04 junho, 2020

Carta-denúncia Mineração e pandemia: essencial é a vida!



A população brasileira vem acompanhando o crescimento alarmante do número de casos de coronavírus no país e os reflexos da pandemia na dinâmica social, no sistema de saúde e no aprofundamento da crise econômica. Embora o contexto seja de caos social, com destaque para o sofrimento enfrentado por mais de 31 mil famílias que perderam seus entes, o setor minerário brasileiro segue sua marcha de exploração dos/as trabalhadores/as e da natureza.

Apoiadas pelo Governo Bolsonaro – que incluiu a mineração como “atividade essencial” por meio da publicação do Decreto nº 10.329/2020 – as empresas de mineração não paralisaram suas atividades, mesmo diante da recomendação expressa da Organização Mundial de Saúde (OMS) e dos especialistas no tema de que a prioridade neste momento é garantir o isolamento social. Desta forma, em plena crise sanitária, milhares de famílias de funcionários/as do setor e das populações localizadas nos arredores das minas estão sendo expostas a grave risco de contaminação. Tratar a atividade mineral como essencial, em meio a uma pandemia, retirando o direito ao isolamento social de trabalhadores e trabalhadoras, impondo que estes se aglomerem, é irresponsável.

Por outro lado, as mineradoras vêm apostando em ações de mídia e de propaganda para tentar criar uma imagem de que se importam com a saúde da população e que têm “responsabilidade social”. Esta imagem que as empresas buscam passar para a sociedade esconde o que de fato significa a continuidade das atividades minerárias no país: aumento das taxas de lucros das empresas e ameaça à vida de milhares de pessoas. Enquanto divulgam cartazes e vídeos com supostas iniciativas sociais, mantém trabalhadores/as e comunidades sob o medo constante de contaminarem-se pelo coronavírus.

Na Bahia, a situação não é diferente. Circulação de funcionários, explosões, realização de pesquisas em novas áreas, desmatamento da vegetação nativa, avanço sobre territórios de comunidades tradicionais e outras diversas ações seguem sendo realizadas, devido à manutenção do funcionamento dos empreendimentos de mineração espalhados nos municípios do estado, a exemplo da Mineração Caraíba S/A, em Curaçá, Juazeiro e Jaguarari; e da Mineradora Galvani, em Campo Alegre de Lourdes.

As duas empresas acima citadas têm dado continuidade às atividades durante o período da pandemia. Ao analisar os dados sobre a contaminação do coronavírus, verifica-se, por exemplo, que dois dos municípios onde estão instaladas encontram-se com altos índices de contaminação: segundo informações da Prefeitura de Campo Alegre de Lourdes, em 02/06/2020, existiam 27 casos confirmados, 88 notificações e 01 óbito. Na mesma data, o cenário em Curaçá era de 32 casos confirmados (Boletim epidemiológico nº 70 da SESAB) e 43 em investigação (informação veiculada pela Prefeitura), de um total de 223 notificações (informação veiculada pela Prefeitura). Destes casos, diversos aparentam ter relação com as atividades de mineração. Por outro lado, sabe-se que não há estrutura no Sistema Único de Saúde nestes locais que consiga absorver a explosão do número de pessoas contaminadas.

Preocupadas com este contexto, especialmente no momento em que se aproxima o pico de contaminação, as organizações abaixo listadas, compondo a Articulação em Defesa da Vida no Enfrentamento ao modelo mineral do Norte da Bahia, vêm por meio desta carta denunciar a situação e exigir que os poderes públicos adotem medidas para garantir os direitos dos/as trabalhadores/as do setor minerário, sobretudo o direito ao isolamento social com manutenção integral de seus salários, bem como de toda a população que sofre com risco de contaminação em função dos fatos já expostos, seja na cidade ou no campo. Destaca-se ainda a necessidade de que sejam realizadas ações de proteção dos povos e comunidades tradicionais que estão sob ameaça de contaminação em função das atividades minerárias, de modo que os moradores, muitos incluídos em grupos de risco, tenham a sua integridade preservada e que, em última instância, seja defendido o jeito tradicional de viver destes grupos!

Nada mais se espera que o compromisso com a vida e com a saúde da população e, nas palavras do Papa Francisco na Encíclica Laudato Si, que possamos cuidar da “nossa casa comum”, defendendo a natureza para as atuais e próximas gerações, lembrando sempre que “tudo está estreitamente interligado no mundo” e que “o meio ambiente é um bem coletivo, patrimônio de toda a humanidade e responsabilidade de todos”!

Assinam este documento:

Articulação Estadual das Comunidades Tradicionais de Fundos e Fechos de Pasto;

Articulação e Coordenação Paroquial da Juventude – ACPJ;

Articulação Sindical da Borda do Lago de Sobradinho;

Associação de Advogados de Trabalhadores Rurais no Estado da Bahia – AATR;

Cáritas Brasileira Regional NE 3;

Coletivo Carrapicho Virtual;

Central das Associações Integradas de Uauá – Cachiu;

Central de Fundo e Fecho de Pasto, Senhor do Bonfim;

Coletivo de Jovens da região CUC (Canudos, Uaua e Curaçá);

Comissão Pastoral da Terra – CPT;

Conselho Indigenista Missionário – Cimi;

Conselho Pastoral dos Pescadores – CPP;

Cooperativa de Agropecuária Familiar de Canudos, Uauá e Curaçá – COOPERCUC;

Fórum das entidades populares de Campo Alegre de Lourdes;

Fórum das entidades populares de Curaçá;

Instituto Popular Memorial de Canudos – IPMC;

Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada – IRPAA;

Instituto Social Antônio Conselheiro, UAUÁ – ISAC;

Movimento Pela Soberania Popular na Mineração – MAM;

Movimento dos trabalhadores rurais sem Terra – MST;

Paróquia Bom Jesus da Boa Morte, Curaçá;

Pastoral Operária;

Serviço de Assistência Socioambiental no Campo e Cidade – Sajuc;

Serviço de Assessoria a Organizações Populares Rurais – Sasop.

"O respirar dos adormecidos é um ruído que inquieta. Como se neles soasse uma outra alma. "


"O respirar dos adormecidos é um ruído que inquieta. Como se neles soasse uma outra alma. "

(Terra Sonâmbula, de Mia Couto)

Promoção em prol a Casa de Nazaré


A Casa de Nazaré, entidade de acolhida e recuperação de mulheres em situação de dependência química está iniciando uma campanha de caldo de mandioca.



Há três modos de adquirir:

1. Retirando no local
2. Delivery (+ R$ 5,00)
3. Comprando nas saídas das missas na Paróquia São Mateus (sábado e domingo à noite).

É necessário reservar previamente - fone: 3028 6232 ou 99925 0933 - caso for retirar na Casa de Nazaré ou pedir delivery.

Endereço da Casa, pra quem for retirar no local:
Rua Rio Samambaia, 1691 - Conj. Hab. Inocente Vila Nova Júnior, Maringá - PR

------------------

Casa de Nazaré

Atendimento Espiritual
Padre Genivaldo Ubinge

PÚBLICO ALVO
Dependentes de substancias psicoativas do sexo feminino a partir dos 16 anos, inclusive gestantes.

FINALIDADE
Proporcionar um tratamento qualificado para mulheres usuárias de substancias psicoativos do Município de Maringá e Região, garantindo a permanência até o final do tratamento (período de nove meses).

OBJETIVO GERAL
A Casa de Nazaré tem por objetivo apoiar mulheres que fazem uso indevido de substancias psicoativo, visando à reintegração dos mesmos ao convívio social e familiar.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Elevar a auto-estima e a participação na vida social promovendo, a partir das palestras e oficinas, a autonomia de cada residente;

Proporcionar o desenvolvimento pessoal através da arte, cultura e atividades que possam despertar aptidão empreendedora;

Encaminhar as famílias das residentes para grupos de apoio (AMOR EXIGENTE).

Proporcionar palestras informativas (grupo de convivência) e espirituais, promovendo a prevenção de uso e abuso de substancias psicoativas.

Desenvolver trabalho com equipe interdisciplinar com vistas ao reconhecimento do atendido como um ser integral, estabelecendo espaço de interlocução e de intervenção com profissionais de diferentes áreas.

METODOLOGIA:
A entidade busca uma prática que não produz modelos de Instituições de confinamento, e sim um equipamento social dotado de recursos humanos e materiais que propiciam acolhimento, convivência, atividades pedagógica, ocupacionais, recreativas, atendimento psicológico, odontológicos, médico e espiritual, visando o desenvolvimento humano, integral e social e dos direitos de cidadania das residentes e de suas famílias que se encontram em situação de vulnerabilidade, exclusão e risco social.

O processo de tratamento é respaldado a partir da terapia, orientado pelo tripé ORAÇÃO-TRABALHO-DISCIPLINA e estudo dos 12 passos. A ORAÇÂO é à base do programa, por meio dela buscam-se levar a presença de Deus a todas as internas, em um ambiente de muita paz, fé e confiança na nova vida que está por vir. O TRABALHO apóia e impulsiona o êxito do processo de recuperação das internas, todos os serviços da Casa de Nazaré são realizados pelas internas e supervisionados pela equipe responsável, consistindo em uma terapia ocupacional. A disciplina norteia todas as atividades, com o intuito de atingir grandes resultados, é necessário seguir normas e princípios que possam sustentar a terapia. Na busca pela paz, as internas também recebem, semanalmente, atendimento psicossocial, evangelização e aprendem a fazer trabalhos manuais.

Bolsonaro veta destinação de R$ 8,6 bilhões de fundo extinto para ações contra coronavírus

O presidente Jair Bolsonaro vetou o uso do saldo remanescente do Fundo de Reservas Monetárias, de cerca de R$ 8,6 bilhões, para o combate ao novo coronavírus. A decisão foi publicada na edição desta quarta-feira (3) do "Diário Oficial da União".

A destinação do dinheiro tinha sido aprovada em maio pelo Congresso Nacional durante a análise de medida provisória editada por Bolsonaro e que extinguiu o fundo.

Ao justificar o veto, Bolsonaro argumentou que a ... Continue lendo AQUI

A estratégia “Bíblia e fuzil”. Assim, Trump desafia os protestos

Bíblia e fuzil. Foi o próprio presidente Trump quem esclareceu que essa será sua estratégia para enfrentar os protestos deflagrados nos Estados Unidos e, acima de tudo, usá-la em chave eleitoral para a reeleição em novembro. Ele fez isso na segunda-feira à noite, anunciando sua intenção de mobilizar o exército para esmagar manifestantes que violam a lei e deixando-se fotografar em frente à Igreja de São João com a sagrada Escritura nas mãos. A bispa daquela igreja episcopal, Mariann Budde, denunciou "o uso político da religião, antitético ao ensino de Jesus".
A reportagem é de Paolo Mastrolilli, publicada por La Stampa, 03-06-2020. A tradução é de Luisa Rabolini.
O mesmo foi feito pelo arcebispo católico de Washington, o negro Gregory, porque ontem o presidente foi ao Santuário Nacional São João Paulo II, e não falta quem tema a militarização ditatorial da América.
Os protestos continuaram ontem, mudando o epicentro: mais tranquila Minneapolis, onde a autópsia de George Floyd conduzida pela família confirmou o homicídio por asfixia; mais agitadas WashingtonLousivilleLos AngelesSt. LouisLas Vegas e Nova York, submetidas à ação de saqueadores.
De fato, Trump imediatamente se aproveitou disso, acusando o...continue lendo AQUI

No coração da Amazônia brasileira, a Covid-19 mata sem causar notícias

“Mais um luto. Carlinhos está morto. Perdemos um filho da terra. Um professor. Era o pilar da nossa escola. Uma referência para todos”. O grito de dor da aldeia de Sapotal, na região brasileira do Alto Solimões, chega via WhatsApp: nas últimas semanas, oito pessoas foram atingidas pela Covid. Três eram idosos, dois professores.
A reportagem é de Lucia Capuzzi, publicada por Avvenire, 03-06-2020. A tradução é de Luísa Rabolini.
“Os números dos mortos não são números, são histórias de vida. Vidas cuja perda tem um enorme impacto nas comunidades. Deveríamos parar e pensar no que representa para eles verem seus idosos morrerem, guardiões do saber ancestral. E os professores, que custou tanto sacrifício formar e representam a ponte entre a cultura tradicional e os valores”, afirmam María Eugenia Lloris Aguado, missionária da Fraternidade do Divino Verbo e Raimunda Paixão, leiga e índia. Ambas fazem parte da equipe itinerante, uma das poucas instituições a visitar as pequenas aldeias indígenas espalhadas ao longo do curso do "Grande Rio". O rio Amazonas percorre os 7.500 quilômetros quadrados da Pan-amazônia, o "coração do mundo", como uma artéria vital. A pandemia, no entanto, a transformou na "estrada do contágio".
Leia na íntegra a reportagem AQUI