29 novembro, 2023

ONU marca Dia de Solidariedade Palestina em meio à crise humanitária em Gaza

Secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, destaca situação, reforça apelo por cessar-fogo, apoio à Unrwa e solução de dois Estados para conflito; eventos incluem exposição na sede em Nova Iorque sobre história do povo palestino.


O Dia Internacional de Solidariedade com o Povo Palestino é marcado pela “catástrofe humanitária” em Gaza, segundo o secretário-geral da ONU. António Guterres lembra que a data assinalada neste 29 de novembro ocorre “durante um dos capítulos mais sombrios na história do povo palestino”.

O dia é celebrado desde 1977, lembrando a Resolução 181 sobre a Partilha da Palestina, adotada pela Assembleia Geral da ONU em 1947.

Não há lugar seguro em Gaza

Este ano, o chefe da ONU lembra dos quase 1,7 milhão de pessoas que foram obrigadas a deixar suas casas, mas são incapazes de encontrar lugares seguros.

Guterres também cita a situação na Cisjordânia ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, que “corre o risco de explodir”.

Ele voltou a expressar suas condolências às milhares de famílias que estão de luto, incluindo os membros das Nações Unidas mortos em Gaza, representando a maior perda de pessoal na história da organização.

O secretário-geral condenou novamente os ataques terroristas do Hamas em 7 de outubro. Ele adiciona que também deixou claro que os atos não podem justificar o “castigo coletivo do povo palestino”.

Cessar-fogo de longo prazo

Guterres avalia que, em toda a região, a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina é um recurso indispensável, fornecendo apoio vital a milhões de refugiados palestinos.

Por isso, ele afirma que é “mais importante do que nunca” que a comunidade internacional apoie a Unrwa como fonte de apoio para o povo palestino.

Para o chefe da ONU, a data deve reafirmar a solidariedade internacional com o povo palestino e seu direito de viver em paz e dignidade, exigindo o fim da ocupação e do bloqueio de Gaza.

Assim, ele afirma que isso deve começar com um cessar-fogo humanitário de longo prazo, acesso irrestrito à ajuda, libertação de todos os reféns, proteção de civis e o fim das violações do direito humanitário internacional.

Solução de dois Estados

O secretário-geral da ONU destaca que “já passou da hora de avançar de forma determinada e irreversível para uma solução de dois Estados”.

Guterres afirma que o acordo deve ter como base as resoluções das Nações Unidas e o direito internacional, tendo Israel e Palestina vivendo lado a lado em paz e segurança, com Jerusalém como capital de ambos os Estados.

Ele concluiu sua mensagem para a data reafirmando o compromisso das Nações Unidas com o povo palestino “para alcançar seus direitos inalienáveis e construir um futuro de paz, justiça, segurança e dignidade para todos”.

Celebrações

Este ano, a comemoração do Dia Internacional de Solidariedade com o Povo Palestino ocorre nos complexos da ONU em Nova Iorque, Genebra, Nairóbi e Viena.

O Comitê das Nações Unidas para o Exercício dos Direitos Inalienáveis do Povo Palestino será responsável pela cerimônia na sede da ONU em Nova Iorque com o apoio da Divisão de Direitos Palestinos no Departamento de Assuntos Políticos e de Consolidação da Paz.

Além disso, uma exposição será lançada nesta quarta-feira. "Palestina: Uma Terra com um Povo" relata a sobre Nakba, epicentro da crise. Em 1948, mais da metade do povo palestino se tornou refugiado, dezenas de milhares foram mortos e 500 aldeias e comunidades foram destruídas.

Este ano marca o 75º ano do episódio. Pela primeira vez na história das Nações Unidas, a data foi comemorada com base em um mandato da Assembleia Geral.

Esta exposição conta a história palestina antes, durante e depois da Nakba. De acordo com a ONU, a mostra retrata experiências de deslocamento e desapropriação, esperança de alcançar justiça e aspirações de vida em liberdade, estabilidade, dignidade e paz em sua terra natal.

Fonte: ONU NEWS

22 novembro, 2023

O Papa garante que a invasão de Gaza “já não é uma guerra, é terrorismo”

Hoje, quarta-feira, após a Audiência Geral, o Papa Francisco disse:



"Esta manhã recebi duas delegações, uma de israelenses que têm familiares com reféns em Gaza e outra de palestinos que têm familiares mantidos em cativeiro em Israel. Eles sofrem muito. E senti como os dois sofrem. As guerras fazem isso, mas aqui fomos além das guerras. Isto não é guerra, é terrorismo. Por favor, vamos em frente pela paz, rezemos muito pela paz. Que o Senhor ponha aí a mão, que o Senhor nos ajude a resolver os problemas e a não continuar com as paixões que acabam por matar a todos. Rezemos pelo povo palestino e israelense, para que a paz chegue."

A informação é de Il Sismografo e Religión Digital, 22-11-2023.

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Fonte: IHU

20 novembro, 2023

Dia da Consciência negra

Consciência Negra não é somente as negras e negros, ela precisa ser acolhida e assumida por todo a humanidade, independentemente da cor e classe social.



18 novembro, 2023

33º Domingo do Tempo Comum, Ano A

Reflexão: - Domingo,19 de novembro de 2023

33º Domingo do Tempo Comum, Ano A


Leituras:

Pr 31,10-13.19-20.30-31
Sl 127(128),1-2.3.4-5ab (R. cf. 1a)
1Ts 5,1-6 ou mais breve 25,14-15.19-21
Mt 25,14-30


Celebrando o 33º Domingo do Tempo Comum, a liturgia convida a trabalhar em favor do Reino do Céus, desenvolvendo os dons e talentos dado por Deus, para o bem, para o serviço do Reino dos Céus.

Penúltimo domingo do ano litúrgico, novamente o Evangelho apresenta-nos um trecho do “discurso escatológico”, as narrativas são das passagens que encerram a vida pública de Jesus, de revelação sobre o destino final, sobre o que é chamada a humanidade, a viver com a sua vida a plenitude da vida. O juízo pode ser pessoal individual, cada um vive esse juízo com a morte com o encontro com o Senhor, mas também o destino universal de toda a humanidade chamada a se realizar em Deus.

Os Evangelhos propostos, tem ensinado sobre o chamado que Deus faz a cada pessoa, fala-se da volta do Senhor e voltando Ele estabelece o julgamento, também a Carta de São Paulo aos Tessalonicenses traz essa mensagem.

Domingo passado a liturgia falava da vigilância, parábola das dez jovens que iam ao encontro do noivo, as previdentes que se preparam para essa espera, tendo conhecimento que poderia ser longa e demorada a caminhada ao encontro do noivo, e as imprevidentes, que não se prepararam, não assumiram a sua responsabilidade na caminhada ao encontro do noivo, a mensagem é a vigilância, se preparar e nessa preparação estar sempre alimentando o dom que o Senhor concede para essa espera.

A liturgia desse domingo, fala um pouco mais de como deve ser essa espera, Jesus conta a parábola onde o Senhor entrega talentos as suas trabalhadoras e aos seus trabalhadores, nessa parábola a espera não é uma espera passiva, onde a pessoa fica parada, é uma espera na qual cada mulher e cada homem deve trabalhar.

Jesus contou esta parábola “Um homem ia viajar para o estrangeiro. Chamou seus empregados e lhes entregou seus bens. A um deu cinco talentos, a outro deu dois e ao terceiro, um; a cada qual de acordo com a sua capacidade. Em seguida viajou. O empregado que havia recebido cinco talentos saiu logo, trabalhou com eles, e lucrou outros cinco. Do mesmo modo, o que havia recebido dois lucrou outros dois. Mas aquele que havia recebido um só, saiu, cavou um buraco na terra, e escondeu o dinheiro do seu patrão”. O homem que ia viajar é o Senhor e seus empregados, é cada mulher e cada homem é a humanidade, os talentos são os dons que Deus dá a cada pessoa, e o Senhor dá a cada pessoa de acordo com a sua capacidade; com sua dinâmica; com seu ritmo. A narrativa do Evangelho continua “Depois de muito tempo, o patrão voltou e foi acertar contas com os empregados”

O que havia recebido cinco talentos, entregou-lhe mais cinco e o que havia recebido dois talentos além dos dois recebido entregou mais dois e o patrão disse a cada um deles “Muito bem, servo bom e fiel! como foste fiel na administração de tão pouco, eu te confiarei muito mais. Vem participar da minha alegria!”. O empregado que tinha recebido um talento disse - “Senhor, sei que és um homem severo, pois colhes onde não plantaste e ceifas onde não semeaste. Por isso, fiquei com medo e escondi o teu talento no chão. Aqui tens o que te pertence” e o “patrão lhe respondeu: Servo mal e preguiçoso!”.

A vida cristã, o talento, os dons que Deus confia e dá a cada uma e a cada um, que Ele dá a humanidade, só cresce e só se desenvolve, trabalhando, sentindo-se trabalhadoras e trabalhadores da messe do senhor. É pelo trabalho que cada pessoa se desenvolve como pessoa, não é parada, e é tralhando pelo Reino de Deus que cada pessoa desenvolve a vida cristã, não apenas esperando.

Precisa deixar-se provocar por essa parábola, o que Deus espera receber de cada mulher e de cada homem, será apenas o que Ele deu a cada uma e a cada um? ou Ele espera receber de volta o que ele deu ao confiar a vida, a vida em Jesus Cristo. O Evangelho, diz que Deus quer os talentos, os dons, que deu a cada uma e a cada um, desenvolvido.

A primeira leitura tirada do Livro dos Provérbios, o elogio da mulher perfeita aos olhos de Deus, é a de ser uma trabalhadora “Uma mulher forte, quem a encontrará? Ela vale muito mais do que as joias. Seu marido confia nela plenamente, e não terá falta de recursos. (...) Procura lã e linho, e com habilidade trabalham as suas mãos. Estende a mão para a roca, e seus dedos seguram o fuso. Abre suas mãos ao necessitado e estende suas mãos ao pobre. O encanto é enganador e a beleza é passageira”.

O que faz com que ela cresça e desenvolva não é sua aparência física, sua beleza, mas sim a sua dedicação ao trabalho. O trabalho realizado pela mulher conforme descreve o texto do livro dos Provérbios, na época, era trabalho próprio do homem e não da mulher e o texto deixa claro, ela era responsável pelo sustento da casa, da família e é pelo trabalho que a mulher vai aperfeiçoando sua família diante de Deus. Na cultura dessa época a mulher só tinha cidadania se recebida do homem e o homem que era responsável de prover e proteger a família, e o texto cheio de ousadia, diz que é a mulher, honesta, dedicada e trabalhadora que garante o sustento, crescimento e a ordem na família e ela torna-se generosa - “Abre suas mãos ao necessitado e estende suas mãos ao pobre”.

Ler esse texto, é convite, a um ver, agir e julgar pessoal, como orientação dada pelos provérbios, é pelo trabalho realizado de forma digna e dedicado, que a pessoa, não só tira o sustento para sua vida, sua família, mas ela se desenvolve a si mesma, chegando à perfeição que Deus quer que cada mulher e cada homem alcance.

O salmo, na pessoa do homem nos leva a mesma reflexão “Feliz és tu, se temes o Senhor e trilhas seus caminhos! Do trabalho de tuas mãos hás de viver, serás feliz, tudo irá bem! A tua esposa é uma videira bem fecunda no coração da tua casa; os teus filhos são rebentos de oliveira ao redor de tua mesa. Será assim abençoado todo homem que teme o Senhor”.

A mulher e o homem, dedicando ao trabalho com honestidade, supera as dificuldades, cresce e se desenvolve diante das pessoas e cresce e se desenvolve diante de Deus, e chega a perfeição da vida, da própria vida que Deus lhe confiou, porque desenvolveu os talentos, os dons recebidos do Senhor e é o que o Evangelho fala, quando o Senhor volta, não se sabe o tempo, más Ele, conforme a capacidade, conforme o tempo de cada pessoa confia talentos e dons, confia a vida cristã, e quando o Senhor voltar, ele vai reconhecer o que cada uma e cada um fez com o que recebeu.

Com a parábola, diz Jesus que ao receber os talentos saíram logo e foi trabalhar, os que receberam cinco e dois multiplicou os talentos porque dedicaram ao trabalho, esses recebem a recompensa, que não foi dinheiro, e sim participar da alegria do senhor. Mas teve um que foi tomado pelo medo que o levou ao desanimo, medo de Deus “Senhor, sei que és um homem severo”, para ele o Senhor é severo e injusto “pois colhes onde não plantaste e ceifas onde não semeaste”.

A imagem do Senhor não é de uma pessoa justa, que distribui talentos, dons conforme a capacidade e o tempo de cada pessoa, mas imagem de um Senhor severo e injusto que gera medo e o medo paralisa as pessoas de tal forma que não há mais alternativa para a vida, e enterra o talento, apenas conserva o que de Deus recebeu, importa-se apenas em não perder o que recebe. O que leva a não trabalhar para o próprio crescimento, a não trabalhar pelo Reino dos Céus, incapaz de viver a comunhão é o medo, porque a pessoa se sente amarrado, possuído pelo ressentimento e pelo ódio.

Muitos são, hoje, os que tem medo porque para essas pessoas Deus é severo e injusto, e são muitos hoje os que levam a outras pessoas uma imagem desfigurada do Senhor. Essa imagem de um Deus que mete medo é tirada da sociedade, da forma como a sociedade está organizada, onde se tem desigualdades; tem descartados; tem poderosos injustos e cruéis que exploram para apropriar do que não as pertencem e usam de violência e de guerra e isso leva ao medo que paralisa, impede as pessoas de desenvolver os talentos e os dons recebido de Deus e não conseguem desenvolver e conquistar aquilo que Deus deseja que desenvolvam e conquistem, e tem medo de Deus, porque da imagem dessa sociedade injusta, desses poderosos que projeta a imagem em Deus.

Ficar vigilante enquanto espera pela vinda do Senhor, mas é preciso ficar atento, a espera, conforme a parábola desse domingo, não é uma espera passiva, onde a pessoa fica parada, é uma espera na qual cada mulher e cada homem, a humanidade deve trabalhar os talentos, os dons recebidos do Senhor, trabalhar para o Reino do Céus e no Reino não existe: inveja; falar e querer mal a ninguém; auto suficiência; perseguições; hipocrisia; corrupção; crueldade; injustiça, e, portanto, não há medo. Trabalhar os talentos, os dons recebidos de Deus é não se deixar vencer pelo comodismo, deixar na gaveta os talentos, os dons de Deus, aceitar passivamente que o mundo se construa de acordo com valores que não são os de Jesus. A mulher e o homem não podem esperar o Senhor indiferente com os problemas do mundo, é preciso esperar o Senhor envolvido e empenhado no mundo, cooperando para que as pessoas trabalhem os talentos, os dons recebidos do Senhor, trabalhando em favor do Reino de Deus para que o Reino aconteça na vida da humanidade.

O testemunho, a pregação de cada cristã e cada cristão, das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), das paroquias, das igrejas, motiva as pessoas a trabalharem os talentos, os dons que Deus lhe deu, em favor do Reino ou está ajudando as pessoas a ficar e ou continuar com medo de Deus, paralisadas, sem criatividade, sem ousadia para trabalhar em favor do Reino de Deus?

Qual imagem de Deus Jesus apresenta, qual o rosto de Deus revelado em cada gesto e palavra de Jesus? E qual é a imagem de Deus, qual rosto de Deus que cada cristã e cada cristão, que as Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), as paroquias, e as igrejas, revelam?

Deixar-se provocar pelo Evangelho é necessário.

10 novembro, 2023

32º Domingo do Tempo Comum, Ano A

Reflexão: Domingo, 12 de Novembro de 2023

32º Domingo do Tempo Comum, Ano A

Leituras:

Sb 6,12-16
Sl 62(63),2.3-4.5-6.7-8 (R. 2b) ou mais breve 4,13-14
1Ts 4,13-18
Mt 25,1-13




Celebrando o 32º Domingo do Tempo Comum, caminha-se para o final do ano litúrgico, as leituras dizem vigiai. Através de parábolas, Jesus continua a falar do Reino de Deus e a liturgia orienta para preparar-se para a segunda vinda do Senhor. Como preparar-se?

A primeira leitura, tirada do livro da Sabedoria.
O caminho que assegura um lugar junto a Deus é o da sabedoria. O livro da sabedoria é o ponto mais alto de toda a sabedoria em Israel, é livro da justiça, do bem comum, da teologia política. A sabedoria é a atitude que faz a pessoa justa para fazer a justiça; para fazer acontecer o bem comum; para lutar; para tirar as causas da pobreza; para tirar as causas das periferias existenciais e geográficas, a partir da realidade presente. A verdadeira sabedoria não se conquista pelo esforço humano, mas vem de Deus e produz a justiça. A sabedoria é “justiça é imortal” (Sb 1,15). A sabedoria é um dom que Deus concede gratuitamente aos que se abrem ao seu amor. É graça de Deus, que acontece quando a pessoa se abre para Ele, pois é dele que vem a graça da vida plena. Quem busca a Deus recebe a sabedoria que capacita para buscar, discernir e praticar o que é justo. A maior expressão da justiça é a sabedoria de Deus, porque o seu projeto visa à realização da vida para todas e todos.

Quem se deixa guiar pelo saber da injustiça, gera pobreza; gera as periferias existenciais e geográficas; gera violência; gera armas; gera guerra; gera desigualdade, gera exclusões, gera a injustiça.

Quem se deixa guiar pela sabedoria de Deus que é justiça, torna-se coerente com Seu projeto, é capaz de analisar a realidade atual e de colocar-se contra as causas que geram as injustiças, e faz justiça para que o projeto de Deus, de vida para todas e todos aconteçam. “A Sabedoria é resplandecente e sempre viçosa. Ela é facilmente contemplada por (aquelas e) aqueles que a amam, e é encontrada por (aquelas e) aqueles que a procuram. Ela até se antecipa, dando-se a conhecer aos que a desejam. Quem por ela madruga não se cansará, pois a encontrará sentada à sua porta. Meditar sobre ela é a perfeição da prudência; e quem ficar acordado por causa dela em breve há de viver despreocupado. Pois ela mesma sai à procura dos que a merecem, cheia de bondade, aparece-lhes nas estradas e vai ao seu encontro em todos os seus projetos.”.

O Evangelho, Jesus continua apresentando o que é o Reino dos Céus, conta a parábola das cinco jovens prudentes e da cinco imprudentes, “O Reino dos Céus é como a história das dez jovens que pegaram suas lâmpadas de óleo e saíram ao encontro do noivo”. O noivo, Jesus que virá no fim da história. No contexto em que foi escrito o Evangelho, quando começava a escurecer eram acesas lâmpadas e as mulheres que faziam essa tarefa, tinham com elas as lamparinas a óleo, e era também costume entre os judeus, quando a chegada do noivo era anunciada, as jovens que estava cuidando da noiva, saíam com lâmpadas para iluminar o caminho até a casa para a festa.

As jovens prudentes levaram as lâmpadas e o óleo, as jovens imprudentes não levaram o óleo, e no “meio da noite, ouviu-se um grito: 'O noivo está chegando. Ide ao seu encontro!' Então as dez jovens se levantaram e prepararam as lâmpadas”. As jovens que não levaram o óleo, como estava acabando, foram comprar, enquanto isso, o noivo chegou e as jovens que havia levado o óleo, estavam preparadas mediante a prática da justiça, com o noivo entrou para a festa de casamento e diz o texto “E a porta se fechou. Por fim, chegaram também as outras jovens e disseram: 'Senhor! Senhor! Abre-nos a porta!' Ele, porém, respondeu: 'Em verdade eu vos digo: Não vos conheço!' Portanto, ficai vigiando, pois não sabeis qual será o dia, nem a hora".

Ficar vigilante para viver melhor o tempo presente, tempo esse oferecido por Deus, para se abrir ao seu amor, indo ao seu encontro, deixando-se envolver com Ele e fazer com Ele uma linda experiência pessoal e comunitária que transforma a vida, que leva a receber a graça da sabedoria que torna a pessoa justa para fazer a justiça, capaz de amar ao próximo como a si mesmo; capaz de reconhecer Deus na pessoa do pobre, dos pequenos, marginalizado e excluído; nas pessoas que sofrem pelos atos injustos de quem se julga justo e mais conhecedor da verdade e com poder para humilhar, afastar, descartar. E assim, quando o Senhor chegar, poderá com Ele entrar no Reino dos Céus, a vida eterna. São Paulo em sua primeira carta aos Tessalonicenses garante que Jesus virá para concluir a história humana e levar para o encontro com o Senhor para permanecer com Ele para sempre, aquelas e aqueles que a Ele aderiram e com Ele se identificaram.

É preciso ficar vigilante e acolher os conselhos da primeira leitura que indica que a sabedoria, que é o próprio Deus, se deixa encontrar porque quem a ama, por quem a procura e aos que a desejam.

Com o salmista rezemos “a minh'alma tem sede de vós, e vos deseja, ó Senhor”.

07 novembro, 2023

Aberta inscrições para curso de Teologia

A Escola de Teologia para Cristãos Leigas e Leigos, com mais de 20 anos atuando na Arquidiocese de Maringá, está com as inscrições abertas para o ano letivo de 2024.

O curso de Teologia tem duração de três anos, aulas semanais – todas as quintas-feiras –, totalizando 480 h/a, e conta com um excelente quadro de professores formado por padres, diáconos, leitas e leigos.

As inscrições podem ser feitas no site www.teologiamaringa.ong.br


06 novembro, 2023

Pelas crianças que sofrem - O Vídeo do Papa 11 - Novembro de 2022

Pelas crianças que sofrem
Papa Francisco, em seu vídeo de novembro, nos convida a rezar pelas crianças.

"Há ainda milhões de crianças que sofrem e vivem em condições muito semelhantes à escravidão. Não são números: são seres humanos com um nome, com um rosto, com uma identidade dada por Deus. Muitas vezes esquecemos a nossa responsabilidade e fechamos os olhos à exploração destas crianças que não têm direito de brincar, nem de estudar, nem de sonhar. Elas nem sequer têm o calor de uma família. Cada criança marginalizada, abandonada por sua família, sem escolaridade, sem cuidados médicos, é um grito! Um grito que se eleva a Deus e acusa o sistema que nós, adultos, construímos. Uma criança abandonada é culpa nossa. Não podemos continuar a permitir que se sintam sozinhas e abandonadas; elas precisam receber uma educação e sentir o amor de uma família para saberem que Deus não as esquece. Rezemos para que as crianças que sofrem, as crianças que vivem nas ruas, as vítimas da guerra e os órfãos, possam ter acesso à educação e possam redescobrir o afeto de uma família".


03 novembro, 2023

31º Domingo do Tempo Comum, Ano A – Solenidade de todos os Santos

Reflexão: - Domingo, 05 de novembro de 2023

31º Domingo do Tempo Comum, Ano A

Leituras:

Ap 7,2-4.9-14
Sl 23(24),1-2.3-4ab.5-6 (R. cf. 6)
1Jo 3,1-3
Mt 5,1-12a (Bem-aventuranças)


Festa de todas as Santas e de todos os Santos!

“À luz desta festa, detenhamo-nos um pouco a pensar sobre a santidade, em particular nas características da verdadeira santidade: é um dom - é um presente, não se pode comprar e, ao mesmo tempo, é um caminho. ” (Papa Francisco)

A festa de todas as Santas e de todos os Santos é convite a alegrar com a multidão de mulheres e homens acolhidos por Deus, o Livro do Apocalipse insiste em números simbólicos para nos fazer compreender que “uma multidão imensa de gente de todas as nações, tribos, povos e línguas, e que ninguém podia contar”. A Primeira Carta de São “vede que grande presente de amor o Pai nos deu: de sermos chamados filhas e filhos de Deus! E nós o somos! ”. O salmista “É assim a geração dos que procuram o Senhor! ”.

O Evangelho, as bem-aventuranças, “vendo Jesus as multidões, subiu ao monte e sentou-se. Os discípulos aproximaram-se, e Jesus começou a ensiná-los”.

Bem-aventurados são as e os: - pobres em espírito; aflitos; mansos; quem tem fome e sede de justiça; misericordiosos; puros de coração; quem promovem a paz; quem são perseguidos por causa da justiça e quem recebe perseguição e maldade por causa do senhor.

E Jesus diz porque são bem-aventurados: - porque delas e deles é o Reino dos Céus; porque serão consolados; porque possuirão a terra; porque serão saciados; porque alcançarão misericórdia; porque verão a Deus; porque serão chamados filhas e filhos de Deus; porque delas e deles é o Reino dos Céus; porque será grande a vossa recompensa nos céus.

As bem-aventuranças é o ressoar de Jesus que resgata para aquele tempo e para todos os tempos, o Deus amoroso e misericordioso que houve o clamor do povo oprimido e intervém para libertá-lo, inaugurando no aqui e agora o Reino de Deus. Em Jesus a revelação do amor imenso de Deus para com os pobres. As bem-aventuranças convoca, mulheres e homens, as paróquias, as Comunidades Eclesiais e Base (CEBs) e demais comunidades, a cultivar o seguimento de Jesus no que refere ao amor solidário, misericordioso e compassivo para com as e os empobrecidos e no compromisso de restabelecer a justiça, porque sem justiça não acontece o Reino.

Em face do Reino de Deus, são chamados de felizes justamente os que, segundo os critérios desse mundo, são chamados de infelizes, podemos compreender as bem-aventuranças como um protesto contra todo tipo de atitudes e meios de exclusão deste mundo.

Os pobres, os que tem fome e sede de justiça e os demais a quem Jesus menciona e os que Jesus continua a mencionar hoje, são as pessoas que não possuem o necessário para viver; tem fome e sede de pão e justiça; não tem moradia; não tem esperança; e incluí entre esses, viúvas e órfãos, e também, doentes crônicos e portadores de deficiência, como cegos, paralíticos, leprosos e muitas outras e outros que podemos incluir, enfim, que se encontram em situação vital marcada pela fome e lágrima.

Também o pobre de espírito, que sofre tanto quanto o pobre de material, a pobreza do espírito leva a uma profunda crise existencial que pode ter várias causas, como insucessos, frustações e fracasso na vida, tanto na sociedade, na Igreja e na família, entre os pobres de espírito encontram também as pessoas que em sua busca de Deus sentem distante de Deus e as pessoas que não percebe Deus e nem que necessita de Deus.

As bem-aventuranças convoca a enfrentar esse problema, como diz Papa Francisco, em meio à “globalização da indiferença”, enfrentar principalmente pelas pessoas que professam a fé cristã, pelas CEBs, pelas Igrejas. Como enfrentar é no seguimento de Jesus.

Por que são bem-aventurados?

- São bem-aventurados, porque acolhem com alegria a boa notícia do Reino dos Céus que se instaura neste mundo, trazida por Jesus.

- São bem-aventurados porque acreditam no Reino dos Céus, por meio de Jesus.

- São bem-aventurados, porque veem a coerência entre o que Jesus ensina e o que Jesus faz.

Deixar provocar pelas bem-aventuranças, é assumir o batismo. Deixar provocar pelas bem-aventuranças, é comprometer no seguimento de Jesus.

O caminho a Santidade é o seguimento de Jesus “A santidade é um dom de Deus que recebemos no Batismo, «se o deixarmos crescer, pode mudar completamente nossa vida» (cf. Exortação Apostólica Gaudete et Exsultate, 15) a ponto alcançar a plenitude da vida cristã. O santos não são heróis inalcançáveis ou distantes, mas são pessoas como nós". (Papa Francisco).

02 novembro, 2023

Uma bem-aventurança muito atual: «Bem-aventurados os pacificadores»



Uma bem-aventurança muito atual: «Bem-aventurados os pacificadores»

Vejamos, por exemplo, uma bem-aventurança muito atual: «Bem-aventurados os pacificadores». A paz de Jesus é muito diferente do que imaginamos. Todos desejamos paz, mas muitas vezes o que queremos não é precisamente a paz, é estar em paz, ser deixados em paz, não ter problemas, mas tranquilidade. Por outro lado, Jesus não chama bem-aventurados os tranquilos, aqueles que estão em paz, mas aqueles que fazem a paz e lutam para fazer a paz, os construtores, os pacificadores. De facto, a paz tem de ser construída, e como qualquer construção requer empenho, colaboração, paciência.

Gostaríamos que a paz chovesse do alto, mas a Bíblia fala da «semente da paz» (Zc 8, 12), porque germina do terreno da vida, da semente do nosso coração; cresce no silêncio, dia após dia, através de obras de justiça e misericórdia(...). Somos levados a acreditar que a paz vem pela força e pelo poder: para Jesus é o oposto. A sua vida e a dos santos dizem-nos que a semente da paz, para crescer e dar fruto, deve primeiro morrer. A paz não é alcançada conquistando ou derrotando alguém, nunca é violenta, nunca está armada.

Como nos tornamos então pacificadores? Antes de mais, é necessário desarmar o coração. Sim, porque estamos todos equipados com pensamentos agressivos, uns contra os outros, com palavras afiadas, e pensamos estar a defender-nos com o arame farpado da queixa e os muros de cimento da indiferença; e entre queixa e indiferença defendemo-nos, mas isto não é paz, isto é guerra. A semente da paz pede-nos que desmilitarizemos o campo do coração. Como está o teu coração? Está desmilitarizado ou cheio destes sentimentos, com queixas e indiferença, com agressão? E como se desmilitariza o coração? Abrindo-nos a Jesus, que é «a nossa paz» (Ef 2, 14); permanecendo diante da sua Cruz, que é a cátedra da paz; recebendo d’Ele, na Confissão, «o perdão e a paz». Por aqui se começa, pois ser pacificadores, ser santos, não é capacidade nossa, é dom seu, é graça.

Irmãos e irmãs, olhemos para dentro de nós e perguntemo-nos: somos pacificadores? Onde vivemos, estudamos e trabalhamos, levamos tensão, palavras que magoam, tagarelices que envenenam, polémicas que dividem? Ou será que abrimos o caminho para a paz: perdoamos aqueles que nos ofendem, cuidamos dos que estão à margem, curamos alguma injustiça ajudando aqueles que têm menos? A isto chama-se construir a paz.

No entanto, pode surgir uma última questão, que se aplica a qualquer bem-aventurança: vale a pena viver desta forma? Não é de perdedor? É Jesus que nos dá a resposta: os pacificadores «serão chamados filhos de Deus» (Mt 5, 9): no mundo parecem fora de lugar, porque não cedem à lógica do poder e do prevalecer, no Céu serão os mais próximos de Deus, os mais semelhantes a Ele. Mas, na realidade, também aqui aqueles que prevaricam permanecem de mãos vazias, enquanto aqueles que amam todos e não magoam ninguém vencem: como diz o Salmo, «o homem de paz terá uma descendência» (cf. Sl 37, 37).

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Papa Francesco
Angelus
1° novembro de 2022

01 novembro, 2023

Pe. Ciotti: emoção e gratidão ao Papa por receber mulheres que abandonaram a máfia

Hoje, para padre Ciotti, "graças a essas mulheres, um fermento subterrâneo está crescendo. Está crescendo uma consciência racional de que um mecanismo irrefreável foi colocado em movimento. Não há apenas o desejo de mudar o campo, há acima de tudo a necessidade de recuperar o que as máfias 'roubaram' delas: liberdade, vida, dignidade. É uma ruptura com o mal, uma ruptura cultural antes de tudo, e dessa forma elas 'enfraquecem' o poder da máfia por dentro"


Publicado no site da Vatican News


"Grande emoção e gratidão ao Papa Francisco, que esta segunda-feira, 30 de outubro, quis receber no Vaticano uma significativa representação de mulheres que decidiram romper códigos milenares baseados em violência e ameaças. Elas pedem uma mão, pedem para serem acompanhadas para sair do contexto mafioso. Mulheres que, depois de se tornarem mães, olham para seus filhos, meninos e meninas, e não aceitam a ideia de que um dia essas vidas serão peças em um jogo de poder, de violências e de prisão".

É o que diz padre Luigi Ciotti, presidente de Livre e do Grupo Abel, após a audiência concedida pelo Papa Francisco a um grupo de mulheres que se rebelaram contra a máfia. O padre continua:
"As máfias 'confiscaram' suas vidas. Mulheres que se rebelam contra a 'lei' do clã e buscam uma saída. É uma rebelião de corações e consciências. Mulheres que, apesar dos códigos culturais estabelecidos, dizem: 'Basta'! 'Basta' desse absurdo respeito sagrado pelo papel subordinado da mulher. Conscientes de que a violação foi frequentemente paga com a morte".

A liberdade é filha da justiça e da solidariedade

Hoje, para padre Ciotti, "graças a essas mulheres, um fermento subterrâneo está crescendo. Está crescendo uma consciência racional de que um mecanismo irrefreável foi colocado em movimento. Não há apenas o desejo de mudar o campo, há acima de tudo a necessidade de recuperar o que as máfias 'roubaram' delas: liberdade, vida, dignidade. É uma ruptura com o mal, uma ruptura cultural antes de tudo, e dessa forma elas 'enfraquecem' o poder da máfia por dentro".

"Mães que decidem se afastar e pedir ajuda. É necessário que muitas delas mudem seus nomes, suas generalidades. Um novo nome significa assumir a responsabilidade por uma renovação real de sua existência. É poder reconstruir laços de amizade, afetivos e profissionais sem o medo de ser reconhecidas e, portanto, rastreadas por aqueles que as procuram para fazê-las pagar".

O presidente de Livre e do Grupo Abel observa: "Elas pedem para ser livres. E a liberdade é filha da justiça que saberemos cada vez mais conquistar e da solidariedade que saberemos desenvolver".

(com Sir)