16 agosto, 2018

Para ficar para sempre, ficar na história! Se o povo soubesse a força que tem...ha se soubessem...


Para ficar para sempre, ficar na história! 
Se o povo soubesse a força que tem...ha se soubessem...

Sabemos que tudo é possível, os fatos nos leva a essa compreensão,  o TSE tem até o dia 17 de setembro para julgar os pedidos de registro de candidaturas, mas a oficialização da candidatura  de Luiz Inácio Lula da Silva à presidência da República marca a história política do Brasil.

O registro de um cidadão que se encontra preso, mesmo com os discursos dos grupos dominantes que ocupam os principais veículos de comunicação negando que o Lula é um preso político. 

É ou não é para ficar na história? 

"Os poderosos podem matar uma, duas ou três rosas, mas jamais conseguirão deter a primavera inteira." Che Guevara.

Se o povo soubesse a força que tem...ha se soubessem... não houve até hoje no Brasil  registro de uma candidatura a uma disputa eleitoral com tanta mobilização popular, milhares de manifestantes e em frente ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aproximadamente 50 mil pessoas.

Mesmo preso, Lula lidera as pesquisas de opinião para a eleição presidencial de outubro,  pela coligação “O Povo Feliz de Novo”, formada por PT, PCdoB e PROS.

Para mim,  Lula foi, com toda a certeza, o melhor presidente da história do nosso país.  

13 nomes para disputar o Palácio do Planalto

Os candidatos têm patrimônio que varia de zero a R$ 425 milhões. 

-  Luiz Inácio Lula da Silva (PT) – R$ 8 milhões 
- João Amoêdo (Novo)  -  R$ 425 milhões
-  Henrique Meirelles (MDB) -  R$ 377,5 milhões
-  João Goulart Filho (PPL) -  R$ 8,6 milhões
-  José Maria Eymael (DC) – R$ 6,1 milhões
-  Alvaro Dias (Pode) – R$ 2,9 milhões
-  Jair Bolsonaro (PSL) – R$ 2,3 milhões
-  Ciro Gomes (PDT) – R$ 1,7 milhão
-  Geraldo Alckmin (PSDB) - R$ 1,4 milhão
-  Marina Silva (Rede) – R$ 118,8 mil
-  Vera Lúcia (PSTU) – R$ 20 mil
-  Guilherme Boulos (PSOL) – R$ 15,4 mil
-  Cabo Daciolo (Patri) – não declarado

Pelo calendário eleitoral, o TSE tem até o dia 17 de setembro para julgar os pedidos de registro de candidaturas. Esse também é o prazo final para que os partidos substituam nomes nas chapas, exceto em caso de morte de candidato.

Conforme dados disponíveis no Sistema de Divulgação de Candidaturas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o patrimônio declarado dos candidatos a presidente chega a R$ 834 milhões.

O candidato do Patri, Cabo Daciolo, conforme o portal do TSE, não apresentou declaração de bens. 

João Amoêdo (Novo) é o candidato com maior patrimônio, 425 milhões de reais. São aplicações financeiras, imóveis, objetos colecionáveis (obras de arte e joias), embarcações, automóveis e quotas de empresas e ações. Só de aplicação de renda fixa ele diz ter R$ 217 milhões.

Já Amoêdo declarou casas, apartamentos, carros, joias, quadros, objetos de arte, título de clube, aplicações, embarcação, salas comerciais e depósito em conta corrente.

Henrique Meirelles (MDB) declarou R$ 377,5 milhões, incluindo depósito em conta no exterior, cotas de capital, título de clube, aplicações, apartamento e carros.

O terceiro candidato com maior patrimônio é João Vicente Goulart (PPL), totalizando R$ 8,6 milhões declarados. A relação de bens apresentada ao TSE inclui cotas de capital e imóveis.

Amor, Diálogos e a Superação da Intolerância Religiosa



Amor, Diálogos e a Superação da Intolerância Religiosa

Jesus ensinou que em vez de alimentar um discurso de ódio que gera divisão e exclusão, devemos amar sem preconceito.

A história da religiosidade brasileira tem sido fortemente marcada pelo preconceito e intolerância religiosa, o que explica muito sobre o presente. Desde o início foi assim. Tudo teve início com os portugueses que por meio de imposição, opressão, violência e morte, forçosamente se valeram do proselitismo-colonial para destruir a crença indígena. Condenaram toda a prática de culto religioso dos índios para implantar uma única religião dominante. Em suas caravelas, os portugueses desembarcam sem o Evangelho de Jesus. Trouxeram a bord
o uma religião colonizadora, opressora e imperialista. Da mesma forma fizeram com os negros, escravos que chegavam em navios negreiros. Demonizaram o culto africano submetendo-os ao jugo da obrigação de cultuar a religião cristã imposta pelo clero católico-romano. Nossa religiosidade já começa com uma violenta intolerância aos índios e negros que pela força do império, conseguiu destruir a crença de povos construída a séculos.

A intolerância religiosa no Brasil de nossos dias tem se manifestado de formas diversas. Nas pregações e escritos de líderes fundamentalistas, na destruição de imagens sacras ou objetos de culto, piadas, em depredações e incêndios a templos religiosos, nas agressões físicas e psicológicas, nas demonizações de objetos e oferendas e até mesmo assassinatos. Os dados das últimas pesquisas são preocupantes. A cada 15 horas é registrado uma denúncia de intolerância religiosa no Brasil. A Umbanda, Candomblé e Religiões de matrizes africanas juntas somam 66 casos em 2017, que neste caso são as que mais sofrem intolerância. Na mesma pesquisa, IURD, Assembleia de Deus, presbiteriana e igreja Adventista, juntas somam apenas 5 casos. (Fonte: https://brasil.estadao.com.br/noticias/geral,brasil-registra-uma-denuncia-de-intolerancia-religiosa-a-cada-15-horas,70002081286).

Em um contexto de racismo e intolerância religiosa, e com o alarmante crescimento dessa prática de desrespeito as religiões, é preciso falar sobre nós, sobre nosso posicionamento e como temos nos portado diante de uma realidade de exclusão, imposição e injustiça que tem definido as religiões de matrizes africanas como inferiores e sem valor religioso. Urge construir novos paradigmas que tenham em sua base o respeito as religiões e o diálogo amoroso que supera o ódio e a intolerância. Construir novos diálogos em uma perspectiva ecumênica e profética, que nos chame para conhecer o significado da religião do outro, ouvir suas histórias, conversar sobre sua fé, livre de todo preconceito, em um diálogo livre e aberto, com base no respeito às diferenças.

Jesus promoveu novos diálogos, superou preconceitos e o ódio dos religiosos fundamentalistas de seu tempo. Jesus ensinou que em vez de alimentar um discurso de ódio que gera divisão e exclusão, devemos amar sem preconceito. (Mt.5.43-44). O evangelho de João nos conta sobre o encontro de Jesus com a mulher Samaritana (Jo. 4.1-30). Esse texto tem muito a nos dizer sobre intolerância religiosa. A história entre judeus e samaritanos foi marcada pelo ódio. Por vários séculos criou-se barreiras geográfica, religiosa, sociais, culturais e econômicas, como informa esse pequeno trecho do estudo elaborado pelas mulheres do DMO do Egito:

“Essa inimizade tem suas raízes nos anos 720 a.C., quando o rei da Assíria derrotou Samaria, deportou os israelitas para a Assíria (II Reis 17.6) e trouxe pessoas da Babilônia e de outros países pagãos, estabelecendo-os nas cidades da Samaria, para desalojar os israelitas, de acordo com II Reis 17.24. O casamento entre esses estrangeiros e os israelitas que haviam escapado do exílio, contribuiu para as tensões entre samaritanos e israelitas.” (Fonte: https://www.cebi.org.br/2014/03/05/a-mulher-samaritana-jo-41-41).

Jesus derruba os muros da intolerância e do ódio. Não questiona a mulher de Samaria por ter entrado no espaço geográfico dos judeus para pegar água no poço, que por tradição bebeu ao Pai Judeu, Jacó. Em vez de excluir ou ofender a samaritana, como faria um judeu em seu lugar, Jesus dá início a um diálogo respeitoso e cheio de amor. Jesus gentilmente lhe pede água. Sua prática de iniciar um diálogo aberto com os samaritanos a partir da mulher é algo revolucionário e deixa seus discípulos perplexos. É um novo paradigma com base no perdão e no amor ao diferente. A pregação da intolerância e do ódio aos samaritanos fomentada pelos religiosos fundamentalistas do templo não tem força para vencer o amor ensinado e vivido pelo Jesus de Nazaré. O diálogo promovido por Jesus anima a mulher samaritana que logo deixa o cântaro no poço e leva a boa notícia de amor para seus amigos, amigas e moradores da cidade.

“Venham! Encontrei um homem no poço que falou sobre minha vida, que é o Messias, que não destila ódio nem preconceito, mas demonstra muito amor! ” (v.28-30).

É inegável que há um forte discurso de intolerância e ódio em alguns dos seguimentos cristãos travestidos de uma suposta “santidade”. Por várias décadas foi ensinado aos cristãos (católicos e evangélicos) que o candomblé, a umbanda e religiões de matrizes africanas são do diabo e que é preciso orar para Deus fechar ou destruir os terreiros. Também foi ensinado nos púlpitos e nas escolas bíblicas que é no terreiro que os demônios se manifestam por meio de rituais e danças e que os instrumentos musicais, a música e as comidas de oferendas são maldição. Não é difícil encontrar em igrejas campanhas de oração pedindo a Deus para fechar o terreiro que está na rua próximo à igreja. Uma mistura de ignorância e intolerância religiosa.

Tudo isso é resultado de uma impregnação do fundamentalismo religioso que insiste em não se abrir para o diálogo. Como já dissemos, construir novos diálogos com base no amor e no respeito para conhecer as religiões é o caminho para a superação do preconceito e do ódio. Para que isso aconteça de forma concreta, é preciso voz profética para denunciar. É no diálogo que se ouve o outro, que construímos juntos novos caminhos de libertação, que perdoamos as ofensas, que se aprende sobre amor e respeito. O diálogo sustenta bons relacionamentos. Jesus não construiu muros de intolerância para separar as pessoas e enraizar o ódio, mas pontes seguras para que todos e todas possam caminhar livremente, de um lado para o outro, em meio as diferenças, para que juntos possamos construir um mundo melhor. Jesus ensinou que o amor supera em muito o ódio, pois o amor sempre vence.


Sobre o Autor: Marcos Aurélio é Teólogo e Ativista Social. Publica textos no site do Centro Ecumênico de Estudos Bíblicos. Facilitador da Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito em Natal, RN e coordenador do Espaço Comunitário Pé no Chão.

Fonte: CEBs do Brasil