O poema abaixo é a fala de um indígena relembrando aspectos da cultura, da gente e da natureza.
Saudade do índio, sentado no chão,
Em volta do fogo, comendo pinhão.
Saudade do cântico, que o kujá cantava,
E de todo povo, que alegre dançava.
Saudade da mata, por onde andavam,
Saudade da caça, que a todos tratavam.
Saudade do mõg, que o índio bebia,
Saudade das festas, tudo era alegria.
Saudade do fogo, que o índio acendia,
Saudade das danças, grande era a alegria.
Saudade do rio, onde as crianças nadavam,
Saudade dos peixes que os índios alimentavam.
Saudade das festas, e dos casamentos,
Sempre em luas cheias, era um grande evento.
Saudade de tudo, que o índio usava,
E a tradição sempre continuava.
Saudade da terra, que foi invadida,
Saudade da mata, que foi destruída.
Saudade da relva, que o fogo queimou,
Saudade de tudo que o tempo apagou.
Saudade do ouro e do pau brasil,
Saudade de tudo, que daqui sumiu.
Saudade do índio que o branco matou,
Com esta Saudade para o tumulo vou.
O material foi retirado do caderno produzido para a Semana dos Povos indígenas 2016. A publicação, Laklãnõ/Xokleng: O povo que caminha em direção ao sol, é uma realização do COMIN em parceria com a Secretaria de Formação da IECLB.