26 outubro, 2022

A espiritualidade das CEBs e a mística que nos motiva!


Por mim, Lucimar Moreira Bueno (Lúcia)


A espiritualidade das CEBs e a mística que nos motiva!

A espiritualidade da CEBs é o seguimento de Jesus, percorrer seu caminho. E a mística das CEBs é a motivação que nos faz viver a causa até o fim, o Reino de Deus.

A mística é um mistério e para a mística mistério é saber a razão porque no agir comprometido com o seguimento de Jesus em Comunidades Eclesiais de Base, com pequenos gestos as coisas extraordinárias acontecem.

"O Espírito do Senhor está sobre mim. Ele me escolheu para anunciar a Boa-Notícia aos pobres e me mandou anunciar a liberdade aos presos, dar vistas aos cegos, por em liberdade os que estão sendo oprimidos, e anunciar o ano em que o Senhor vai salvar o seu Povo." (Lc 4. 18-19).

“Jesus percorria todas as cidades e povoados, ensinando em suas sinagogas, pregando a Boa Notícia do Reino, e curando todo tipo de doença e enfermidade. 36 Vendo as multidões, Jesus teve compaixão, porque estavam cansadas e abatidas, como ovelhas que não têm pastor. 37 Então Jesus disse a seus discípulos: «A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos! 38 Por isso, peçam ao dono da colheita que mande trabalhadores para a colheita.»”. (Mt 9,35-38)

Dar testemunho de vida é, como Jesus, amar o próximo comprometendo-se com a sua libertação. É fazer a opção pelo empobrecido, abraçando sua causa. É amar a Deus, assumindo a concretização de seu Reino de Amor.

A experiência do encontro com Jesus, com seu estilo de vida, com sua pessoa, permite reproduzir novas formas de vivência e prática. O exemplo de vida de Jesus permite reinterpretar a Igreja, partindo da "prática" dos pobres, como propunham os bispos de Medellín e Puebla.

Isto significa hoje algo de muito concreto:

Ir à periferia, ir a base, ir aonde não há poder, porque "pobre" significa "sem poder", Jesus era de Nazaré da Galiléia, filho de uma família humilde. Morava no campo. Tornou-se carpinteiro. Prestava serviços em troca de moeda ou alimentos para sua subsistência.

Ele escolheu seus discípulos entre os humildes e marginalizados. As mulheres e homens que com Jesus estavam eram gente sofrida. Jesus era um homem do povo. Um povo analfabeto e desprezado. Participava das festas (Lc. 2,41; Jo 5,1).

Jesus foi ao casamento de amigos (Jo 2,1-2). Estava sempre cercado pela multidão (Mc 3,8; Lc 21,38; Mc 6,31). Jesus era um homem aberto, compreensível, acolhedor... e condenava todo o tipo de discriminação.

Ele era um homem intimamente liberto, autêntico, transparente e extremamente coerente com seu próprio discurso. Ele buscou a justiça, foi formador e formando, teve amigos, questionou os poderosos da época.

O Evangelho demonstra que não eram os discursos de Jesus o que mais impressionava e, sim, sua coerência e seu testemunho de vida.

"Verdadeiramente este homem é justo" (Lc 23,47) Jesus propôs o "novo" em oposição às estruturas sociais e políticas de seu tempo. Isto gerou repulsa, rejeição, criou o conflito.

E Jesus, coerentemente, enfrentou as diversas instâncias de poder do seu tempo. Conheceu a difamação, a crítica, a perseguição e a ameaça de morte. Sua prisão, tortura, condenação e crucificação foram consequências de sua prática e de sua vida.

Jesus é um homem de ligação íntima com o Pai. Toda sua vida é constante louvor e referência ao Pai. Ele buscava a vontade do Pai como "alimento". Esta união e abertura ao Pai é a condição para viver uma vida nova "em Deus".

Jesus era um homem de muita alegria. Tinha amigos. Apresentava palavras de consolo e de esperança para todos (cf. Lc 12, 22-26). Nunca perdia o ânimo frente as provações e dificuldades. Admirava a natureza. Andava muito. Pescava com os discípulos. Apreciava a ternura das crianças e sabia ver o bom que existia no coração das pessoas (cf. Mc 10, 21).

Ele era, também, um homem do perdão. Perdoou a muitos, como Zaqueu (Lc 19, 1-10) e Madalena (Jo 8, 3-11) e disse aos discípulos que perdoassem quantas vezes fosse necessário.

O projeto de Jesus possui dois pontos importantes: a "libertação dos oprimidos" (cf. Lc 4,18) e o "reino", "a chegada de tempos novos" (cf. Lc 4,19).

Este projeto se resume em levar as mulheres e os homens a uma libertação integral, pessoal e social, através da construção do Reino de Deus, que passa necessariamente pela construção de uma sociedade igualitária e fraterna onde não haja explorados nem exploradores.

O tempo atual exige ir ao encontro das Galileias de tantas pessoas, considerando que a Galileia nos tempos de Jesus era um lugar afastado do centro de poder, cabe a Igreja, as CEBs alcançar também essas periferias.

Os galileus no tempo de Jesus eram considerados sem prestígio, era um lugar de excluídas e excluídos. Jesus, também chamado de o Galileu, sentiu na pele os preconceitos e fez sua opção pelas empobrecidas e pelos empobrecido, seguiu alargando fronteiras e vencendo barreiras.

Essa opção de Jesus, abrindo mão de si em prol do próximo, deve ser repetida também em nosso dia a dia, nas situações mais complexas e nas mais corriqueiras.

Dar testemunho de vida é, como Jesus, amar o próximo comprometendo-se com a sua libertação. É fazer a opção pelo empobrecido, abraçando sua causa. É amar a Deus, assumindo a concretização de seu Reino de Amor.

A espiritualidade da CEBs é o seguimento de Jesus, percorrer seu caminho. E a mística das CEBs é a motivação que nos faz viver a causa até o fim, o Reino de Deus.

A mística é um mistério e para a mística mistério é saber a razão porque no agir comprometido com o seguimento de Jesus em Comunidades Eclesiais de Base, com pequenos gestos as coisas extraordinárias acontecem.

Laiá..Laiá...Vote Lula!