Não existe receita.

 E, além disso, não esqueçamos que, junto com o imprescindível acompanhamento psicológico útil e eficaz, as palavras de Jesus também ajudam. 

Vem-me à mente e ao coração: "Vinde a mim, todos vós que estais cansados e oprimidos, e eu vos darei descanso". 

Rezemos para que as pessoas que sofrem de depressão ou de esgotamento extremo recebam o apoio de (todas) todos e recebam uma luz que as abram à vida.


 

02 novembro, 2021

“Catequese Permanente” – Sínodo para Sinodalidade

A convite das CEBs da Arquidiocese de Maringá, uma catequese com o tema "Sínodo para Sinodalidade" 

Com Celso Pinto Carias 

Doutor em Teologia pela PUC-Rio. Assessor da Ampliada Nacional das CEBs e do Setor CEBs da Comissão Pastoral Episcopal para o Laicato da CNBB.


 

01 novembro, 2021

Papa: as Bem-aventuranças são a profecia de uma nova humanidade

“As Bem-aventuranças, portanto, são a profecia de uma nova humanidade, de uma nova maneira de viver: fazer-se pequeno e confiar-se a Deus, em vez de emergir sobre os outros; ser mansos, em vez de tentar impor-se; praticar a misericórdia, em vez de pensar somente em si mesmo; comprometer-se com a justiça e a paz, em vez de alimentar, mesmo com a conivência, injustiças e desigualdades”



No Angelus da Festa de Todos os Santos o Papa Francisco falou sobre dois aspectos que levam ao Reino de Deus e à felicidade seguindo as Bem-Aventuranças: a alegria e a profecia. “As Bem-aventuranças são a profecia de uma nova humanidade, de uma nova maneira de viver: fazer-se pequeno e confiar-se a Deus, em vez de emergir sobre os outros”.


No Angelus desta segunda-feira, 1° de novembro celebração de Todos os Santos, o Papa Francisco falou sobre a mensagem de Jesus no capítulo 5 do Evangelho de Marcos sobre as Bem-Aventuranças. Explicando que elas nos mostram “o caminho que leva ao Reino de Deus e à felicidade”. E se concentrou em dois aspectos: a alegria e a profecia.


Alegria


Ao falar sobre a alegria o Papa recordou que Jesus começa com a palavra "Bem-aventurados" (Mt 5,3). Explicando em seguida porque somos bem-aventurados aos encontrar Jesus:


“É o anúncio principal, de uma felicidade sem precedentes. As bem-aventuranças, a santidade, não é um programa de vida feito apenas de esforço e renúncia, mas é sobretudo a alegre descoberta de ser filhos amados por Deus. Não é uma conquista humana, é um dom que recebemos: somos santos porque Deus, que é o Santo, vem habitar em nossas vidas. Por isso, somos bem-aventurados!”


Recordando em seguida que: “Sem alegria, a fé torna-se um exercício rigoroso e opressivo, e corre o risco de adoecer de tristeza”. E concluiu este aspecto com uma sugestão:


“Perguntemo-nos o seguinte: somos cristãos alegres? Espalhamos a alegria ou somos pessoas maçantes e tristes, com uma expressão fúnebre? Lembremo-nos: não há santidade sem alegria!”


Profecia


Em seguida o Papa falou sobre o outro aspecto, ou seja, a profecia afirmando:


"As Bem-aventuranças são dirigidas aos pobres, aos aflitos, aos famintos por justiça. É uma mensagem contracorrente”, explica porque enquanto o mundo diz que “para ter felicidade é preciso ser rico, poderoso, sempre jovem e forte”. “Jesus derruba estes critérios e faz um anúncio profético":


“A verdadeira plenitude de vida é alcançada seguindo-O, e praticando a Sua Palavra. E isto significa ser pobre por dentro, esvaziando-se para dar lugar a Deus”


Depois de afirmar que os ricos por se considerarem autossuficientes se fecham a Deus, os pobres “permanecem abertos a Deus e ao próximo”. Assim, afirmou, o pobre encontra a alegria.


“As Bem-aventuranças, portanto, são a profecia de uma nova humanidade, de uma nova maneira de viver: fazer-se pequeno e confiar-se a Deus, em vez de emergir sobre os outros; ser mansos, em vez de tentar impor-se; praticar a misericórdia, em vez de pensar somente em si mesmo; comprometer-se com a justiça e a paz, em vez de alimentar, mesmo com a conivência, injustiças e desigualdades”


“A santidade está em aceitar e colocar em prática, com a ajuda de Deus, esta profecia que revoluciona o mundo”.


Também neste aspecto o Santo Padre concluiu seu pensamento fazendo com que nos interroguemos:


“Sou testemunha da profecia de Jesus? Eu expresso o espírito profético que recebi no Batismo? Ou eu me conformo com o conforto da vida e com minha própria preguiça, pensando que tudo está bem se estiver bem comigo? Levo ao mundo a alegre novidade da profecia de Jesus ou as habituais queixas sobre o que está errado?


Francisco conclui o Angelus desejando “que a Santíssima Virgem nos dê algo de sua alma, aquela alma abençoada que alegremente engrandeceu o Senhor, que ‘derruba os poderosos de seus tronos e eleva os humildes’.”


Fonte: Vatican News - Jane Nogara

O tempo passa!

Há dois anos, primeiro de novembro de dois mil e dezenove, em uma noite bonita, dia das santas e santos de Deus minha Santa mãezinha foi levada por Ele para com Ele viver a eternidade.

Ao levar minha mãezinha para juntar-se as suas santas e santos deixou-me as lembrança, o amor e a saudade.

Papa Francisco nos ensina que a ternura de Deus é tanto que, "Parece que o nosso Deus quer cantar para nós uma canção de ninar. O nosso Deus é capaz disso."

A ternura de Deus é a força que não nos deixa abater pela dor da saudade.

As santas e santos encontraram no Senhor força para levantar-se sempre e prosseguir no caminho!


 
Dia de toas as Santas e Santos

As santas e santos são amigos de Jesus e porque o amam de todo o coração, aceitaram viver seus ensinamentos, ocupando-se mais particularmente daquelas e daqueles que sofrem ou que são diferentes. É por isso que as santas e santos são, muitas vezes, amigos dos pobres e marginalizados.

Santas e santos que vivem com o nosso Deus na eternidade as bem-aventuranças no discurso de Jesus da Montanha, conforme Evangelho de Mateus (5,1-12).

“Os Santos e as Santas de todos os tempos, que hoje celebramos todos juntos, não são simplesmente símbolos, seres humanos distantes, inalcançáveis. Ao contrário, são pessoas que viveram com os pés na terra; experimentaram o cansaço cotidiano da existência com os seus sucessos e fracassos, encontrando no Senhor a força para se levantar sempre e prosseguir no caminho” (Papa Francisco)

29 outubro, 2021

Segue um relato e uma provocação

Olá povo amado de nosso Deus que é um morador de rua e nos convoca a ir ao encontro e sentir como são humanos.

Segue um relato e uma provocação.


Hoje na calçada em frente à minha casa amanheceu um homem morador de rua deitado. Cabelos e barba que há um bom tempo sem corte e percebi também há tempo sem banho e troca de roupa.

Tem havido com frequência moradores de rua no bairro.

Caminhando, deitado sobre o chão das CEBs da Arquidiocese de Maringá. Caminhando, deitado sobre o chão em uma das CEBs de nossa paróquia, em uma das CEBs que pertencemos.

Sentimento de incapacidade diante do homem que amanheceu deitado em frente à minha casa.

Lembrei das vezes que eu e o padre Genivaldo conversávamos sobre os moradores de rua, na conversa havia preocupação, desejo de aproximar e cuidar, sonho de projeto em nossas conversas. Outros rumos foram tomados, o que aconteceu com o preocupar-se...

Uma provocação

Como deve ser vista e assumida a situação das e dos moradores de rua?

Papa Francisco na mensagem para o II Dia Mundial dos Pobres celebrado em 2018 escreveu “Pobres nos ajudam a redescobrir a beleza do Evangelho”.

Essa beleza do evangelho vejo como uma convocação para as lideranças ordenadas e leigas a não resumir a dimensão da fé ficando dentro de sacristias, dentro apenas de Igrejas, no conforto de nossas casas, a não ficar só em redes sociais.

No dia de Finados não haverá Missa nos cemitérios de Maringá.


No dia de Finados não haverá Missa nos cemitérios de Maringá. Celebrações serão nas paróquias.

Todas as paróquias da cidade de Maringá e dos outros municípios pertencentes à Arquidiocese de Maringá terão celebrações no Dia de Finados, próxima terça-feira, 02 de novembro.

Na cidade de Maringá, não haverá Santa Missa nos cemitérios Municipal e Parque, para que se evite aglomeração.

Como as paróquias já estão ambientadas com as normas sanitárias, o Arcebispo Metropolitano, Dom Frei Severino Clasen, optou em priorizar as celebrações nas igrejas, sendo que nos cemitérios é mais difícil controlar o fluxo de pessoas.

Nos municípios menores, ficará a critério de cada pároco decidir sobre os locais das celebrações.

Fonte: Site da Arquidiocese de Maringá

28 outubro, 2021

Lágrimas!

Uma das coisas mais bela da vida é o lutar contra as lágrimas!

Não há vagas

Movimento Contra a Carestia Curitiba


"Recentemente, o Ministro da Educação, Milton Ribeiro, disse que não adianta todo mundo ir para a universidade porque não tem mais emprego para quem se forma. 

Na opinião do ministro, o jovem brasileiro das camadas mais pobres deveria se contentar com cursos técnicos e com empregos mais modestos e deixar a universidade para os poucos que podem se bancar nelas. 

O ministro está errado. Ou melhor, o ministro defende o ponto de vista das classes dominantes deste país que não querem investimentos em educação superior. O problema não é que temos universidades demais. Ao contrário, deveríamos ter muito mais universidades públicas para todo jovem que quisesse estudar. O problema, de verdade, é que temos cada vez menos empregos onde a força de trabalho qualificada possa ser utilizada.

Para o Brasil ser um país rico, com um povo alimentado, morando bem, com saúde e educação para todos, é preciso mudar radicalmente a economia brasileira. Como fazer isso? 

Em primeiro lugar, os trabalhadores brasileiros precisam compreender que seus interesses e suas necessidades são diferentes dos interesses e necessidades dos grandes capitalistas.

O trabalhador brasileiro precisa ter clareza que sua classe social não é só diferente da classe dos grandes capitalistas, como, também, que estas classes estarão sempre em luta.

No Brasil, os muitos ricos querem deixar tudo do jeito que está: o país sendo vendido a preço de banana e o povo passando fome. Para o trabalhador, de nada adianta termos uma safra recorde de grãos, se a comida não chega na sua mesa. 

E a comida não chega na sua mesa, exatamente, porque o objetivo sempre será uma safra recorde para vender para o estrangeiro. 

O Brasil precisa passar por uma ruptura com o mercado mundial capitalista.

Precisa deixar de ser um produtor de commodities para exportação e passar a produzir para o mercado interno. Precisa acabar com a fome do trabalhador, precisa desenvolver um conhecimento próprio de nossas riquezas e explorá-las a serviço de todo o povo e não mais de meia dúzia de bilionários nacionais e estrangeiros."

22 outubro, 2021

Meu pai, 89 anos hoje

Pelo sorriso ele gostou.
Que o nosso Deus o abençoe.


20 outubro, 2021

Comunicado: Dom Frei Severino publica transferências dos padres para 2022

O Arcebispo de Maringá, Dom Frei Severino Clasen, publicou nesta quarta-feira, 20 de outubro, decreto comunicando as transferências de padres a partir de janeiro de 2022. Esta é a maior transferência já ocorrida na Arquidiocese de Maringá. Ao todo, são 41 nomeações. Veja o decreto:


TRANSFERÊNCIAS DO CLERO DA ARQUIDIOCESE DE MARINGÁ

Caros padres, queridos diocesanos, saudações de Paz e Bem!

A transferência de padres é sempre uma missão exigente: requer oração, reflexão, ponderações, caridade pastoral e muita compreensão e disponibilidade dos padres e das comunidades. As transferências é tarefa do Conselho Presbiteral sob a presidência do Bispo e sempre são oportunidade de renovação para os sacerdotes e para as comunidades paroquiais, exigindo por vezes um espírito de sacrifício e obediência.

Desta forma, depois de um longo caminho, trilhado com paciência, certos de termos sido assistidos pelo Espírito Santo, concluímos serem necessárias as seguintes mudanças a partir de janeiro de 2022:


Pe. Alécio Carini, atual pároco da paróquia São Silvestre, em Maringá, será pároco da paróquia Nossa Senhora de Guadalupe, em Maringá.

Pe. Anderson Dias Gumieri, atual vigário da paróquia São Bonifácio, em Maringá, será vigário na paróquia Jesus Bom Pastor, em Paiçandu.

Pe. César Hipólito, atual pároco da paróquia Nossa Senhora de Lourdes e São Judas Tadeu, em Maringá, será pároco da paróquia São José Operário, em Maringá.

Pe. Claudinei Martins Romão, atual pároco da paróquia Sagrado Coração de Jesus, em Nova Esperança, será pároco da paróquia Nossa Senhora de Lourdes e São Judas Tadeu, em Maringá.

Pe. Delvair Batista Lemonie, atual pároco da paróquia Cristo Ressuscitado, em Maringá, será vigário da paróquia Catedral Nossa Senhora da Glória.

Pe. Diego Wesley Norberto, atual pároco da paróquia São Benedito, em Kaloré, irá para missão na Diocese de Guajará-Mirim, em Rondônia.

Pe. Edinei José Rigolin, atual pároco da paróquia São Judas Tadeu, em Cruzeiro do Sul, e Imaculada Conceição, em Uniflor, será pároco da paróquia Nossa Senhora do Rosário, em Maringá.

Pe. Geovani José da Silva, atual pároco da paróquia Nossa Senhora Divina Pastora, em Ourizona, será pároco da paróquia Santa Clara, em Maringá.

Pe. Gerson Bris Siqueira, atual vigário da paróquia Nossa Senhora de Fátima, em Marialva, será vigário da paróquia Nossa Senhora das Graças, em Sarandi.

Pe. Gustavo Constantin Florêncio, atual vigário da paróquia São José Operário, em Maringá, será pároco da paróquia Nossa Senhora Divina Pastora, em Ourizona.

Pe. Hiago Igor Santos Araujo da Silva, atual pároco da paróquia Nossa Senhora de Fátima, em Marialva, será pároco da paróquia Sagrado Coração de Jesus, em Nova Esperança.

Pe. Ivaldir Camaroti dos Reis, atual pároco da paróquia Nossa Senhora das Graças, em Sarandi, será pároco da paróquia Jesus Bom Pastor, em Paiçandu.

Monsenhor Júlio Antônio da Silva, atual pároco da paróquia Divino Espírito Santo, em Maringá, será pároco da paróquia Santa Joaquina de Vedruna, em Maringá.

Pe. Janilson Canuto, atual pároco da paróquia Nossa Senhora de Guadalupe, em Maringá, será pároco da paróquia Santo Antônio de Pádua, em Maringá.

Pe. João Caruana, atual vigário da paróquia Santa Terezinha do Menino Jesus, em Sarandi, será vigário na paróquia São Silvestre, em Maringá.

Pe. José Antonio Nogueira Pontes, atual vigário da paróquia Sagrado Coração de Jesus, em Nova Esperança, será administrador paroquial da paróquia São Judas Tadeu, em Cruzeiro do Sul, e Imaculada Conceição, em Uniflor.

Pe. José Aparecido de Miranda, atual pároco da paróquia Santa Terezinha do Menino Jesus, em Sarandi, será pároco da paróquia São Silvestre, em Maringá.

Pe. José Mello, atual pároco da paróquia Santa Paulina, em Maringá, será pároco da paróquia Nossa Senhora da Liberdade, em Maringá.

Pe. Joseir Sversutti, atual vigário da paróquia Bom Pastor, em Mandaguari, será vigário na paróquia São Pedro Apóstolo, em Inajá.

Pe. Leomar Antônio Montagna, atual vigário da paróquia Nossa Senhora de Fátima, em Marialva, será pároco da paróquia Nossa Senhora das Graças, em Sarandi.

Pe. Luiz Antônio Bento, atual pároco da paróquia Nossa Senhora do Rosário, em Maringá, será vigário da paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, em Maringá.

Pe. Luiz Carlos de Azevedo, atual pároco da paróquia São Francisco de Assis, em Maringá, será pároco da paróquia Nossa Senhora Rainha, em Atalaia.

Pe. Marcos Andeluci, atual pároco da paróquia Nossa Senhora da Liberdade, em Maringá, será pároco da paróquia Santo Expedito, em Maringá.

Pe. Marcos André Oliveira, atual vigário da paróquia São Sebastião, em Mandaguaçu, será vigário da paróquia Sagrado Coração de Jesus, em Nova Esperança, e permanece Reitor do Seminário Santo Cura d’Ars, em Mandaguaçu.

Pe. Marcos Roberto Almeida Santos, atual vigário da paróquia São Bonifácio, em Maringá, será pároco da paróquia São Francisco de Assis, em Maringá.

Pe. Nailson Bacon, atual pároco da paróquia Jesus Bom Pastor, em Paiçandu, será pároco da paróquia Cristo Ressuscitado em Maringá.

Pe. Nelson Molina, atual vigário da paróquia Nossa Senhora das Graças, em Sarandi, será vigário da paróquia Nossa Senhora de Fátima, em Marialva.

Pe. Neri Dione Squisati, atual pároco da paróquia Santo Antônio de Pádua em Maringá, será pároco da paróquia Nossa Senhora de Fátima em Marialva.

Pe. Obelino Silva de Almeida, retorna da missão na Diocese de Guajará-Mirim, em Rondônia, e será pároco da paróquia Bom Pastor, em Mandaguari.

Pe. Paulo Felipe dos Santos, atual pároco da paróquia Santa Clara, em Maringá, será vigário da paróquia São Sebastião, em Mandaguaçu.

Pe. Pedro Jorge Delgado Bento, atual vigário da paróquia Jesus Bom Pastor, em Paiçandu, será vigário da paróquia São Bonifácio, em Maringá.

Pe. Renato Quezini, atual pároco da paróquia São José Operário, em Maringá, se dedicará aos estudos do Mestrado na Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE), em Belo Horizonte.

Pe. Rinaldo de Peder Rosa, atual pároco da paróquia Bom Pastor, em Mandaguari, será pároco da paróquia Santa Paulina, em Maringá.

Pe. Rodrigo Gutierrez Stabel, atual vigário da paróquia Santa Maria Goretti, em Maringá, será vigário da paróquia Santa Teresa de Jesus, em Marialva.

Pe. Sandro Ferreira, atual vigário da paróquia São João Batista, em Jandaia do Sul, será vigário da paróquia São José Operário, em Maringá.

Pe. Sidney Fabril, atual vigário da paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, em Maringá, será pároco da paróquia São Benedito, em Kaloré, e permanece reitor do Seminário de Teologia, etapa da configuração, em Londrina.

Pe. Vanilson dos Santos Rigon, atual pároco da paróquia Santo Expedito, em Maringá, será pároco da paróquia Santa Terezinha do Menino Jesus, em Sarandi.

Pe. Virgílio Cabral dos Santos, atual vigário da paróquia Catedral Nossa Senhora da Glória, será pároco da paróquia Divino Espírito Santo, em Maringá.

Monsenhor Wilson Galiani, atual pároco da paróquia Santa Joaquina de Vedruna, em Maringá, irá residir no Seminário Maior Nossa Senhora da Glória e será colaborador da paróquia Catedral Nossa Senhora da Glória.


Seminarista Daniel Fabrício Zampieri, após receber a ordenação diaconal será colaborador na paróquia São João Batista, em Jandaia do Sul.

Seminarista João Paulo da Silva Piller, após receber a ordenação diaconal será colaborador na paróquia Bom Pastor, em Mandaguari.


Aproveito a ocasião para recomendar a todos que exerçam o seu serviço com disponibilidade de “Bom Pastor” e que jamais lhes falte a intercessão de Maria nossa Mãe e Padroeira, a Senhora da Glória.

Determinamos o mês de janeiro em diante para que os clérigos transferidos tomem posse nas suas novas atribuições. As datas das referidas posses serão divulgadas oportunamente.

Dado e passado nesta episcopal cidade de Maringá, no dia 20 de outubro de 2021.

Dom Frei Severino Clasen, ofm

Arcebispo Metropolitano de Maringá.


O Sínodo e as mulheres



Na sociedade é garantido o direito de voto às mulheres. E na Igreja? As antigas exclusões prevalecerão? O Sínodo será capaz de superar esse atraso?

Leia o artigo. Clique AQUI


237 LGBT+ morreram vítimas da homotransfobia no Brasil em 2020, revela relatório


Em 2020, 237 LGBT+ (1ésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais) tiveram morte violenta no Brasil, vítimas da homotransfobia: 224 homicídios (94,5%) e 13 suicídios (5,5%). É o que mostra o Relatório: Observatório de Mortes Violentas de LGBTI+ no Brasil.

Diferentemente do que se repete desde que o Grupo Gay da Bahia iniciou tal pesquisa, em 1980, pela primeira vez, as travestis ultrapassaram os gays em número de mortes: 161 travestis e trans (70%), 51 gays (22%) 10 lésbicas (5%), 3 homens trans (1%), 3 bissexuais (1%) e finalmente 2 heterossexuais confundidos com gays (0,4%).

O relatório mostra ainda que, comparativamente aos anos anteriores, observou-se em 2020 surpreendente redução das mortes violentas de LGBT+: de 329 para 237, diminuição de 28%. O ano recorde foi 2017, com 445 mortes, seguido em 2018 com 420, baixando para 329 mortes em 2019.

Não é a primeira vez que nessa série histórica há redução do número de mortes de um ano para outro, sem previsão nem explicação sociológica indiscutíveis. Em 1991, por exemplo, registrou-se uma queda de 153 para 83 em relação ao ano anterior (45%), oscilação sem nenhuma causa detectável.

Essa tendência de redução de mortes violentas foi observada em 2019 na população brasileira em geral, assim como entre transexuais e homossexuais, porém, em 2020, segundo dados oficiais dos 26 estados e distrito federal, houve no Brasil um aumento de 5% nos assassinatos em comparação com 2019. Um índice confirmado pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais que registrou um aumento de 41% de mortes entre travestis e mulheres trans.

Contexto político

Segundo o prof. Luiz Mott, fundador do Grupo Gay da Bahia, “a explicação mais plausível para a diminuição em 28% do número total de mortes violentas de LGBT em comparação com o ano anterior se deve ao persistente discurso homofóbico do Presidente da República e sobretudo às mensagens aterrorizantes de seus seguidores nas redes sociais no dia a dia, levando o segmento LGBT a se acautelar mais, evitando situações de risco de ser a próxima vítima, exatamente como ocorreu quando da epidemia da Aids e a adoção de sexo seguro por parte dessa mesma população.”

O comportamento preventivo também é observado devido à pandemia do Coronavirus, em que sobretudo os gays vem desenvolvendo novas e específicas estratégias de sobrevivência. A cada 36 horas um LGBT brasileiro é vítima de homicídio ou suicídio, o que confirma o Brasil como campeão mundial de crimes contra as minorias sexuais, informação corroborada e ainda mais agravada pelos estudos do próprio Ministério dos Direitos Humanos, em relatório engavetado pelo atual Governo Federal, concluiu-se que em no país, entre 1963-2018, a cada 16 horas um LGBT foi assassinado.

Segundo agências internacionais de direitos humanos, matam-se mais homossexuais e transexuais no Brasil do que nos 13 países do Oriente e África onde persiste a pena de morte contra tal segmento. Mais da metade dos LGBTs assassinados no mundo ocorrem no Brasil.

Apesar dessa redução da violência letal observada nos dois últimos anos, o Grupo Gay da Bahia pontua que tais mortes cresceram incontrolavelmente nas duas últimas décadas: de 130 homicídios em média em 2000, saltou para 260 em 2010, subindo para 357 nos últimos quatro anos.

Durante os governos de Fernando Henrique Cardoso mataram-se em média 127 LGBT por ano; na presidência de Lula 163 e no governo Dilma 296, sendo que nos dois anos e 4 meses de Temer, foram documentadas uma média de 407 mortes anuais, caindo para 283 a média nos dois primeiros anos do governo Bolsonaro.

Enquanto nos Estados Unidos, com 331 milhões de habitantes, mataram-se no ano passado 38 transexuais, no Brasil, com 212 milhões, foram assassinadas 118 trans. Incrível a inexistência de estatísticas globais sobre os homicídios e suicídios de LGBT: esse nosso levantamento, além do mais antigo é único divulgado nacional e internacionalmente.

Perfil das vítimas de homofobia

Os relatórios sempre insistiram que as pessoas trans representam a categoria sexológica mais vulnerável a mortes violentas. Esse total de 161 mortes, se referidas a 1 milhão de travestis e transexuais que se estima existir em nosso país, sinalizam que o risco de uma pessoa trans ser assassinada é aproximadamente 17 vezes maior do que um gay.

Já que o IBGE não inclui no censo nacional, apesar da insistente demanda do movimento social, com base em indicadores diversos produzidos pela Academia, instâncias governamentais e pelo movimento LGBT, que existam no Brasil por volta de 21 milhões de gays (10% da população), 12 milhões de lésbicas (6%) e 1 milhão de trans (0,05%).

Quanto à idade das vítimas, cinco eram menores de idade, a mais jovem, uma travesti de 15 anos, moradora em Fortaleza, na Granja Lisboa, foi encontrada agonizante num terreno baldio após levar diversos tiros. 33% das vítimas estavam na flor da idade, entre 15-30 anos e 8% com mais de 46 anos. O mais idoso, com 80 anos, era um gay branco morador em Recife, cego e abandonado pela família, suicidou-se jogando-se do quarto andar de seu prédio. 8,2% dos LGBT+ mortos tinham mais de 46 anos.

O quesito cor é variável bastante descuidada nas matérias jornalísticas, sendo desconhecida para 43% das vítimas. Encontramos 74 pardos e pretos (54%) e 62 brancos (46%), refletindo aproximadamente a mesma tendência demográfica do conjunto da população nacional.

Confirma-se a mesma tendência notada ao longo dessas quatro décadas de pesquisa: os LGBT+ mortos pertenciam a praticamente todos os estratos sociais, predominando 44,6% de profissionais do sexo, 10,6% cabeleireiros/as, 8,7% de professores/as. Constam ainda entre os morto LGBT+: empresário, estudante, mãe de santo, maquiador, pizzaiolo, representante comercial, advogado, agente de trânsito, agente socioeducativo, aposentado, arquiteto, atriz, dançarino, designer, digital influencer, empregada doméstica, fisioterapeuta, guarda municipal, médico, modelo, auxiliar de serviços gerais, bancário, oficial de justiça, pai de santo, pedreiro, terapeuta holística, vigilante, voluntário.

No tocante à tipologia das mortes violentas de LGBT ocorridas em 2020, registramos 15 homicídios (90,7%), seguido de 13 suicídios (5,4%) e 9 latrocínios (3,7%).

Quanto à causa, repete-se a mesma tendência observada regularmente nessas quatro décadas de pesquisa: predomínio de mortes violentas com arma de fogo (42,3%), seguido de armas brancas (23%) e espancamento (9,1%).

Registrou-se também uma dezena de diferentes formas desses crimes homotransfóbicos, muitos dos quais sendo precedidos por tortura e mais crueldades frequentes nos crimes de ódio: estrangulamento, pauladas, atropelamento, queima do corpo, descarga elétrica.

Também quanto ao local dessas mortes, confirma-se a mesma tendência observada desde o início da pesquisa: gays e lésbicas são assassinados dentro de suas residências com objetos domésticos (fios elétricos, almofadas, facas de cozinha) enquanto travestis e transexuais, notadamente as profissionais do sexo, são atingidas por disparos de revólver na pista: 60,8% de tais sinistros ocorreram em espaços públicos (praças, ruas, vias, vielas, terrenos abandonados), seguido da residência da vítima com 23,5% e, por fim, 15,6% em espaços privados (motéis, casas e comércios de terceiros).

Três quartos destes homicídios homotransfóbicos ocorreram a noite – evidenciando práticas espaciotemporais típicas de minorias sexuais urbanas que, devido ao estigma, encontram na noite a melhor ocasião para encontros íntimos via de regra clandestinos ou para a prática do lazer na chamada “cena lgbt.” 17% das mortes ocorreram no período matutino e 10% a tarde.

A violência materializada contra corpos de LGBTI+ é, principalmente, uma violência de gênero, atingindo diferenciadamente e a partir de múltiplas intensidades alguns segmentos, sobretudo, travestis e mulheres trans vitimadas em diferentes contextos e realidades socioespaciais. Das 113 travestis assassinadas, 72 (63%) foram executadas em espaços públicos, sobretudo, em ruas e vias, evidenciando um contexto marcado pela “prostituição de pista”: 90% das “meninas da noite” ainda vivem desse metier.

Suicídios de LGBT+ são de dificílima localização nos registros policiais e nas mídias sociais, pois sua subnotificação é ainda superior aos homicídios, sendo agravada por três estigmas: homossexualidade+gênero diverso+morte intencional. Pesquisas internacionais apontam que o índice de suicídios entre jovens LGBT+ é cinco vezes superior ao de heterossexuais. (Suicídios jovens LGBT, 2019). Em 2020 localizamos 13 suicidas, sendo 7 travestis e mulheres trans, 3 homens trans, 2 gays 1 sem identificação de gênero.

Dados por região

Em termos absolutos, o Nordeste ocupa o primeiro lugar em número de morte com 113 casos, seguido do Sudeste com 66, Norte e Sul com 20 mortes cada e o Centro Oeste, 18 mortes.

Em termos relativos, isto é, número de mortes por um milhão de habitantes, a média nacional foi 1,28 mortes. O maior índice de violência foi registrado na Região Nordeste, 2,12; Centro Oeste, 1,28; Norte, 1,26; Sudeste, 0,82 e Sul, 0,78. Nos últimos anos, Nordeste e Norte se revezam nessa sangrenta precedência. O risco de um LGBT+ ser assassinado no Nordeste é quase três vezes maior do que no Sul.

Fortaleza, inexplicavelmente, foi a capital mais homotransfóbica no ano passado: 20 LGBT+ mortos, o dobro de São Paulo (10), que é cinco vezes mais populosa. Os índices de criminalidade em Natal são igualmente preocupantes, pois teve o mesmo número de mortes de Salvador (5) que possui dois milhões a mais de habitantes. Pior ainda é a situação de alguns municípios interioranos que tiveram a mesma incidência de crimes letais de outras sete capitais mais populosas: em Alagoas, Rio Largo e São José da Laje e em São Paulo, São Bernardo do Campo.

Alagoas desponta como o estado mais violento do Nordeste e do Brasil, acumulando 4,8 mortes para cada um milhão de habitantes, seguido por Roraima no Norte, com 4,4; no Centro Oeste, Mato Grosso, com 1,97; Minas Gerais no Sudeste, com 0,96 e no Sul, o líder dos assassinatos foi Santa Catarina com 0,8 mortes. O risco de uma LGBT+ ser assassinada em Alagoas é 6 vezes maior do que em Santa Catarina.

Segundo o mestrando Alexandre Bogas, coordenador do Acontece LGBTI+, “2020 foi marcado pela maior e pior pandemia da história recente. No início de maio de 2021, há um ano do primeiro caso registrado no país, o Brasil se aproxima de meio milhão de óbitos, com perspectivas desanimadoras, potencializadas pela incapacidade, ineficiência e indisposição governamental. O negacismo do governo federal na condução da pandemia no Brasil chocou o mundo, resultado inclusive em denúncias aos órgãos internacionais.”

“Quantos LGBTI+ morreram nesta pandemia? Quantas dessas mortes seriam evitáveis, se medidas corretas tivessem sido adotadas pelas autoridades? Quatro vips da tribo LGBT+ morreram de Covid 19: o cantor Agnaldo Timóteo, a esteticista Rudy, o bailarino Ismael Ivo e o ator Paulo Gustavo. Quantos ainda morrerão? Quantos LGBT+ tiveram graves conflitos familiares devido ao confinamento social, sendo desalojados, agredidos física e moralmente, passando dificuldades, impedidos de encontrar seus parceiros? Quantas travestis de pista estão passando enormes privações materiais e stress devido às restrições de circulação urbana?”

Talvez uma das explicações para o aumento em 41% do número de trans e travestis assassinadas durante esse primeiro ano de pandemia se deve ao fato de que gays e rapazes de programa receosos da Covid 19 deixaram de frequentar os locais de “pegação” e seus clientes e parceiros procuraram mais então, alternativamente, às trans profissionais do sexo, surgindo desentendimentos e atritos de relacionamento, que redundaram no crescimento da violência letal contra o segmento mais vulnerável. A redução do policiamento ostensivo nas ruas, sobretudo à noite, como protocolo preventivo da epidemia, certamente facilitou as agressões e mortes contra as “damas da noite”.

Medidas a serem tomadas

O Grupo Gay enfaztiza a urgência de ações governamentais com vistas a reverter o quadro atual de violência e discriminação contra homossexuais, bissexuais e transexuais no Brasil.

• Educação sexual e de gênero em todos os níveis escolares para ensinar jovens e população em geral o respeito aos direitos humanos e cidadania da população LGBT;

• Cumprimento rigoroso das leis aprovadas garantindo a cidadania plena da população LGBT, sobretudo no reconhecimento do casamento homoafetivo e a equiparação da homofobia e transfobia ao crime de racismo;

• Políticas públicas na área da saúde, direitos humanos, educação, que contribuam para erradicar as mortes violentas e proporcionem igualdade cidadã à comunidade LGBT;

• Exigir que a Polícia investigue diligentemente e a Justiça puna com toda severidade os crimes homotransfóbicos.

• E um apelo aos LGBT+ para que evitem situações de risco de sua própria segurança vital e quando vítimas de qualquer ameaça ou violência, reajam e denunciem.

“Monitorar as mortes violentas de LGBT+ no Brasil é parte de um esforço de quatro décadas do Grupo Gay da Bahia e da persistência e luta do professor, antropólogo e decano do movimento homossexual brasileiro Luiz Mott. O resultado desse esforço é apresentado nos relatórios anuais, enquanto estratégia de mobilização da sociedade e do Estado em prol da cidadania de um dos segmentos mais vulneráveis a violência, pelo simples fato de amar alguém do mesmo sexo. O século XXI precisa também chegar para os homossexuais com mais políticas públicas, não apenas na área da segurança, mas na relação direta com a possibilidade de assegurar a todos nós oportunidades de inserção social, pois as vulnerabilidades sociais somadas à homofobia têm levado a morte, muito de nossos irmãos e irmãs LGBT+.”

Para acessar o relatório completo:

https://observatoriomortesviolentaslgbtibrasil.org/