11 outubro, 2023

Jesus nos deu Maria como mãe na cruz!

Dia de Nossa Senhora Aparecida



Jesus nos deu Maria como mãe na cruz!


Nossa Senhora Aparecida que é chamada de tantos nomes, nomes dados pelo povo, pelas nações, más é sempre a mesma, Maria, a mãe de Deus e nossa mãe. Nossa Senhora nos ama porque somos suas filhas e filhos, e Jesus nos deu Maria como mãe na cruz.

Em solidariedade para com as e os escravos que sofriam com a escravidão e com todas e todos empobrecidos, Nossa Senhora tornou-se negra, não foi apenas pelo lodo e pala fumaça das velas, negra sim, por solidariedade com as e os oprimidos, em solidariedade as negras e negros que no ano de 1717, ano em que a imagem foi encontrada, era a maioria da população brasileira.

Quem a encontrou, não foram aquelas e aqueles que se achavam importantes, mas por pobres pescadores. Nossa Senhora negra e pobre, não podemos deixar de ver a pobreza dela e nela em sua imagem, penso que enfeitaram demais a imagem de Nossa Senhora a ponto de muitos ao ver sua imagem não enxergar sua pobreza.

Nossa senhora expressa o protagonismo feminino na história do povo de Deus e a predileção de Deus pelas pessoas humildes e marginalizadas, escolhidas para fazer grandes coisas em favor do seu povo e de toda a humanidade.

Na solenidade de Nossa Senhora Aparecida, a liturgia é toda voltada à Maria, mãe de Deus, recordando o protagonismo feminino na história do povo de Deus.

No Livro de Ester, o exemplo de uma mulher atenta às necessidades do seu povo ameaçado de extermínio, Ester intercede ao rei, pedindo vida para si e para seu povo “concede-me a vida - eis o meu pedido! - e a vida do meu povo - eis o meu desejo!".

No Livro do Apocalipse, que foi escrito em tempo de muita perseguição em uma linguagem simbólica, vai buscando encorajar o povo no sofrimento e fala do sinal que está no céu “uma mulher vestida do sol, tendo a lua debaixo dos pés

e sobre a cabeça uma coroa de doze estrelas. E ela deu à luz um filho homem, que veio para governar todas as nações”, ela é perseguida pelo dragão, pelas forças do mal, o dragão que quer devorar a criança, quer devorar a esperança, que quer devorar o novo, mas a mulher resiste.

No Evangelho de João a presença ativa da mãe de Jesus no início de seu ministério; sensível e solidária às necessidades do próximo e confiante na palavra de Jesus, ela participa da realização do seu primeiro sinal. O novo que o dragão do Apocalipse quer devorar o Evangelho de João revela que o novo é o amor de Deus que nos transforma.

O Evangelho fala houve um casamento em Caná da Galileia, na bíblia o casamento quer dizer a união de Deus com o povo, o amor de Deus pelo povo. Deus ama seu povo como o noivo ama sua noiva. A mãe de Jesus estava presente e no casamento faltou vinho, na bíblia vinho significa o amor, então nesse casamento estava faltando amor que é o principal no casamento, não havia vinho, não havia amor.

Em nenhuma parte do texto fala da nova e do noivo, porque o casamento é de Deus com o povo e nesse casamento não tem mais vinho, não tem mais amor e Maria vai dizer, eles não têm vinho, esse casamento de Deus com o povo não tem amor e Jesus vai dizer “Mulher, por que dizes isto a mim? Minha hora ainda não chegou”, a hora de Jesus é a cruz.

Jesus chama sua mãe de mulher, no Evangelho de João, algumas vezes, algumas personagens são chamadas de mulher, isso significa, as esposas, aquelas que aceitam as vontades de Deus, e a Mãe de Jesus vai dizer aos que estavam servindo "Fazei o que ele vos disser". O casamento de Deus com o povo se dá na aliança "Fazei o que ele vos disser".

Na bíblia a perfeição é o sete e havia seis talhas de pedra, seis quer dizer imperfeito, incompleto, e elas estavam vazias e cada uma delas cabiam cem litros de água, os judeus faziam purificação com a água, nos ritos dos judeus havia os puros e impuros, os que cumpriam a lei eram puros e os impuros os que não cumpriam a lei, e o casamento desse Evangelho não tinha vinho, não tinha amor e sem amor não em como cumprir a lei.

Jesus pede para ““Enchei as talhas de água". Encheram-nas até a boca. Jesus disse: "Agora tirai e levai ao mestre-sala"’. A palavra designada a mestre sala é uma palavra grega semelhante a palavra que quer dizer autoridade religiosa. As autoridades não são capazes de reconhecer o vinho, o “mestre-sala chamou então o noivo e lhe disse: "Todo mundo serve primeiro o vinho melhor e, quando os convidados já estão embriagados, serve o vinho menos bom. Mas tu guardaste o vinho melhor até agora!", sempre é servido primeiro o vinho bom e quando os convidados já estão embriagados serve o vinho menos bom, quando se domina as pessoas, não precisa de muito para continuar dominando, por isso eles não sabia que água era aquela e que vinho era aquele.

O novo que Jesus apresenta, a novidade de Deus é o amor, é o vinho do casamento, o casamento sem vinho é a aliança sem amor, que não aceita o amor de Deus, a vida que Deus comunica e que nos transforma, por isso o texto vai dizer “Este foi o início dos sinais de Jesus.”.

Jesus traz uma nova aliança, não baseada na lei, mas vivida no amor, Jesus traz uma nova proposta que é vinho, portanto amor, que alegra e que liberta, é amor que nos humaniza, que nos faz pessoas humanas verdadeiras, que nos tira do jugo da lei e nos faz livre para vivermos o amor que conduz para a vida.

O Evangelho nos fala que Deus quer nos libertar de toda a escravidão, de tudo que oprime, que desumaniza, que joga a margem. Deus quer que nossa união com Ele seja de esperança de alegria, de vida e liberdade, Deus não quer que tenhamos medo Dele, no antigo testamento Deus tinha prometido 50 maldições para quem não segue sua lei e Jesus vem e propõe, uma única bem aventurança, a bem aventurança de amar com liberdade e de sentir libertados, não ter medo, mas amar, o que transforma a vida é o amor.

Nossa Senhora é a luz que nos orienta e que nos faz reconhecer Jesus, nos faz ver Jesus e nos faz fazer o caminho de seguir Jesus, ela veio para nos dizer que nossa vida tem que mudar da água para o vinho, para anunciar que o dragão não vai comer nossa esperança, que nenhuma maldade pode destruir nossos sonhos e a nossa busca de solidariedade e fraternidade. Maria mãe quer a partilha do pão para todas e todos e que diz partilhe o pão também com suas irmãs e irmãos, Nossa Senhora nos mostra o inverso das coisas, nos aponta que todas e todos são filhas e filhos de Deus, portanto somos todas irmãs e irmãos.

Esse é o desafio de todos nós, de não nos contaminar pelo vício do poder, Nossa Senhora nos aponta para olharmos pelos mais fracos, e termos resistência e perseverança para diante dos que usam o poder para destruir, a prepotência para dominar, nós mantermos a fé, manter a fé é resistir, é ter esperança, é construir esperança. Todas às vezes que nós resistimos ao individualismo, ao egoísmo, a prepotência nós estamos fazendo um ato de fé.

Celebrando também hoje o dia das crianças, nesse mundo capitalista, na lista dos presentes que as crianças querem ganhar esta iphone, tablet, cada vez quer mais e mais, vivemos num mundo do consumismo que leva a querer tanta coisa e depois nem usa, não precisa. No dia da criança, estamos vivendo violência contra a criança. Que Nossa Senhora Aparecida nos ajude a educar nossas crianças na fé, não impondo a elas a fé, e sim, vivendo nossa fé coma elas.

Que por interseção de Nossa Senhora, o nosso Deus abençoe todas as crianças, o Brasil e todas as nações, para que haja a vivencia do amor que gera fraternidade, paz e justiça.


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Quinta-feira, 12 de Outubro de 2023
Bem-aventurada Virgem Maria da Conceição Aparecida, Solenidade, Ano A
27ª Semana do Tempo Comum
Leituras:
Est 5,1b-2;7,2b-3
Sl 44(45),11-12a.12b-13.14-15a.15b-16 (R. 11.12a)
Ap 12,1.5.13a.15-16a
Jo 2,1-11 (Bodas de Caná)