07 julho, 2016

Paróquia Nossa Senhora da Liberdade - CEB São Francisco de Assis



CEB São Francisco de Assis

Paróquia Nossa Senhora da Liberdade
"Quando a União se Faz" é o Tema do nosso CPC

Nosso CPC que acontecerá quinta-feira, dia 7, terá uma dinâmica formativa.

"Quando a União se Faz"


Comunidade grupo de pessoas que compartilham algo em comum, como uma história comum, um objetivo comum, ..., interagir,...
Conviver, conhecer e executar tarefas, de modo a encontrar soluções para todo tipo de situação, inclusive as derrotas.
Descobrir o quanto vale a amizade, a parceria e a colaboração.
Trabalho em equipe.
Não somos somente um grupo de pessoas, somos uma equipe.
Equipe é um conjunto de pessoas com objetivos comuns atuando no cumprimento de tarefas, propostas aprovadas e de metas específicas.
"Quando a União se Faz"
Sua presença é importante

Coordenadoras e coordenadores motivem os seus para participar, que bom se estiverem com a gente nesse dia:
As/Os catequistas – ministras/os do altar – ministras/os dos enfermos e colaboradoras/res - nossas/os vices das pastorais, movimento, e serviços - às missionárias/os do dízimo, Mãe Peregrina e da Pastoral da Criança.
Que o nosso Deus nos abençoe.

“Escola sem partido”, escola silenciada

O que seria a tão falada, e pouco explicada “escola sem partido”? Basicamente, trata-se de uma falsa dicotomia, pois não diz respeito à não partidarização das escolas, mas sim à retirada do pensamento crítico, da problematização e da possibilidade de se democratizar a escola, esse espaço de partilhas e aprendizados ainda tão fechado, que precisa de abertura e diálogo.

A pauta que precisamos debater é a da qualidade da educação, e não falácias ideológicas sobre a “não ideologização da escola”, algo que se vê até mesmo em alguns diálogos sobre a Base Nacional Comum Curricular (BNCC).

O Plano Nacional de Educação foi aprovado há dois anos. Durante sua tramitação, uma das polêmicas suscitadas foi acerca da promoção das equidades de gênero, raça/etnia, regional, orientação sexual, que acabou excluída do texto do projeto. Por consequência, isso influenciou a tramitação dos planos estaduais e municipais, que também sucumbiram ao lobby conservador e refutaram qualquer menção a gênero, por exemplo, difundindo a falsa tese da aberração intitulada “ideologia de gênero”. Isso causou uma confusão deliberada entre uma categoria teórica e uma pretensa ideologia.

Marivete Gesser, do Laboratório de Psicologia Escolar e Educacional da Universidade Federal de Santa Catarina, explica que “gênero pode ser caracterizado como uma construção discursiva sobre nascer com um corpo com genitália masculina ou feminina” e, por meio de normas sobre masculinidade e feminilidade, vamos nos construindo como sujeitos “generificados”. O preconceito vem dos discursos que naturalizam os lugares sociais de homens e mulheres como únicas representações, e segregam qualquer outra forma de manifestação. Além disso, em pesquisa realizada por estudantes do ensino médio em Brasília, feita no âmbito do projeto Educação de Qualidade (Inesc/Unicef), constatamos que uma das razões do abandono escolar é a discriminação relativa ao público LGBTI. Razões mais do que suficientes para discutirmos gênero nas escolas.

Qual a ligação entre esses dois temas, “escola sem partido” e “ideologia de gênero”, em momentos tão distintos? O que parece ter diferentes motivações e origens resulta dos mesmos elementos: os fundamentalismos conservadores que tentam passar às pessoas suas ideologias e crenças. Afinal de contas, não são apenas os pensamentos marxistas que são ideológicos, como tentam fazer crer os defensores da “escola sem partido”. Sendo assim, o que significa ideologia então?

Um dos conceitos mais difundidos é o de Karl Marx em parceria com Friedrich Engels, na obra a Ideologia Alemã, em que afirmam ser a ideologia uma consciência falsa da realidade, importante para que determinada classe social exerça poder sobre a outra, bem como a necessidade de a classe dominante fazer com que a realidade seja vista a partir de seu enfoque.

O conceito, no entanto, sofreu inúmeras interpretações, como a de Lênin para a ideologia socialista, como forma de definir o próprio marxismo. Portanto, há ideologia nas diferentes formas de ver e conceber o mundo. Não existe neutralidade. Quando defendem a “não ideologização”, em nome dessa pretensa neutralidade, também estão impregnados de ideologia.

Os teóricos do projeto “escola sem partido” advogam a neutralidade e se dizem não partidários. No entanto, suas intenções são claras: a retroação dos avanços que tivemos nos últimos tempos, especialmente com relação aos direitos humanos. Por exemplo, quando dizem lutar contra a doutrinação, uma das situações apresentadas no site do movimento da “escola sem partido” é um seminário realizado pela Comissão de Educação da Câmara dos Deputados sobre direitos LGBTI e a política de educação. Eles citam esse caso como uma afronta ao artigo 12 da Convenção Americana sobre Direitos Humanos, afirmando que pais e seus filhos têm que ter uma educação moral de acordo com suas convicções. É uma deturpação do citado artigo, que diz respeito à liberdade religiosa que deve ser respeitada individualmente. Além disso, manipulam e fazem confusão deliberada com a discussão realizada no seminário, que reafirmou a importância de se debater questões de gênero e de sexualidade nas escolas, para que as diferenças não sejam transformadas em desigualdades.

Em outro momento, dizem que os alunos (a quem chamam de “vítimas”) acabam sofrendo de Síndrome de Estocolmo, ligando-se emocionalmente a seus algozes (“professores doutrinadores”). Nesse caso, os estudantes se recusariam a admitir que estão sendo manipulados por seus professores e sairiam furiosos em suas defesas. Para exemplificar, citam momentos identificados como “monstro totalitário arreganha os dentes” e chamam os estudantes de soldadinhos da guarda vermelha.

Em um dos livros desse movimento, é passada a noção de que o professor não é um educador, separando assim o ato de ensinar (passar conteúdos) e educar. O/A professor(a) deveria estar ali apenas para passar conteúdo sem crítica, problematização ou contextualização, em um ato mecânico. Paulo Freire é demonizado como o grande doutrinador – justo ele, que construiu uma obra toda para combater doutrinações.

Esse movimento da “escola sem partido” nasceu em 2004 e não gerou muitas preocupações, porque parecia muito absurdo e coisa pequena. No entanto, tem tomado corpo e crescido, na mesma toada de movimentos fascistas tais como ‘revoltados online’, responsável por apresentar recentemente a proposta da “escola sem partido” ao ministro da Educação do governo ilegítimo. Aliás, é bom dizer que foi a primeira audiência concedida pela pasta da Educação nesta gestão ilegítima. E em vídeo, os criadores da “escola sem partido” e do “revoltados online’ explicam que criaram tais coisas a partir de motivações pessoais. Ou seja, eles tentam impingir ao país projeto com base em impressões e vivências individuais.

A proposta foi apresentada em forma de projeto pela primeira vez no Estado do Rio de Janeiro, pelo deputado Flávio Bolsonaro. A segunda vez foi no Município do Rio de Janeiro, pelo vereador Carlos Bolsonaro – ambos filhos do deputado federal Jair Bolsonaro. E tal proposta já se espalhou por diversas câmaras municipais e assembleias legislativas. Em âmbito nacional, o deputado Izalci (PSDB/DF) apresentou o PL 867/2015 à Câmara Federal, que altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Dentre várias questões, o artigo 3º do referido projeto diz o seguinte: “Art. 3º. São vedadas, em sala de aula, a prática de doutrinação política e ideológica bem como a veiculação de conteúdos ou a realização de atividades que possam estar em conflito com as convicções religiosas ou morais dos pais ou responsáveis pelos estudantes.” O que viola tais convicções provavelmente será julgado de acordo com o que e com quem quiserem criminalizar. O projeto ainda levanta uma polêmica do século XIX quando se discutia a dicotomia família e escola, o que deveria estar superado no século XXI.

Há vários projetos tramitando apensados a esse, ainda mais perversos. Um deles, do deputado Victório Galli, do PSC/MT, proíbe a distribuição de livros didáticos que falem de diversidade sexual. E há ainda o projeto de lei 1411/2015, do deputado Rogério Marinho PSDB/RN, cujo relator é o mesmo deputado Izalci. Esse projeto tipifica o crime de assédio ideológico, que, de acordo com o projeto, significa: “toda prática que condicione o aluno a adotar determinado posicionamento político, partidário, ideológico ou qualquer tipo de constrangimento causado por outrem ao aluno por adotar posicionamento diverso do seu, independente de quem seja o agente.” E diz ainda que o professor, orientador, coordenador que o praticar dentro do estabelecimento de ensino terá a pena acrescida de um terço. Ou seja, a s opiniões fora da escola, tais como nas redes sociais, poderão penalizar o profissional da educação também.

O movimento criou recentemente uma “associação escola sem partido” para ter uma entidade com a qual pudesse recorrer à Justiça em casos que julgasse relevantes. E a primeira ação por eles promovida foi contra o INEP, devido ao tema da redação do Enem de 2015, que tratava de violência contra as mulheres, tema que julgaram doutrinador e partidário. A violência contra as mulheres é reconhecida como grave problema em diversos tratados internacionais de direitos humanos, como a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres (CEDAW), aprovada pela ONU em 1979, e outros que a seguiram. No Brasil, a cada 4 minutos uma mulher dá entrada no SUS por ter sofrido violência física, e 13 mulheres são assassinadas a cada dia – uma a cada 1 hora e 50 minutos. A violência está inclusive nas próprias escolas, como demonstrou a iniciativa “Meu professor abusador”.

Há vários ovos de serpente chocando no momento, em diversos locais, seja no âmbito dos legislativos municipais, estaduais ou nacional, e mesmo nos Executivos, e não temos garantias de que o Judiciário irá barrar tais aberrações. Portanto, nossa única arma é a manifestação, a nossa presença nas ruas e a disseminação de informações a um público maior possível, já que é na internet e em redes como whatsapp que esses grupos têm angariado seguidores, muitos deles muito jovens. É preciso promover debates que esclareçam essas situações que estão amadurecendo na surdina, com pessoas que não nos representam, mas estão em cadeiras que permitem tais movimentos.
 
*O artigo é de Cleomar Manhas, assessora do Inesc e doutora em educação pela PUC/SP, publicado por Outras Palavras, 05-07-2016.

Nota do Cimi: Contra o Militarismo Integracionista, o Fundamentalismo Religioso e o Ruralismo na relação do Estado brasileiro com os Povos Indígenas

O Conselho Indigenista Missionário – Cimi repudia a indicação do Coronel reformado Roberto Sebastião Peternelli, ex-candidato a Deputado Federal pelo Partido Social Cristão (PSC), para a função de presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai). Uma eventual nomeação de Peternelli demonstraria, inequivocamente, o retorno do alinhamento do Estado brasileiro ao militarismo integracionista na relação com os povos originários, a exemplo do que ocorreu durante a ditadura militar, quando mais de oito mil índios foram mortos, conforme demonstrado pela Comissão Nacional da Verdade.

Pelo fato do coronel ser vinculado à bancada do fundamentalismo religioso e esta ser uma espécie de correia transmissora de interesses do ruralismo na Câmara dos Deputados, já que vem apoiando as pautas da chamada bancada ruralista, inclusive a PEC 215/00, a nomeação de Peternelli pelo governo ilegítimo de Temer também significaria a entrega dos povos indígenas na bandeja opulenta do agronegócio, o que é completamente inaceitável.

Ao mesmo tempo, o Cimi demonstra profunda preocupação com as consequências advindas da implementação do Decreto 8785/16 e da Portaria 611/16, ambas assinadas no último dia 10 de junho pelo presidente interino, Michel Temer, e pelo Ministro da Justiça, Alexandre de Morais, respectivamente.

Por meio da portaria 611/16, o governo federal bloqueia a execução de despesas fundamentais e, por consequência, impede o funcionamento regular de órgãos vinculados ao Ministério da Justiça, a exemplo do Conselho Nacional de Política Indigenista (CNPI) e da própria Fundação Nacional do Índio (Funai).

Por meio do Decreto 8785/16, Temer determina que os ministérios devolvam postos de trabalho de Direção e Assessoramento Superiores (DAS) ao Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão. Para cumprir a sua cota, que é a maior da Esplanada, o Ministério da Justiça está exigindo que a Funai faça cortes profundos na sua estrutura. Com isso, serviços básicos de atendimento aos povos indígenas, que já estão extremamente precários, serão inviabilizados por completo, atingindo inclusive situações limites como a enfrentada pelos Guarani Kaiowá, vítimas de recorrentes ataques paramilitares no estado no Mato Grosso do Sul.

Inanição do órgão indigenista, desassistência absoluta e aumento dos despejos forçados contra povos indígenas são algumas das consequências potenciais decorrentes dessas graves medidas administrativas do Governo Temer relativamente aos povos indígenas.

O Cimi entende que o golpe à democracia representado pela possibilidade do impeachment da presidente Dilma é potencializado com medidas rasteiras, como estas, do governo interino de Temer, que atentam contra os povos e seus direitos, em benefício exclusivo dos interesses do agronegócio, do latifúndio e das corporações empresariais, de capital nacional e internacional, que as controlam.

Brasília, DF, 04 de julho de 2016

Conselho Indigenista Missionário

Fonte: http://www.cimi.org.br

General que defende golpe de 64 é indicado para presidir a Funai


O general da reserva do Exército Sebastião Roberto Peternelli Júnior, 61, confirmou ao jornal Folha de SP ter recebido um convite do PSC (Partido Social Cristão) para presidir a Funai (Fundação Nacional do Índio). Ele afirmou que aceitou o convite e aguarda uma confirmação do governo.

Em uma página na internet em março passado, Peternelli postou uma imagem em homenagem ao golpe militar de 1964 – "52 anos que o Brasil foi livre do maldito comunismo. Viva nossos bravos militares! O Brasil nunca vai ser comunista", diz a postagem, compartilhada por 750 internautas.

A reportagem é de Rubens Valente, publicada por Folha de S. Paulo, 06-07-2016.

O militar foi candidato pelo PSC a deputado federal por São Paulo em 2014 –recebeu 10.953 votos e não se elegeu.

A Folha confirmou que o PSC encaminhou o nome do general ao Planalto, que ainda não deu resposta. O partido é o único que fez indicação para o cargo.

A sigla considera que a indicação foi "bem recebida" e recebeu a informação de que o nome já foi aprovado pela Abin (Agência Brasileira de Inteligência), que costuma fazer averiguação prévia sobre nomes indicados ao governo.

Desde o início do governo interino de Michel Temer, em 12 de maio, a presidência da Funai está vaga.

Nascido em Ribeirão Preto (SP), Peternelli é ligado ao partido que tem uma das bancadas mais conservadoras no Congresso, com oito deputados, entre os quais Jair Bolsonaro (RJ), seu filho Eduardo (SP) e o pastor evangélico Marco Feliciano (SP).

Em outubro de 2014, porém, Peternelli escreveu duas "notas de esclarecimento" e fez postagens em redes sociais para dizer que não defende um novo golpe.

"Estamos em um estado democrático e as instituições funcionam normalmente e não vejo motivos para nenhuma intervenção militar. Não condiz com meus pensamentos. Devemos todos trabalhar para o bem do nosso Brasil."

Peternelli disse à Folha nesta segunda-feira (4) que preferia não falar sobre seus planos na política indigenista e também não quis comentar que experiência acumulada ele tem sobre o tema.

"Tem diversos assuntos [sobre o índio], antes temos que ouvir as lideranças indígenas e os funcionários da Funai", disse.

"Eu gostaria de esperar [para falar dos planos], até para não estar dando declarações sem efetivamente estar credenciado formalmente para a atividade", acrescentou o general.

Questionado, Paternelli disse que só falará sobre sua posição em relação ao golpe de 64 e sobre a postagem que fez após eventual nomeação para o cargo.

Em dados biográficos postados em rede social, o general listou ter servido nas cidades de Campinas (SP), Resende (RJ), Rio de Janeiro, São João del-Rei (MG), Brasília, Taubaté (SP), São Paulo e Pelotas (RS), nenhuma conhecida por forte atual presença indígena.

À Folha ele disse que, como piloto, "voou pela Amazônia". "Não morei lá, mas cumpri muitas missões".

Peternelli foi promovido a general em 2006, no governo Lula, e a general de divisão em 2011, no primeiro governo de Dilma Rousseff. Em 2012, foi nomeado secretário executivo do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) da Presidência, órgão que, entre outras atividades, controla as atividades de inteligência da Abin.

Campanha

Na campanha eleitoral de 2014, Peternelli fez campanha aberta nas redes sociais pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG).

Ele instou o candidato a falar sobre "infiltração cubana" no programa Mais Médicos e denúncias de corrupção no governo Dilma.

Na época da posse do general no GSI, o órgão informou que Peternelli foi incorporado ao Exército em fevereiro de 1970, na escola preparatória de cadetes em Campinas (SP).

Tornou-se aspirante a oficial de arma de infantaria em dezembro de 1976 e se especializou como "piloto militar de combate". Conforme o GSI, ele comandou a Aviação do Exército em Taubaté (SP) e a 2ª Região Militar.

Procurado, o presidente nacional do PSC, Pastor Everaldo, desconversou quando indagado se havia indicado algum nome, em especial o do general, para a presidência da Funai. Ele disse que não conversa com o governo sobre cargos, só sobre "assuntos de interesse do país".

Fonte: http://www.ihu.unisinos.br