12 janeiro, 2021

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Luz verde do Papa Francisco às mulheres nos ministérios do Leitorado e Acolitado

 

É uma decisão de importância histórica porque nunca antes as mulheres haviam sido oficialmente admitidas nos ministérios litúrgicos, embora já desempenhando durante as celebrações tarefas como a proclamação das leituras, o serviço de ministrantes e a distribuição da Comunhão durante a missa ou aos enfermos obrigados a permanecerem em casa.

A reportagem é de Francesco Antonio Grana, publicada por Il Fatto Quotidiano, 11-01-2021. A tradução é de Luisa Rabolini.

O Papa Francisco abre os ministérios para as mulheres. Após anos de debates sobre o diaconato feminino com duas comissões nomeadas ad hoc para avaliar essa oportunidade, Bergoglio decidiu dar às mulheres a possibilidade de acessar o ministério do leitorado e acolitado.

O primeiro diz respeito à anunciação da palavra de Deus, enquanto o segundo está ligado ao serviço do altar. É uma decisão de importância histórica porque nunca antes as mulheres haviam sido oficialmente admitidas nos ministérios litúrgicos, embora já desempenhando durante as celebrações tarefas como a proclamação das leituras, o serviço de ministrantes e a distribuição da Comunhão na missa ou aos enfermos obrigados a permanecerem em casa.

Até agora, porém, tudo isso ocorria sem um verdadeiro mandato institucional conferido pelo bispo, em derrogação do que fora estabelecido por São Paulo VI que, em 1972, mesmo abolindo as chamadas ordens menores, decidira manter o acesso às tais ministérios reservado apenas para os homens, porque os considerava propedêuticos para a ordem sagrada.

Bergoglio, por outro lado, também com base no que emergiu nos últimos Sínodos dos Bispos, em particular naquele sobre a Amazônia, quis oficializar e tornar institucional a presença das mulheres no altar.

No entanto, não se trata de um primeiro passo para a ordenação sacerdotal das mulheres. Leitorado e acolitado, de fato, são ministérios instituídos diferentemente dos três graus da ordem sagrada, diaconato, presbiterado e episcopado, que são, ao invés, ministérios ordenados.

Francisco, de fato, especificou que “nos últimos anos foi alcançado um desenvolvimento doutrinário que destacou como certos ministérios instituídos pela Igreja têm como fundamento a condição comum de batizado e o sacerdócio real recebido no sacramento do batismo; o que é diferente do ministério ordenado recebido no sacramento da ordem. Também a prática já consolidada na Igreja latina confirmou que os ministérios leigos, baseando-se no sacramento do Batismo, “podem ser confiados a todos os fiéis idôneos, sejam homens ou mulheres”.

Bergoglio, além disso, destaca que "uma distinção mais clara entre as atribuições do que hoje é chamado de ‘ministérios não ordenados (ou leigos)’ e ‘ministérios ordenados’ permite dissolver a reserva dos primeiros apenas para os homens". E fazendo suas as palavras de São João Paulo II, ele especifica que "se, no que diz respeito aos ministérios ordenados, a Igreja não tem poder algum para conferir a ordenação sacerdotal às mulheres para os ministérios não ordenados é possível, e hoje parece apropriado, superar essa reserva".

Francisco, de fato, está convencido de que “oferecer aos leigos de ambos os sexos a possibilidade de acesso ao ministério do acolitado e do leitorado, em virtude de sua participação ao sacerdócio batismal, aumentará o reconhecimento, também por meio de um ato litúrgico (instituição), da preciosa contribuição que há tempos muitos leigos, inclusive mulheres, oferecem à vida e à missão da Igreja”.

“Por estes motivos - acrescenta o Papa - achei oportuno estabelecer que possam ser institutos como leitores ou acólitos não apenas homens mas também mulheres, nos quais e nas quais, mediante o discernimento dos pastores e após uma adequada preparação, a Igreja reconhece o firme vontade de servir fielmente a Deus e ao povo cristão em virtude do sacramento do batismo e da confirmação. A opção de conferir estes ofícios também às mulheres, que comportam uma estabilidade, um reconhecimento público e um mandato de parte do bispo, torna mais efetiva a participação de todos na obra de evangelização na Igreja. Isso também garante - conclui Bergoglio - que as mulheres tenham uma incidência real e efetiva na organização, nas decisões mais importantes e na liderança das comunidades, mas sem deixar de fazê-lo com o estilo próprio de sua marca feminina”.

Fonte: IHU

"A pandemia se tornará ainda mais perigosa se desinformação prevalecer"

“É urgente cobrarmos celeridade dos nossos governantes para o início da campanha de vacinação”, exige presidente da CNBB Mais uma vez, o negacionismo da pandemia da Covid-19 e da importância da vacina, tem provocado o posicionamento de Dom Walmor Oliveira de Azevedo. Num vídeo publicado nesta segunda-feira, 11 de janeiro, o presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, tem definido a pandemia da Covid-19 como “um deserto que todos nós, família humana, estamos atravessando, uma travessia difícil, angustiante”, lembrando que, oficialmente, já são mais de “200 mil mortes no Brasil, famílias enlutadas”.

 

A reportagem é de Luis Miguel Modino. 

Desde o início da pandemia, a morte se tornou algo próximo de todos os brasileiros e brasileiras. Segundo Dom Walmor, “cada um de nós conviveu ou conhece alguém que perdeu a vida para a pandemia”. Diante dessa realidade, ele insiste em que “para vencer essa travessia precisamos caminhar juntos”, algo cada dia mais complicado num país onde a divisão tem se instalado como política de estado. 

O presidente da CNBB lembra que “a ciência oferece-nos diferentes vacinas, fruto de muitas pesquisas”. Junto com isso, lembra que “muitos países já iniciaram campanhas de imunização e avançam no enfrentamento deste vírus, que é invisível, mas letal”. 

Enquanto isso, no Brasil não está claro quando será que vai começar a vacinação. Por isso, o arcebispo de Belo Horizonte – MG, adverte que “nós não podemos ficar para trás”. Ele enfatiza em seu pronunciamento que “é urgente cobrarmos celeridade dos nossos governantes para o início da campanha de vacinação”. Num país onde as notícias falsas inundam as redes sociais e os aplicativos de mensageria, Dom Walmor insiste em que “não podemos nos deixar enganar por notícias falsas”. Está querendo ser transmitido à sociedade brasileira a ideia de que as vacinas podem provocar consequências graves na saúde da população, quando na verdade, como lembra o presidente da CNBB, “as vacinas, antes de chegar na população, são amplamente testadas por variadas equipes de cientistas independentes, sem compromissos ideológico-partidários”. 

Não podemos esquecer, como lembra o arcebispo de Belo Horizonte, que “graças às vacinas, a humanidade venceu doenças e pandemias ao longo da sua história”, enfatizando que “os riscos de se vacinar são infinitamente menores do que as ameaças da doença que a cada dia mata mais pessoas”. Diante da situação da saúde pública, cada vez mais ameaçada no país, uma realidade que piorou ainda mais neste tempo de pandemia, Dom Walmor faz um chamado à população brasileira para que “insista junto às autoridades públicas para que fortaleçam o Sistema Único de Saúde, o SUS, para que cada pessoa, rica ou pobre, tenha direito a se vacinar”. 

“A vacina nos ajuda a superar a Covid-19”, insiste o presidente da CNBB. Frente a isso, ele adverte que “a pandemia se tornará ainda mais perigosa se a desinformação prevalecer, afastando as pessoas da vacina”. 

Para poder superar a pandemia, Dom Walmor faz um pedido a todos os brasileiros, dizendo: “convença a seus familiares e amigos sobre a importância da vacina, evite compartilhar notícias falsas que busquem desacreditar a pesquisa científica”. Junto com isso faz um chamado a que “sejamos mais corresponsáveis uns pelos outros”, lembrando que isso “é dever cidadão, e especialmente um compromisso dos que professam a fé cristã”. 

Fonte do texto IHU