01 agosto, 2010

Para refletir

"Se você perdeu dinheiro, perdeu pouco. Se perdeu a honra, perdeu muito. Se perdeu a coragem, perdeu tudo.” Vincent Van Gogh

Pesquisa Ibope para presidente

Se as eleições fossem realizada entre os últimos dias 27 e 29
Primeiro turno
Dilma 39% (53,8 milhões)
Serra 34% (46,9 milhões)
Marina 7% ( 9,6 milhões)
Segundo turno
Dilma 46% (63,5 milhões)
Serra 40% (55,2 milhões)

Partilhando com vocês reflexão sobre a postagem: - "Demolir Igreja? - partilhando uma pergunta"

A postagem "Demolir Igreja? - partilhando uma pergunta" recebeu comentários interessantes que todos vocês podem ler.
Recebi uma reflexão sobre a postagem, que foi enviada de forma particular via e-mail, vou partilhar com vocês amigas e amigos visitantes deste blog, mas não vou identificar quem enviou por questão de respeito.
Segue a reflexão

Olá Lúcia, paz e bem!

Quero partilhar com você um pouquinho do que eu penso com relação a sua indagação, que não é só sua, mas de muitos de nós.

Gosto muito de uma frase de Dom Helder, que diz mais ou menos assim: sonho que se sonha só, não passa de sonho. Sonho que se sonha junto é multirão, já é realidade.
Somos herdeiros de uma história e o homem, a mulher, a pessoa herda esta história, participa e constrói a história.

Ao meu ver cada dia que se vive é parte de uma história que aos poucos se vai construindo. O homem é essa história, sempre necessitado de um novo dia para se completar. Há, portanto, na pessoa um desejo grande de participar, de fazer história, de ficar também na história. Agora, é importante saber que para fazer história e ficar na história não precisamos passar, simplesmente, por cima da história do outro e que o outro fez. Aqui se esconde, está presente nas entrelinhas uma pergunta: será realmente que modificar, alterar, quem sabe até mesmo destruir algo que outros construíram é ignorar a história percorrida?

Acredito que não. Talvez esteja eu equivocado em pensar assim. Há igrejas que foram edificadas em um contexto, em uma época, numa realidade, e, algumas, infelizmente, pensadas e executadas para cumprir a finalidade do seu tempo. É sabido sim a luta que temos que travar para construir algo, sobretudo no que toca ao financeiro. Vivi isto bem de perto em xxxxx.

Melhorar este espaço é também agora viver o presente e seguir os passos dos que pensaram e fizeram no passado: construíram, reformaram, ampliaram... para viver bem o presente e acolher bem a comunidade. Acompanhando este pensamento, poderíamos dizer que estamos valorizando e seguindo o testemunho dos que fizeram a história, e mais, podemos acertar mais, pensar não só no presente, mas lançar o olhar para o futuro. Não quero considerar aqui questões histórias de valorização do patrimônio, muito menos considerar casos particulares em defesas de casos particulares. Penso que é importante o diálogo com a comunidade, ver o que ela pensa, sentar com as bases, com as lideranças. A participação da comunidade no processo é fundamental para entender e viver bem este período de mudanças. Fazer sozinho, ou reduzir de mais o grupo - o que é necessário para algumas decisões - pensando só no lado da construção é um risco. Aquilo que era para ser celebração pode acabar não sendo.

Uma outra questão que eu concordo plenamente com voce - ainda mais que eu vivi tal experiência - do apoio, incentivo e amor que temos que ter com a CEB ´s , e tudo isto também passa pelo "caixa" paroquial - a força de toda a comunidade. Por mais mais que digam, os mais entendidos, que a CEB´s é um jeito de ser igreja, eu diria que é um jeito acertado, feliz, renovador de ser igreja. Construir capelas, salões, salas, alugar casas, ter um espaço próprio fortalece muito, muito mesmo a comunidade, cria identidade, o tão chamado bairrismo (que se perde muito em alguns momentos). Em uma palavra diria: é necessário. Não obstante a isto, somos um corpo e temos também a necessidade de vivermos estes momentos de unidade. A matriz - templo - casa mãe, tem esta finalidade, de congregar, reunir todos os seus filhos e filhas. Há momentos que acontecem e ganham expressão na unidade de uma mesma celebração. É claro que aqui poderíamos dizer: para estar unido ao Papa, a Roma, não precisamos estar lá, a Eucaristia é este ponto de unidade. Mas pra igreja local, temos uma visão. Sem contar, com a mentalidade pósmoderna da fragmentação de tudo. Um grande risco em fragmentar a caminhada eclesial também.

E pra concluir, diria ainda uma palavrinha com relação a um maior número de missas. Nós temos uma cultura quanto aos horários de celebrações. Sei de alguns companheiros padres, e quando estava a frente de uma paróquia me incluo no que vou dizer, que, corajosos e sem medir esforços, chegaram a celebrar duas missas no sábado, fora casamentos e reuniões, e de quatro a cinco missas - fora outras atividades - no domingo. E confesso a voce, não foram suficientes para suprir a demanda. Uma coisa é celebrar durante a semana e outra os finais de semana. Mas é preciso caminhar, e caminhar juntos. Estive em um curso em São Paulo, na área da formação, agora em julho que me levou a compreender alguns pontos e, particularmente, uma expressão que o padre psicólogo Dalto Barros uso para falar de santidade é: "santo não é o perfeito, mas aquele que ama". Caminhar em comunidade é amar, é fazer junto, é estar junto.

Desejo ter ajudado com esta simples partilha. Estou também à disposição para outra inquietação.

Seja feliz, Deus continue abençoando a sua caminhada e a caminhada da nossa gente.

Forte abraço, em Cristo, bom pastor