A
VELHA LUTA DO BEM CONTRA O MAL
A VELHA LUTA DO BEM CONTRA O MAL – AOS AMIGOS E AMIGAS: (aviso: é
textão)
Filosoficamente esta luta é chamada de MANIQUEISMO. Existe o tempo
inteiro, mas em tempos de crise esta luta se torna gorda, forte e corada.
Estamos agora debaixo de um forte maniqueísmo. É interessante que
CRISTÃOS/ÃS caem com facilidade nesta armadilha histórica. Não deveriam cair,
pois Jesus disse que deveríamos aprender a viver com o “Joio e o Trigo” juntos.
Todas as vezes que isto acontece se mata muita BRUXA e se leva tempo para
recuperar o tecido social.
O maniqueísta sempre acha que ele é o único representante do BEM. O
diferente é sempre MAL. E a lógica do PODER DOMINADOR em tempos de crise sabe
aproveitar deste dualismo.
Em geral se criam símbolos que personificam o mal: bruxa, comunista,
burguês, pelego, gênero, herege, etc. Qualquer pessoa ou grupo pode ser
maniqueísta.
Já disse que acho “forçar a barra” comparar BOLSONARO a Hitler e
Mussoline. Creio que ele hoje estaria mais para Erdogan, presidente da Turquia
(admiradores o chamam de Rei), que a imprensa ainda não chama de ditador,
embora já tenha matado muita gente e colocado na prisão muitos que discordam
dele, inclusive juízes.
Contra símbolos maniqueístas não há argumentos. Há um caso da Segunda
Grande Guerra muito interessante. Havia um campo de concentração próximo a uma
pequena cidade alemã. Quando os americanos libertaram o campo, moradores da
cidade disseram que nunca imaginavam que tal horror acontecia ali. Então os
militares fizeram toda pequena cidade visitar o campo, e só assim acreditaram.
Ou seja, muitas vezes só quando você é atingido diretamente que acredita.
Já disse também que o arco democrático é grande e que não se pode
reduzir democracia a ELEIÇÃO. Tem-se ainda uma “cabeça” predominantemente
monárquica, isto é, necessidade de um rei. Como diria Churchil, a democracia é
o pior dos sistemas, mas ainda não inventaram um melhor. A questão é que ela
precisa ser sempre aperfeiçoada.
Enfim, escrevo para a maioria dos meus e minhas amigos e amigas deste
meio de comunicação tão conturbado e que NÃO VÃO VOTAR NO COISO, pois alguns
poucos que votam nele acho que não vão ler até aqui.
Escrevo para dizer, ganhando ou perdendo, esperando do verbo esperançar
que ele não ganhe naturalmente, que precisamos nos juntar para construir um
novo modelo de sociedade.
Reconheçamos que muitas vezes também fomos maniqueístas, que nos
achamos protetores do povo, mas não caminhamos com ele, que não reconhecemos o
seu imaginário simbólico, suas angústias e sofrimentos na luta pela
sobrevivência.
Para fechar leiam a interessante fábula de Esopo (La Fontaine) O LOBO E
O CORDEIRO: O Lobo e o Cordeiro
Um LOBO, ao encontrar um Cordeiro desgarrado do rebanho, decidiu, ao
invés de deitar mãos violentas sobre ele, encontrar alguma razão para
justificar ao Cordeiro seu direito de comê-lo.
Então ele lhe disse:
- Seu tratante, você me insultou rudemente no ano passado.
- Como? - redarguiu o Cordeiro num tom choroso de voz - eu não havia
nascido ainda.
O Lobo então disse:
- Você pastou em meus campos.
- Não, bom senhor, - respondeu o Cordeiro - ainda não senti o gosto de
grama.
Novamente o Lobo disse:
- Você bebeu água de meu poço.
- Não, - exclamou o Cordeiro - eu nunca bebi água, pois o leite de minha
mãe é para mim tanto comida quanto bebida.
Após isso, Lobo agarrou e comeu o Cordeiro, dizendo:
- Bem! Não vou ficar sem minha ceia, embora você refute cada uma de
minhas acusações.
Moral: O tirano sempre encontrará pretexto para sua tirania.