13 novembro, 2012

A Bíblia respira profecia (Parte 1)

Se calarem a voz dos profetas...”
Gilvander Luís Moreira[1]

Palavra de Javé: consolai os aflitos e afligi os consolados! Ninguém pode tocar o corpo dos escritos proféticos sem sentir a batida do coração divino.

(Obs.: Esse texto é a 1ª parte do artigo “A Bíblia respira Profecia: “Se calarem a voz dos profetas ...”, publicado na Revista Estudos Bíblicos, Vol. 29, n. 113, jan/mar/2012, pp. 37-56, revista que tem como título geral: Bíblia, uma Paideia libertadora.)
1 – Para começo de conversa.
A Bíblia, se interpretada com sensatez e a partir dos pobres, nos educa para a vivência profética, o que passa necessariamente por construir uma convivência humana e ecológica onde o bem comum seja um princípio básico seguido.
Os grandes desafios da realidade social, eclesial e eclesiástica para as pessoas cristãs que se engajam nas lutas sociais e na construção de uma sociedade justa, solidária, ecumênica e sustentável, - também construção de uma igreja Povo de Deus -, me fazem recordar também os desafios de muitos profetas e profetisas da Bíblia e de suas profecias.
Quando o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST - realiza ações radicais – não extremistas, mas aquelas que, de fato, vão à raiz dos problemas e, por isso, ferem o coração da idolatria do capital - o ódio dos poderosos despeja-se sobre os militantes desse que é o maior movimento popular da América Afrolatíndia.  Isso faz acordar em mim profecias bíblicas, como das parteiras do Egito, dos profetas Elias, Amós, Miqueias e do galileu de Nazaré. Leia na íntegra

Cartilha elaborada pela Via Campesina reflete e debate o fenômeno da violência contra as mulheres

Com o objetivo de refletir e debater a  Via Campesina produziu a cartilha ‘As camponesas e os camponeses do mundo dizem: Basta de violência contra as mulheres!’, violência que, na maioria das vezes, é sistematicamente silenciado, naturalizado e invisibilizado por uma sociedade capitalista e patriarcal.
Dando continuidade à Campanha Mundial Basta de Violência contra as Mulheres, lançada pela Via Campesina Internacional em 2008, este material serve como insumo para os encontros e processos educativos relacionados a essa temática, para fundamentar as ações cotidianas, as lutas e as mobilizações pelo fim da violência contra as mulheres.
Segundo o portal da Coordenação Latino-americana de Organizações do Campo - CLOC, "a violência contra as mulheres é um fenômeno mundial e atravessa todas as classes sociais, gerações e orientações sexuais, acontecendo tanto em mulheres que vivem nas cidades como nas que habitam o campo. Essa é uma realidade que não pode continuar sendo silenciada”.
Sabe-se que esse silenciamento e a consequente ausência de dados e informações dividem a responsabilidade pelo silêncio e a invisibilidade do sofrimento enfrentado em situações de abuso e violação de direitos pelas mulheres em todo o mundo. Essa engrenagem social se evidencia nas múltiplas expressões culturais que hegemonizam a dominação do universo simbólico, patriarcal e capitalista, no contexto histórico e atual.
"A violência masculina contra a mulher é fruto do modelo patriarcal de sociedade, onde as relações pessoais afetivas estão fundamentadas não nos sentimentos e no afeto, mas no principio da propriedade, do controle e do domínio sobre a mulher. E, é isto que, em via de regra, garante ao homem o poder de violentar uma mulher, uma vez que a considera sua propriedade”, relata a CLOC.
Junto à luta pela terra, pela não criminalização dos movimentos sociais e contra as transnacionais, é necessário exclamar um ‘basta!’ à violência contra as mulheres, concretizada através da invasão de seus corpos, subjetividade e bens sociais, culturais e simbólicos.
Diante disso, é necessário avançar nas formas de enfrentar a realidade como movimentos e coletivos de mulheres camponesas e organizações do campo que compõem a Via Campesina. Mais informações
Seguem abaixo os links disponíveis da Cartilha para download nos idiomas português e espanhol.

Via Campesina
A Via Campesina é uma organização internacional de camponeses que tem por objetivo defender os interesses desse segmento, que, segundo eles, representaria parte significativa da população mundial e historicamente seria mantida à margem dos benefícios da sociedade e das negociações de políticas nacionais e internacionais.