05 março, 2020

CEBs do Brasil envia carta ao Papa Francisco


Em virtude da Visita Ad Limina realizada pelos bispos do regional Sul 2, Dom Manoel Francisco, bispo de Cornélio Procópio-PR, entregou ao Papa Francisco uma carta escrita pelos membros da Ampliada Nacional das CEBs que esteve reunida em janeiro passado, na cidade de Rondonópolis-MT.


Segue a carta:

Carta das Comunidades Eclesiais de Base do Brasil ao Papa Francisco

“Alegrai-vos e exultai-vos porque é grande a vossa recompensa no céu”. (Mt 5, 12)

Querido Papa Francisco.

Nós, Cristãos Leigos e Leigas, padres e religiosas da Ampliada Nacional das Comunidades Eclesiais de Base do Brasil – CEBs, representantes de todos os 18 Regionais da CNBB, reunidos(as) na Diocese de Rondonópolis-Guiratinga-MT, com nossos Bispos aqui presentes, Dom Juventino Kestering, Dom Gabriel Marchesi e Dom Giovane Pereira, reunidos, para refletir e avaliar a caminhada das Comunidades Eclesiais de Base e preparar o 15º Intereclesial das CEBs do Brasil, cujo tema é: CEBs, IGREJA EM SAÍDA NA BUSCA DA VIDA PLENA PARA TODOS E TODAS, e como lema: VEJAM! EU VOU CRIAR NOVO CÉU E UMA NOVA TERRA (Is 65, 17ss), a ser realizado nos dias 19 à 23 de julho de 2022, em Rondonópolis-MT.

Contemplando a Palavra de Deus na vida de Jesus de Nazaré, ao mesmo tempo inspirados e provocados pelo Sínodo para a Amazônia, nos alegramos com você, nosso Pastor Papa Francisco, e manifestamos nosso carinho e apoio nesta hora difícil e promissora de nossa Igreja.

Acompanhamos com preocupação a oposição e os ataques que lhe fazem de dentro e de fora da Igreja. Esses ataques provém de setores que tentam negar a força libertadora do Evangelho, na nossa Casa Comum, especialmente na vida dos Pobres.

Estamos ao seu lado, apoiando seu testemunho corajoso e Evangélico em favor da Vida, no seu sonho de “Uma Igreja Pobre para os Pobres”. Seu estilo de animar a Igreja de Jesus nos tempos atuais, nos faz recordar o estilo sinodal do próprio Jesus, nos caminhos Missionários nesse mundo.

Sua coragem Profética e sua força interior nos animam a prosseguir na caminhada, expressando a ternura e misericórdia com a humanidade sofredora, como disse no Encontro com os Movimentos Populares na Bolívia: “Nenhuma família sem casa, nenhum camponês sem terra, nenhum trabalhador sem direitos”.

Fiéis às conclusões do Sínodo para a Amazônia, nos comprometemos a prosseguir como “Comunidades Eclesiais de Base, que foram e são um dom de Deus para as Igrejas locais na Amazônia…”1 e também em todo o Brasil e América Latina e Caribe.

Em comunhão, como filhas e filhos do mesmo Pai, pedimos sua benção e prometemos nossas orações.

Rondonópolis-MT, 26 de janeiro de 2020.

Amém! Axé! Awere! Aleluia!


"Os leigos poderão anunciar a Palavra, ensinar, organizar as suas comunidades, celebrar alguns Sacramentos"



“Nas circunstâncias específicas da Amazónia, especialmente nas suas florestas e lugares mais remotos, é preciso encontrar um modo para assegurar este ministério sacerdotal. Os leigos poderão anunciar a Palavra, ensinar, organizar as suas comunidades, celebrar alguns Sacramentos, buscar várias expressões para a piedade popular e desenvolver os múltiplos dons que o Espírito derrama neles. Mas precisam da celebração da Eucaristia, porque ela «faz a Igreja»[130], e chegamos a dizer que «nenhuma comunidade cristã se edifica sem ter a sua raiz e o seu centro na celebração da Santíssima Eucaristia»[131]. Se acreditamos verdadeiramente que as coisas estão assim, é urgente fazer com que os povos amazónicos não estejam privados do Alimento de vida nova e do sacramento do perdão.”

(no. 89 da Exortação Apostólica Pós-Sinodal - Querida Amazonia - do Santo Padre Francisco)

Mulheres Sem Terra ocupam Brasília


Essa é a primeira vez na história do Movimento Sem Terra que um encontro protagonizado exclusivamente por mulheres camponesas é realizado.


Entre os dias 5 e 9 de março, cerca de 3500 mulheres Sem Terra ocuparão Brasília com muita mística, debate, formação, cultura e resistência no 1º Encontro Nacional das Mulheres Sem Terra.

Com o lema “Mulheres Em Luta: Semeando a Resistência”, o espaço servirá de troca de experiências em que mulheres dos quatro cantos do Brasil poderão conhecer novas perspectivas, contar e ouvir histórias, além de celebrarem suas histórias de lutas e conquistas.

Essa é a primeira vez na história do Movimento Sem Terra que um encontro protagonizado exclusivamente por mulheres camponesas é realizado.

Desde o ano de 2018, as mulheres vem organizando feiras, vendas de produtos, rifas, saraus, dentre outros eventos e atividades que possam auxiliar nos gastos de transporte e alimentação rumo à capital federal.

Na programação mesas e debates sobre capitalismo, patriarcado, racismo e violência. Além de oficinas, atividades artísticas e culturais e uma grande marcha que unirá campo e cidade pelas ruas do distrito federal, no dia 8 de março.

Um grande encontro, onde mulheres de origens e trajetórias diferentes reafirmarão a disposição de luta em defesa da Reforma Agrária e de uma sociedade mais justa e igualitária, onde possam reconhecer seus avanços – e renovar suas energias para seguir em luta, semeando resistência.

Serviço

De 5 a 9 de março

Parque da Cidade Dona Sarah Kubitschek
Srps – Brasília, DF

Fonte do texto: site do MST

Lições virais da China. Artigo de Yann Moulier Boutang e Monique Selim


 A epidemia de coronavírus afetou oficialmente 50.000 pessoas desde janeiro, fez mais de mil mortos na China e desencadeou um alerta global lançado pela OMS, motivo de inquietação. A responsabilidade do Estado-Partido Chinês na propagação da pandemia através de sua política absurda de ocultar informações e de sua zelosa repressão ao que lançaram o alerta, finalmente demonstra a extrema vulnerabilidade do governo de Xi JinPing, na qual um vírus tem sido suficiente para abalar, escrevem Yann Moulier Boutang, economista, e Monique Selim, antropóloga, em artigo publicado por Multitudes, 13-02-2020. A tradução é de Clarissa da Costa Moreira e publicada por Uninomade, 02-03-2020.

Leia a íntegra do artigo clicando AQUI