31 janeiro, 2020

"Com a mesma medida com que medirdes, também vós sereis medidos"


Ordenação Diaconal


Hoje um dia especial para cinco homens e para nós também....Rsrsr


Hoje serão ordenados diáconos cinco seminaristas da Arquidiocese de Maringá, às 20h na Catedral Basílica Menor Nossa Senhora da Glória.,

São eles: Donizeti Aparecido Pugin Souza, Valdinei Rodrigo Biassi de Oliveira, José Antonio Nogueira Pontes, Michel Soares Severo dos Santos e Vinícius Alves.

Que o nosso deus os abençoe.

Análise do texto do samba enredo da Estação Primeira de Mangueira 2020

Um salmo para orar e meditar
Samba-enredo da Estação Primeira de Mangueira 2020. Um salmo para orar e meditar
A análise é de Marluci Brasil de Castro, Educadora aposentada por tempo de serviço, escritora, romancista, roteirista, poetisa, pertence à Academia Corumbaense de Letras, publicada em seu canal do Youtube.







Veja a letra e o clipe do samba na Mangueira:

Eu sou da Estação Primeira de Nazaré
Rosto negro, sangue índio, corpo de mulher
Moleque pelintra do buraco quente
Meu nome é Jesus da gente
Nasci de peito aberto, de punho cerrado
Meu pai carpinteiro desempregado
Minha mãe é Maria das Dores Brasil
Enxugo o suor de quem desce e sobe ladeira
Me encontro no amor que não encontra fronteira
Procura por mim nas fileiras contra a opressão
E no olhar da porta-bandeira pro seu pavilhão
Eu tô que tô dependurado
Em cordéis e corcovados
Mas será que todo povo entendeu o meu recado?
Porque de novo cravejaram o meu corpo
Os profetas da intolerância
Sem saber que a esperança
Brilha mais que a escuridão

Favela, pega a visão
Não tem futuro sem partilha
Nem messias de arma na mão
Favela, pega a visão
Eu faço fé na minha gente
Que é semente do seu chão
Do céu deu pra ouvir
O desabafo sincopado da cidade
Quarei tambor, da cruz fiz esplendor
E num domingo verde e rosa
Ressurgi pro cordão da liberdade

Mangueira
Samba que o samba é uma reza
Se alguém por acaso despreza
Teme a força que ele tem
Mangueira
Vão te inventar mil pecados
Mas eu estou do seu lado
E do lado do samba também

30 janeiro, 2020

A triste ideia de que podemos ser felizes sozinhos


"A felicidade não pode ser alcançada individualmente". É o que afirma o psicólogo e mestre em educação, Vinicius Branquinho de São Paulo, com um artigo ao Vatican News sobre a necessidade de relacionar-se para ser feliz.

Há uma ideia difundida aos quatro ventos de que a felicidade é possível para todos de forma indiscriminada e de que ela é alcançável individualmente. A propagação desta forma de pensar tem uma boa intenção por detrás, de que todos podem ser felizes, que não importa muito o que os outros fazem a você ou como anda suas relações, a felicidade é um caminho individual que com algum esforço e sem ajuda nenhuma você chega lá, só que isso acaba se tornando uma armadilha.


A triste ideia de que podemos ser felizes sozinhos

Este ideal se revela no modo de viver de muitas pessoas, e aparenta ser um reflexo e uma defesa das relações desastrosas e inconstantes que todos lidam atualmente, uma justificativa que encarna a falta de comprometimento que as relações encerram. Os jargões mais utilizados são aqueles que dizem: “eu não preciso do outro para ser feliz” ou ainda “eu me basto sozinho (a)”.

As relações humanas

É compreensível o sentimento que perpassa este pensamento, as relações humanas beiram ao descartável, uma relação de objeto com objeto e não de pessoa para com pessoa, premissa que o Papa Francisco defende desde o início de seu magistério. A palavra pessoa em sua etimologia, ou seja, na sua origem, significa “ser para”, pessoa é aquele que é para o outro e não somente para si mesmo. O amor próprio se tornou a grande meta de cada indivíduo, como se fosse sinônimo de alegria constante, o que esqueceram de contar que o amor com o qual me amo é produto e condição do amor com o qual me sinto e me senti amado.

“Longe de se referir apenas as relações amorosas, precisamos do outro para ser feliz.”

Realmente, não há a necessidade de se casar, ou de namorar, mas é preciso que na vida se encontre sentido, que em última instância só a relação humana genuína proporciona. No contato com amigos, família, no trabalho, na escola ou universidade, o indivíduo precisa de encontros constantes para o bem viver. O homem e a mulher são seres relacionais, que se constituem socialmente e que precisam de contato para uma alegria verdadeira.

Inclusive os monges que escolhem viver uma vida mais silenciosa o fazem em comunidades. As relações humanas dão sentido à existência e a maneira de me relacionar comigo mesmo tem relação intrínseca de como se configuram os relacionamentos interpessoais que estou envolto, a premissa dita há muito tempo “amar para ser amado” atribuída a São Francisco de Assis é validada psicologicamente e tem uma defesa científica por detrás.

Um "nós"

Isso porque na própria subjetividade existe um “nós”, e a individualidade que é perpassada pelo outro, se constitui em relação, desde que nascemos até ao morrer nos tornamos seres humanos pelo contato, não existe vida humana fora do aspecto social e o afeto é o laço que constitui e amarra positivamente cada sujeito ao outro. Ser sozinho, portanto, é uma contradição sem fim, porque o verbo ser exige que o outro também seja em mim. E todas as relações humanas estarão orientadas por valores positivos se a relação fundamental do homem, a sua relação com o amor, estiver ordenada.

“Buscar ser feliz sozinho se assemelha mais a um grito de socorro para que existam relações frutíferas para cada sujeito, relações verdadeiramente humanas que tenham como pano de fundo o compromisso de que fazer o outro feliz é que trará a tão sonhada felicidade, que é mais um processo do que um produto.”

A alegria pede compartilhamento, e ao mesmo tempo é compartilhar que traz alegria, nesta contradição constante entre solidão e partilha que caminha o sujeito atualmente, que a solidão seja apenas um momento de refletir e amadurecer, que seja um instante ímpar de um encontro consigo mesmo e com um Outro maior que produz e dá sentido à vida humana e a partir disso se voltar para o outro alguém melhor

Igreja, uma vida de comunidade

Fica evidente que todos precisam de amigos, vida social e partilha, a Igreja centrada em uma vida de comunidade pode ser esse espaço de encontro e de compartilhar as alegrias e dores da vida.

“Dividir o tempo, a atenção, o cuidado, faz diferença em tempos individualistas de busca constante de uma felicidade particular que nunca chega, isso porque é sempre idealizada e como a maioria das idealizações, também não está de acordo com a realidade.”
Que possamos colocar em prática isso no cotidiano, para que as relações sejam verdadeiras e humanas, que promovam a alegria que somente a cultura do encontro propicia.

Fonte: Vatian News

"Formação Campanha da Fraternidade 2020 na Arquidiocese de Maringá"


O tema da Campanha da Fraternidade 2020 será “Fraternidade e vida: dom e compromisso” e o lema “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele” (Lc 10, 33-34). A CF é realizada anualmente pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) no período da Quaresma.

Com a temática, a Igreja Católica convida a sociedade a refletir sobre o significado mais profundo da vida em suas diversas dimensões: pessoal, comunitária, social e ecológica.


Na Arquidiocese de Maringá haverá, primeiramente, três encontros de formação da campanha, com lideranças paroquiais. Após essa primeira etapa, haverá também formações nas paróquias.

Em Maringá, a formação será realizada dia 03 de fevereiro, das 19h30 às 22h no Centro de Formação Bom Pastor. Nesta data, estão convidadas as paróquias das Regiões Pastorais Sarandi, São José Operário, Nossa Senhora Aparecida, Catedral e Santa Cruz.

Dia 04 de fevereiro, a formação será no salão paroquial em Jandaia do Sul, das 19h30 às 22h, para a Região Pastoral Jandaia.

E dia 05 de fevereiro será a vez da cidade de Nova Esperança receber a formação, no salão paroquial da igreja matriz, das 19h30 às 22h. Estão convidadas as Regiões Pastorais Castelo Branco e Paranacity.

A assessoria das formações será feita pelo padre Valdecir Badzinski, Secretário Executivo do Regional Sul 2 da CNBB.

Também no dia 05 de fevereiro, às 8h30, haverá formação da temática da CF para os padres da Arquidiocese de Maringá, na paróquia Santa Maria Goretti.

Formações nas paróquias

As paróquias que desejarem receber a formação da Campanha da Fraternidade, devem solicitar com a coordenadora arquidiocesana do Movimento de Cursilhos de Cristandade (MCC) Edilene Fantin: telefone 43 99685 00 11 ou e-mail: edilene@escritorio14dezembro.com.br

Fonte: Site da Arquidiocese de Maringá

Clipe Oficial do Hino da Campanha da Fraternidade 2020

O tema da Campanha da Fraternidade 2020 será “Fraternidade e vida: dom e compromisso” e o lema “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele” (Lc 10, 33-34).

 A CF é realizada anualmente pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) no período da Quaresma.

Com a temática, a Igreja Católica convida a sociedade a refletir sobre o significado mais profundo da vida em suas diversas dimensões: pessoal, comunitária, social e ecológica.

 

28 janeiro, 2020

"Que nosso luto seja verbo, transformando nossa dor em luta… Nós vamos continuar lutando. Até quando? Até sempre"


“..., quando completa-se um ano do crime da mineradora Vale, em Brumadinho, somos convidados a fazer o que a sirene não fez: o grito e o barulho da denúncia de um modelo predatório de mineração, que coloca o lucro acima da vida“.

Confira a reflexão da jovem Marina Oliveira lida durante a 1ª Romaria pela Ecologia Integral a Brumadinho.



1ª Romaria pela Ecologia Integral a Brumadinho
25 de janeiro de 2020

25 de janeiro de 2019, 12h28. A sirene não tocou. 272 pessoas foram soterradas vivas. 11 pessoas ainda não foram encontradas. Dezenas de casas e hortas destruídas. O rio Paraopeba, a fauna e a flora, cruelmente devastados. Eles privatizam os lucros e socializam os sofrimentos. Hoje, quando completa-se um ano do crime da mineradora Vale, em Brumadinho, somos convidados a fazer o que a sirene não fez: o grito e o barulho da denúncia de um modelo predatório de mineração, que coloca o lucro acima da vida.

Somos convidados a entregar nossos abraços e prestar nossa solidariedade a todas as pessoas atingidas pelo rompimento da barragem. Mais do que isso: somos convidados a reconhecer que as vítimas deste crime são mártires. Mártires que tiveram suas vidas arrancadas pelos interesses financeiros dos poderosos, misturando seu sangue na lama tóxica do descaso e da ganância. Em memória deles, confirmamos nosso compromisso e responsabilidade em garantir que a luta por justiça seja feita.

Mariana não bastou. Também tivemos que ser sacrificados. Que o nosso grito de denúncia sirva para salvar muitas outras vidas em cidades vizinhas, que correm o mesmo risco que nós: Barão de Cocais, Macacos, Congonhas e muitas outras. Que nosso luto seja verbo, transformando nossa dor em luta. Que as nossas lágrimas alimentem as nascentes que eles secam. Tenhamos coragem para assumir o lado certo da história: o lado da vida, das águas, da terra e dos povos, numa ecologia integral.

Sejamos todos pressurosos no anúncio de uma conversão ecológica, assumindo a firme resistência profética porque desistir não é opção. Caiamos do cavalo, assim como o apóstolo Paulo caiu, para enxergar, com clareza, o Evangelho do amor, a melhor herança que recebemos de Jesus. Tiremos as vendas de nossos olhos – aquelas que nos impedem de sermos irmãos e irmãs que lutam pela igualdade social e pelo cuidado de nossa Casa Comum. Não nos acomodemos. Não naturalizemos o que nos violenta, oprime e mata.

Olhemos ao nosso redor. Nós somos os sobreviventes. Nós somos o povo de Deus, comprometido com a luta de um mundo mais justo, democrático, igualitário e menos desigual. As 272 vítimas assassinadas não falam mais. Por isso, a responsabilidade de gritar não é delas porque elas já deram tudo: a vida. A responsabilidade é nossa e o futuro é agora. Nós vamos continuar lutando. Até quando? Até sempre.

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Marina Oliveira, possui graduação em Relações Internacionais pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (2018). Estudante do curso de Educação Social, pela Universidade Federal de Minas Gerais. Mestranda do Programa de Pós Graduação em Relações Internacionais da PUC-Minas. Atua como articuladora social em mediação de conflitos junto às comunidades atingidas pelo crime da Vale S. A. em Brumadinho, pela Arquidiocese de Belo Horizonte. Experiência em competências interculturais para resolução de conflitos, internacionalização do ensino superior e cooperação acadêmica internacional. Experiência de estágio internacional na Assessoria de Relações Internacionais da Universidade do Porto (Portugal) em 2017 e na UNESCO/Comitê do Programa de Informação para todos (Moscou/Rússia) em 2016.

Fonte:  Observatório da Evangelização

A Vocação de Catequista na Iniciação à Vida Cristã


“Quem é o catequista? É aquele que guarda e alimenta a memória de Deus; guarda-a em si mesmo e sabe despertá-la nos outros. É belo isto: fazer memória de Deus”.




A inspiração catecumenal restaurada pelo Concílio Vaticano II retoma a ênfase na dimensão comunitária da fé. Na comunidade, as pessoas eram acolhidas, ouvidas em suas necessidades e acompanhadas durante o itinerário de sua formação na fé em Cristo. “Eram assíduos em escutar o ensinamento dos apóstolos, na solidariedade, na fração do pão e nas orações” (At 2,4). Assim, a comunidade era entendida como a primeira catequista.

Ao longo do tempo, por várias razões eclesiológicas e pastorais, a comunidade (lugar dos membros iniciados nos sacramentos) perdeu sua vocação genuína de lugar de educação da fé. O aumento do número de batizados, a expansão do cristianismo nos países vizinhos e a descoberta do Novo Mundo, fizeram a comunidade cristã crescer em escala mundial.


Durante a expansão da fé cristã, a Igreja reconhece a importância significativa do catequista, enquanto pessoa que dá testemunho do seguimento de Jesus Cristo e coloca-se à disposição para acompanhar a caminhada de educação da fé dos membros da comunidade, motivando para a adesão convicta à proposta do Evangelho.

A educação da fé diante de novos desafios
Hoje, no contexto da Iniciação à Vida Cristã de inspiração catecumenal, a educação da fé encontra-se diante de novos desafios e pede posturas diferentes dos educadores da fé. Desta forma, como identificar a vocação de catequista que responda à urgência da ação evangelizadora? Como podemos crescer juntos na educação da fé de adultos, jovens, adolescentes e crianças?

A inspiração para nossas respostas pode partir da declaração do papa Francisco, por ocasião do Ano da Fé, durante a Jornada dos Catequistas, quando afirmou: “Quem é o catequista? É aquele que guarda e alimenta a memória de Deus; guarda-a em si mesmo e sabe despertá-la nos outros. É belo isto: fazer memória de Deus”.

À luz da Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, podemos entender que a educação da fé na inspiração catecumenal dá-se por meio de uma catequese querigmática e mistagógica. Eis aí uma chave de leitura para compreendermos a vocação de catequista no contexto da iniciação à vida cristã de inspiração catecumenal.

Catequista que faz memória de Deus

A fé é fruto de memória, de recordações de fatos e vivências que ficaram marcadas pela experiência com Deus. O Documento Catequese Renovada segue explicando: “O catequista dedica-se de modo específico ao serviço da Palavra, tornando-se porta-voz da experiência cristã de toda a comunidade. O catequista é, de certo modo, o intérprete da Igreja junto os catequizandos. Ele lê e ensina a ler os sinais da fé” (CR 145).

Fazer memória e educar a fé é ajudar a identificar, na correria dos tempos atuais, os lugares, os momentos e as iniciativas de Deus que continuam a visitar cada pessoa, despertando-as para a experiência de fé.

Catequista que vive o querigma

O querigma é o anúncio do Mistério Pascal, conteúdo central da fé: Jesus Cristo, filho de Deus, viveu entre os homens e mulheres de seu tempo, padeceu, morreu e ressuscitou (cf. At 10,37-43).

Ser catequista tendo o querigma como conteúdo central da fé significa: anunciar o amor livre e salvífico de Deus; acolher a pessoa e sua liberdade de escolha pela fé; propor a vida e a mensagem do Evangelho antes de qualquer pregação doutrinal ou obrigação moral; abrir-se à proximidade e ao diálogo; e compreender-se como instrumento da paciência de Deus que não condena, mas quer a misericórdia (cf. EG 165).

Catequista mistagogo

A inspiração catecumenal depende em qualidade da experiência mistagógica. Isto é, da experiência com o mistério divino, com aquele amor que se antecipa, que acolhe a humanidade em todas as fragilidades. O catequista mistagogo compreende que cada pessoa cresce progressivamente na experiência divina e valoriza os sinais e símbolos litúrgicos da iniciação cristã (cf. EG 166).

A vocação de catequista mistagogo não se aprende em livros, cursos e teorias. O catequista mistagogo deixa-se configurar pelo Mistério Pascal e faz da própria vida um percurso de experiência e testemunho deste mistério. Ou seja, a vida cotidiana é o lugar de manifestação da fé, onde é possível contemplar o mistério divino e transformar as realidades para que este mesmo mistério seja vivido por seus interlocutores.

Como mencionamos acima, a Igreja é rica em sua história, em suas iniciativas e em suas metodologias eclesiais, conforme a necessidade de cada época. O contexto atual, derivado da renovação conciliar, exige dos formadores de catequistas e das pessoas que estão no exercício das coordenações uma postura de curiosidade e coragem. Curiosidade para aprender, para deixar-se envolver pelo novo, pela mística catecumenal. E coragem para inovar, para ressignificar as estruturas e os métodos.

A formação de catequistas

Para contribuir com a formação de catequistas nesta primavera da inspiração catecumenal, dispomos de diversas produções literárias, dos conceitos e orientações da Doutrina e da interação entre Liturgia e Catequese. Além disso, a formação de catequistas depende em muito do apoio e da integração das lideranças e agentes de pastoral de nossas comunidades.

Concluindo, algumas exigências podem ser apontadas para a animação da vocação de catequista no contexto da inspiração catecumenal. A primeira delas é dar lugar à alegria que brota do Evangelho. Alegrar-se com a presença de Deus que nos visita em Jesus de Nazaré. Isto significa: centralidade da Palavra de Deus na catequese. Em segundo lugar, a exigência dos pequenos grupos, onde a sensibilidade e o afeto dão novo sabor à liturgia (momento de fazer memória em comunidade). E ainda, a exigência da martyria, que significa a prática da caridade, dedicando a vida aos menos favorecidos, às pessoas com menos oportunidades e às realidades que precisam da novidade da ressurreição. É a vivência da caridade que deixa as marcas da fé confessada.

Somos catequistas do novo dia, da vida nova!

Ariél Philippi Machado é Teólogo e Especialista em Catequese – Iniciação à Vida Cristã

*Texto publicado originalmente no site Catequese do Brasil, revisado pelo autor para a publicação no site Catequistas Brasil.

Fonte: site do catequista 

27 janeiro, 2020

Dom Vicente de Paula Ferreira: 'É urgente que se pense em caminhos alternativos'


Bispo que assumiu a missão de levar amparo e esperança às vítimas do rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão conta ao EM o que viu e como a tarefa mudou sua vida.


Ao se ver no núcleo da maior tragédia humanitária e ambiental mineira, o líder religioso teve dúvidas, se questionou, temeu não ser capaz, mas tomou uma decisão corajosa que mudaria a sua vida e a de seu rebanho. Em meio à devastação e ao sofrimento causados pelo rompimento da Barragem B1 da Mina Córrego do Feijão, da Vale, em Brumadinho, o bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte dom Vicente de Paula Ferreira se mudou para o município, e desde então passa dias incomunicável, percorrendo as comunidades atingidas mais carentes e isoladas do Vale do Rio Paraopeba para levar auxílio humanitário, psíquico, social, espiritual e esperança.“Não fui preparado para lidar com um rompimento de barragem. Quanto mais nessa extensão. Comecei a questionar os valores da vida. Por que têm de acontecer coisas assim tão brutais? Por que deixaram acontecer uma tragédia dessas? É raro o dia em que não choro pela situação de Brumadinho”, desabafa o religioso, que aos 49 anos é bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte e responsável pela Região de Nossa Senhora do Rosário, com 150 comunidades, incluindo Brumadinho.

Em meio a essa demanda da vocação e às vésperas de um ano da catástrofe que matou 270 pessoas, incluindo duas gestantes, ele concedeu entrevista ao Estado de Minas num de seus raros retornos a Belo Horizonte.

Leia a entrevista aqui

Paul Krugman: “Estou disposto a pagar mais impostos para ter uma sociedade mais saudável”


Prêmio Nobel de 2008, o economista americano lamenta em entrevista ao EL PAÍS que, diante de um novo “buraco” econômico, “os amortecedores do carro já foram usados”.

Leia a entrevista aqui

24 janeiro, 2020

A Igreja continua escondendo o segredo de Madalena


“Estreita relação sentimental e espiritual entre Jesus e Madalena”

A Igreja precisa rever suas origens para eliminar o lastro de machismo para voltar a ser o que foi em seus primórdios: a Igreja de Madalena, mais que a de Paulo, menos autoritária e masculina.

O (...) filme Maria Madalena, de Garth Davis, mesmo prescindindo do seu valor cinematográfico, serviu para recordar que a Igreja Católica continua mantendo o segredo sobre a figura da mulher mais citada nos evangelhos, mais inclusive que a mãe de Jesus. Foram necessários 1.400 anos para que Roma acabasse aceitando que Maria Madalena não foi nem prostituta nem endemoniada. E se tivesse sido a mulher de Jesus? E se não tivesse sido nem sequer judia, e sim seguidora da filosofia gnóstica? E se tivesse sido a fundadora do primeiro cristianismo? O medo da Igreja de ressuscitar a identidade e importância de Madalena em sua fundação é compreensível, já que isso significaria revisar a história desde a suas origens, assim como a teologia da sexualidade e o papel da mulher na hierarquia do catolicismo, onde continua relegada a um segundo plano. Teria algum sentido o celibato obrigatório se até Jesus era casado?

É compreensível o susto que a Igreja levou quando, em 1945, foram descobertos em Nag Hammadi, no Egito, um punhado de manuscritos de evangelhos gnósticos do século IV que tinham desaparecido porque a Igreja os destruíra ao considerá-los apócrifos. Neles fica clara, por exemplo, a estreita relação sentimental e espiritual entre Jesus e Madalena. Tão íntima que incomodava os apóstolos homens. Pedro chega a se zangar e pergunta ao mestre por que lhes oculta “segredos que só a ela revela”. E sentencia: “Que Maria saia de entre nós, porque as mulheres não são dignas da vida”.

Aqueles manuscritos gnósticos impressionaram tanto o psicanalista Carl Jung que ele se empenhou até conseguir comprar um deles. Que Jesus e Madalena fossem conhecedores das doutrinas gnósticas e as discutissem entre si é algo revelado num desses manuscritos, quando se diz que Jesus “a beijava na boca”. Não se tratava, entretanto, só de um gesto de afeto. Beijar-se na boca era, para os gnósticos, a forma de transmitir sabedoria.

Hoje sabemos que na aurora do cristianismo houve o choque entre duas teologias, a dos gnósticos, protagonizada pelo grupo de Maria Madalena, e a do apóstolo forasteiro, Paulo de Tarso. Na teologia gnóstica não se fazia distinção hierárquica entre homem e mulher, e se ensinava que o mal não é fruto do pecado original, como continua defendendo a Igreja de hoje, mas sim da ignorância. O que salva para os gnósticos é a sabedoria.

O medo da Igreja de ressuscitar a identidade e importância de Madalena em sua fundação é compreensível, já que isso significaria revisar a história desde a suas origens
Se tivesse triunfado a corrente gnóstica, que apoiavam não poucos dos primeiros bispos, a Igreja hoje seria totalmente diferente, já que nela a mulher teria o papel fundamental que teve no primeiro século depois da morte de Jesus. A teologia misógina de Paulo e a contaminação com o poder romano fizeram com que a mulher acabasse marginalizada dentro do cristianismo.

Não é preciso, entretanto, ir aos evangelhos gnósticos para demonstrar a liderança de Madalena já durante a vida de Jesus e depois da sua morte. Basta uma análise hermenêutica dos quatro evangelhos oficiais da Igreja para constatar como Jesus, contra toda a tradição judia, tinha escolhido uma mulher como a depositária da sua mensagem. Madalena aparece, de fato, nos quatro evangelhos canônicos como sua confidente, e ela está consciente da sua relação especial com o profeta.

O momento-chave que revela a importância de Madalena para Jesus é o da cena da crucificação e ressurreição. É narrada pelos quatro evangelistas, mas o que oferece detalhes que só ela podia conhecer é o Evangelho de João, considerado, curiosamente, o mais gnóstico e do qual se chegou a pensar que poderia ter sido escrito por Madalena.

Aparecem nesse quarto evangelho, por exemplo, detalhes como que Maria Madalena foi ao local da crucificação “na alvorada” e que “ainda estava escuro”. “Jesus”, chama ela, demonstrando intimidade, e o abraça e o chama pelo nome carinhoso de Rabbuni, que em hebraico quer dizer “meu bom mestre”. Jesus aparece a ela antes que aos apóstolos homens e antes que à sua própria mãe. Tomás de Aquino, doutor da Igreja, torturava-se por não entender que Jesus aparecesse a Madalena, uma mulher, e não a Pedro, considerado o cabeça dos apóstolos. Ainda mais que na época as mulheres não eram nem levadas em conta nos processos judiciais.

Lembro que o Nobel de Literatura, ateu, José Saramago, depois da leitura do meu livro Madalena: o Último Tabu do Cristianismo, traduzido no Brasil pela editora Objetiva, comentou com sua mulher, Pilar, que o aparecimento de Jesus a Madalena antes que a qualquer outra pessoa era a prova de que ela era sua mulher. “Se eu, depois de morrer, pudesse ressuscitar, é evidente que apareceria para você antes do que para qualquer um”, disse-lhe, meio de brincadeira, meio sério.

A Igreja, como em parte está fazendo o papa Francisco, precisa rever suas origens para eliminar o lastro de machismo com o qual foi contaminada, para voltar a ser o que foi em seus primórdios: a Igreja de Madalena
A Igreja, como em parte está fazendo o papa Francisco, precisa rever suas origens para eliminar o lastro de machismo com o qual foi contaminada, para voltar a ser o que foi em seus primórdios: a Igreja de Madalena, mais que a de Paulo, menos autoritária e masculina, em que a mulher tinha um papel institucional do qual foi sendo despojada até que se transformasse numa Igreja de homens com medo da mulher.

Os gnósticos, mais que a teologia de Paulo, do pecado e da cruz, davam grande importância ao conhecimento intuitivo e à poesia, à força da sabedoria. Uma força poética que pode ser apreciada no lindo poema que aparece no livro gnóstico O Trovão: a Mente Perfeita, que curiosamente evoca o começo do evangelho de João:

Porque sou a primeira e a última

Eu sou a honrada e a rejeitada.

Eu sou a prostituta e a sagrada.

Eu sou a esposa e a virgem. [...]

Eu sou a estéril,

e muitos são os filhos dela. [...]

Sou o silêncio que é incompreensível. [...]

Sou a pronúncia do meu nome.

Em seguida a Igreja acabou adquirindo o medo da sexualidade, o desprezo pela mulher, o pecado, a cruz e o inferno. Quando visitei pela primeira vez em Roma algumas catacumbas cristãs, me chocou observar que nas primeiras pinturas que conhecemos do cristianismo primitivo, do final do século II, não aparece nem uma vez Jesus crucificado. O cristianismo de Madalena não gostava do símbolo da cruz. As figuras representavam Jesus como o bom pastor ou jantando com seus apóstolos. Em algumas figuras, mostradas apenas a especialistas bíblicos, já aparecem mulheres vestidas de bispas.

Aquela igreja da alegria, da fraternidade, da ternura, do perdão e da esperança, sem distinção entre homens e mulheres, pobres e ricos, ainda está à espera de uma nova ressurreição cristã. O papa Francisco acaba de chamar Madalena de “a apóstolo dos apóstolos”. Será o primeiro gesto de reconhecimento do primeiro cristianismo feminino?

Fonte: O comentário é de Juan Arias, jornalista, publicado por El País, 26-03-2018.

Íntegra da mensagem do Papa para o Dia Mundial das Comunicações - 2020

“para não nos perdermos, precisamos respirar a verdade das histórias boas: histórias que edifiquem, e não as que destroem.”

Foi divulgada, nesta sexta-feira (24/01), a mensagem do Papa Francisco para o 54° Dia Mundial das Comunicações Sociais. A seguir, o texto na íntegra.



Mensagem do Papa Francisco para o LIV Dia Mundial das Comunicações Sociais

« “Para que possas contar e fixar na memória” (Ex 10, 2).

A vida faz-se história »

Desejo dedicar a Mensagem deste ano ao tema da narração, pois, para não nos perdermos, penso que precisamos de respirar a verdade das histórias boas: histórias que edifiquem, e não as que destruam; histórias que ajudem a reencontrar as raízes e a força para prosseguirmos juntos. Na confusão das vozes e mensagens que nos rodeiam, temos necessidade duma narração humana, que nos fale de nós mesmos e da beleza que nos habita; uma narração que saiba olhar o mundo e os acontecimentos com ternura, conte a nossa participação num tecido vivo, revele o entrançado dos fios pelos quais estamos ligados uns aos outros.

1. Tecer histórias

O homem é um ente narrador. Desde pequenos, temos fome de histórias, como a temos de alimento. Sejam elas em forma de fábula, romance, filme, canção, ou simples notícia, influenciam a nossa vida, mesmo sem termos consciência disso. Muitas vezes, decidimos aquilo que é justo ou errado com base nos personagens e histórias assimiladas. As narrativas marcam-nos, plasmam as nossas convicções e comportamentos, podem ajudar-nos a compreender e dizer quem somos.

O homem não só é o único ser que precisa de vestuário para cobrir a própria vulnerabilidade (cf. Gn 3, 21), mas também o único que tem necessidade de narrar-se a si mesmo, «revestir-se» de histórias para guardar a própria vida. Não tecemos apenas roupa, mas também histórias: de facto, servimo-nos da capacidade humana de «tecer» quer para os tecidos, quer para os textos. As histórias de todos os tempos têm um «tear» comum: a estrutura prevê «heróis» – mesmo do dia-a-dia – que, para encalçar um sonho, enfrentam situações difíceis, combatem o mal movidos por uma força que os torna corajosos, a força do amor. Mergulhando dentro das histórias, podemos voltar a encontrar razões heroicas para enfrentar os desafios da vida.

O homem é um ente narrador, porque em devir: descobre-se e enriquece-se com as tramas dos seus dias. Mas, desde o início, a nossa narração está ameaçada: na história, serpeja o mal.

2. Nem todas as histórias são boas

«Se comeres, tornar-te-ás como Deus» (cf. Gn 3, 4): esta tentação da serpente introduz, na trama da história, um nó difícil de desfazer. «Se possuíres…, tornar-te-ás…, conseguirás…»: sussurra ainda hoje a quem se fia do chamado «mentiroso» (cf. Jo 9, 44), para atingir os seus fins. Quantas histórias nos narcotizam, convencendo-nos de que, para ser felizes, precisamos continuamente de ter, possuir, consumir. Quase não nos damos conta de quão ávidos nos tornamos de bisbilhotices e intrigas, de quanta violência e falsidade consumimos. Frequentemente, nos «teares» da comunicação, em vez de narrações construtivas, que solidificam os laços sociais e o tecido cultural, produzem-se histórias devastadoras e provocatórias, que corroem e rompem os fios frágeis da convivência. Quando se misturam informações não verificadas, repetem discursos banais e falsamente persuasivos, percutem com proclamações de ódio, está-se, não a tecer a história humana, mas a despojar o homem da sua dignidade.

Mas, enquanto as histórias utilizadas para proveito próprio ou ao serviço do poder têm vida curta, uma história boa é capaz de transpor os confins do espaço e do tempo: à distância de séculos, permanece atual, porque nutre a vida.

Numa época em que se revela cada vez mais sofisticada a falsificação, atingindo níveis exponenciais (o deepfake), precisamos de sapiência para patrocinar e criar narrações belas, verdadeiras e boas. Necessitamos de coragem para rejeitar as falsas e depravadas. Ocorre paciência e discernimento para descobrirmos histórias que nos ajudem a não perder o fio, no meio das inúmeras lacerações de hoje; histórias que tragam à luz a verdade daquilo que somos, mesmo na heroicidade oculta do dia a dia.

3. A História das histórias

A Sagrada Escritura é uma História de histórias. Quantas vicissitudes, povos, pessoas nos apresenta! Desde o início, mostra-nos um Deus que é simultaneamente criador e narrador: de facto, pronuncia a sua Palavra e as coisas existem (cf. Gn 1). Deus, através deste seu narrar, chama à vida as coisas e, no apogeu, cria o homem e a mulher como seus livres interlocutores, geradores de história juntamente com Ele. Temos um Salmo onde a criatura se conta ao Criador: «Tu modelaste as entranhas do meu ser e teceste-me no seio de minha mãe. Dou-Te graças por me teres feito uma maravilha estupenda (…). Quando os meus ossos estavam a ser formados, e eu, em segredo, me desenvolvia, recamado nas profundezas da terra, nada disso Te era oculto» (Sal 139/138, 13-15). Não nascemos perfeitos, mas necessitamos de ser constantemente «tecidos» e «recamados». A vida foi-nos dada como convite a continuar a tecer a «maravilha estupenda» que somos.

Neste sentido, a Bíblia é a grande história de amor entre Deus e a humanidade. No centro, está Jesus: a sua história leva à perfeição o amor de Deus pelo homem e, ao mesmo tempo, a história de amor do homem por Deus. Assim, o homem será chamado, de geração em geração, a contar e fixar na memória os episódios mais significativos desta História de histórias: os episódios capazes de comunicar o sentido daquilo que aconteceu.

O título desta Mensagem é tirado do livro do Êxodo, narrativa bíblica fundamental que nos faz ver Deus a intervir na história do seu povo. Com efeito, quando os filhos de Israel, escravizados, clamam por Ele, Deus ouve e recorda-Se: «Deus recordou-Se da sua aliança com Abraão, Isaac e Jacob. Deus viu os filhos de Israel e reconheceu-os» (Ex 2, 24-25). Da memória de Deus brota a libertação da opressão, que se verifica através de sinais e prodígios. E aqui o Senhor dá a Moisés o sentido de todos estes sinais: «Para que possas contar e fixar na memória do teu filho e do filho do teu filho (…) os meus sinais que Eu realizei no meio deles. E vós conhecereis que Eu sou o Senhor» (Ex 10, 2). A experiência do Êxodo ensina-nos que o conhecimento de Deus se transmite sobretudo contando, de geração em geração, como Ele continua a tornar-Se presente. O Deus da vida comunica-Se, narrando a vida.

O próprio Jesus falava de Deus, não com discursos abstratos, mas com as parábolas, breves narrativas tiradas da vida de todos os dias. Aqui a vida faz-se história e depois, para o ouvinte, a história faz-se vida: tal narração entra na vida de quem a escuta e transforma-a.

Também os Evangelhos – não por acaso – são narrações. Enquanto nos informam acerca de Jesus, «performam-nos»[1] à imagem de Jesus, configuram-nos a Ele: o Evangelho pede ao leitor que participe da mesma fé para partilhar da mesma vida. O Evangelho de João diz-nos que o Narrador por excelência – o Verbo, a Palavra – fez-Se narração: «O Filho unigénito, que é Deus e está no seio do Pai, foi Ele quem O contou» (1, 18). Usei o termo «contou», porque o original exeghésato tanto se pode traduzir «revelou» como «contou». Deus teceu-Se pessoalmente com a nossa humanidade, dando-nos assim uma nova maneira de tecer as nossas histórias.

4. Uma história que se renova

A história de Cristo não é um património do passado; é a nossa história, sempre atual. Mostra-nos que Deus tomou a peito o homem, a nossa carne, a nossa história, a ponto de Se fazer homem, carne e história. E diz-nos também que não existem histórias humanas insignificantes ou pequenas. Depois que Deus Se fez história, toda a história humana é, de certo modo, história divina. Na história de cada homem, o Pai revê a história do seu Filho descido à terra. Cada história humana tem uma dignidade incancelável. Por isso, a humanidade merece narrações que estejam à sua altura, àquela altura vertiginosa e fascinante a que Jesus a elevou.

Vós «sois uma carta de Cristo – escrevia São Paulo aos Coríntios –, confiada ao nosso ministério, escrita, não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo; não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne que são os vossos corações» (2 Cor 3, 3). O Espírito Santo, o amor de Deus, escreve em nós. E, escrevendo dentro de nós, fixa em nós o bem, recorda-no-lo. De facto, re-cordar significa levar ao coração, «escrever» no coração. Por obra do Espírito Santo, cada história, mesmo a mais esquecida, mesmo aquela que parece escrita em linhas mais tortas, pode tornar-se inspirada, pode renascer como obra-prima, tornando-se um apêndice de Evangelho. Assim as Confissões de Agostinho, o Relato do Peregrino de Inácio, a História de uma alma de Teresinha do Menino Jesus, os Noivos prometidos (Promessi sposi) de Alexandre Manzoni, os Irmãos Karamazov de Fiódor Dostoevskij… e inumeráveis outras histórias, que têm representado admiravelmente o encontro entre a liberdade de Deus e a do homem. Cada um de nós conhece várias histórias que perfumam de Evangelho: testemunham o Amor que transforma a vida. Estas histórias pedem para ser partilhadas, contadas, feitas viver em todos os tempos, com todas as linguagens, por todos os meios.

5. Uma história que nos renova

Em cada grande história, entra em jogo a nossa história. Ao mesmo tempo que lemos a Escritura, as histórias dos Santos e outros textos que souberam ler a alma do homem e trazer à luz a sua beleza, o Espírito Santo fica livre para escrever no nosso coração, renovando em nós a memória daquilo que somos aos olhos de Deus. Quando fazemos memória do amor que nos criou e salvou, quando metemos amor nas nossas histórias diárias, quando tecemos de misericórdia as tramas dos nossos dias, nesse momento estamos a mudar de página. Já não ficamos atados a lamentos e tristezas, ligados a uma memória doente que nos aprisiona o coração, mas, abrindo-nos aos outros, abrimo-nos à própria visão do Narrador. Nunca é inútil narrar a Deus a nossa história: ainda que permaneça inalterada a crónica dos factos, mudam o sentido e a perspetiva. Narrarmo-nos ao Senhor é entrar no seu olhar de amor compassivo por nós e pelos outros. A Ele podemos narrar as histórias que vivemos, levar as pessoas, confiar situações. Com Ele, podemos recompor o tecido da vida, cozendo as ruturas e os rasgões. Quanto nós, todos, precisamos disso!

Com o olhar do Narrador – o único que tem o ponto de vista final –, aproximamo-nos depois dos protagonistas, dos nossos irmãos e irmãs, atores juntamente connosco da história de hoje. Sim, porque ninguém é mero figurante no palco do mundo; a história de cada um está aberta a possibilidades de mudança. Mesmo quando narramos o mal, podemos aprender a deixar o espaço à redenção; podemos reconhecer, no meio do mal, também o dinamismo do bem e dar-lhe espaço.

Por isso, não se trata de seguir as lógicas do «mentiroso», nem de fazer ou fazer-se publicidade, mas de fazer memória daquilo que somos aos olhos de Deus, testemunhar aquilo que o Espírito escreve nos corações, revelar a cada um que a sua história contém maravilhas estupendas. Para o conseguirmos fazer, confiemo-nos a uma Mulher que teceu a humanidade de Deus no seio e – diz o Evangelho – teceu conjuntamente tudo o que Lhe acontecia. De facto, a Virgem Maria tudo guardou, meditando-o no seu coração (cf. Lc 2, 19). Peçamos-Lhe ajuda a Ela, que soube desatar os nós da vida com a força suave do amor:

Ó Maria, mulher e mãe, Vós tecestes no seio a Palavra divina, Vós narrastes com a vossa vida as magníficas obras de Deus. Ouvi as nossas histórias, guardai-as no vosso coração e fazei vossas também as histórias que ninguém quer escutar. Ensinai-nos a reconhecer o fio bom que guia a história. Olhai o cúmulo de nós em que se emaranhou a nossa vida, paralisando a nossa memória. Pelas vossas mãos delicadas, todos os nós podem ser desatados. Mulher do Espírito, Mãe da confiança, inspirai-nos também a nós. Ajudai-nos a construir histórias de paz, histórias de futuro. E indicai-nos o caminho para as percorrermos juntos.

Roma, em São João de Latrão, na Memória de São Francisco de Sales, 24 de janeiro de 2020.

[Franciscus]

23 janeiro, 2020

Desigualdade


Livro: A vovó virou bebê


Livro para criança sobre a doença de Alzheimer

Sinopse:

Sofia é uma menina de sete anos. Ela mora com os pais em uma vila e é praticamente vizinha de sua avó Dorinha, com quem gosta de passar bastante tempo. Mas um dia a vovó Dorinha começa a agir de maneira muito esquisita. Ela abotoa a blusa errado, esquece das coisas que estava fazendo e chega a precisar de uma babá. A vovó Dorinha tem Alzheimer, uma doença de causa e cura desconhecidas.

Como muitos familiares que passam por essa situação, Sofia fica cheia de medos e dúvidas. Mas, com a ajuda da mãe, a menina aprende mais sobre a doença e descobre que os melhores remédios são paciência, amor e carinho.


Título: A vovó virou bebê
Autora: Renata Paiva
Ilustradora: Ionit Zilberman
Editora: Panda Books
Nº de pág: 56

Os 6 princípios da mística de Casaldáliga


Os comentários – cautelosos ou apocalípticos ou clarividentes - acerca da conjuntura, proliferam, nestes dias, nos meios de comunicação.

Não vou repetir “o óbvio ululante”. O problema está em saber ler a conjuntura à luz dos sinais dos tempos, descobrindo causas, interesses, “efeitos colaterais”, jogos de vida ou morte para a família humana.



A obra de Pedro Casaldáliga

Nesta hora kairós de mundialização e de maturidade de consciência, que é simultaneamente uma hora nefasta de novas prepotências, de macroditaduras, de fundamentalismos e de radicalizações, se impõe para nós, como um dom e como uma conquista, o diálogo, interpessoal, intercultural, ecuménico e macroecuménico.

Um diálogo de pensamentos, de palavras e de corações.

Não a simples tolerância, que se parece demais com a guerra fria, mas a convivência cálida, a acolhida, a complementariedade.



Esses processos de mudança, que são sonho e missão, reclamam de todos nós, cristãos ou não, uma forte espiritualidade, uma mística de vida.

Cada qual a viverá segundo a respectiva fé, porém sem essa espiritualidade não se faz caminho.

Pensando nisso, e a raíz do retiro espiritual que celebramos todos os anos a equipe pastoral da Prelazia à beira do Araguaia, naquele morro acolhedor de Santa Terezinha, eu resumia assim essa espiritualidade, tão nova e tão antiga, como sendo espiritualidade de:

1. Contemplação confiada
Abrindo-se mais gratuitamente ao Deus Abbá, que é, por autodefinição suprema, misericórdia, amor.

Uma contemplação mais necessária do que nunca nestes tempos de eficiências imediatas e de visibilidades.

Confiada, digo, porque tenho a impressão de que volta – o quiçá nunca foi embora- a religião do medo, do castigo, da prosperidade ou do fracasso, segundo como a gente se haver com Deus. Falta-nos, pois, confiança filial, infância evangêlica, a descontraida liberdade dos pequenos do Reino.

2. Coerência testemunhante
Tem-se repetido até a saciedade que vivemos na civilização da imagem, que o mundo quer “ver”.

O testemunho foi sempre uma espécie de definição do ser cristão. “Vocês serão minhas testemunhas”, dizia Ele por toda recomendação, por todo testamento.

E esse testemunho, hoje mais do que nunca, quando tudo se vê e tudo se sabe, tem de ser coerente, sem fisuras, na vida pessoal e na gestão estrutural da Igreja (que poderá ser a Igreja Católica ou uma Igreja Evangélica, o Vaticano, uma diocese, uma congregação religiosa, uma comunidade).

Veracidade e transparência pede o mundo, tão submetido à mentira e à corrupção.

3. Convivência fraterno-sororal
A isso se reduz o mandamento novo. Este é o desafio maior e o mais cotidiano para as pessoas, para as comunidades, para os povos.

Conviver, não coexistir apenas; conviver carinhosamente em fraternura e sororidade; não apenas em tolerância mútua. Ajudar a tornar a vida agradável.

Ser “sal da terra” deve significar isso também.

4. Acolhida gratuita e serviçal
Capacidade de encontro e de diaconia. Não somente descer do burro e atender o caído quando por casualidade a gente o encontrar à beira do caminho, mas se fazer encontradiço.

Acolher ás vezes somente com uma palavra ou com um sorriso, porém acolher sempre, gratuitamente. Fazer de todos os ministérios e de todas as profissões aquele serviço desinteressado e generoso que nos propunha aquele Senhor que não veio a ser servido mas a servir.

É mais facil celebrar uma eucaristia ritual que exercer um lava-pés engajado.

5. Compromisso profético
Continua a ser a hora, e talvez mais do que nunca, de se comprometer proféticamente contra o deus neoliberal da morte e da exclusão e em favor do Deus do Reino da Vida e da Libertação.

É preciso sugar da fé toda a sua força política.

Fazer da profecia uma espécie de hábito conatural -fruto específico do batismo para os cristãos e cristãs-, de denúncia, de anúncio, de consolação.

A caridade socio-política é a caridade mais estrutural. Vai às causas, não somente aos efeitos. Cuida a Vida. Transforma a História. Faz Reino.

6. Esperança pascal
Depois da “morte de Deus” e da “morte da Humanidade”, nesta posmodernidade facilmente sem sentido, e já no “final da história”, parece que a esperança não tem muito a fazer. Hoje, mais do que nunca, se impõe a esperança!. Ela é a virtude dos “depois de”.

“Contra toda esperança” (produtivista, consumista, imediatista, pasiva), esperamos.

Devemos proclamar humildemente, porém sem complexos, nossa esperança pascal e escatológica. E devemos torná-la crível aquí e agora. Porque esperamos, agimos. O tempo e a história são o espaço sacramental da esperança.

Pedro Casaldáliga, Carta Cirular de 2002.

Fonte: les causes de Casaldáliga - Associação Araguaia i ANSA

"Pastoral Carcerária promove formação em Maringá"


A Pastoral Carcerária da Arquidiocese de Maringá promoverá formação para agentes e interessados em conhecer os trabalhos da pastoral, no dia 15 de fevereiro, das 8h às 12h.

A formação será no centro pastoral da paróquia Santa Maria Goretti. Outras informações com a coordenadora arquidiocesana, Jordana Ebihara, no 044 999257633 ou jordanamartine@gmail.com

Fonte: Site da Arquidiocese de Maringá

22 janeiro, 2020

Bom humor, uma raridade



Bom humor, uma raridade

Bom humor, bom humor mesmo, pouco tem a ver com essa alegria que as pessoas julgam obrigatória nas intermináveis fotos do FB e redes semelhantes. E muito menos na ostentação de uma suposta felicidade, que hoje parece ser um dever coletivo. O bom humor, pelo menos um que seja mais duradouro, brota é de um certo olhar sobre nós mesmos, da capacidade de rir de nós mesmos, de uma espécie de desinflação psíquica. De fato, está passando da hora de reconhecermos que não somos tão bons quanto nos julgamos, nem tão inteligentes, nem tão perspicazes quanto gostamos de parecer. E nem nossos adversários são tão estúpidos, ignorantes ou passíveis de suspeição quando alardeamos. A linha que divide bons e maus existe, embora não seja tão nítida como desejamos.  E mais;  nenhum de nós está o tempo todo do lado bom. O mundo, o mundo real, não cabe inteiro nos nossos discursos por mais articulados que pareçam. Sobra sempre, ainda bem. O ódio que cultivamos, a indignação que esbravejamos, não poucas vezes, fala mais de nós mesmos e não tanto sobre os outros. Claro, não é o caso de defender nenhum indiferentismo e nem afirmar que todos os gatos são igualmente pardos. Não são, mas um bom humor desse tipo parece necessário se quisermos, de fato, retomar a conversação entre nós, sair de nossas ilhas, relaxar nossas defesas. Embora andemos esquecidos, fomos feitos, nós, os humanos, uns para os outros, para que nos eduquemos mutuamente. E não para essa raiva surda, cheia de certezas e, suspeito, desesperada, que tem marcado nosso cotidiano.  E lembrando Fernando Pessoa andamos precisando de um Esteves. Não um Esteves sem metafísica, que a metafísica tem lá seu encanto, mas um Esteves que nos tire do nosso endurecido mal humor. 

 Ricardo Fenati
Equipe do Centro Loyola

Papa: a hospitalidade é uma virtude ecumênica que exige disposição para ouvir os outros


Na Audiência Geral desta quarta-feira, Francisco abordou o tema da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos “Trataram-nos com gentileza”, partindo do Livro dos Atos dos Apóstolos que fala sobre a hospitalidade dos habitantes de Malta para com São Paulo e seus companheiros de viagem que naufragaram com ele. O mar que fez Paulo naufragar junto com seus companheiros é ainda “um lugar perigoso para a vida de seus navegantes”. "Homens e mulheres migrantes enfrentam viagens arriscadas para fugir da violência, da guerra e da pobreza."

A catequese da Audiência Geral do Papa Francisco, nesta quarta-feira (22/01), realizada na Sala Paulo VI, foi dedicada ao tema da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos “Trataram-nos com gentileza” (At 28,2).


Francisco sublinhou que o tema deste ano é o da hospitalidade e foi desenvolvido pelas Igrejas cristãs de Malta e Gozo, a partir da passagem do Livro dos Atos dos Apóstolos que fala sobre a hospitalidade dos habitantes de Malta para com São Paulo e seus companheiros de viagem que naufragaram com ele.

O Papa iniciou, contando a experiência dramática desse naufrágio.

O navio em que Paulo viaja está à mercê dos elementos. Durante  catorze dias eles estão no mar, e como nem o sol e nem as estrelas são visíveis, os viajantes se sentem desorientados, perdidos. Abaixo deles, o mar bate violentamente contra o navio e eles temem que o navio se rompa por causa da força das ondas. Do alto eles são açoitados pelo vento e pela chuva. A força do mar e da tempestade é terrivelmente poderosa e indiferente ao destino dos navegantes: mais de 260 pessoas!

A hospitalidade comunica algo do amor de Deus

Porém, Paulo sabe que não é assim. A fé lhe diz que a sua vida está nas mãos de Deus que ressuscitou Jesus dentre os mortos e chamou o Apóstolo dos Gentios “para levar o Evangelho aos confins da terra. A sua fé também lhe diz que Deus, segundo o que Jesus revelou, é um Pai amoroso. Portanto, Paulo dirige-se a seus companheiros de viagem e, inspirado pela fé, anuncia a eles que Deus não permitirá que um fio de cabelo deles seja perdido”.

“Essa profecia se torna realidade quando o navio encalha na costa de Malta e todos os passageiros chegam sãos e salvos a terra firme. Ali, eles experimentam algo novo. Em contraste com a violência brutal do mar tempestuoso, eles recebem o testemunho da “humanidade rara” dos habitantes da ilha. Essas pessoas, desconhecidas, estão atentas às suas necessidades. Acendem uma fogueira para eles se aquecerem, lhes oferecem abrigo contra chuva e alimento. Mesmo que ainda não tenham recebido as Boa Nova de Cristo, manifestam o amor de Deus em atos concretos de bondade. De fato, a hospitalidade espontânea e os gestos de carinho comunicam algo do amor de Deus, e a hospitalidade dos malteses é recompensada pelos milagres de cura que Deus opera através de Paulo na ilha. Portanto, se o povo de Malta foi um sinal da providência de Deus para o apóstolo, ele também foi testemunha do amor misericordioso de Deus por ele.”

Hospitalidade, virtude ecumênica
A seguir, o Papa disse:

“Queridos, a hospitalidade é importante; é uma importante virtude ecumênica também. Primeiramente, significa reconhecer que outros cristãos são realmente nossos irmãos e irmãs em Cristo. Nós somos irmãos.”

"Alguém lhe dirá: "Mas esse é  protestante, aquele é ortodoxo ..." Sim, mas somos irmãos em Cristo. Não é um ato de generosidade numa só direção, porque quando hospedamos outros cristãos, os acolhemos como um presente que nos é dado. Como os malteses, bons malteses, somos recompensados, porque recebemos o que o Espírito Santo semeou em nossos irmãos e irmãs, e isso se torna um presente para nós também, porque o Espírito Santo semeia suas graças em todos os lugares.”

“Acolher os cristãos de outra tradição significa, primeiramente, mostrar o amor de Deus por eles, porque eles são filhos de Deus, nossos irmãos, e também significa acolher o que Deus realizou em suas vidas”, ressaltou Francisco.

“A hospitalidade ecumênica exige disposição para ouvir os outros, prestando atenção em suas histórias pessoais de fé e na história de sua comunidade, comunidade de fé com outra tradição diferente da nossa.”

"A hospitalidade ecumênica envolve o desejo de conhecer a experiência que outros cristãos têm de Deus e a expectativa de receber os dons espirituais que surgem. E isso é uma graça; descobrir isso é uma graça. Penso nos tempos passados, na minha terra, por exemplo. Quando alguns missionários evangélicos chegaram, um pequeno grupo de católicos foi queimar as tendas. Isso não. Não é cristão. Somos irmãos, somos todos irmãos e devemos ser hospitaleiros uns com os outros.”

Migrantes enfrentam viagens arriscadas para fugir da violência

Francisco disse ainda que hoje, o mar que fez Paulo naufragar junto com seus companheiros é ainda “um lugar perigoso para a vida de seus navegantes”.

“Em todo o mundo, homens e mulheres migrantes enfrentam viagens arriscadas para fugir da violência, da guerra e da pobreza. Como Paulo e seus companheiros, experimentam a indiferença, a hostilidade do deserto, dos rios, dos mares. Muitas vezes não deixam eles desembarcar nos portos. Infelizmente, às vezes eles também encontram a hostilidade pior dos homens. São explorados por traficantes criminosos. Hoje! São tratados como números e como uma ameaça por alguns governantes. Hoje! Às vezes, a falta de hospitalidade os rejeita como uma onda em direção à pobreza ou aos perigos dos quais fugiram.”

Francisco concluiu sua catequese, dizendo que nós cristãos devemos trabalhar juntos para mostrar aos migrantes o amor de Deus revelado em Jesus Cristo. “Podemos e devemos testemunhar que não há somente hostilidade e indiferença, mas que cada pessoa é preciosa para Deus e amada por Ele. Trabalhar juntos para viver a hospitalidade ecumênica, tornará todos os cristãos, protestantes, ortodoxos, católicos, todos os cristãos, seres humanos melhores, discípulos melhores e um povo cristão mais unido.”

A Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, no Hemisfério Norte, teve início no último dia 18 e prossegue até o próximo dia 25. No Brasil, é celebrada entre Ascensão e Pentecostes.

Fonte: Vatican News - Mariangela Jaguraba - Cidade do Vaticano