20 dezembro, 2013

Brasileiros perdem o sono por causa do estresse do trabalho

Os brasileiros estão levando os efeitos negativos do trabalho para casa, segundo um levantamento inédito da empresa de espaços de trabalho Regus. Insônia e doenças relacionadas ao estresse são alguns dos principais problemas apontados por gestores do país no estudo.
Os profissionais do Brasil estão entre os que mais perdem o sono, segundo dados de mais de 20 mil pessoas, de 95 países. Por aqui, 44% dizem dormir mal devido a preocupações no trabalho, número bastante menor do que a média global de 34%, e o quarto maior do mundo, atrás da Coreia do Sul (55%), dos Emirados Árabes Unidos (52%) e da França (47%). Para o diretor regional da Regus para São Paulo, Otávio Cavalcanti, a insônia é consequência do estresse gerado pela preocupação com a economia, a rotina corrida das grandes cidades e o acúmulo de funções.
Confira aqui a reportagem de Letícia Arcoverde, publicada no jornal Valor, 19-12-2013.

O materialismo do Papai Noel e a sacralidade do Menino Jesus

Leonardo Boff, teólogo, filósofo e escritor,  revela a cartinha do Menino Jesus, "encontrada debaixo da porta das casas e especialmente dos casebres dos morros da cidade, chamadas de favelas", para as crianças. Confira aqui o artigo

Todo João do Brasil

Divido o meu tempo como parlamentar entre as audiências e sessões em Brasília e as visitas aos municípios do Paraná. Não vejo sentido na política, se ela não for exercida no meio do povo. Numa das minhas andanças pelo interior, conheci João, um garotinho de 10 anos com um brilho no olhar inconfundível, filho de um casal de pequenos agricultores, que mora em Santo Antônio do Sudoeste. João se tornou personagem da minha reflexão de hoje.

De 2003 para cá, durante a trajetória de vida do João, muita coisa aconteceu. Lula tomou posse e foi reeleito, Dilma foi eleita a primeira mulher presidente do país, os programas federais passaram a valorizar as classes econômicas menos favorecidas, a economia cresceu, a inflação permaneceu controlada e o Brasil passou a ser reconhecido como grande potência no mundo todo.

Com seus poucos 10 anos de existência, João não teve tempo para perceber o quanto a vida melhorou na última década. A sua família, sim! O financiamento para aumentar a produção, que antes – mesmo com juros muito altos dos bancos não era possível acessar, agora seus pais utilizam com subsídio do Governo Federal, pelo Pronaf - Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar.

A irmã mais velha de João, que conheceu tempos bem mais difíceis que ele, está fazendo faculdade. Ela conseguiu bolsa do Prouni – Programa Universidade para Todos. Aliás, para João, acordar às 6 da manhã para estudar não é mais tão difícil como foi para a sua irmã no passado, porque o ônibus do programa Caminhos da Escola o deixa com segurança na porta do colégio.

As estradas que ele percorre todos os dias também estão melhores. A Prefeitura recebeu máquinas pelo programa do PAC 2 – Programa de Aceleração do Crescimento e tem mais condições para fazer a manutenção do acesso. Já chegaram ao município uma motoniveladora e uma retroescavadeira, e até ano que vem será entregue também um caminhão basculante. Segundo ele, com o novo ônibus amarelo, que não quebra mais na estrada nem nos dias de chuva, até parece que o percurso ficou mais curto até à educação.

Um caminho mais rápido para uma vida melhor também surgiu na vida de outros jovens da localidade, que participam do Pronatec, um programa de acesso ao ensino técnico e ao emprego, oferecido especialmente para aqueles brasileiros que já estão em evolução econômica e não querem mais ser dependentes do Bolsa Família. O mesmo acontece com outros estudantes que frequentam, na cidade vizinha, a poucos quilômetros dali, o Instituto Federal, com curso técnico superior gratuito.

Na visita aos municípios da região onde João mora, fico ainda mais surpreso com o ritmo das obras, que também presencio em centenas de outras cidades do Paraná. Além da construção de creches, que oferecem o ambiente adequado para que pais e mães possam trabalhar tranquilos com seus filhos bem cuidados; o programa Minha Casa Minha Vida aquece a economia e as atividades da construção civil, com a edificação de milhares de novas moradias, realizando o sonho da cada própria de muita gente.

Isso sem contar a reforma, ampliação e construção de novas unidades básicas de saúde e UPAS – Unidades de Pronto Atendimento, como parte do programa Mais Médicos, que cria a estrutura física necessária para a melhoria no atendimento e ainda leva profissionais para o interior do país. A comunidade em que o João vive, que nunca teve um profissional à disposição no posto de saúde, agora está comemorando porque irá receber médicos para atender no local, onde antes ninguém queria trabalhar.

É claro que ainda temos muitos problemas que precisam ser resolvidos. Tanto que, neste ano, João assistiu pela TV um grande movimento popular acontecer. Foi uma manifestação por mais saúde, educação, um grito da juventude por mais diálogo e participação. Com certeza, essa grande massa que foi às ruas, neste manifesto justo e legítimo, é beneficiária das transformações vividas nos últimos anos.

Talvez grande parte dessas pessoas não tenha consciência do que já melhorou, mas é natural que quem tem acesso a melhores oportunidades queira continuar o processo de evolução e deseje sempre mais crescimento pessoal, profissional e social.

Sobre os resultados positivos das ações do governo do PT e os seus índices de aprovação, prefiro me abster do modo cartesiano e apenas falar de gente. Os números ficam frios, mesmo que sejam muito altos, quando os exemplos de vida falam por si. Ainda assim, as críticas continuarão existindo como parte da democracia.

Com toda esta história, concluo que a ala dos pessimistas de plantão é frágil demais, se comparada à alegria de viver de João e de milhões de cidadãos como ele, que estão espalhados por todo o Brasil.

Zeca Dirceu - Deputado Federal PT/PR