24 junho, 2013

A mídia comanda o boca a boca digital - governo e partidos estão fora

A MÍDIA COMANDA O BOCA A BOCA DIGITAL. GOVERNO E PARTIDOS ESTÃO FORA.

‘Há, nesse momento, uma direção política, sim, conduzindo os protestos. E essa condução é dada pela grande mídia. Foi ela quem "capturou" a agenda e fez transitar a pauta principal dos protestos da luta pela redução das passagens à luta abstrata contra a corrupção. A ação política da mídia lançou nas bocas - e nos cartazes - dos manifestantes a PEC 37, cujo conteúdo quase ninguém conhecia até poucos dias. E não há motivos para ilusões: trata-se de um processo organizado. (...) movimentos e organizações que estavam na origem dos atos já identificaram, inclusive, a criação de ‘eventos' no facebook em seus nomes por pessoas completamente estranhas à suas estruturas. Os telejornais selecionam em suas edições cartazes e depoimentos que se referem, exclusivamente, ao tema da corrupção. Uma pesquisa realizada pela Universidade Oxford e publicada no "Scientific Reports", em 2011, analisou os mecanismos por trás das mobilizações políticas realizadas nas redes sociais. A  pesquisa observou que as pessoas recebiam uma quantidade enorme de mensagens, num curto espaço de tempo, gerando uma sensação de urgência, que as levava a aderir aos atos de forma explosiva, num movimento em cascata. É um verdadeiro boca a boca digital. A aprovação dos atos está se contagiando rapidamente (pesquisas já indicam quase 90% de apoio) e a experiência de aprovação de um contagia outros com uma velocidade impressionante. Estima-se que a cada minuto 600 pessoas tenham sido convidadas para o ato em São Paulo na última semana. E o problema é que a mídia é quem está compartilhando e canalizando o sentimento das pessoas. Governos e partidos não,'  (Vinicius Wu; secretário geral do RS e coordenador do Gabinete Digital).

(Carta Maior;2ª feira,24/06/2013)

A tarefa mais urgente: conversar sobre o Brasil


Fonte: Carta Maior

A democracia deve ser exercida ali onde está o poder.

Não há nada mais precioso na vida de uma Nação do que o momento em que o poder se define nas ruas.

Assegurar que ele seja um poder democrático é a tarefa mais urgente no Brasil nesse momento. 

As forças progressistas, preocupadas com os rumos das legítimas manifestações de massa em todo o país, tem uma tarefa simples, prática, urgente e incontornável.

Reunir-se em todos os fóruns possíveis para exercer a democracia dando-lhe um conteúdo propositivo.

Conversar sobre o Brasil. 

Entender o momento vivido pelo Brasil. 

Formular e reforçar linhas de passagem entre o país que já temos e aquele que queremos ter.

Que temos o direito de ter.

Não há tarefa mais importante na luta pelo desenvolvimento do que criar valores. 

Não propriamente aqueles negociados em Bolsa.

Mas valores que coloquem a economia e os recursos a serviço da sociedade. 

Como bem disse a Presidenta Dilma em seu discurso de 6ª feira, ‘Precisamos oxigenar o nosso sistema político. É a cidadania , e não o poder econômico, quem deve ser ouvido em primeiro lugar". 

É crucial dar organicidade a esse princípio.

Os valores que vão ordenar a travessia para o novo ciclo de desenvolvimento estão sendo sedimentados nos dias que correm.

As forças progressistas devem participar ativamente da carpintaria dessa moldura histórica.

Como?

Organizando-se para ir às ruas.

Reunindo-se previamente para conversar sobre o Brasil.


Em núcleos de base dos partidos, nos diretórios, sindicatos, associações de moradores, nos locais de trabalho, nos círculos de vizinhança, nas escolas, nos condomínios, com a turma do futebol ou a do facebook.


Fóruns já existentes, mas enferrujados, devem ser ativados; outros novos precisam ser criados.

O anseio por mais democracia revelado nos últimos dias não pode ser desperdiçado.

Não deve ser sufocado. 

Nem desvirtuado. 

Quem entorpece o discernimento social tangendo justas aspirações para o terreno pantanoso do apartidarismo totalitário, conspira contra a democracia, falando em nome dela.

A mobilização progressista exige referencias aglutinadoras.

Elas estão igualmente em curso.

Nos últimos dias, em diferentes pontos do país, os encontros se multiplicam.

Na 6ª feira, por exemplo, cerca de 800 pessoas, representando 80 entidades reuniram-se no Sindicato dos Químicos em São Paulo, à convite do MST.

Em pauta: mobilizar um milhão de pessoas em São Paulo, em defesa de um Brasil onde a democracia participativa paute o destino da sociedade e o futuro da economia.

Neste sábado, na Casa da Cidade, em SP, mais de 200 intelectuais, sindicalistas, integrantes do PSOL,PSTU, PT etc reuniram-se com o mesmo espírito.

São apenas dois exemplos. E eles não podem ser mais que dois, entre centenas, nos próximos dias.