05 outubro, 2018

Vale a pena ler esse textão do meu amigo Celso Pinto Carias

A VELHA LUTA DO BEM CONTRA O MAL



A VELHA LUTA DO BEM CONTRA O MAL – AOS AMIGOS E AMIGAS: (aviso: é textão)

Filosoficamente esta luta é chamada de MANIQUEISMO. Existe o tempo inteiro, mas em tempos de crise esta luta se torna gorda, forte e corada.

Estamos agora debaixo de um forte maniqueísmo. É interessante que CRISTÃOS/ÃS caem com facilidade nesta armadilha histórica. Não deveriam cair, pois Jesus disse que deveríamos aprender a viver com o “Joio e o Trigo” juntos. Todas as vezes que isto acontece se mata muita BRUXA e se leva tempo para recuperar o tecido social.

O maniqueísta sempre acha que ele é o único representante do BEM. O diferente é sempre MAL. E a lógica do PODER DOMINADOR em tempos de crise sabe aproveitar deste dualismo.

Em geral se criam símbolos que personificam o mal: bruxa, comunista, burguês, pelego, gênero, herege, etc. Qualquer pessoa ou grupo pode ser maniqueísta.

Já disse que acho “forçar a barra” comparar BOLSONARO a Hitler e Mussoline. Creio que ele hoje estaria mais para Erdogan, presidente da Turquia (admiradores o chamam de Rei), que a imprensa ainda não chama de ditador, embora já tenha matado muita gente e colocado na prisão muitos que discordam dele, inclusive juízes.

Contra símbolos maniqueístas não há argumentos. Há um caso da Segunda Grande Guerra muito interessante. Havia um campo de concentração próximo a uma pequena cidade alemã. Quando os americanos libertaram o campo, moradores da cidade disseram que nunca imaginavam que tal horror acontecia ali. Então os militares fizeram toda pequena cidade visitar o campo, e só assim acreditaram. Ou seja, muitas vezes só quando você é atingido diretamente que acredita.

Já disse também que o arco democrático é grande e que não se pode reduzir democracia a ELEIÇÃO. Tem-se ainda uma “cabeça” predominantemente monárquica, isto é, necessidade de um rei. Como diria Churchil, a democracia é o pior dos sistemas, mas ainda não inventaram um melhor. A questão é que ela precisa ser sempre aperfeiçoada.

Enfim, escrevo para a maioria dos meus e minhas amigos e amigas deste meio de comunicação tão conturbado e que NÃO VÃO VOTAR NO COISO, pois alguns poucos que votam nele acho que não vão ler até aqui.

Escrevo para dizer, ganhando ou perdendo, esperando do verbo esperançar que ele não ganhe naturalmente, que precisamos nos juntar para construir um novo modelo de sociedade.
Reconheçamos que muitas vezes também fomos maniqueístas, que nos achamos protetores do povo, mas não caminhamos com ele, que não reconhecemos o seu imaginário simbólico, suas angústias e sofrimentos na luta pela sobrevivência.

Para fechar leiam a interessante fábula de Esopo (La Fontaine) O LOBO E O CORDEIRO: O Lobo e o Cordeiro

Um LOBO, ao encontrar um Cordeiro desgarrado do rebanho, decidiu, ao invés de deitar mãos violentas sobre ele, encontrar alguma razão para justificar ao Cordeiro seu direito de comê-lo.

Então ele lhe disse:
- Seu tratante, você me insultou rudemente no ano passado.

- Como? - redarguiu o Cordeiro num tom choroso de voz - eu não havia nascido ainda.

O Lobo então disse:
- Você pastou em meus campos.

- Não, bom senhor, - respondeu o Cordeiro - ainda não senti o gosto de grama.

Novamente o Lobo disse:
- Você bebeu água de meu poço.

- Não, - exclamou o Cordeiro - eu nunca bebi água, pois o leite de minha mãe é para mim tanto comida quanto bebida.

Após isso, Lobo agarrou e comeu o Cordeiro, dizendo:

- Bem! Não vou ficar sem minha ceia, embora você refute cada uma de minhas acusações.

Moral: O tirano sempre encontrará pretexto para sua tirania.

30 anos da Constituição de 1988 - Um marco para a redemocratização do Brasil

A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 foi aprovada pela Assembleia Nacional Constituinte em 22 de setembro de 1988 e promulgada em 5 de outubro de 1988. É a lei fundamental e suprema do Brasil.


A Constituição de 1988 é um marco para a redemocratização do Brasil, escrita no período em que o país saía de anos de repressão dos governos militares, anos de exceção a garantias como a liberdade de expressão.

Ha dois dias do primeiro turno da eleição presidencial, lembramos que também ocorreram diversas modificações na legislação eleitoral, já que a Constituição estabeleceu o voto facultativo para os maiores de 65 anos e para os jovens com 16 e 17 anos e os analfabetos ganharam o direito de votar. 

A Constituição fez várias modificações na legislação trabalhista, direitos importantes,  como o direito a fazer greve e o de licença maternidade que antes era de 90 dias e passou para 120 dias e para os homens a licença paternidade de cinco dias. Infelizmente a jornada de trabalho aumentou um pouco, de 40 horas semanais subiu para 44 horas por semana e agora no governo de Michel Temer o risco de precarizar de vez as relações de trabalho com a reforma trabalhista e a reforma da previdência.

É importante identificar os direitos da/o cidadão brasileiro contidos na Constituição brasileira, os aspectos positivos e negativos e avaliar a contribuição da Constituição de 1988 para a construção da democracia no país.

São garantidos pela Constituição Brasileira o direito: ao trabalho; à vida; à  segurança; à saúde; à educação; à liberdade de votar; de ir e vir; de participar de reuniões; de participar de culto religioso; de propriedade; de ser votado.    
                      
Relatório divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU, 2016), dá conta de que, entre os direitos humanos mais violados no Brasil, estão os direitos aos reclusos, os direitos à juventude, os direitos à diferença, o direito à moradia, o direito à saúde, o direito ao trabalho e o direito ao salário mínimo.
 
De acordo com a Constituição, “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País, a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade”. Más não é  o que observamos no contexto atual, pois a violação aos direitos humanos é uma prática que, a cada dia, se pragmatiza mais em nossa sociedade.