05 dezembro, 2012

A Igreja precisa ser aquela que ama e é amada pelo povo

Diante do contexto socioeconômico, quantas pessoas nascem e se criam à margem de qualquer oportunidade de estudo e trabalho e, por conseqüência, sem horizontes mais amplos. No fundo, deparamo-nos com um modelo político e econômico que, impulsionado pelo motor do lucro e da acumulação de capital, abandona ao desdém e à própria sorte boa parcela do povo - a exclusão social - cresce o numero do povo sofrido.

É preciso formar lideranças; investir nas pessoas, simples ou não, escolarizada ou não que possam chegar até esse povo sofrido com palavras boas, de acolhida, de carinho e de esperança. Palavras capazes de curarem feridas e motivar para a vida, sem fantasiar ou fugir da realidade. Não se resolve nada fingindo que o problema não existe.

É preciso despertar nas lideranças o gosto para contar lindas histórias de amor, de luta, de entrega, de paz e solidariedade. Histórias essas vividas por Jesus e por tantas mulheres e homens, de ontem e de hoje, que derramaram e derramam seu sangue no campo e na cidade, resgatando o povo sofrido. A Igreja precisa reaprender a falar de Jesus crucificado nos pobres.

A Igreja precisa ser aquela que ama e é amada pelo povo, para tanto, se faz necessário reafirmar a opção pelos pobres, reafirmar como uma Samaritana a serviço da vida - “Viu, aproximou-se, sentiu compaixão e curou-lhe as feridas” (Lc 10, 33-34).  A participação leiga de forma ativa, criativa e responsável, dentro e fora da Igreja, é fundamental para a evangelização. Sua missão, própria e específica, se realiza no mundo de tal modo que, com seu testemunho e sua atividade, contribui para a transformação das realidades e para a criação de estruturas justas segundo os critérios do Evangelho (cf. DA, 2007, nl. 210, p.102).