31 dezembro, 2022

Feliz Ano Novo

Que o nosso Deus lhe de a sua graça e sua bênção.
O Senhor te abençoe e te guarde!

20 dezembro, 2022

Papa Francisco: ainda há muitos mortos no local de trabalho

Disse Francisco, o sindicato é chamado a ser a voz dos sem-voz. O trabalho permite que a pessoa se realize, viva a fraternidade, cultive a amizade social e melhore o mundo. Não há sindicato (sem trabalhadoras e) sem trabalhadores e não há (trabalhadoras e) trabalhadores livres sem sindicatos. (...) entre as tarefas do sindicato está a de educar ao sentido do trabalho, promovendo a fraternidade entre (as trabalhadoras e) os trabalhadores. Esta preocupação formativa não pode faltar. É o sal de uma economia saudável, capaz de fazer do mundo um lugar melhor.

O Santo Padre recebeu em audiência no Vaticano cerca de 6 mil membros da Confederação Geral Italiana do Trabalho. “O trabalho permite que a pessoa se realize, viva a fraternidade, cultive a amizade social e melhore o mundo”.

Silvonei José – Vatican News

“Não há sindicato sem trabalhadores e não há trabalhadores livres sem sindicatos”: foi o que disse o Papa Francisco recebendo nesta manhã de segunda-feira, na Sala Paulo VI, cerca de 6 mil membros da Confederação Geral Italiana do Trabalho. Foi um encontro com pessoas que fazem parte de organizações sindicais históricas da Itália. No seu discurso o Papa expressou mais uma vez a sua proximidade para com o mundo do trabalho e, em particular, com as pessoas e famílias que mais lutam.

Francisco destacou que vivemos em uma época que, apesar dos avanços tecnológicos - e às vezes precisamente por causa desse sistema perverso chamado tecnocracia – em parte decepcionou as expectativas de justiça no âmbito trabalhista. E isto exige, antes de tudo, reiniciar do valor do trabalho, como um lugar onde a vocação pessoal e a dimensão social se encontram. O trabalho permite que a pessoa se realize, viva a fraternidade, cultive a amizade social e melhore o mundo.

O trabalho constrói a sociedade, reafirmou o Papa. É uma experiência primária de cidadania, na qual uma comunidade de destino toma forma, fruto do compromisso e dos talentos de cada indivíduo. E assim, na rede comum de conexões entre as pessoas e os projetos econômicos e políticos, ganha vida dia a dia o tecido da "democracia".

Caros amigos, se recordo esta visão, é porque entre as tarefas do sindicato está a de educar ao sentido do trabalho, promovendo a fraternidade entre os trabalhadores. Esta preocupação formativa não pode faltar. É o sal de uma economia saudável, capaz de fazer do mundo um lugar melhor.

De fato, acrescentou o Papa "os custos humanos são sempre também custos econômicos e as disfunções econômicas sempre implicam também custos humanos". Desistir de investir nas pessoas para obter um lucro mais imediato é um mau negócio para a sociedade".

Ao lado da formação, é sempre necessário apontar as distorções do trabalho, disse ainda o Papa. A cultura do descarte entrou nas dobras das relações econômicas e também invadiu o mundo do trabalho.

“Vemos isso, por exemplo, onde a dignidade humana é espezinhada pela discriminação de gênero - por que uma mulher deveria ganhar menos do que um homem? -; é visto na precariedade da juventude - por que as pessoas têm que adiar suas escolhas de vida por causa da precariedade crônica? -; ou na cultura da demissão; e por que os empregos mais exigentes ainda são tão mal protegidos? Muitas pessoas sofrem com a falta de trabalho ou por causa de um trabalho indigno: seus rostos merecem escuta e o compromisso sindical”.

O Papa então compartilhou algumas preocupações. Primeiro, a segurança dos trabalhadores. Ainda há muitos mortos, mutilados e feridos no local de trabalho! Cada morte no trabalho é uma derrota para toda a sociedade. Mais do que contá-los no final de cada ano, devemos lembrar de seus nomes, pois são pessoas e não números. Não permitamos que o lucro e a pessoa sejam equiparados! A idolatria do dinheiro tende a pisar em tudo e em todos e não valoriza as diferenças.

Trata-se de nos educarmos para cuidar da vida dos funcionários e nos educarmos para levar a sério as normas de segurança: somente uma sábia aliança pode prevenir aqueles "acidentes" que são tragédias para as famílias e comunidades.

Uma segunda preocupação é a exploração das pessoas, como se fossem máquinas de desempenho. Existem formas violentas, como o "caporalato" (recrutamento de mão de obra) e a escravidão dos trabalhadores na agricultura ou em canteiros de obras e outros locais de trabalho, a obrigação de trabalhar em turnos extenuantes, o jogo de contratos sempre menores, o desrespeito à maternidade, o conflito entre trabalho e família. Quantas contradições e quantas guerras entre os pobres acontecem em torno do trabalho! Nos últimos anos, os chamados "trabalhadores pobres" aumentaram: pessoas que, apesar de terem um emprego, não conseguem sustentar suas famílias e dar esperança para o futuro.

O sindicato – disse ainda Francisco - é chamado a ser a voz dos sem-voz. Em particular, o Papa pediu que cuidem dos jovens, que muitas vezes são obrigados a contratos precários, inadequados e escravizadores.

O Santo Padre recordou ainda que nestes anos pandêmicos, o número daqueles que se demitem de seus empregos tem aumentado. Tanto jovens quanto idosos estão insatisfeitos com sua profissão, o ambiente de trabalho, as formas contratuais, e preferem se demitir. Eles buscam outras oportunidades. Este fenômeno não diz desengajamento, mas a necessidade de humanizar o trabalho.

O Papa concluiu o seu discurso convidando os presentes a serem 'sentinelas' do mundo do trabalho, gerando alianças e não oposições estéreis. As pessoas estão sedentas de paz, especialmente neste momento histórico, e a contribuição de todos é fundamental. Educar para a paz mesmo no local de trabalho, muitas vezes marcado por conflitos, pode se tornar um sinal de esperança para todos. Também para as gerações futuras.


Fonte: Vatican News

18 dezembro, 2022

Argentina é campeã da Copa do Mundo de 2022

Nossos Hermanos mereceram, em especial Messi.


16 dezembro, 2022

Paula Festival de dança do Espaço Nelson Verri

A noite de ontem, 15 de dezembro de 2022, acompanhar e encantar com minha sobrinha/afilhada Paula e a amiguinha Yasmin dançando no emocionante Festival de dança do Espaço Nelson Verri com o tema Encanto.

 

13 dezembro, 2022

Os refugiados e o inverno mais difícil de todos os tempos

Os refugiados e o inverno mais difícil de todos os tempos. “Enquanto as necessidades humanitárias crescem exponencialmente, os recursos disponíveis se reduzem drasticamente”

Perfila-se um inverno cada vez mais difícil para milhões de refugiados e deslocados em diferentes partes do mundo. O risco para essas pessoas desesperadas, indicam as organizações humanitárias internacionais, é ter que escolher entre comer ou se aquecer. São refugiados e deslocados que, forçados a fugir de conflitos e perseguições e a deixar todos os seus bens e as redes de apoio, nestes meses frios do ano correm o risco de se depararem com a dramática impossibilidade de aquecer os seus abrigos de emergência, conseguir roupas e cobertores para se abrigar do frio e preparar refeições quentes.

A reportagem é de Francesco Citterich, publicada por L'Osservatore Romano, 12-12-2022. A tradução é de Luisa Rabolini.

Uma das situações mais dramáticas está na Ucrânia: desde o início da invasão militar russa em 24 de fevereiro, quase um terço dos habitantes foi forçado a deixar suas casas. Mais de 7,8 milhões de pessoas foram registradas como refugiados em toda a Europa, enquanto outras 6,5 milhões são deslocadas internamente. No país, a situação continua a se deteriorar. Milhões de pessoas vivem em casas danificadas ou em edifícios inadequados para protegê-las do frio, com cortes de energia, de aquecimento e de abastecimento de água.

Para as pessoas que fogem de violências e perseguições, este é, sem dúvida, o inverno mais difícil de todos os tempos. O frio e as temperaturas extremas atingem idosos, crianças, mulheres e homens em fuga, já provados por gravíssimas crises globais: aos efeitos decorrentes da pandemia de covid-19, de fato se somam os efeitos dos combates, em particular o aumento exorbitante do custo de produtos essenciais, como alimentos, combustível e energia.

Esses aumentos de preços forçarão muitas famílias de refugiados e deslocados a uma luta pela sobrevivência para cobrir os custos de água e refeições quentes, roupas de inverno, aquecimento e remédios. Já em 2021, quase 193 milhões de pessoas estavam em condições de insegurança alimentar aguda, um aumento de quase 40 milhões em relação a 2020. A guerra na Ucrânia, um dos maiores fornecedores mundiais de grãos, fez disparar o custo de produtos básicos como trigo e óleo vegetal. O Programa Alimentar Mundial previu que, se o conflito continuar a impactar a produção de trigo e milho, em 2023 mais 47 milhões de pessoas serão empurrados para a insegurança alimentar aguda.

Mas há muitas outras zonas em risco. Após mais de 40 anos de conflito, o Afeganistão continua sendo uma das situações humanitárias mais complexas do mundo, com 3,5 milhões de afegãos deslocados por causa dos conflitos e cerca de 1,5 milhão por eventos climáticos extremos. Em algumas áreas do país, as temperaturas invernais podem cair facilmente para 25 graus negativos, deixando milhares de famílias expostas às intempéries. O inverno atinge um país já provado não só por quatro décadas de guerra, mas também por uma grave crise econômica e pelo terremoto que em junho passado, nas províncias do sudeste de Paktika e Khost, significou para milhares de pessoas perdas devastadoras.

O cenário não é melhor na Síria: refugiados e deslocados terão que enfrentar novamente o frio extremo e tempestades de neve. Este será o décimo segundo inverno consecutivo em fuga para muitos deles.

Existem mais de 10 milhões de refugiados sírios e iraquianos e deslocados internos na Síria, Líbano, Jordânia, Iraque e Egito. O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) estima que 3,4 milhões deles estejam numa condição de extrema necessidade. “Vivemos uma fase em que os conflitos e as violências se sobrepõem a outras crises de natureza econômica, geopolítica e climática", declara o ACNUR. “E, infelizmente, enquanto as necessidades humanitárias crescem exponencialmente, os recursos disponíveis se reduzem drasticamente”.


Fonte: IHU

09 dezembro, 2022

Rezemos juntos,

"Virgem Imaculada, hoje gostaria de lhe trazer o agradecimento do povo ucraniano pela paz que há muito tempo pedimos ao Senhor.
Ao invés, ainda devo lhe apresentar a súplica das crianças, dos idosos dos pais e das mães, dos jovens daquela terra martirizada.
Mas na realidade todos nós sabemos que estás com eles e com todos os que sofrem, assim como estiveste ao lado da cruz do teu Filho.

Obrigado, nossa Mãe!
Olhando para ti, que és sem pecado podemos continuar a acreditar e esperar que o amor vença o ódio que a verdade vença a falsidade, que o perdão vença a ofensa, e que a paz prevaleça sobre a guerra. Assim seja!".

(Papa Francisco)

02 dezembro, 2022

A Igreja Católica está dividida. Unamo-nos

Por Celso Pinto Carias

Fala-se de uma “polarização” construída artificialmente em vista de um jogo de poder que esconde muita coisa. Em nome da sã doutrina se legitima uma série de ações que não se coadunam com o Caminho de Jesus Cristo.



No dia 11/11/2022, o mestre e amigo Pedro Ribeiro publicou um artigo falando do “racha” na Igreja Católica. Em conversa no encontro que participamos juntos, falamos sobre isso. Artigo que merece toda atenção da instituição católica (Veja o artigo aqui).

Quando terminou o segundo turno, a ideia desta coluna apareceu, antes do artigo de Pedro. Mas aqui se trata de uma pequena narrativa na qual um modesto teólogo tenta apenas levantar o tapete e ver a poeira que está embaixo. Trata-se da afirmação de que o conceito de comunhão, tão rico para Igreja, está sendo afirmado como um “verniz superficial”, expressão de São Paulo VI no número 20 da Evangelii Nuntiandi. Ora, até quando a hierarquia católica vai se esconder debaixo de um conceito de comunhão um tanto quanto distorcido?

Fala-se de uma “polarização” construída artificialmente em vista de um jogo de poder que esconde muita coisa. Em nome da sã doutrina se legitima uma série de ações que não se coadunam com o Caminho de Jesus Cristo.

Não se trata de defender um lado de forma maniqueísta, mas à luz do Evangelho e da Tradição da Igreja, verificar os absurdos que tem deixado marcas profundas na realidade brasileira. E aí, inegavelmente, um setor integrista, por que não dizer, fascista, forjou discursos de ódio onde nem o Papa escapa.

Quando os progressistas estiveram à frente do governo federal não havia perfeição. Contudo, havia um ambiente onde predominava o respeito ao estado democrático de direito. Mas quando um determinado presidente que diz “jogar sempre nas quatro linhas da constituição” chegou, os diversos mecanismos de perversão da estrutura simbólica, baseado nitidamente na mentira, tornou-se um recurso fundamental para incutir medo, chegando a produzir ações violentas, como nunca antes se viu desde a redemocratização do país.

E uma das vítimas deste processo é a Igreja Católica. Vítima porque em seu interior, apesar de existirem pessoas de caráter duvidoso, existem muitas pessoas boas. E aí, assistimos diversas agressões. Agressões feitas em nome de uma heresia: “Deus acima de todos e Brasil acima de tudo”. O Brasil se tornou maior do que Deus, pois tudo é mais do que todos.

Padres, ministros e ministras, sendo achincalhados durante missas. Até ameaças da integridade física, como aconteceu com Dom Vicente, bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte. Discriminação e intolerância a quem fazia outra opção. Um padre disse que não daria a eucaristia a quem votasse no “vermelho”, outro pediu para os “vermelhos” se retirarem da igreja. Desde a juventude que acompanho política, posso dizer que vi muitos erros da chamada “esquerda”, mas nunca vi tamanho desrespeito. Na região que moro, se tinha medo de colocar adesivos no corpo ou plásticos nos carros. Setores consideráveis das polícias inviabilizando a liberdade de votar. Apoiados, inclusive, por milicianos.

Vamos colocar tudo isso debaixo de um conceito de comunhão que não reconhece a unidade na pluralidade? Que não é capaz de dialogar com as diferenças, na perspectiva poliédrica apontada pelo Papa Francisco? Que parece abafar conflitos e tensões que precisam ser tratados e não escondidos? Vamos permitir que a Igreja sangre cada vez mais, em nome de uma comunhão que enfraquece a força renovadora do Caminho de Jesus Cristo no meio do mundo?

É lamentável se verificar que, para muitos, a diminuição dos fiéis católicos não seja um problema se uma “elite” econômica a mantiver. Elite entre aspas, pois a maioria são pessoas que simplesmente não querem perder privilégios. Os setores integralistas perceberam que não é vantagem ficar fora da grande instituição, então forçam os progressistas a saírem sem cisma.

Não é possível que o episcopado brasileiro se mantenha calado diante de grupos, como o Instituto Dom Bosco, que mente, mente descaradamente, sob o brasão da Igreja Católica. Sabe-se que pouco se pode fazer canonicamente. Talvez se possa fazer algo civilmente. Mas um posicionamento afirmando que este grupo não é a voz oficial da Igreja Católica é perfeitamente possível.

A unidade é uma qualidade necessária justamente por respeitar a diferença. A unidade não é uma uniformização. A unidade não procura desqualificar, mas assumir o que existe de bom em todos e todas. Em tempos de Sínodo, precisamos reaprender a caminhar juntos. Unamo-nos.

Como disse Martin Luther King: “Ou aprendemos a viver como irmãos, ou vamos morrer juntos como idiotas”.




Pelas organizações de voluntariado - O Vídeo do Papa 12 - dezembro 2022




Pelas organizações de voluntariado - O Vídeo do Papa 12 - dezembro 2022

Voluntariado. Compromisso. Coordenação. Estas são as três palavras-chave do Vídeo do Papa de dezembro, preparado pela Rede Mundial de Oração do Papa. Como diz Francisco, "O mundo precisa de voluntários e de organizações que queiram comprometer-se com o bem comum". Voluntários que dão sua ajuda em diferentes organizações "Trabalhando em conjunto, apesar dos poucos recursos que possam ter, dão o seu melhor e tornam possível o milagre da multiplicação da esperança".

“O mundo precisa de voluntários e de organizações que queiram comprometer-se com o bem comum.

Sim, essa é a palavra que muitos hoje em dia querem apagar: "compromisso".

E o mundo precisa de voluntários comprometidos com o bem comum.

Ser um voluntário solidário é uma escolha que nos torna livres; torna-nos abertos às necessidades dos outros, às exigências da justiça, à defesa dos pobres, ao cuidado da criação.

É ser artesãos de misericórdia: com as mãos, com os olhos, com o ouvido atento, com a proximidade.

E ser voluntário é trabalhar com as pessoas a quem se serve. Não só para o povo, mas também com o povo. Trabalhar com pessoas.

O trabalho das organizações voluntárias é muito mais eficaz quando elas colaboram entre si e também com os Estados.

Trabalhando em conjunto, apesar dos poucos recursos que possam ter, dão o seu melhor e fazem do milagre da multiplicação da esperança uma realidade.

Precisamos tanto multiplicar a esperança!

Rezemos para que as organizações de voluntariado e de promoção humana encontrem pessoas dispostas a comprometer-se com o bem comum e a buscar novas formas de colaboração a nível internacional”.

30 novembro, 2022

OAB reconhece Esperança Garcia como primeira mulher advogada do Brasil

Ela foi uma mulher negra escravizada que lutou contra a situação a qual ela e outras pessoas foram submetidas. O reconhecimento ocorreu na sexta-feira (25). 


O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) reconheceu Esperança Garcia como a primeira advogada brasileira. 

Ela será homenageada pela Ordem com um busto que será colocado na sede da instituição em Brasília.

Leia a íntegra da matéria publicada pela BN em 28/11/2022.

O Papa: aprender a ler no livro do coração para não continuar repetindo os mesmos erros

Francisco disse ns Audiência Geral que "a consolação autêntica é uma espécie de confirmação de que cumprimos o que Deus quer de nós, que percorremos os seus caminhos, ou seja, nas estradas da vida, da alegria, da paz".

Mariangela Jaguraba - Vatican News

"A consolação autêntica" foi o tema da catequese do Papa Francisco, na Audiência Geral, desta quarta-feira (30/11), realizada na Praça São Pedro.

Continuando a reflexão sobre o discernimento, o Papa recordou a seguinte passagem dos Exercícios espirituais de Santo Inácio de Loyola. Reza assim: «Se nos pensamentos tudo é bom, o princípio, o meio e o fim, e se tudo está orientado para o bem, este é um sinal do anjo bom. Por outro lado, pode ser que no decurso dos pensamentos se apresente algo mau, ou que distraia, ou menos bom do que aquilo que antes a alma se propusera fazer, ou algo que debilite a alma, que a torne inquieta, que a ponha em agitação e lhe tire a paz, a tranquilidade e a calma que antes tinha: então, este é um sinal claro de que tais pensamentos vêm do espírito maligno».

Estar orientado para o bem
"Existe uma verdadeira consolação, mas existem consolações que não são verdadeiras. Por isso, é preciso entender bem o percurso da consolação, para aonde vai, e para aonde me leva, se me leva para algo que não é bom, não é uma consolação boa, não é uma consolação verdadeira, é falsa", sublinhou o Papa.

O que significa que o princípio está orientado para o bem? Por exemplo, tenho o pensamento de rezar, e observo que se acompanha ao afeto pelo Senhor e pelo próximo, convida a realizar gestos de generosidade, de caridade: é um bom princípio. No entanto, pode acontecer que aquele pensamento surja para evitar um trabalho ou uma tarefa que me foi confiada: sempre que devo lavar a louça ou limpar a casa, vem-me uma grande vontade de começar a rezar! A oração não é uma fuga dos nossos afazeres; pelo contrário, é uma ajuda para realizar o bem que somos chamados a praticar, aqui e agora. Isto a propósito do princípio.

"Santo Inácio dizia que o principio, o meio e o fim devem ser bons. O principio é este: tenho vontade de rezar para não lavar a louça. Então, primeiro, lava a louça e depois vai rezar", frisou o Papa.

Examinar bem o percurso dos próprios sentimentos
"Em seguida há o meio, ou seja, o que vem depois, o que se segue a tal pensamento", sublinhou Francisco. "Permanecendo no exemplo anterior, se eu começar a rezar e, como faz o fariseu da parábola tender a agradar a mim mesmo e a desprezar os outros, talvez com um ânimo ressentido e azedo, então estes são sinais de que o espírito maligno utilizou aquele pensamento como chave de acesso para entrar no meu coração e para me transmitir os seus sentimentos." Segundo o Papa, esse tipo "de oração termina mal", pois é "uma consolação de rezar para se sentir como um pavão diante de Deus. Este é um meio que não funciona".

"Depois, há o fim. O fim é um aspecto que já encontramos, ou seja: para aonde me leva aquele pensamento?", perguntou Francisco, dizendo que "pode acontecer que eu trabalhe arduamente por uma obra boa e meritória, mas isto impele-me a deixar de rezar, descubro-me cada vez mais agressivo e zangado, considero que tudo depende de mim, a ponto de perder a confiança em Deus. Evidentemente, aqui há a ação do espírito maligno. Eu começo a rezar e na oração me sinto onipotente. Portanto, examinar bem o percurso dos próprios sentimentos, e o percurso dos bons sentimentos, da consolação a partir do momento que eu quero fazer alguma coisa".

Aprender com as experiências
Segundo o Papa, "o estilo do inimigo", do demônio, é o estilo que "consiste em apresentar-se de maneira sorrateira e disfarçada: começa a partir daquilo que nos é mais querido e depois, pouco a pouco, atrai-nos a si: o mal entra secretamente, sem que a pessoa perceba. E, com o passar do tempo, a suavidadetorna-se dureza: aquele pensamento revela-se pelo que realmente é".

“Eis a importância deste paciente, mas indispensável exame sobre a origem e a verdade dos próprios pensamentos; é um convite a aprender com as experiências, com o que nos acontece, para não continuar repetindo os mesmos erros.”

Quanto mais nos conhecemos, mais sentimos por onde entra o espírito maligno, as suas “senhas”, as portas de entrada do nosso coração, que são os pontos onde somos mais sensíveis, de modo a prestar-lhes atenção no futuro. Cada um de nós há os pontos mais sensíveis, os pontos mais frágeis da própria personalidade e dali entra o maligno e nos leva para a estrada errada, ou nos tira da estrada certa. Quero rezar, mas me distancia da oração.

É importante compreender o que aconteceu
O Papa frisou que é importante fazer "o exame de consciência diário: antes de terminar o dia, parar. Se perguntar, o que aconteceu no meu coração? Cresceu ou foi uma estrada na qual passou de tudo? O que aconteceu no meu coração. Trata-se do precioso esforço de reler a experiência sob um ponto de vista particular. É importante compreender o que aconteceu, é sinal de que a graça de Deus age em nós, ajudando-nos a crescer em liberdade e consciência. Não estamos sozinhos, o Espírito Santo está conosco".

A consolação autêntica é uma espécie de confirmação de que cumprimos o que Deus quer de nós, que percorremos os seus caminhos, ou seja, as estradas da vida, da alegria, da paz. Com efeito, o discernimento não é simplesmente sobre o bem, nem sobre o máximo bem possível, mas sobre o que é um bem para mim aqui e agora: é nisto que sou chamado a crescer, colocando limites a outras propostas, atraentes, mas irreais, para não ser enganado na busca do verdadeiro bem.

É preciso "aprender a ler no livro do coração o que aconteceu durante o dia. Façam isso. São apenas dois minutos, mas garanto a vocês que lhes fará bem".


24 novembro, 2022

Deixemo-nos provocar pelas palavras do profeta Isaías!

“Alarga o espaço da tua tenda, estende sem medo as lonas que te abrigam, e estica as tuas cordas, fixa bem as tuas estacas” (Is 42,2).

O profeta Isaías diz nesse texto muito das CEBs e diz muito para nós das CEBs.

Ao ler deixemo-nos provocar pelas palavras do profeta.


Isaías 42,2)

É a um povo que vive a experiência do exílio que o profeta dirige palavras que hoje nos ajudam a pôr em foco aquilo a que o Senhor nos está a chamar através da experiência de uma sinodalidade vivida: “Alarga o espaço da tua tenda, estende sem medo as lonas que te abrigam, e estica as tuas cordas, fixa bem as tuas estacas” (Is 42,2).

A palavra do profeta recorda ao povo no exílio a experiência do êxodo e da travessia do deserto, quando habitava nas tendas, e anuncia a promessa do regresso à terra, sinal de alegria e esperança. Para se preparar, é necessário alargar a tenda, agindo sobre três elementos da sua estrutura. O primeiro são as lonas, que protegem do sol, do vento e da chuva, delineando um espaço de vida e de convivência. É preciso estendê-las, de modo que possam proteger também aqueles que ainda se encontram fora deste espaço, mas que se sentem chamados a entrar. O segundo elemento estrutural da tenda são as cordas, que mantêm juntas as lonas. Devem equilibrar a tensão necessária para evitar que a tenda se debilite com a frouxidão que enfraquece com os movimentos provocados pelo vento. Por isso, se a tenda se alarga, devem aumentar-se para manter a justa tensão. Por fim, o terceiro elemento são as estacas que fixam a estrutura ao solo e asseguram a solidez, mas permanecem capazes de serem movidas quando se deve armar a tenda noutro lugar.

Ouvi hoje estas palavra de Isaías que nos convidam a imaginar a Igreja como uma tenda, ou melhor, como a tenda da reunião, que acompanhava o povo durante o caminho no deserto: é, portanto, chamada a alargar-se, mas também a deslocar-se. No seu centro está o tabernáculo, ou seja, a presença do Senhor. A resistência da tenda é assegurada pela robustez das suas estacas, ou seja, os fundamentos da fé que não mudam, mas podem ser deslocados e colocados em terrenos sempre novos, de modo que a tenda possa acompanhar o povo que caminha na história. Por fim, para não afrouxar, a estrutura da tenda deve manter em equilíbrio as diversas pressões e tensões a que é submetida: uma metáfora que exprime a necessidade do discernimento. É assim que muitas sínteses imaginam a Igreja: uma morada ampla, mas não homogénea, capaz de dar abrigo a todos, mas aberta, que deixa entrar e sair (cf. Jo 10,9), e em movimento para o abraço com o Pai e com todos os outros membros da humanidade.

Alargar a tenda exige acolher outros no seu interior, dando espaço à sua diversidade. Requer, portanto, a disponibilidade para morrer a si mesmos por amor, reencontrando-se na e pela relação com Cristo e com o próximo: “Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo lançado à terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, dá muito fruto” (Jo 12,24). A fecundidade da Igreja depende da aceitação desta morte, que não é uma aniquilação, mas uma experiência de esvaziamento de si para deixar-se encher de Cristo pelo Espírito Santo e, portanto, um processo através do qual recebemos o dom de relações mais ricas e laços mais profundos com Deus e com os outros. É esta a experiência da graça e da transfiguração. Por esta razão o apóstolo Paulo recomenda: “Tende entre vós os mesmos sentimentos que estão em Cristo Jesus. Ele, que é de condição divina, não considerou como uma usurpação ser igual a Deus; no entanto, esvaziou-se a si mesmo, tomando a condição de servo” (Fl 2,5-7). É nesta condição que os membros da Igreja, individualmente e todos em conjunto, se tornarão capazes de cooperar com o Espírito Santo para cumprir a missão dada por Jesus Cristo à sua Igreja: é um ato litúrgico, eucarístico.


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O texto acima sobre o profeta Isaías transcrito do documento de Trabalho para Etapa Continental, para a próxima etapa do Sínodo dos Bispos sobre a sinodalidade “Alarga o espaço da tua tenda (Is 54, 2)”.

O documento é compilado a partir das sínteses da fase recebidas de 112 das 114 conferências episcopais do mundo, além de outros relatórios, como os de dicastérios do Vaticano e congregações religiosas, oferece uma visão global do que os fiéis em todos os níveis da Igreja acreditam que precisa acontecer para que ela seja um verdadeiro lugar de inclusão.

23 novembro, 2022

Prefeitura de Maringá publica decreto com recomendações sobre uso de máscaras para prevenir a Covid-19

Entre os espaços abrangido pelo Decreto estão os Espaços (ou ambientes) fechados, de acesso coletivo, onde o distanciamento físico entre pessoas não possa ser assegurado.

O Decreto Nº 2288/2022 aplica-se aos espaços de natureza pública ou privada, abertos ou fechados, de uso público ou coletivo, localizados no Município de Maringá.

Art. 4º Fica recomendado o uso de máscaras de proteção facial nos seguintes locais e situações:

I - Estabelecimentos de Assistência à Saúde;

II - Pessoas com sintomas respiratórios gripais;

III - Pessoas imunocomprometidas;

IV - Pessoas não vacinadas contra COVID-19 ou com esquema vacinal incompleto;

V - Idosos, gestantes e puérperas, com ou sem comorbidades;

VI - Funcionários e visitantes, no acesso à Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI);

VII - Espaços (ou ambientes) fechados, de acesso coletivo, onde o distanciamento físico entre pessoas não possa ser assegurado.


Art. 5º Não é recomendado o uso de máscaras por:

I - Crianças menores de 2 anos, pessoas com dificuldade de respirar, inconscientes, incapacitadas ou incapazes de removê-las sem assistência, não devem utilizar máscaras faciais;

II - Pessoas com transtorno do espectro autista ou com quaisquer outras deficiências que as impeçam de fazer o uso adequado de máscara de proteção facial, conforme orientação de profissional da saúde;

III - Intérpretes de libras, ou pessoas falando ou prestando assistência a alguém que depende de leitura labial, som claro ou expressões faciais para se comunicar Art. 6º Fica obrigatório o uso de máscaras de proteção facial por:

I - Pessoas com suspeita ou diagnóstico confirmado para COVID-19, sintomáticas ou assintomáticas, as quais devem igualmente cumprir com todas as demais medidas de controle da transmissão do vírus SARS-CoV-2 já preconizadas até o o presente momento, assim como com os períodos indicados para quarentena e isolamento;

II - Trabalhadores de Estabelecimentos de Assistência à Saúde ao adentrarem em ambientes destinados à assistência direta a pacientes com suspeita ou diagnóstico confirmado para COVID-19, e sempre quando realizarem quaisquer atividades a menos de 01 (um) metro dos mesmos.

As manifestações bolsonaristas e o vetor antissistema: o maior desafio do novo governo “é saber sair dessa espiral do inferno”. Entrevista especial com Piero Leirner.


O “vetor antissistema” é o que explica a adesão de grupos sociais às manifestações e aos acampamentos que estão ocorrendo em frente de alguns quartéis desde o encerramento das eleições presidenciais com a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva, segundo Piero Leirner.

“Hoje, eu tenho a impressão de que este tema galvanizou mais gente. Não exatamente porque a credibilidade dos militares aumentou – pelo contrário, ela vem decaindo –, mas porque esse ‘vetor antissistema’, que já estava sendo mobilizado desde lá de trás, fica o tempo todo se movendo por nichos onde ele pode aderir.

Em 2015, isso estava se aglutinando num antipetismo meio difuso; depois positivou na figura de Bolsonaro – que tem um comportamento de algoritmo, ele conduz a adesão a ele conforme a expectativa do ‘cliente’; agora, depois que Bolsonaro perdeu, este ‘sentimento outsider’ está procurando esse novo nicho, um militarismo ‘purificado’ que junta guerra, religião, moral, ideologia ultraindividualista e interesses econômicos”, diz na entrevista a seguir, concedida por e-mail ao Instituto Humanitas Unisinos – IHU.

“Ainda que tenha uma mobilização mais ou menos espontânea, e sentimentos mais ou menos reais envolvidos, é preciso ter em mente as perguntas fundamentais: quem ganha e o que se ganha com isso?”, questiona o sociólogo.

Confira à íntegra da entrevista AQUI

22 novembro, 2022

Dia do Músico!

Rezemos juntos,

Hoje dia 22 de novembro comemoramos o dia do Músico a elas e a eles nossa gratidão e celebrando nessa data o dia de Santa Cecília, Padroeira dos Músicos, peças que ela interceda por elas e por eles.

19 novembro, 2022

Dia da Bandeira - 19 de novembro

A Bandeira é de todo o Povo Brasileiro!


Ela é de todos nós, é símbolo de utopia, luta e liberdade. Podemos levá-la e hasteá-la como manifestação de nosso amor pela pátria.

A comemoração do Dia da Bandeira remete a instituição da República em nosso país, no ano de 1889. A República foi proclamada em 15 de novembro desse ano, e a nova bandeira, do jeitinho que a conhecemos hoje, foi concebida no dia 19 por Raimundo Teixeira Mendes.

A bandeira é um dos símbolos máximos de uma nação, aquele que mais fica em evidência, que representa efetivamente o país.

18 novembro, 2022

CEBs uma tenda sem fronteiras, capaz de superar distâncias!

Segue um texto que escrevi para reflexão em nossas Comunidades Eclesiais de Base, as CEBs.

Isaías, 54,2

CEBs uma tenda sem fronteiras, capaz de superar distâncias!

Para reavivar as Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) e a esperança de seu povo que se encontra necessitado de clarear seus rumos e superar o que fere, desanima, distância e exclui, o profeta Isaías apresenta um conselho “Alargar a tenda”.

O profeta construiu uma imagem poética para apresentar passos para o entendimento que coloca o acolher, o ouvir, o cuidar, a fraternidade como meta principal. A fraternidade precisa ser cultivada como amizade social.

Pela luz da esperança a chamada do profeta é inspiradora e indica uma saída, um caminho para as CEBs: “Alarga o espaço da tua tenda, estende sem medo as lonas que te abrigam, e estica as tuas cordas, fixa bem as tuas estacas”. O conselho do profeta é, pois, essencial para a construção de um novo tempo, superando a esterilidade que contamina as CEBs.

O profeta faz um convite profético que ressoa forte nas Comunidades Eclesiais de Base de ser povo de Deus “tenda bem alargada”, pela fraternidade e assim ser morada de Deus e a indicação é a de buscar condições para cultivar mais proximidade, reunir mais gente, vencendo o que gera a discriminação e a exclusão social.

O profeta faz uma provocação as CEBs, uma convocação para continuar sendo seguidoras de Jesus e o espaço profético da Igreja e a convocação vindo do profeta é caminho para iluminar um mundo de sombras e romper com as portas fechadas de uma humanidade que padece com a sua própria mesquinhez e indiferença.

Urgente é “alargar a tenda” do próprio coração e romper, com as dinâmicas do ódio. Assim, contribuir para iluminar a escuridão de um mundo fechado. O profeta Isaías apresenta o desafio de ser erguida uma tenda sem fronteiras, capaz de superar distâncias.

Uma tenda que leve a contemplar o mundo com o olhar compassivo de Deus. Isto significa distanciar-se do que alimentam disputas, enjaulam pessoas no egoísmo e no ressentimento, na ânsia de querer impor a própria lógica nos debates sobre a Igreja, a vida social, política e, particularmente, na seleção do que habita a tenda das CEBs, a tenda do próprio coração.

É preciso deixar-se iluminar pela presença de Jesus. Assim, “alargar a tenda” do coração para acolher a sabedoria que faz desaparecer sentimentos que adoecem, visões da realidade que levam somente à lamentação. Seja dado mais espaço à ação do amor, a partir do exercício da reconciliação e do perdão.

“Alarga o espaço da tua tenda (Is 54, 2)”

O que segue abaixo sobre o profeta Isaías retirei do documento de Trabalho para Etapa Continental, para a próxima etapa do Sínodo dos Bispos sobre a sinodalidade “Alarga o espaço da tua tenda (Is 54, 2)”.


“Alarga o espaço da tua tenda, estende sem medo as lonas que te abrigam, e estica as tuas cordas, fixa bem as tuas estacas” (Is 54,2).

É a um povo que vive a experiência do exílio que o profeta dirige palavras que hoje nos ajudam a pôr em foco aquilo a que o Senhor nos está a chamar através da experiência de uma sinodalidade vivida: “Alarga o espaço da tua tenda, estende sem medo as lonas que te abrigam, e estica as tuas cordas, fixa bem as tuas estacas” (Is 42,2).

A palavra do profeta recorda ao povo no exílio a experiência do êxodo e da travessia do deserto, quando habitava nas tendas, e anuncia a promessa do regresso à terra, sinal de alegria e esperança. Para se preparar, é necessário alargar a tenda, agindo sobre três elementos da sua estrutura. O primeiro são as lonas, que protegem do sol, do vento e da chuva, delineando um espaço de vida e de convivência. É preciso estendê-las, de modo que possam proteger também aqueles que ainda se encontram fora deste espaço, mas que se sentem chamados a entrar. O segundo elemento estrutural da tenda são as cordas, que mantêm juntas as lonas. Devem equilibrar a tensão necessária para evitar que a tenda se debilite com a frouxidão que enfraquece com os movimentos provocados pelo vento. Por isso, se a tenda se alarga, devem aumentar-se para manter a justa tensão. Por fim, o terceiro elemento são as estacas que fixam a estrutura ao solo e asseguram a solidez, mas permanecem capazes de serem movidas quando se deve armar a tenda noutro lugar.

Ouvi hoje estas palavras de Isaías que nos convidam a imaginar a Igreja como uma tenda, ou melhor, como a tenda da reunião, que acompanhava o povo durante o caminho no deserto: é, portanto, chamada a alargar-se, mas também a deslocar-se. No seu centro está o tabernáculo, ou seja, a presença do Senhor. A resistência da tenda é assegurada pela robustez das suas estacas, ou seja, os fundamentos da fé que não mudam, mas podem ser deslocados e colocados em terrenos sempre novos, de modo que a tenda possa acompanhar o povo que caminha na história. Por fim, para não afrouxar, a estrutura da tenda deve manter em equilíbrio as diversas pressões e tensões a que é submetida: uma metáfora que exprime a necessidade do discernimento. É assim que muitas sínteses imaginam a Igreja: uma morada ampla, mas não homogénea, capaz de dar abrigo a todos, mas aberta, que deixa entrar e sair (cf. Jo 10,9), e em movimento para o abraço com o Pai e com todos os outros membros da humanidade.

Alargar a tenda exige acolher outros no seu interior, dando espaço à sua diversidade. Requer, portanto, a disponibilidade para morrer a si mesmos por amor, reencontrando-se na e pela relação com Cristo e com o próximo: “Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo lançado à terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, dá muito fruto” (Jo 12,24). A fecundidade da Igreja depende da aceitação desta morte, que não é uma aniquilação, mas uma experiência de esvaziamento de si para deixar-se encher de Cristo pelo Espírito Santo e, portanto, um processo através do qual recebemos o dom de relações mais ricas e laços mais profundos com Deus e com os outros. É esta a experiência da graça e da transfiguração. Por esta razão o apóstolo Paulo recomenda: “Tende entre vós os mesmos sentimentos que estão em Cristo Jesus. Ele, que é de condição divina, não considerou como uma usurpação ser igual a Deus; no entanto, esvaziou-se a si mesmo, tomando a condição de servo” (Fl 2,5-7). É nesta condição que os membros da Igreja, individualmente e todos em conjunto, se tornarão capazes de cooperar com o Espírito Santo para cumprir a missão dada por Jesus Cristo à sua Igreja: é um ato litúrgico, eucarístico.

Invasões de terras indígenas tiveram novo aumento em 2021, em contexto de violência e ofensiva contra direitos!

Relatório anual do Cimi retrata agravamento das violências contra os povos indígenas no Brasil, com ataques a direitos e desmonte dos órgãos de fiscalização e assistência. 


Conforme publicado no site do CIMI, o ano de 2021 foi marcado pelo aprofundamento e pela dramática intensificação das violências e das violações contra os povos indígenas no Brasil. 

O aumento de invasões e ataques contra comunidades e lideranças indígenas e o acirramento de conflitos refletiram, nos territórios, o ambiente institucional de ofensiva contra os direitos constitucionais dos povos originários. É o que aponta o relatório Violência Contra os Povos Indígenas do Brasil – dados de 2021, publicação anual do Conselho Indigenista Missionário (Cimi). 

Em seu terceiro ano, o governo de Jair Bolsonaro manteve a diretriz de paralisação das demarcações de terras indígenas e omissão completa em relação à proteção das terras já demarcadas. Se, do ponto de vista da política indigenista oficial, essa postura representou continuidade em relação aos dois anos anteriores, do ponto de vista dos povos ela representou o agravamento de um cenário que já era violento e estarrecedor. 

Leia na integra clicando AQUI

Para ler e baixar o relatório clique AQUI

Deixemo-nos provocar pelo evangelho de hoje Lc 19,45-48

Oração:

"Senhor Jesus,
tua ação no Templo de Jerusalém, expulsando os vendedores e denunciando os ladrões, valeu como uma purificação da religião de Israel e de toda religião. Temos que tomar cuidado para que a religião não se torne uma fonte de exploração, de enriquecimento e de controle das pessoas por gente poderosa e interesseira. Contigo aprendemos que a religião que praticamos em nossos Templos deve nos ajudar a viver em fraternidade, na comunhão com o Senhor nosso Deus e Pai. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém."

(Fonte: Blog da Meditação da Palavra)

11 novembro, 2022

Deixemo-nos provocar por Paulo Freire!

Paulo Freire, esse incrível!

O que é que o professor Paulo Freire
Lá no Nordeste, entre o Recife e os Angicos
começou a desfazer pra inventar e refazer?
Ele transformou em redondo o que era quadrado
e desenquadrou o que era antes enquadrado.
Ensinou a pensar o ser onde havia o ter
Ele fez virar um círculo o que era uma sala.
E disse do professor que falava-sem-ouvir
que fosse o educador que escuta e depois... fala.

Ele imaginou sermos "nós" o que antes era o "eu",
e pensou como "nosso" o que era “só o meu".
E sendo do povo um igual, um parceiro e amigo,
e vivendo com ele a opressão e a injustiça
em que sofre a gente sofredora e pobre
ele criou uma “Pedagogia do Oprimido”
e pensou uma “Educação Libertadora”

Ele sonhou como partilha o que era posse
E imaginou como um dom o que era o lucro.
Trocou o "bancário" pelo “emancipador”
e soletrou "es-pe-ran-ça", no lugar da "dor".
Ele pensou o "vamos juntas" onde havia o "só você"
e o Eu-com-Você contra o Você-sobre-o-Eu.
Pensou “educação” onde havia “instrução”.

E sonhou a palavra-compartida do diálogo
onde dominava o silêncio do monólogo.

Ele trocou o já-feito pelo se-fazendo.
Do "inacabado" pensou o "aprendizado"
e do sermos-imperfeitos, o aperfeiçoável
de quem sempre pode-ser-além-do-que-já-foi.
E pra quem não crê no que nós podemos ser
e no que juntas e juntos nós podemos fazer
se soubermos viver entre a luta e o sonhável,
Paulo Freire anunciou e gritou para o mundo
Que o caminho da vida é o... "inédito viável".

Letra de Carlos Brandão
Música de Paulo Padilha

10 novembro, 2022

Texto Base 15º Intereclesial das CEBs

Baixe o Texto Base do 15º Intereclesial das CEBs em PDF

Para baixar clique AQUI

Pretendemos que este material sirva para as instituições, os organismos, as ONGs e tantos outros grupos que sonham com um mundo melhor, marcado pela justiça e pela paz, pela fraternidade e pela igualdade, pela acolhida e pelo respeito, pela dignidade das pessoas e pelo cuidado com o meio ambiente, a casa comum. Houve um esforço para ajudar na indicação de caminhos possíveis para a defesa, promoção e valorização de todas as formas de vida.



Por Frei Zeca

Por ocasião do último Intereclesial das Comunidades de Base, realizado em Londrina – PR, Dom Juventino Kestering (in memorian), com os demais bispos e a delegação do nosso Regional Oeste 2, assumiram o compromisso pela realização do 15º Intereclesial das CEBs neste chão de missão que é o Estado de Mato Grosso. O intuito é reanimar e celebrar a vida e missão das Comunidades presentes nas Dioceses do Regional e em todo o imenso Brasil, vivenciando a proposta do Papa Francisco, de uma Igreja em saída, missionária, uma Igreja de comunhão e participação, uma Igreja samaritana, Povo de Deus.

Nesta perspectiva de celebrar a caminhada das Comunidades Eclesiais de Base em todas as dioceses do Brasil, e animá-las em sua missão, acontecerá de 18 a 22 de julho de 2023, em terras mato-grossenses, na cidade de Rondonópolis – MT, o 15º Intereclesial das CEBs. E neste processo de construção e preparação do grande encontro das Comunidades, a Ampliada Nacional das CEBs elaborou o texto-base, para ajudar na reflexão, na celebração, na busca e construção do mundo novo, onde seja possível o bem viver.

Assim, temos a alegria de apresentar e propor este texto-base para a dinâmica do 15º Intereclesial, que tem como tema central: CEBs – Igreja em Saída, na busca de Vida Plena para todos (as). E como lema: Vejam, eu vou criar novos céus e uma nova terra, inspirado no livro do Profeta Isaías 65,17.

Partindo da metodologia Ver, Julgar e Agir, este subsídio é um instrumento de reflexão e de proposta de indicações práticas para que o Povo de Deus, na experiência de pequenas comunidades, dialogue sobre a realidade atual, tão marcada por alegrias e experiências que geram a vida, mas também por experiências negativas, que ferem a dignidade humana, criando muitas vezes a cultura da morte (ódio, discriminação, descarte, preconceitos, irresponsabilidade com o meio ambiente), e encontre luzes de esperança e de ânimo, para continuar sendo “sal e luz”, “fermento na massa” e gerador de profetas e profetizas da justiça e do bem, da acolhida e da inserção de todos(as) indistintamente, da valorização do outro, da outra e do cuidado com a casa comum.

Além disso, pretendemos que este material sirva para as instituições, os organismos, as ONGs e tantos outros grupos que sonham com um mundo melhor, marcado pela justiça e pela paz, pela fraternidade e pela igualdade, pela acolhida e pelo respeito, pela dignidade das pessoas e pelo cuidado com o meio ambiente, a casa comum. Houve um esforço para ajudar na indicação de caminhos possíveis para a defesa, promoção e valorização de todas as formas de vida.

Desejamos que este texto-base produza no coração e na vida dos homens e mulheres que dele se servirem, frutos de boas obras, sobretudo para com os mais pobres que estão nas periferias sociais e existenciais.

07 novembro, 2022

deixemo-nos provocar pelo nosso Amado Profeta Papa Francisco!

Hoje, 7 de novembro, 311.º dia do ano no calendário gregoriano (312.º em anos bissextos) e faltando 54 para acabar o ano, deixemo-nos provocar pelo nosso Amado Profeta Papa Francisco.

"A cultura do cuidado é o antídoto contra um mundo impregnado de individualismo e enclausurado pela tristeza. Aprendamos a cuidar dos outros, da cidade, da sociedade, da criação, para saborear a alegria da amizade e da gratuidade." (Papa Francisco).

03 novembro, 2022

VIVA A ESPERANÇA - Mutirão de Vozes

A música "Viva a Esperança" (originalmente, "Trovas ao Cristo Libertador"), composição com letra de Dom Pedro Casaldáliga e música de Pe. Cireneu Kuhn, svd, interpretada coletivamente por membros da Irmandade dos Mártires da Caminhada. 

Clipe produzido na celebração de um ano da Passagem do Poeta-Profeta Dom Pedro Casaldáliga!

 

01 novembro, 2022

Padres da Caminhada - Carta ao presidente eleito do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva

Carta ao presidente eleito do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva

Estimado amigo Lula,

“Erguei-vos e levantai vossa cabeça, pois se aproxima vossa libertação” (Lc 21,28)

A frase dita por Jesus a suas discípulas e a seus discípulos, antes de entrar em Jerusalém para sua Páscoa, tornou-se uma realidade para as brasileiras e os brasileiros na noite do domingo passado: a libertação de anos de discurso de ódio, de fake news, de espíritos armados está próxima!

Ainda ecoa em nossas mentes e nossos corações o encontro do dia 17 de outubro passado na Casa de Portugal, em São Paulo. Por isso, nos alegramos com sua eleição e temos muita esperança, juntos com todas aquelas e todos aqueles que passaram os últimos quatro anos lutando para não ser devorados, de que a política excludente e raivosa do ainda presidente será banida. Lula, sua eleição é esperança para todos nós!

Ao mesmo tempo, saber que a maioria de seus votos veio das regiões mais pobres e mais periféricas do Brasil confirma o trabalho comprometido com o povo simples. O Papa Francisco não se cansa de insistir que da periferia vem a esperança; que seu novo governo não se afaste de quem lá vive, que não se afaste da base!

Sabemos que a libertação está próxima, contudo, ainda não está. Em seu discurso da noite de domingo vimos um homem consciente das divisões que o fascismo trouxe ao povo: famílias separadas, amizades desfeitas, injúrias e ódio por todos os lados. Conte conosco para a reconstrução do nosso Brasil, um país de todas as cores e sabores, de todos os rostos e amores! Empenhar-nos-emos em nossas comunidades para a erradicação da miséria, da fome e de toda forma de exclusão.

Não queremos uma pátria armada! Queremos uma pátria amada! Queremos uma pátria da educação e da cultura, dos livros e da alegria no rosto das crianças, dos adolescentes e dos jovens! Queremos uma pátria da dignidade assegurada para as trabalhadoras e os trabalhadores e do respeito para com as idosas e os idosos! Não queremos a pátria do desmatamento e dos grileiros! Queremos a pátria da natureza exuberante, da beleza de todos seus biomas, da proteção dos direitos de seus povos originários!

Queremos um Brasil mais verde e amarelo que nunca! Essas são as cores de todas as brasileiras e de todos os brasileiros.

Lula amigo, presidente eleito do Brasil, parabéns! Que Deus abençoe você e todo o povo brasileiro!

Brasil, 01 de novembro de 2022.

Padres da Caminhada e Padres contra o Fascismo