13 novembro, 2015

Câncer de próstata - Quando começar fazer os exames preventivos?

Câncer de próstata
Quando começar fazer os exames preventivos?
Atenção:
Em alguns casos os exames preventivos devem ser feitos antes dos 50 anos, aos 40 anos ou 45 anos.

Optar por uma alimentação balanceada e praticar exercícios físicos regularmente são recomendações importantes para prevenir a doença.

Próstata é uma glândula do sistema reprodutor masculino, que produz e armazena parte do fluido seminal. Câncer de próstata é o tumor mais comum em homens acima de 50 anos. Os fatores de risco incluem idade avançada (acima de 50 anos), histórico familiar da doença, fatores hormonais e ambientais e certos hábitos alimentares (dieta rica em gorduras e pobre em verduras, vegetais e frutas), sedentarismo e excesso de peso.
Os negros constituem um grupo de maior risco para desenvolver a doença.
Sintomas
A maioria dos cânceres de próstata cresce lentamente e não causa sintomas. Tumores em estágio mais avançado podem ocasionar dificuldade para urinar, sensação de não conseguir esvaziar completamente a bexiga e hematúria (presença de sangue na urina).
Dor óssea, principalmente na região das costas, devido à presença de metástases, é sinal de que a doença evoluiu para um grau de maior gravidade.
Diagnóstico
O câncer de próstata pode ser diagnosticado por meio de exame físico (toque retal) e laboratorial (dosagem do PSA). Caso sejam constatados aumento da glândula ou PSA alterado, deve ser realizada uma biópsia para averiguar a presença de um tumor e se ele é maligno. Se for, o paciente precisa ser submetido a outros exames laboratoriais para se determinar seu tamanho e a presença ou não de metástases.
Tratamento
O tratamento depende do tamanho e da classificação do tumor, assim como da idade do paciente e pode incluir prostatectomia radical (remoção cirúrgica da próstata), radioterapia, hormonoterapia e uso de medicamentos. Para os pacientes idosos com tumor de evolução lenta o acompanhamento clínico menos invasivo é uma opção que deve ser considerada.
Recomendações
* Homens sem risco maior de desenvolver câncer de próstata devem começar a fazer os exames preventivos aos 50 anos;
* Descendentes de negros ou homens com parentes de primeiro grau portadores de câncer de próstata antes dos 65 anos apresentam risco mais elevado de desenvolver a doença; portanto, devem começar a fazer os exames aos 45 anos;
* Pessoas com familiares portadores de câncer de próstata diagnosticado antes dos 65 anos apresentam risco muito alto de desenvolver a doença; por isso, devem começar o acompanhamento médico e laboratorial aos 40 anos;
* Homens com níveis de PSA abaixo de 2,5 ng/mL devem repetir o exame a cada 2 anos; já aqueles com PSA acima desse valor devem fazer o exame anualmente;
* Resultados de PSA e toque retal alterados são relativamente comuns, mas podem gerar muita angústia, apesar de não serem suficientes para estabelecer o diagnóstico de câncer de próstata; para confirmá-lo é indispensável dar prosseguimento a uma avaliação médica detalhada e criteriosa;
* Optar por uma alimentação balanceada e praticar exercícios físicos regularmente são recomendações importantes para prevenir a doença.
Fonte: site do Dr. Drauzio Varella

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As feridas emocionais das crianças refugiadas

"Eu tinha tanto medo no barco. Eu estava com meu irmão mais novo nos braços, também quando a gente caiu na água. Eu o segurei em meus braços e chorei. Eu rezei a Deus para ir para o paraíso. Eu pensei que fosse morrer. A morte estava tão perto". Farah tem 10 anos e fugiu da Síria juntamente com a família.
A reportagem foi publicada por Deutsche Welle e reproduzida por CartaCapital, 12-11-2015.
"Durante a fuga, tivemos de ficar por cinco meses em um campo de refugiados na Bulgária, que era horrível. Os guardas batiam na gente", lembra Namir, de 12 anos. Sua família cristã vivia em Damasco, na Síria, onde, segundo ele, era perseguida. Ele relata que alguns parentes foram até forçados a se converter ao Islã. "No caminho para a Alemanha, andamos por uma floresta escura. Lá eu perdi os meus sapatos, e meus pés ficaram sangrando por causa dos galhos e espinhos. Meu pai teve de me carregar e também carregar a minha irmã. Eu passei fome e sede."
Luta pela sobrevivência e medo da morte
"Meu irmão mais novo foi separado de nós durante a fuga. Durante três dias nós não o achamos. Choramos três dias seguidos", diz Walid. Quando finalmente encontraram Nidal, três dias depois, estava traumatizado. "Ele chorava e ria ao mesmo tempo. Foi indescritível. Se tivesse acontecido comigo, tudo bem, mas ele é só uma criança", conta Walid, de 17 anos.
Durante a fuga, Walid se tornou adulto. Ele fugiu da Síria com a mãe e dois irmãos. Seu pai teve de ficar para trás. "Minha mãe às vezes chora sem parar. Nós todos temos pesadelos. Vimos combatentes matarem duas pessoas, quando passávamos uma noite dormindo no chão de uma escola. Eu nunca vou esquecer isso. Meus dois irmãos também viram aquilo. Às vezes, Nidal parece querer machucar a si mesmo." Walid diz que o dia mais feliz para ele será quando puder ver o pai novamente.
Um terço é de crianças
As vivências de Farah, Namir e Walid comovem. São experiências de que os pais tentam poupar os filhos. Mas o desespero desses pais é grande. Todos eles têm o desejo de dar a seus filhos um futuro seguro. De acordo com o governo alemão, um terço de todos os refugiados que vêm para a Alemanha é de crianças e adolescentes. Organizações de proteção à criança, como a Save the Children, alertam que muitos desses menores passam por experiências cruéis e traumatizantes – mas poucos falam sobre isso.
"É um sofrimento terrível, ouvimos isso todos os dias", diz o psicólogo Andreas Mattenschlager, diretor de um projeto em Ulm que oferece consulta e apoio psicoterapêutico para crianças refugiadas traumatizadas. "Crianças refugiadas, como todas as crianças, querem ter uma sensação de segurança. Na fuga, elas e seus pais conseguiram escapar do sofrimento e da violência, mas a situação delas continua sendo catastrófica", destaca Mattenschlager.
Perda de segurança
"Crianças pequenas experimentam esse sentimento de segurança, não em lugares, mas no relacionamento com seus pais", explica o terapeuta familiar. "As crianças vivenciam pais fortes em casa. Já quando seus pais não estão presentes ou ficam para trás durante a fuga, essa segurança é perdida". Em seu trabalho, ele também percebeu que as crianças afetadas sofrem com a alta expectativa dos pais. "Eles deixaram tudo para trás, a fim de dar a seus filhos um futuro melhor", ressalta Mattenschlager. "As crianças, então, têm de desempenhar seus papéis na Alemanha e temem não decepcionar os pais."
Experiências de guerra, prisão e tortura no país de origem, assim como na fuga de meses para a Europa sobrecarregam muito essas crianças. A situação nos campos de refugiados, a discriminação e o isolamento aumentam a carga psicológica. "Nos abrigos, com 1.500 pessoas em um espaço confinado, as famílias passam muitos dias e meses. Este é um grande fardo", diz o médico Volker Mall, diretor no Kinderzentrum München, centro de atendimento social e pediátrico em Munique.
Terapia pode melhorar integração
Muitos dos menores sofrem de transtornos psicológicos por causa da experiência pela qual passaram. "Para melhor integrar as crianças em creches e escolas, é preciso oferecer, de forma rápida e simples, um auxílio psicoterapêutico", acredita Mall. "Nossas estruturas são boas. Temos instalações para lidar com o problema. Mas alguns pedidos de asilo duram anos para serem aprovados", constata Mall. Somente após uma autorização de residência, o seguro de saúde na Alemanha pode cobrir tratamentos psicoterapêuticos.
Andreas Mattenschlager e sua equipe oferecem, uma vez por semana, atendimento gratuito em um centro para refugiados em Ulm. O serviço é financiado pela Igreja. "Mas conseguir ganhar confiança nesse tempo reduzido é um grande desafio", sublinha Andreas Mattenschlager. "As crianças e adolescentes desacompanhados passaram por muitos relacionamentos rompidos. Eles perderam os pais ou, na fuga, tiveram contato com pessoas que posteriormente se perderam. Em primeiro lugar, é importante para eles ter alguém para conversar em quem confiam."
Mas, no início, as famílias ficavam desconfiadas de que o conteúdo das conversas fosse encaminhado para o setor de imigração do governo. "Só depois que a confiança é criada, é que as crianças traumatizadas conseguem falar sobre o que viveram."