31 janeiro, 2024

Que o "grito de dor" das vítimas, "toque os corações dos responsáveis pelas nações e suscite projetos de paz"

O Papa: tanta crueldade na guerra, o grito das vítimas civis suscite projetos de paz Francisco, no final da audiência geral, citou o Dia Nacional das Vítimas Civis de Guerra que é celebrado na Itália todo dia primeiro de fevereiro e, à memória dos que morreram nas duas guerras mundiais, uniu sua oração por aqueles que perdem a vida no Oriente Médio, na Ucrânia e em outras áreas do mundo: "Que o grito de dor deles toque os corações dos responsáveis pelas nações". O Pontífice denunciou a "crueldade" dos conflitos: "Peçamos a paz ao Senhor, que é sempre manso, nunca cruel"

Mulheres em lágrimas em Gaza, diante dos escombros causados por bombardeios (AFP)


Publicado por Vatican News, em 31/01/204

O Papa: tanta crueldade na guerra, o grito das vítimas civis suscite projetos de paz

O Papa: tanta crueldade na guerra, o grito das vítimas civis suscite projetos de paz Francisco, no final da audiência geral, citou o Dia Nacional das Vítimas Civis de Guerra que é celebrado na Itália todo dia primeiro de fevereiro e, à memória dos que morreram nas duas guerras mundiais, uniu sua oração por aqueles que perdem a vida no Oriente Médio, na Ucrânia e em outras áreas do mundo: "Que o grito de dor deles toque os corações dos responsáveis pelas nações". O Pontífice denunciou a "crueldade" dos conflitos: "Peçamos a paz ao Senhor, que é sempre manso, nunca cruel

Não há tempo, não há espaço, mas somente um longo rastro de sangue e de dor que une duas épocas: a das guerras mundiais e a atual dos conflitos "em pedaços" que dilaceram a humanidade. Francisco elevou aos céus uma recordação e uma oração por aqueles que morreram em batalha hoje e ontem, no final da audiência geral desta quarta-feira na Sala Paulo VI, quando - no momento das saudações em italiano - recordou o Dia Nacional das Vítimas Civis de Guerra que é celebrado na Itália todo dia primeiro de fevereiro.

À oração em memória daqueles que morreram nas duas guerras mundiais, associamos também os muitos – demasiados - civis, vítimas indefesas das guerras que infelizmente ainda mancham nosso planeta com sangue, como no Oriente Médio e na Ucrânia.

Pedimos paz ao Senhor, que não é cruel, mas manso

Notícias dramáticas que chegam nestas horas dos dois territórios em guerra: mais de dez civis mortos durante um bombardeio em uma casa em Deir al-Balah, no centro da Faixa de Gaza; ataques de drones, casas destruídas, civis feridos e mortos, em Karkhiv, Bakhmut e outros territórios ucranianos.

Que o "grito de dor" das vítimas, espera o Papa, "toque os corações dos responsáveis pelas nações e suscite projetos de paz". Pronunciando algumas palavras fora do texto previamente preparado, uma constatação amarga dos limites da desumanidade que a guerra sistematicamente rompe.

Quando se lêem histórias destes dias, na guerra, há tanta crueldade, tanta... Peçamos ao Senhor a paz que é sempre mansa, não cruel.

A recordação de Dom Bosco

Antes de conclui sua saudação aos de língua italiana, o Papa recordou hoje, 31 de janeiro, a memória litúrgica de Dom Bosco, sacerdote fundador dos salesianos, modelo de educação, cuidado e acolhimento dos jovens:

Invoco sobre vós a proteção de São João Bosco que hoje a Igreja recorda, a fim de que torne fecunda a vocação de cada um na Igreja e no mundo.

30 janeiro, 2024

Jubileu 2025 - Tema “Peregrinos de Esperança”.

“Peregrinos de Esperança”

Peregrinos de esperança, como não comungar com o nosso papa. 

A esperança é o que alimenta a nossa vida diariamente, e à aspiração de felicidade existente no coração de cada pessoa; quem perde a esperança mais profunda, perde o sentido da sua vida; sem esperança, viver não tem sentido.

Viver é também esperar, mas esperar com disposição para realizar todos os esforços possíveis a fim de que o esperado se concretize. A esperança ativa não é simples espera. É uma “paciência inquieta.

“Transformar a realidade social com a força do Evangelho, testemunhada por mulheres e homens fiéis a Jesus Cristo, sempre foi um desafio e, no início do terceiro milênio da era cristã, ainda o é. O anúncio de Jesus Cristo «boa nova» de salvação, de amor, de justiça e de paz, não é facilmente acolhido no mundo de hoje, ainda devastado por guerras, miséria e injustiças; justamente por isso (a mulher e) o homem do nosso tempo mais do que nunca necessita do Evangelho: da fé que salva, da esperança que ilumina, da caridade que ama.” ((Cardeal Renato Raffaele Martino, na apresentação do Compêndio da Doutrina Social).

A compreensão que as CEBs - Comunidades Eclesiais de Base (comunidades, setores, capelas), é o primeiro ambiente da ação evangelizadora, ambiente onde devem ser fomentados mulheres e homens a serem peregrinos da esperança - é uma esperança.


“Só tem capacidade de irradiar esperança quem espera. Se nós, cristãos, não somos mulheres e homens de esperança, como vamos contagiar o mundo com esperança?” (Dom Paulo Cézar Costa)

O Jubileu "pode ajudar muito a restabelecer um clima de esperança e confiança, como sinal de um novo renascimento, que todos percebemos como urgente" e será possível "se formos capazes de recuperar o sentido da fraternidade universal, se não fecharmos os olhos à tragédia da pobreza desenfreada que impede milhões de homens, mulheres, jovens e crianças de viver de maneira humanamente digna", afirmou Papa Francisco.

Um Jubileu é "ordinário" se celebrado após o período habitual de 25 anos, e "extraordinário" quando é proclamado por algum evento notável.

O último Jubileu ordinário teve lugar no ano 2000 durante o pontificado do Papa S. João Paulo II. Em 2015, o Papa Francisco proclamou um Ano Santo Extraordinário de Misericórdia.

A pedido do Papa Francisco os dois anos que antecedem o Jubileu 2025, estão sendo dedicados à redescoberta dos ensinamentos do Concílio Vaticano II, e, no segundo ano, à oração.

- Ano de 2023 – Redescoberta dos ensinamentos do Concílio Vaticano II (Clique aqui para acessar)
- Ano de 2024 – Ano de Oração

Em segunda sessão do encontro em preparação ao Jubileu 2025, 29 e 30 de janeiro de 2024, dom Leomar Brustolin aborda os desafios atuais da evangelização e a necessidade de refletir sobre o papel crucial da Igreja Católica na sociedade brasileira e a participação laical na missão evangelizadora.

Os três principais aspectos dos desafios atuais da ação evangelizadora para dom Leomar são: os sinais dos tempos, a conversão pastoral e a missão. Para ele a análise partiu do ponto de vista do discipulado, observando o que o Senhor propõe a partir da realidade que nos interpela, com base no Documento de Aparecida que apresenta e impulsiona a viver um modo de ser igreja, ou seja, “comunidade de comunidades”.

Como a Igreja do Brasil está se colocando em estado permanente de missão, se está formando discípulas e discípulos ou adeptos do cristianismo - foi questionado por dom Leomar que destacou a importância de uma abordagem renovada na evangelização, especialmente nos diversos ambientes da sociedade, como escolas e hospitais.

Destacou também sobre a importância do reconhecimento do pluralismo cultural, da participação ativa dos fiéis leigas e leigos nas decisões da Igreja e da compreensão dos efeitos da globalização na religião.

O arcebispo enfatizou sobre a importância da sinodalidade para fortalecer o senso de pertença à comunidade na Igreja, a importância missionária laical e a prioridade das leigas e leigos nas ações evangelizadoras; a superação do ativismo pastoral em favor da espiritualidade e da missão.

Dom Leomar reforça a importância da transmissão da fé às futuras gerações, do sentido de pertença e comunhão na comunidade cristã e do enfrentamento da rejeição ao próximo, especialmente os mais vulneráveis.

Logo do Jubileu 2025

Logo do Jubileu 2025

A obra é de Giacomo Travisani.

Giacomo Travisani, explicou a sua ideia, ele imaginou todas as pessoas avançando juntas, "graças ao vento da Esperança que é a Cruz de Cristo e o próprio Cristo".


O logo mostra quatro figuras estilizadas para indicar toda a humanidade dos quatro cantos da terra. Cada uma delas abraçando-se mutuamente, indicando a solidariedade e a fraternidade que deve unir os povos. A primeira figura está agarrada à Cruz. As ondas subjacentes são agitadas para indicar que a peregrinação da vida nem sempre se faz em águas calmas.

A parte inferior da Cruz é alongada, transformando-se numa âncora, que domina o movimento das ondas. As âncoras com frequência são usadas como metáforas de esperança.

A imagem mostra como a viagem do peregrino não é individual, mas sim comunitária, com os sinais de um dinamismo crescente que se move cada vez mais em direção à Cruz.

"A Cruz não é estática", sugeriu Fisichella, "mas dinâmica, inclinando-se para encontrar a humanidade como se não a deixasse em paz, mas sim oferecendo a certeza da sua presença e a tranquilidade da esperança".

26 janeiro, 2024

Fundamentos bíblicos da CF 2024

“uma boa fundamentação para a CF 2024 seja recuperarmos a voz do mundo urbano da cidade do Rio de Janeiro, expressa nas contribuições do Profeta Gentileza (1917-1996), cujos Dez Mandamentos para a amizade social estão escritos nas pilastras que sustentam a antiga Perimetral” escreve Francisco Orofino, em artigo publicado por Portal das CEBs, 26-01-2024

Eis o artigo.

A Campanha da Fraternidade deste ano de 2024 tem como Tema “A Fraternidade e a Amizade Social”. O Lema, tirado do Evangelho de Mateus (Mt 23,8), diz “Vós sois todos irmãos e irmãs”. Segundo o Texto-Base, a CF 2024 quer “despertar para o valor e a beleza da fraternidade humana, promovendo e fortalecendo os vínculos da amizade social para que, em Jesus Cristo, a paz seja realidade entre todas as pessoas e povos”. Ou seja, a CF 2024 aponta para uma possível pacificação política no Brasil e o desejo de que os vários conflitos espalhados pela Terra sejam solucionados com diálogo, amizade e paz. Objetivos bem ambiciosos, sem dúvida.

Como a Campanha da Fraternidade virou uma máquina pastoral onde, antes de acabar uma já se pensa na próxima sem uma devida avaliação, fica sempre meio difícil saber exatamente o que teria levado a coordenação das CFs a escolher um determinado Tema. Podemos pensar em dois motivos. Um primeiro seria a polarização sócio-política que se instalou aqui no Brasil desde as jornadas de 2013, polarização esta que deixou clara a divisão política do Brasil, constatada nas últimas eleições presidenciais. Mas um outro motivo também é importante. A CF 2024 é uma boa ocasião para acolher e aprofundar a Carta Encíclica Fratelli Tutti do papa Francisco, “sobre a Fraternidade e a Amizade Social”. Neste artigo vou valorizar este segundo motivo.

O papa Francisco lançou sua Carta Encíclica Fratelli Tutti no túmulo de São Francisco de Assis no dia da festa do santo no ano de 2020. Em plena pandemia na Covid 19. O título desta Encíclica é tirado das Admoestações escritas por Francisco de Assis, uma pessoa que tinha plena consciência de ser portador de um projeto de evangelização em que ele “semeou a paz por toda a parte e andou junto dos pobres, abandonados, doentes, descartados, enfim, dos últimos” (FT 2).

Depois de uma profunda análise da atual conjuntura no capítulo I de sua Carta, com o título “As sombras de um Mundo Fechado”, o papa Francisco faz a fundamentação bíblica de seu escrito no segundo capítulo (Um estranho no caminho – FT 56 a 86) com um belo comentário à parábola do Bom Samaritano (Lc 10,25-37). Fica claro que Francisco se vale do método da Leitura Popular da Bíblia, bem desenvolvido aqui na América Latina. Creio ser esta também a fundamentação bíblica da CF 2024.

Ao fazer a análise das diferentes atitudes dos personagens da parábola (FT 72-76), Francisco ressalta que também hoje as pessoas religiosas, dedicadas a prestar seu culto a Deus, passam distantes dos caídos, ressaltando que “o fato de crer em Deus e adorá-lo não é garantia de viver como agrada a Deus” (FT 74). Esses que passam pelo caminho olhando para o outro lado e ignorando o caído, são tão violentos quanto os salteadores que atacaram e roubaram aquele infeliz.

Ressaltando as atitudes do samaritano, o papa convoca a todos e todas a serem irmãos e irmãs tendo consciência de sermos seres sociais capazes de iniciar e gerar novos processos e transformações. Ter amizade social significa empenhar-se em reabilitar os caídos e sanar sociedades feridas (FT 77). Lembrando que o samaritano fez o que lhe pedia a compaixão e a misericórdia, “partindo sem esperar reconhecimento nem agradecimentos” (FT 79).

O capítulo 6 da FT tem como título “Diálogo e Amizade Social”. Aqui, o papa aponta atitudes concretas de quem busca ter consciência de ser uma pessoa aberta aos outros e outras. “Aproximar-se, expressar-se, ouvir-se, olhar-se, conhecer-se, esforçar-se por entender-se, procurar pontos de contato: tudo isso se resume no verbo ‘dialogar’” (FT 198). A amizade social exige uma abertura para o diálogo social tendo em vista a construção de uma nova cultura do encontro (FT 215). Aqui, o papa se fundamenta nas atitudes ressaltadas por Paulo na carta aos Gálatas: “o fruto do espírito é amor, alegria, paz, generosidade, benevolência, bondade, fé, gentileza e autodomínio” (Gl 5,22-23). Francisco ressalta aqui o termo “benevolência” (em grego késtótês) uma palavra que no seu sentido original significa “prestabilidade ou vontade de ser útil a outrem” como uma boa atitude de quem busca construir amizades sociais (cf. FT 223).

Acredito que uma boa fundamentação para a CF 2024 seja recuperarmos a voz do mundo urbano da cidade do Rio de Janeiro, expressa nas contribuições do Profeta Gentileza (1917-1996), cujos Dez Mandamentos para a amizade social estão escritos nas pilastras que sustentam a antiga Perimetral. São eles:

1. Gentileza gera gentileza.

2. Nunca é tarde demais para a bondade, porque você nunca sabe quando será tarde demais.

3. Quem não veio para servir não serve para viver, deve desaparecer.

4. O dinheiro é a raiz de todo mal, a planta de toda infelicidade.

5. O diabo é o capital, que vende tudo e destrói tudo.

6. A gentileza é como a criança dentro de nós, basta deixar que ela exista.

7. Um amigo verdadeiro é capaz de ouvir sem críticas; é capaz de dar sem que ninguém perceba; A amizade não cobra, não impõe, não exige, simplesmente existe.

8. Todas as pessoas têm algum talento que pode ser explorado de alguma forma. Basta olhar para o que essas pessoas são boas.

9. Gentileza começa a ser praticada em casa, permitindo que nossos filhos pulem e sejam inocentes. A criança tem que ser criança!

10. Como ser feliz no trabalho? Amando. Como ser uma pessoa completa? Trabalhando. Como alcançar a plenitude? Sendo gentil.

24 janeiro, 2024

Poema - Para os que virão –Thiago de Mello

Para os que virão

Como sei pouco, e sou pouco, faço o pouco que me cabe me dando inteiro. Sabendo que não vou ver [a mulher] o homem que quero ser.

Já́ sofri o suficiente para não enganar a ninguém: principalmente aos que sofrem na própria vida, a garra da opressão, e nem sabem.

Não tenho o sol escondido no meu bolso de palavras. Sou simplesmente [uma mulher] um homem para quem já́ a primeira e desolada pessoa do singular - foi deixando, devagar, sofridamente de ser, para transformar-se - muito mais sofridamente - na primeira e profunda pessoa do plural.

Não importa que doa: é tempo de avançar de mão dada com quem vai no mesmo rumo, mesmo que longe ainda esteja de aprender a conjugar o verbo amar.

E tempo sobretudo de deixar de ser apenas a solitária vanguarda de nós mesmos.

Se trata de ir ao encontro. Se trata de abrir o rumo. Os que virão, serão povo, e saber serão, lutando.

Uma pessoa LGBTQIA+ foi assassinada a cada 34 horas em 2023

Apuração feita pelo Grupo Gay da Bahia contabiliza 257 mortes violentas de pessoas LGBT. Brasil é o país mais homotransfóbico do mundo.

Entre as 257 pessoas LGBTQIA+ assassinadas no ano passado é alarmante a violência contra gays, que representam 10% da população do Brasil e totalizam quase 22 milhões de pessoas.

A maior parte das mortes ocorreu na Região Sudeste.




Publicada por Extra Classe, 22-01-2024.


Em todo o ano passado, 257 pessoas LGBTQIA+ tiveram morte violenta no Brasil. Isso significa que, a cada 34 horas, uma pessoa LGBTQIA+ perdeu a vida de forma violenta no país, que se manteve no posto de mais homotransfóbico do mundo em 2023. O levantamento é do Grupo Gay da Bahia (GGB), a mais antiga organização não governamental (ONG) LGBT da América Latina.

Há 44 anos, a ONG coleta dados sobre mortes por homicídio e suicídio dessa população LGBTQIA+ por meio de notícias, pesquisas na internet e informações obtidas com parentes das vítimas.

O número, no entanto, pode ser ainda maior. Segundo a ONG, 20 mortes ainda estão sob apuração, o que poderia elevar esse número para até 277 casos.

“O governo continua ignorando esse verdadeiro holocausto que, a cada 34 horas, mata violentamente um LGBT”, disse o antropólogo Luiz Mott, fundador do Grupo Gay da Bahia.

Do total de mortes registradas pelo Grupo Gay da Bahia, 127 se referiam a pessoas travestis e transgêneros, 118 eram gays, nove foram identificadas como lésbicas e três, como bissexuais.

Pela segunda vez em quatro décadas, as mortes de travestis ultrapassaram em número absoluto a dos gays, observa Mott.

“Isso é preocupante, porque travestis e transexuais representam por volta de 1 milhão de pessoas e os gays representam 10% da população do Brasil, cerca de 20 ou 22 milhões de pessoas. Então, a chance ou o risco de uma trans ou travesti ser assassinada é 19 vezes maior do que para um gay ou uma lésbica”, ressaltou Mott.

O relatório da ONG revela ainda que a maioria das vítimas (67%) era de jovens que tinham entre 19 e 45 anos quando sofreram a morte violenta.

O mais jovem deles tinha apenas 13 anos e foi morto em Sinop, Mato Grosso, após uma tentativa de estupro.

Dentre essas mortes, 204 casos se referiam a homicídios e 17 a latrocínios. O Grupo Gay da Bahia também contabilizou 20 suicídios, seis a mais do que foram registrados em 2022.

Quanto ao local da violência, 29,5% das vítimas morreram em sua residência, mas uma em cada quatro pessoas (40%) LGBT morreram nas ruas ou espaços externos.

“Persiste o padrão de travestis serem assassinadas a tiros na pista, terrenos baldios, estradas, motéis e pousadas, enquanto gays e lésbicas são mortas a facadas ou com ferramentas e utensílios domésticos, sobretudo dentro de suas casas”, diz o relatório.

Homotransfobia por região

Outro dado que o Grupo Gay da Bahia considera alarmante é que a maior parte das mortes ocorreu na Região Sudeste.

Foi a primeira vez, em 44 anos, que o Sudeste assumiu a posição de região mais impactada, com registro de 100 casos.

A Região Nordeste apareceu na segunda posição, com 94 mortes. Na sequência, vieram as regiões Sul, com 24 óbitos, Centro-Oeste, com 22, e Norte, com 17.

“Chama a atenção o aumento inexplicado da mortalidade violenta dos LGBT+ no Sudeste, que saltou de 63 casos, em 2022, para 100 em 2023, ocupando o primeiro lugar nacional, fenômeno jamais observado desde 1980: aumento de 59%. Infelizmente, tais dados evidenciam que, diferentemente do que se propala e que todos aspiramos, maior escolaridade e melhor qualidade material de vida regional (IDH) não têm funcionado como antídotos à violência letal homotransfóbica”, constata Alberto Schmitz, coordenador do Centro de Documentação do Grupo Dignidade de Curitiba.

São Paulo, com 34 mortes; Minas Gerais, com 30; Rio de Janeiro, com 28; Bahia, com 22; e Ceará, com 21, são os estados que mais concentraram mortes violentas da população LGBT no ano passado.

Políticas públicas

Para a ONG, esses números alarmantes reforçam a urgência de ações e políticas públicas efetivas para combater a violência direcionada à comunidade LGBTQIA+.

A começar pela contabilização oficial dessas mortes.

“O Grupo Gay da Bahia sempre solicitou ou reivindicou que o poder público se encarregasse das estatísticas de ódio em relação a LGBT, negros e indígenas. Mas, infelizmente, nem o IBGE incluiu os LGBTs no seu censo de forma sistemática e universal, e muito menos as delegacias e secretarias de Segurança Pública deram conta de registrar, em nível nacional, todas as violências de assédio, bullying, espancamento e mortes de LGBT”, denuncia Mott.

“Consideramos que essa ausência do poder público em garantir a segurança da população LGBT é um dado grave, reflexo da homofobia e homotransfobia institucional e estrutural. E a inexistência de dados oficiais, que permitiriam políticas públicas mais eficientes, também é um dado que reflete homofobia e transfobia estrutural, institucional e governamental”, acrescentou.

O Grupo Gay da Bahia enfatiza que é importante esclarecer essas mortes. “Infelizmente, as autoridades policiais conseguiram elucidar os autores de apenas 77 casos de mortes violentas”, informou o relatório.

“Esse quadro reflete a falta de monitoramento efetivo da violência homotransfóbica pelo Estado brasileiro, resultando inevitavelmente na subnotificação, representando apenas a ponta visível de um iceberg de ódio e derramamento de sangue”, conclui.

18 janeiro, 2024

Catequeses do Papa Francisco sobre os Atos dos Apóstolo

Papa Francisco fez uma série de catequeses sobre os Atos dos Apóstolo, com o tema "esperar o cumprimento da Promessa do Pai"
Iniciou a catequese em 29 de maio de 2019 e concluiu em 15 de janeiro de 2020.

Segue o link de cada catequese:


- Ano de 2019

29 de maio - Esperar o cumprimento da Promessa do Pai: https://is.gd/30Gbf7

12 de junho – Matias, testemunha do ressuscitado, no lugar de Judas: https://is.gd/XE6cWh

19 de junho – Pentecostes e a dinâmica do Espírito que inflama a palavra humana e a torna Evangelho: https://is.gd/JkgLPZ

26 de junho – As primeiras comunidades cristãs: https://is.gd/REcsNV

07 de agosto - A comunhão integral na comunidade dos cristãos: https://is.gd/UtH6LD

21 de agosto - koinonia, o novo modo de relacionamento entre os discípulos do Senhor: https://is.gd/mDMy9A

28 de agosto - Entre os apóstolos, sobressai Pedro: https://is.gd/MYAlcm

18 de setembro - Os critérios de discernimentos propostos pelo sábio Gamaliel: https://is.gd/wBa6DQ

25 de setembro - Estêvão "cheio de Espírito Santo", entre diakonia e martyria: https://is.gd/uGPLzm

2 de outubro - Filipe anuncia o Evangelho: https://is.gd/Csp98p

9 de outubro - “É um instrumento escolhido por mim”: https://is.gd/uY3gDk

16 de outubro - “Em verdade reconheço que Deus não faz distinção de pessoas”: https://is.gd/0qQrol

30 de outubro - A fé cristã chega à Europa: https://is.gd/lJFn9e

6 de novembro - Paulo no Aerópago, exemplo de enculturação da fé em Atenas: https://is.gd/qCOApc

13 de novembro - Priscila e Áquila, um casal a serviço do Evangelho: https://is.gd/pnqCVE

4 de dezembro - O ministério de Paulo e a despedida dos anciãos: https://is.gd/t1GpuP

11 dezembro - Paulo prisioneiro diante do Rei Agripas: https://is.gd/b9eH3k

- Ano de 2020

08 janeiro - A provação do naufrágio: https://is.gd/7qNHxp

15 de janeiro - A prisão de Paulo em Roma e a fecundidade do anúncio: https://is.gd/G2Bzab - https://is.gd/3YMRPk

17 janeiro, 2024

#Pe. Genivaldo Ubinge e #Lucimar Moreira Bueno

#Pe. Genivaldo Ubinge e #Lucimar Moreira Bueno

#15º Intereclesial das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) do Brasil
Diocese de Rondonópolis-Guiratinga
Cidade de Rondonópolis/MT
De 18 a 23 de julho de 2023
Tema CEBs: Igreja em saída na busca da vida plena para todos e todas;
Lema: “Vejam! Eu vou criar novo céu e uma nova terra” (Is 65,17ss).





 

#Dom Frei Severino Clasen e #Lucimar Moreira Bueno

#Dom Frei Severino Clasen e #Lucimar Moreira Bueno

#15º Intereclesial das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) do Brasil
Diocese de Rondonópolis-Guiratinga
Cidade de Rondonópolis/MT
De 18 a 23 de julho de 2023
Tema CEBs: Igreja em saída na busca da vida plena para todos e todas;
Lema: “Vejam! Eu vou criar novo céu e uma nova terra” (Is 65,17ss).



16 janeiro, 2024

12º Encontro Nacional de Fé e Política

Faça sua inscrição AQUI

O Encontro Nacional é uma continuidade das atividades realizadas pelo Movimento Nacional de Fé e Política que teve sua primeira edição realizada em 2000 na cidade de Santo André, estado de São Paulo.O ultimo encontro, antes da pandemia do COVID-19, foi realizado em Natal, no estado do Rio Grande do Norte, no ano de 2019.

O Movimento Nacional Fé e Política foi criado em junho de 1989, no Rio de Janeiro, durante um encontro de um grupo de pessoas unidas pela fé cristã e engajadas em movimentos sociais, partidos políticos e mandatos populares, com o objetivo de alimentar a dimensão ética e espiritual que deve animar a atividade política. Ao longo dos anos, naturalmente, o movimento trouxe para as reflexões o ecumenismo ampliando o diálogo inter-religioso. O intuito é propiciar às pessoas que professam diferentes religiões e são engajadas na política um espaço de reflexão das atividades à luz da fé, dos valores do bem viver e dos desafios dessa realidade marcada ainda pela pobreza e exclusão.

08 janeiro, 2024

Para refletir!

Ao ser batizado Jesus foi ungido por Deus com a força do Espírito, depois, “Ele andou por toda a parte, fazendo o bem e curando a todos os que estavam dominados pelo demônio” (At 10,38), por onde passava tinha gesto concretos, misericórdia, perdão, solidariedade, amor...Acolhia a quantos o procuraram, não fazia distinção de pessoas, viveu uma trajetória de dedicação e cuidado com os mais pobres, excluídos, necessitados...Agiu denunciando a injustiça, a exploração e a desigualdade, não comungou com a politicagem dos chefes políticos e religiosos. Tanto fez e tudo fez revelando a ternura de Deus.

E nós?


04 janeiro, 2024

Curos de Verão 2024 (1º dia) Transformações no campo do trabalho humano: diagnóstico ...

O QUE É O CURSO DE VERÃO? 

O Curso de Verão é Popular, ecumênico e realizado em mutirão é organizado para um grande número de pessoas e, ao mesmo tempo, garante trabalho em pequenos grupos. Dentro da proposta metodológica da Educação Popular, combina reflexão e criatividade, arte e celebração, além da convivência fraterna e o compromisso transformador no retorno à prática nas pastorais e movimentos sociais. Tem caráter nacional, mas é aberto à participação de pessoas de outros países que falem/entendam a língua portuguesa. Dedica especial atenção às juventudes, que iniciam a sua militância pastoral e social.

 

03 janeiro, 2024

Poema para louvar as mulheres

Poema para louvar as mulheres

Minha mãe foi uma mulher da tribo arameia errante.
Padeceu na escravidão no Egito; 
então dirigiu-se ao Deus de nossas mães Sara, Agar, Rebeca, Raquel e Lia.

Louvado seja Deus que sempre escuta os pobres.

Minha mãe foi guerreira, juíza e rameira.
Deus a chamava de vez em quando para salvar e libertar a sua gente; 
Miriam, Yael, Débora, Judite, Tamar.

Louvado seja Deus que salva sempre.

Minha mãe foi uma judia galileia.
Teve um filho maravilhoso
que foi odiado e perseguido; inocente, foi executado.
Maria, mãe de todas as dores, mãe de todas nós.

Louvado seja Deus que dá força sempre...

Minha mãe foi uma testemunha da ressurreição de Cristo,
Apóstola dos apóstolos.
Rejeitada, esquecida, injustamente proclamada prostituta.
Maria de Magdala, vanguarda da Igreja das mulheres.

Louvado seja Deus que vive, para sempre.

Minha mãe foi apóstola, profeta, fundadora e mestra, 
chamada ao discipulado dos iguais; 
dotada de poder pelo Deus, Sabedoria de Jesus.
Marta, Febe, Júnia, Priscila, Mirta, Ninfa, Tecla.

Louvado seja Deus que chama sempre...

Minha mãe foi uma mulher cristã cheia de fé.
Uma mística empobrecida,  uma fragilizada mártir, 
uma santa,  uma mulher compassiva.
Uma nativa americana, uma escrava negra,
 uma imigrante pobre, uma velha analfabeta, uma mulher sábia.

Digamos com ela, em cada geração:
Louvado seja Deus que representa a todas ...


(Elisabeth Schüssler FIORENZA. Pero ella dijo: Prácticas feministas de interpretación bíblica. Madri: Trotta, 1996, p. 109. In: CANO/VARELA. Mujeres e Diaconado, p. 246)

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Fonte do poema IHU

Pelo dom da diversidade na Igreja – O Vídeo do Papa 1 – Janeiro 2024