31 dezembro, 2018

Exptessiva celebração

Hoje na Capela São Paulo, Paroquia São Mateus Apóstolo,  na expressiva celebração da Oitava do Natal: Solenidade da Santa Mãe de Deus, enriquecida pela homilia do pe. Genivaldo Ubinge, minha sobrinha e afilhada Paula Barbuzano Bueno participou no momento bonito em uma mensagem de Paz para 2019.


Um 2019 de muita Paz a todas e todos visitantes do blog!


Denúncias de abuso sexual e oposição interna marcam o ano mais difícil do papa Francisco


Papa enfrentou o período mais difícil de seu pontificado, afirmam especialistas.

Defesa do meio ambiente e crítica às armas também fizeram o pontífice ser alvo Foto: EFE



ROMA - Não está sendo nada fácil para Jorge Bergoglio ser o papa Francisco. O argentino que conquistou o mundo com seu carisma e seu jeito pastoral de acolhimento enfrentou, em 2018, o ano mais complicado do pontificado. No centro estão as denúncias de abusos sexuais na Igreja Católica - sobretudo nos casos ocorridos no Chile e nos Estados Unidos - e a forte oposição de setores do cardinalato.

“Essa oposição, que existe em alguns setores, vem crescendo desde a eleição do Santo Padre. Foi aprofundada com a publicação de Amoris Laetitia (exortação apostólica de Francisco, de 2016) e, mais recentemente, com os escândalos de abuso sexual”, comenta o padre jesuíta americano James Martin, consultor do Vaticano. “As mesmas pessoas que estavam contra o papa no começo agora o criticam pela forma como ele lida com a crise dos abusos. Desnecessário dizer que essa crise é um enorme problema, o maior da Igreja, mas alguns desses clérigos estão a usá-la de maneira conveniente para atacá-lo.”

Martin concorda que este foi o ano mais difícil do pontificado de Francisco. “Os abusos sexuais são o maior problema enfrentado pela Igreja e este ano tem sido o pior para a Igreja desde pelo menos 2002. Portanto, a pressão sobre Francisco tem sido extraordinária”, comenta.

A suposta maré conservadora, na verdade, tem favorecido

Francisco, pois muitos setores sociais no mundo inteiro se voltam para ele como uma liderança moral e até política alternativa

Francisco Borba Ribeiro Neto, Professor da PUC-SP

O vaticanista brasileiro Filipe Domingues, pesquisador da Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma, destaca que há dois grupos claros de oposição a Francisco: o primeiro, mais progressista e liberal nas questões morais, que já era contrário aos papas anteriores; o segundo, mais conservador, “que foi se organizando ao longo dos anos”.

“A reação foi se fortalecendo com algumas mudanças de discursos, por exemplo, quando o papa disse ‘quem sou eu para julgar?’, quando lhe perguntaram sobre a questão homossexual. Ou mesmo essa visão mais pastoral de aceitar, em alguns casos, que divorciados em segunda união possam receber sacramentos”, disse Domingues.

O papa também criou resistências ao assumir uma postura de defesa do meio ambiente e em discursar fortemente contra as armas. “Ele mexe com uma elite conservadora do mundo, com uma direita política conservadora, sobretudo nos Estados Unidos”, afirmou o vaticanista brasileiro.

Um dos momentos críticos deste 2018 foi quando, em agosto, o arcebispo de Ulpiana (Kosovo), Carlo Maria Viganò, ex-núncio apostólico nos EUA, pediu que Francisco renunciasse. Em carta, Viganò afirmou que havia avisado o papa dos problemas de abusos sexuais nos Estados Unidos desde 2013.

Escândalos de abuso sexual.

Para o sociólogo e biólogo Francisco Borba Ribeiro Neto, professor e coordenador do Núcleo Fé e Cultura da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), dois fatores aumentaram a oposição a Francisco: a reação conservadora à Amoris Laetitia e o impacto de escândalos de abuso sexual de crianças. “Isso gerou reação da oposição laicista na sociedade, que sempre ficou muito incomodada com a liderança mundial de Francisco”, comenta. “Nesses casos de pedofilia, o papa foi envolvido pela situação, no sentido que houve má administração local dos problemas e o Vaticano foi comprometido por ter confiado nas autoridades regionais.”

Outro ponto analisado pelos especialistas é que Francisco, apesar de ser o líder de uma instituição essencialmente conservadora, é uma progressista voz mundial em meio à ascensão de líderes reacionários, como o presidente dos EUA, Donald Trump, e o recém-eleito presidente do Brasil, Jair Bolsonaro.

“Papa Francisco é hoje a única autoridade moral internacional. A única pessoa que é uma referência moral para o mundo inteiro”, define Domingues. “Não sobrou ninguém que seja assim - tinha o Nelson Mandela, a Madre Teresa de Calcutá e outros líderes históricos que eram autoridades morais, que as pessoas paravam para ouvir.”

Afeto, sentido na pele

São quase 18 horas de domingo na Avenida Paulista. Bem no fim da via, fica a Igreja de São Luiz Gonzaga e bastam alguns minutos à porta para ver que boa parte do público que vai assistir à homilia é o mesmo que andava pelo entorno.

“Curto a vida cultural, deixo as crianças gastarem energia e venho abastecer o espírito”, conta o economista Pedro Araújo, de 41 anos, com os filhos de 8 e 11 anos. A missa entrou na programação no último ano. “Nasci, cresci e me casei na Igreja, mas parei de frequentar após o divórcio. Agora voltei porque tenho me sentido acolhido.”

Ao ser perguntado sobre o motivo do acolhimento, Araújo não titubeia: “O papa prega isso o tempo inteiro. Ele quer que todos sejam incluídos. E aqui, nesta paróquia, é o que sinto. Pode entrar todo mundo: cabeludo, tatuado, divorciado, homossexual”.

A menos de 5 km, no Jardim Paulista, zona oeste, a pedagoga Maria de Lourdes, que frequenta a Paróquia São Gabriel Arcanjo, conta que se surpreendeu outro dia ao ver moradores de rua participando da missa e até comungando. “Ninguém se escandalizou. Pelo contrário: elogiaram.”/Colaborou Ocimara Balmant*

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Edison Veiga*, *Especial para O Estado
31 Dezembro 2018 | 03h00


Os cinco melhores exercícios físicos segundo Harvard (e nenhum deles é correr)


Eis as atividades mais benéficas para a saúde em curto e longo prazos de acordo com I-Min Lee, professora de Medicina de Harvard


Por Mayte Martínez Guerreiro – El País  



Se você acha que correr uma maratona é a maneira mais simples de ficar sempre em forma, está enganado. Pelo menos é o que dizem os estudiosos de Harvard, segundo os quais, para perder peso, aumentar a massa muscular, proteger o coração e o cérebro e fortalecer os ossos, há atividades físicas melhores do que essa. I-Min Lee, professora de Medicina e Epidemiologia da Faculdade de Medicina de Harvard (EUA), afirma que correr longas distâncias não faz bem para as articulações nem para o sistema digestivo. Sua proposta de atividades esportivas inclui outros cinco exercícios que trazem benefícios que vão desde a perda de peso até o ganho de músculos, proteção do coração e fortalecimento dos ossos.

1. Tai chi
Uma arte marcial chinesa que combina uma série de movimentos delicados e fluidos para criar uma espécie de meditação em movimento. O exercício é praticado lenta e suavemente com um alto grau de concentração e dá especial atenção para a respiração em profundidade. Como são os praticantes que definem o seu próprio ritmo, ele é acessível para uma variedade muito ampla de pessoas, independentemente da idade ou da condição física. “É especialmente bom para os mais velhos, pois o equilíbrio é um componente importante da condição física e algo que perdermos com o avançar da idade”, diz Lee. Para Marta Rosado, com efeito, ele “melhora o equilíbrio, a coordenação e a flexibilidade. Previne o surgimento de dores lombares e problemas na coluna vertebral. A prendemos a respirar e a canalizar nossa energia. Melhora o sono e relaxa física e mentalmente. Qualquer um pode realizá-lo, pois ele não provoca nenhum tipo de impacto. Eu o recomendaria sobretudo a partir dos 50 anos”.

2. Caminhar
Vários estudos sugerem que caminhar durante pelo menos 30 minutos, mesmo sendo em ritmo moderado ou pausado, pode trazer benefícios para a mente e para o corpo. Em pessoas com depressão severa, esse exercício pode contribuir para uma redução clinicamente importante e estatisticamente significativa da mesma. ”É uma atividade que melhora o sistema cardiovascular, pode ajudar a fortalecer a parte inferior do corpo nas pessoas mais velhas e naquelas que têm pouca condição física”, afirma Ángel Merchán. “Diminui os níveis de colesterol, é essencial para diabéticos, reforça o sistema imunológico, melhora a circulação e oxigena o corpo”, diz a personal trainer Marta Rosado, para quem essa atividade não constitui, porém de um “treinamento”.

3. Exercícios de Kegel
Importantes para homens e mulheres, eles ajudam a fortalecer a região pélvica. À medida que envelhecemos, essa região, que inclui o útero, a bexiga, o intestino delgado e o reto, se fragiliza. Manter esse conjunto com resistência traz benefícios como o de evitar vazamentos da bexiga. A forma correta de fazê-los, segundo Harvard, é comprimir os músculos usados para segurar a urina ou os gases durante dois ou três segundos, soltar e repetir 10 vezes –e isso, de quatro a cinco vezes por dia. Marta Rosado alerta, porém, para o fato de que “a realização de uma quantidade excessiva desses exercícios pode levar a um enfraquecimento dos músculos da região pélvica e provocar uma nova redução da capacidade de controlar a bexiga”.

4. Natação
Trata-se do “exercício perfeito”, segundo os autores do boletim de saúde de Harvard Healthbeat. Além de trabalhar quase todos os músculos do corpo, a natação eleva a frequência cardíaca e pode melhorar a saúde do coração e proteger o cérebro da deterioração relacionada à idade. Nadar regularmente entre 30 e 45 minutos é um exercício aeróbico que ajuda a combater a depressão, a elevar o estado de ânimo e a diminuir o estresse, entre outros benefícios. “Nada é bom para pessoas com atrite”, afirma Lee no boletim. Embora o considere bastante completo, Ángel Merchán, diretor da empresa de treinamento pessoal Homewellness, não acredita na existência de um “treinamento perfeito baseado em apenas uma modalidade. É preciso uma abordagem incluindo diversas práticas. Os impactos e as cargas são também necessários, por exemplo, para a prevenção da osteoporose e para o estímulo dos tendões. A natação deve ser combinada com um trabalho de força –com pesos, por exemplo—e de impacto (corrida, por exemplo), adaptados para cada pessoa”.

5. Treinamento de força
Requer o uso do peso para criar resistência contra a gravidade. Pode ser o próprio corpo, pesos com ou sem alça, tiras elásticas… Para Ángel Merchán, trata-se de um exercício “fundamental em qualquer tipo de treinamento. Melhora a força muscular, previne lesões, ativa o metabolismo. Todo mundo pode e deve fazê-lo, obviamente de forma adaptada caso a caso: na terceira idade, ele ajuda no combate a vários problemas comuns, como dores nas costas e nos joelhos, osteoporose e sobrepeso”. Marta Rosado concorda. “É essencial para manter o peso que se perdeu. Protege ossos e músculos, melhora a mecânica do corpo e nos torna mais conscientes de cada movimento. Aumenta os níveis de energia e melhora o estado de ânimo”.

Sem educação, os homens ‘vão matar-se uns aos outros’, diz neurocientista António Damásio

O neurocientista António Damásio advertiu que é necessário “educar massivamente as pessoas para que aceitem os outros”, porque “se não houver educação massiva, os seres humanos vão matar-se uns aos outros”.  


Por Revista Prosa Verso e Arte 

O neurocientista português falou no lançamento do seu novo livro A Estranha Ordem das Coisas, na Escola Secundária António Damásio, em Lisboa, onde ele defendeu perante um auditório cheio que é preciso educarmo-nos para contrariar os nossos instintos mais básicos, que nos impelem a pensar primeiro na nossa sobrevivência.

“O que eu quero é proteger-me a mim, aos meus e à minha família. E os outros que se tramem. […] É preciso suplantar uma biologia muito forte”, disse o neurocientista, associando este comportamento a situações como as que têm levado a um discurso anti-imigração e à ascensão de partidos neonazis de nacionalismo xenófobo, como os casos recentes da Alemanha e da Áustria. Para António Damásio, a forma de combater estes fenômenos “é educar maciçamente as pessoas para que aceitem os outros”.

Em ” A Estranha Ordem das Coisas”(editora: Temas e Debates), Damásio volta a falar da importância dos sentimentos, como a dor, o sofrimento ou o prazer antecipado.

“Este livro é uma continuação de O Erro de Descartes, 22 anos mais tarde. Em ‘O Erro de Descartes’ havia uma série de direções que apontavam para este novo livro, mas não tinha dados para o suportar”, explicou António Damásio, referindo-se ao famoso livro que, nos finais da década de 90, veio demonstrar como a ausência de emoções pode prejudicar a racionalidade.

O autor referiu que aquilo que fomos sentindo ao longo de séculos fez de nós o que somos hoje, ou seja, os sentimentos definiram a nossa cultura. António Damásio disse que o que distingue os seres humanos dos restantes animais é a cultura: “Depois da linguagem verbal, há qualquer coisa muito maior que é a grande epopeia cultural que estamos a construir há cem mil anos.”

O neurocientista acredita que o sentimento – que trata como “o elefante que está no meio da sala e de quem ninguém fala” – tem um papel único no aparecimento das culturas. “Os grande motivadores das culturas atuais foram as condições que levaram à dor e ao sofrimento, que levaram as pessoas a ter que fazer alguma coisa que cancelasse a dor e o sofrimento”, acrescentou António Damásio.

“Os sentimentos, aquilo que sentimos, são o resultado de ver uma pessoa que se ama, ou ouvir uma peça musical ou ter um magnífico repasto num restaurante. Todas essas coisas nos provocam emoções e sentimentos. Essa vida emocional e sentimental que temos como pano de fundo da nossa vida são as provocadoras da nossa cultura.”

No livro o autor desce ao nível da célula para explicar que até os microrganismos mais básicos se organizam para sobreviverem. Perante uma plateia com centenas de alunos, o investigador lembrou que as bactérias não têm sistema nervoso nem mente mas “sabem que uma outra bactéria é prima, irmã ou que não faz parte da família”.

Perante uma ameaça, como um antibiótico, “as bactérias têm de trabalhar solidariamente”, explicou, acrescentando que, se a maioria das bactérias trabalha em prol do mesmo fim, também há bactérias que não trabalham. “Quando as bactérias (trabalhadoras) se apercebem que há bactérias vira-casaca, viram-lhes as costas”, concluiu o neurocientista, sublinhando que estas reações são ao nível de algo que possui “uma só célula, não tem mente e não tem uma intenção”, ou seja, “nada disto tem a ver com consciência”.

E é perante esta evidência que o investigador conclui que “há uma coleção de comportamentos – de conflito ou de cooperação – que é a base fundamental e estrutural de vida”.

Durante o lançamento do livro, o investigador usou o exemplo da Catalunha para criticar quem defende que o problema é uma abordagem emocional e não racional: “O problema é ter mais emoções negativas do que positivas, não é ter emoções.”

“O centro do livro está nos afetos. A inteira realidade dos sentimentos e a ciência dos sentimentos e do que está por baixo dos sentimentos. O sentimento é a personagem central. É também central uma coisa que me preocupa muito, o presente estado da cultura humana. Que é terrível. Temos o sentimento de que não está apenas a desmoronar-se, como está a desmoronar-se outra vez e de que devemos perder as esperanças visto que da última vez que tivemos tragédias globais nada aprendemos. O mínimo que podemos concluir é que fomos demasiado complacentes, e acreditamos, especialmente depois da Segunda Guerra Mundial, que haveria um caminho certo, uma tendência para o desenvolvimento humano a par da prosperidade. Durante um tempo, acreditamos que assim era e havia sinais disso”

* Leia a instigante entrevista de António Damásio “Quando me perguntam qual é o maior cientista de sempre, respondo: na minha área, é Shakespeare”. acessando AQUI.