21 fevereiro, 2020

Deus precisa de gente que goste de gente e que queira o mundo mudar!


Doença, dor, sofrimento, e muita esperança.


Do perfil particular do facebook de meu irmão em Cristo Celso Pinto Carias.

Uma reflexão de sua amiga Tania Regina da Silva, que fala de doença, dor, sofrimento, e muita esperança.

Vale a pena ler. Transcrevo o texto abaixo:

Nossa! Quantos abraços recebi nas postagens cheias de carinho e solidariedade de cada amigo/a. Isso é lindo! E é o que importa nesta vida. São gestos que nos enche de força e coragem. Estou sendo acompanhada pelos médicos que me ajudaram a ver quais os procedimentos a serem seguidos(ainda não tenho o diagnóstico que comprove ser um câncer, graças a Deus!). Entretanto, o que eu gostaria de ressaltar que o sofrimento faz parte de nossa condição humana, mas o que não deve fazer parte é a indiferença, a indiferença nos desumaniza. A solidariedade realizada como nos conta a Bíblia no gesto do "bom samaritano " nos aproxima do Pai misericordioso trazido por Jesus. Portanto, os nossos pequenos gestos podem transformar a vida de quem nos aproximamos. Podemos ser parte de uma grande corrente do bem.

"E hoje, dia 21.02, quero continuar minha reflexão de ontem, depois de ter passado por mais uma oncologista. E por outro lado, era muito tarde quando resolvi escrever meus pensamentos formulados nessas idas e voltas de ônibus para um médico e outro. Então, havia parado no convite a "Corrente do bem ", aliás, é um título de um filme lindo sobre um garotinho que quer mudar o mundo, vejam! E eu usava muito esse filme nas minhas aulas com os jovens e adolescentes do colégio Teresiano. A vida da gente é um vai e vem de certezas e incertezas, entretanto, a dor, o sofrimento, as alegrias e as tristezas, as decepções e as vitórias, podem ser vividas de outra maneira, sendo solícitos uns para com os outros. Quando nos sentimos partes e responsáveis pelo todo. "O mar não está para peixe " , o Brasil nem sem fala...entregue aos loucos/loucas. Mas podemos fazer diferente! E foi neste sentindo que quis agradecer e agradeço muito pela corrente de anjos(humanos, graças a Deus! Que venho encontrando pelo caminho desde 2011 quando descobri o primeiro câncer). A vida segue nem sempre do jeitinho que planejamos, estou neste turbilhão (mestrado que inicia no dia 02/03, o trabalho na escola, na Igreja, no dia a dia... a chuva que quebrou meu telhado, a doença que aparece e aí....) . Somos frágeis! Necessitamos uns dos outros, e quando falo de outros me refiro a outra pessoa, a natureza, o planeta, o universo criado por Deus. Podemos e devemos criar coisas novas, jeitos novos de vivenciar tudo que está a nossa volta. Seja nas nossas relações familiares, na casa e no trabalho, na realidade que nos cerca. Não precisamos querer tudo a ferro e fogo. Deus não precisa de advogados/as mas de seguidores. 'De gente que goste de gente" e que queira o mundo mudar. Por agora, um beijo no coração."

"Unir esforços numa ampla aliança educativa"


Entre a roça e a estrada: é tempo de vigilância no Oeste do Paraná

Há 54 dias, famílias seguem mobilizadas para impedir o despejo de três áreas no município de Cascavel.

Foto Eliana de Oliveira

Por Diangela Menegazzi
Da Página do MST

Fotos: Maikeli Gomes e Eliana de Oliveira / MST e Diangela Menegazzi
Seu Nivaldo Alves é o primeiro a chegar todos os dias no espaço da Vigília Resistência Camponesa, em Cascavel, no Paraná. Ele chega cedo para cortar a lenha e acender o fogão caipira, onde mais tarde será preparado o almoço. Aos 59 anos, Nivaldo é trabalhador Sem Terra acampado e soma-se às mais de 800 pessoas ameaçadas de despejo das terras em que vivem e plantam, situadas na região Oeste do Estado.
Aos poucos, outras pessoas vão se juntando a Nivaldo, chegando à Vigília que começou na manhã de 28 de dezembro de 2019. Às 10 horas, o espaço de convivência, instalado às margens da BR-277, já está todo ocupado pelas famílias vigilantes, que chegaram a pé, de trator, ou em carros e motos vindas de acampamentos e assentamentos vizinhos. Elas estendem as faixas onde denunciam o motivo pelo qual estão ali, organizam e limpam o local para mais um dia de resistência.
Foto Diangela Menegazzi
As famílias querem o fim da violência e dos despejos no campo, para continuar o desenvolvimento de suas comunidades. E buscam o apoio do Estado para a efetivação da reforma agrária. Ao todo, são 211 famílias ameaçadas. Elas vivem há 20 anos nos acampamentos Resistência Camponesa, Dorcelina Folador e Primeiro de agosto, dentro do chamado Complexo Cajati. 
Palavras de ordem e o hino do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), do qual as famílias fazem parte, são entoados na primeira atividade do dia, chamada de “Formatura”. Este também é o momento no qual os representantes dos acampamentos e assentamentos vizinhos se mostram presentes, além de outras pessoas que chegam diariamente para dar apoio e prestar solidariedade ao movimento.
Na última semana, agricultores Sem Terras dos municípios do Sudoeste do Paraná participaram da Vigília. Segundo Airton Ferreira dos Santos, do acampamento Mãe dos Pobres, de Clevelândia, a presença demonstra a cumplicidade entre os acampados de todas as regiões e também a resolução em levar a experiência àquela região, se necessário. Lá, também há ameaça de despejo. “Quem tá na peleia, tem que ficar ativo”, afirma. Anteriormente, uma caravana do Norte do Estado esteve em Cascavel para apoiar e conhecer a experiência de luta. 
Foto Maikeli Gomes
Organizados, sete grupos se revezam para preparar o almoço, feito com alimentos frescos. Quiabo, feijão, arroz, milho verde, abobrinha, carnes e saladas diversas fazem parte do cardápio. Os alimentos são produzidos e doados pelas próprias famílias acampadas. Aos sábados e domingos, militantes já assentados na região e outros visitantes também contribuem na tarefa da cozinha.
Enquanto o almoço é feito, as crianças menores correm e brincam pelo espaço. As já em idade escolar, chegam e partem do local da Vigília até o assentamento vizinho Valmir Mota. Lá, funcionam duas escolas do campo, uma municipal e outra estadual. 
Nesse vai e vem das crianças, e em meio às tarefas dos adultos, cultivam-se momentos de prosa, regadas a chimarrão e tererê, bebidas com erva-mate típicas da região. Ali, os agricultores sem-terra compartilham experiências de colheita e plantio sem o uso de veneno, e falam de coisas triviais mescladas a clamores e preocupações com o futuro de suas comunidades. 
Foto Diangela Menegazzi
Luiza Fagundes, 44 anos, e Odair Padilha de Lima, 34 anos, ambos do acampamento Resistência Camponesa, comercializam em Cascavel o que produzem em suas roças. São pelo menos 200 quilos de alimentos vendidos semanalmente em bairros da cidade. Nas rodas de conversa, os dois agricultores repassam conhecimento, ao mesmo tempo em que estão atentos à política que afeta suas vidas. “Se nós não unirmos forças, não conseguiremos chegar lá [conquistar a posse das terras] e tocar a vida pra frente”, diz Luiza.
Os alimentos produzidos pelas famílias também ficam expostos na Vigília, para serem vendidos às pessoas de fora. Nesta época, há feijão novo colhido pelos acampados, de cores e tamanhos tão diversos que deixaria impressionada qualquer pessoa, como eu, acostumada a comprar somente o feijão preto ou carioca no mercado. 
Foto Eliana de Oliveira
Nos fins de semana, a Vigília fica ainda mais animada, pois recebe mais amigos vindos do meio urbano de Cascavel, além de pessoas de outros municípios e estados brasileiros. Lideranças religiosas, políticas e de outros movimentos sociais são presenças frequentes no local. No domingo, a Vigília também tem recebido celebrações religiosas. 
Neste último, dia 16, o Bispo Naudal Alves Gomes, da Diocese Anglicana de Curitiba, celebrou missa em solidariedade às famílias. “Pedimos ao nosso governador Ratinho, e a todas as autoridades, que cessem os despejos e reintegrações de posse, para que os nossos companheiros continuem produzindo e vivendo com dignidade e trazendo alimento para a mesa das famílias brasileiras”, ponderou Naudal ao fim da celebração. 
O encerramento das atividades da Vigília é feito pontualmente às 15 horas. Uma pessoa é escolhida para falar em nome dos presentes. A manifestação é gravada e compartilhada posteriormente nas redes sociais. Em todas as mensagens, ecoam as palavras de ordem “Ratinho Jr., basta de despejo!” (em referência do governador do Paraná, do PSD) e “Resistência Camponesa: por Terra, Vida e Dignidade”. 
Segundo a coordenação do MST, a Vigília continuará por tempo indeterminado, até a solução do impasse. 
Fonte: site do MST

Father James Martin answers five common questions about LGBT Catholic mi...


O padre James Martin, o conhecido autor jesuíta e defensor dos católicos LGBTQ, postou um vídeo no YouTube intitulado “As cinco perguntas mais comuns sobre o ministério católico LGBT” [assista abaixo, em inglês], no qual explora as perguntas mais frequentes sobre os católicos LGBT que ele recebe em suas palestras, em seu ministério e em conversas pessoais.
A reportagem é de Brian William Kaufman, publicada por New Ways Ministry, 15-02-2020. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
As perguntas são:
1. Você está desafiando o ensino da Igreja sobre a homossexualidade?
2. O que você diz aos católicos LGBT que não se sentem acolhidos na Igreja?
3. Por que você não fala mais sobre castidade?
4. O que o Papa Francisco e você conversaram durante o seu encontro?
5. Quais são os próximos passos para a pastoral LGBT na Igreja?



Os membros do New Ways Ministry provavelmente se lembrarão de que o Pe. Martin recebeu o Prêmio Bridge Building do New Ways Ministry em outubro de 2016. O prêmio “homenageia indivíduos que, por seus estudos, liderança ou testemunha, promoveram a discussão, a compreensão e a reconciliação entre as pessoas LGBT e a Igreja Católica”.
As principais conclusões das respostas do Pe. Martin a essas perguntas estão descritas abaixo.

Pergunta 1: Você está desafiando o ensino da Igreja sobre a homossexualidade?

Pe. Martin responde “não” a essa pergunta. Ele ressalta que o ensino da Igreja sobre a homossexualidade é mais nuançado e amplo do que as poucas linhas sobre a expressão sexual que muitas vezes são pinçadas do Catecismo. Ele enfatiza que, no centro da nossa fé católica, está o ensino da Igreja sobre “Jesus e sua mensagem de amor, misericórdia e compaixão. E eu também não estou desafiando esses ensinamentos”, responde ele. Esse ensino precisa ser aplicado ao modo como as pessoas tratam as pessoas LGBT na Igreja.

Pergunta 2: O que você diz aos católicos LGBT que não se sentem acolhidos na Igreja?

Pe. Martin reconhece o sofrimento pessoal e espiritual e a dor sentida pelos católicos LGBT devido às atitudes excludentes encarnadas por várias lideranças da Igreja. A sua breve recapitulação da resposta de um pároco à revelação de uma paroquiana de que ela era lésbica demonstra esse espírito pouco acolhedor em relação aos católicos LGBT. O pároco disse a ela:
“Eu rezei durante todo o meu sacerdócio para que eu nunca conhecesse uma pessoa gay”.
Embora exista essa perspectiva homofóbica, o Pe. Martin lembra aos católicos LGBT que “eles fazem parte da Igreja tanto quanto o papa, o seu bispo local ou eu”, por causa do sacramento do batismo. O Pe. Martin também encoraja os católicos LGBT a procurarem uma comunidade paroquial acolhedora e a não deixarem que as autoridades eclesiásticas os afastem da Igreja da qual fazem parte.

Pergunta 3: Por que você não fala mais sobre castidade?

Pe. Martin comenta que, de fato, ele discute a castidade em quase todas as palestras. Ele revela que está “vivendo a castidade” mediante seus votos jesuítas há mais de 30 anos. O Pe. Martin também menciona que quase todos os católicos, incluindo os católicos LGBT, estão familiarizados com os ensinamentos da Igreja sobre celibato e castidade no que se refere à homossexualidade. Ao responder a essa pergunta, o Pe. Martin descreve seu foco em outras áreas da pastoral que ele considera negligenciadas, como “o modo de convidar as pessoas LGBT a se verem amadas por Deus, o modo de mostrar respeito e acolhida às pessoas LGBT nas paróquias e escolas católicas, o modo de combater a alta incidência de suicídio entre jovens LGBT, e assim por diante”.

Pergunta 4: O que o Papa Francisco e você conversaram durante o seu encontro?

Em 2019, o Pe. Martin foi convidado a falar com o Papa Francisco em particular, após um encontro prévio do Dicastério para a Comunicação do Vaticano, no qual o padre jesuíta atua. Durante o encontro, o Papa Francisco pediu que o Pe. Martin não compartilhasse com a mídia os detalhes de sua conversa, para que ele e o Papa Francisco pudessem falar livremente. No entanto, o Papa Francisco permitiu que o Pe. Martin compartilhasse a sua conversa com indivíduos e grupos.
Durante a conversa, o Papa Francisco e o Pe. Martin falaram sobre as pessoas LGBT em todo o mundo. As reflexões do Pe. Martin mostram poderosamente o impacto desse significativo encontro:
“Eu me senti inspirado, consolado e, acima de tudo, encorajado a continuar esse ministério em paz. É difícil expressar o quanto eu sou grato por aqueles 30 minutos.”

Pergunta 5: Quais são os próximos passos para a pastoral LGBT na Igreja?

Pe. Martin revela vários pontos de ação para a pastoral LGBT na Igreja:
1) trabalhar pela descriminalização das relações entre pessoas do mesmo sexo em 70 Estados-nação e pela abolição da pena de morte em seis países pelo envolvimento em relações entre pessoas do mesmo sexo;
2) enfrentar o problema generalizado do bullying, assédio e preconceito anti-LGBT, a fim de evitar as trágicas consequências do suicídio;
3) parar de demitir pessoas LGBT casadas que trabalham em instituições católicas. As demissões são um exemplo de uma Igreja que discrimina as pessoas LGBT. Ele enfatiza que, se os empregadores católicos demitirem seus funcionários LGBT por não seguirem os ensinamentos da Igreja, eles também serão obrigados a demitir outros grupos de católicos que não aderem estritamente ao ensino da Igreja em outras áreas de suas vidas.
O ministério LGBT do Pe. Martin fornece um marco teológico através da qual podemos trabalhar para criar um ambiente harmonioso, inclusivo e amoroso para as pessoas LGBTQ, combater a homofobia, a transfobia e o fanatismo em todas as suas formas.
Podemos optar por nos fixar em algumas poucas linhas do Catecismo ou podemos ouvir os obstáculos que frustram a participação plena das pessoas LGBT em suas comunidades religiosas. E podemos celebrar que os professores, os educadores e os ministros leigos LGBT trazem valiosos dons, talentos e sabedoria para as suas escolas, estudantes, colegas e irmãos paroquianos, em vez de ficarmos obcecados sobre as pessoas com quem eles decidem se casar em uma cerimônia civil.
Por fim, podemos nos esforçar para responder à obra interna de Deus nas nossas vidas e nos nossos corações, ouvindo e abraçando as pessoas LGBT, como sugere o Pe. Martin. Em muitas comunidades espirituais, esse trabalho e ministério já começaram, e é um passo incrível rumo a um abraço mais pleno em nossos irmãos e irmãs LGBT

Fonte: IHU