30 setembro, 2023

Celebrando 180 anos da Infância e Adolescência Missionária (IAM)

Celebrando 180 anos da Infância e Adolescência Missionária (IAM).
Peregrinação ao Santuário Nacional de Aparecida.
30/09/2023.













29 setembro, 2023

Celebrar 180 anos da Infância e Adolescência Missionária (IAM)

A caminho a casa da Mãe.
Celebrar 180 anos da Infância e Adolescência Missionária (IAM).
29/09/2023 - 18 horas

Eu e minha sobrinha afilhada Paula Barbuzano Bueno


28 setembro, 2023

26º Domingo do Tempo Comum, Ano A

Reflexão: Domingo, 1 de Outubro de 2023
26º Domingo do Tempo Comum, Ano A

Leituras:
Ez 18,25-28
Sl 24,4bc-5.6-7.8-9 (R. 6a)
Fl 2,1-11
Mt 21,28-32

A liturgia do 26º Domingo do Tempo Comum deixa claro que Deus chama todas as mulheres e homens a empenhar-se na construção desse mundo novo de justiça e de paz que Deus sonhou e que quer propor ao seu povo. Diante da proposta de Deus, nós podemos assumir a dizer “sim" a Deus e colaborar com Ele, ou escolher caminhos de egoísmo, de comodismo, de isolamento e não assumirmos o compromisso que Deus nos pede. A Palavra de Deus exorta-nos a um compromisso sério e coerente com Deus, um compromisso que signifique um empenho real e exigente na construção de um mundo novo, de justiça, de fraternidade, de paz.

Na primeira leitura, o profeta Ezequiel convida os israelitas exilados na Babilónia a um novo jeito de ver a realidade, porque havia a ideia que, o que acontecia em Israel era atribuído a Deus, as coisas boas eram sinal de bênção, enquanto as ruins eram vistas como castigo pelos pecados do povo, então imaginavam que o exílio fosse um castigo por algum mal praticado pelos antepassados e que estava repercutindo sobre as e os descendentes.

O profeta, no entanto, pensa diferente e adverte o povo, denunciando a mentalidade equivocada, não era a conduta de Deus que estava errada, mas o próprio povo, com suas escolhas e infidelidades. O profeta convida o povo à consciência sobre a responsabilidade pessoal de cada uma e de cada um, na vida depende de cada opção que se faz, “Quando um justo se desvia da justiça, pratica o mal e morre, é por causa do mal praticado que ele morre. Quando um ímpio se arrepende da maldade que praticou e observa o direito e a justiça, conserva a própria vida”. Deus é presente, Ele olha o hoje das pessoas. A cada momento, em qualquer idade ou qualquer situação e estágio de vida, todas e todos tem oportunidade para mudar de atitude.

Importante o entendimento, Ezequiel NÃO DIZ que o erro praticado por uma pessoa não afeta outras irmãs e irmãos, membros da mesma comunidade, é claro que afeta. O erro, o pecado gera sempre elementos de desarmonia, de egoísmo, de desequilíbrio, de ruptura, que atingem todas aquelas e todos aqueles que caminham junto e que estão a caminho, o que Ezequiel fez foi enfatizar que cada mulher, cada homem tem de sentir-se pessoalmente responsável diante de Deus pelas suas opções e pelos seus atos.

O Evangelho diz como se concretiza o compromisso com Deus... O "sim" que Deus pede é um compromisso firme, coerente, sério e exigente com o Reino, com os seus valores, com o seguimento de Jesus Cristo. A verdadeira cristã e o verdadeiro cristão é aquela e aquele que cumpre na realidade da vida a vontade de Deus.

A segunda leitura, Paulo apresenta as cristãs e aos cristãos de Filipos e de todos os tempos e lugares o exemplo de Cristo, apesar de ser Filho de Deus, Cristo não afirmou com arrogância e orgulho a sua condição divina, mas assumiu a realidade da fragilidade humana, fazendo-se servidor das mulheres e dos homens para ensinar a lição do amor, do serviço, da entrega total da vida por amor. Todas e todos são chamados por Deus a seguir Jesus e a viver do mesmo jeito, na entrega total ao Pai e aos seus projetos.

Deus é ternura e compaixão, assim diz o salmo, Ele mostra a quem procura Seus caminhos, faz conhecer a Vossa estrada e Sua verdade orienta e conduz.

Não nos deixemos esquecer a Campanha da Fraternidade (CF) 2023!

Tema: Fraternidade e Fome

Lema: Dai-lhes vós mesmos de comer! (Mt 14, 16)


A fome é um escândalo e um contra testemunho! Num país como o Brasil, líder mundial na produção de alimentos, ver pessoas passando fome revela muito sobre nossa economia, nossa cultura, nossa política e nossos cidadãos. Afinal, como podemos admitir que pessoas, famílias e até comunidades inteiras passem fome? A Campanha da Fraternidade 2023 propõe refletir o tema da fome a partir da perspectiva cristã entendendo, sobretudo, que não existe fé sem obras e que qualquer discurso religioso sem uma prática de vida coerente torna-se estéril e vazio.

No campo da educação podemos falar que é urgente educar as crianças e jovens para que:

- consigam olhar para o outro e se compadecer;
- sejam capazes de questionar as estruturas injustas da sociedade;
- sejam desapegados dos bens materiais e capazes de doar solidariedade o que tem.

Infelizmente, a situação da fome se agrava porque estamos em cultura de indiferença e resignação que, muitas vezes, é transmitida dentro de casa e reforçada na convivência social. Não entendemos a urgência da fome dos outros e ainda os julgamos a partir de um olhar meritocrático e privilegiado. Muitas vezes, as crianças são ensinadas a desconfiar e odiar os pobres. Nesse sentido, as escolas católicas têm o dever moral de desconstruir esse julgamento e formar a consciência das crianças, jovens e dos pais para a empatia, a justiça, a solidariedade e o senso de fraternidade.

Objetivos da CF 2023

Objetivo Geral

SENSIBILIZAR a sociedade e a Igreja para enfrentarem o flagelo da fome, sofrido por uma multidão de irmãos e irmãs, por meio de compromissos que transformem esta realidade a partir do Evangelho de Jesus Cristo.

Objetivos Específicos

1. COMPREENDER a realidade da fome à luz da fé em Jesus Cristo;
2. DESVELAR as causas estruturais da fome no Brasil;
3. INDICAR as contradições de uma economia que mata pela fome;
4. APROFUNDAR o conhecimento e a compreensão das exigências evangélicas e éticas de superação da miséria e da fome;
5. ACOLHER o imperativo da Palavra de Deus, que nos conduz ao compromisso e à corresponsabilidade fraterna;
6. INVESTIR esforços concretos em iniciativas individuais, comunitárias e sociais que levem à superação da miséria e da fome no Brasil;
7. ESTIMULAR iniciativas de agricultura familiar agroecológica e a produção de alimentos saudáveis;
8. RECONHECER e fomentar iniciativas conjuntas entre comunidade de fé e outras instituições da sociedade civil organizada;
9. MOBILIZAR a sociedade para que haja uma sólida política de alimentação no Brasil, garantindo que todos tenham vida.

Indicações pedagógico-pastorais para a CF nas escolas católicas

De acordo com pesquisa realizada pela ANEC em 2022 e que será publicada ainda este ano, 99% das escolas católicas do Brasil abordam a Campanha da Fraternidade durante o ano letivo em uma rica gama de propostas pedagógico-pastorais: projetos, encontros, formações, celebrações, aulas, pesquisas… Assim sendo, apresentamos algumas estratégias para que coordenadores pedagógicos, pastorais e professores possam se apropriar.

O tema da CF 2023 é um assunto rico do ponto de vista pedagógico e didático, pois nos permite trabalhar todas as áreas do conhecimento e muitas das competências da Base Nacional Curricular Comum. Cada instituição deve reforçar sua identidade confessional aderindo à Campanha e auxiliando que, não apenas os estudantes, mas também suas famílias e os profissionais que ali atuam sejam multiplicadores da consciência que a CF 2023 vem despertar.

Trabalhando a CF na Educação Infantil

- Atividades que expressem autocuidado, especialmente com relação aos hábitos alimentares e de higiene.
- Narrativas e atividades para explorar o sentido da solidariedade, do cuidado com o outro e do respeito às diferenças.
- Brincadeiras que estimulem a cognição e as habilidades motoras e que se relacionem, ao mesmo tempo, com os valores de cuidado e respeito à vida.
- Explorar sabores, cheiros e cores dos alimentos a fim de reforçar a importância da alimentação saudável.

Trabalhando a CF no Ensino Fundamental

- Leitura e produção de texto relacionado ao tema da fome e da pobreza.
- Murais sobre o problema da fome do ponto de vista geográfico e econômico.
- Pesquisa no Supermercado e discussão sobre os preços, o custo de vida e a distribuição da renda.
- Aulas práticas sobre alimentação saudável – por exemplo: uma gincana de alimentação saudável para estimular a ingestão de frutas, diminuição de alimentos ultra processados ou criação de uma horta comunitária na escola.
- Entrevistas com pais e avós sobre a cultura alimentar da família (receitas de família, hortas, hábitos do passado).
- Conhecimento das culturas indígenas e quilombolas que preservam hábitos alimentares antigos e ancestrais.
- Redescobrir a agricultura familiar – conhecer uma plantação e os agricultores, provar dos alimentos produzidos organicamente.

Trabalhando a CF no Ensino Médio

- Pesquisa das origens da fome no Brasil, mapeando as regiões e as zonas em que o problema prevalece.
- Debates orientados sobre as políticas públicas de distribuição de renda e de terra.
- Conhecimento dos movimentos populares que lutam contra a fome
- Mapeamento das pessoas em situação de rua e das comunidades pobres no entorno da escola e a promoção de um gesto de solidariedade para amparo emergencial.
- Trabalho de campo para aprofundar em temas como a agricultura familiar e a insegurança alimentar.
- Gincana solidária de arrecadação de alimentos.

Trabalhando a CF por áreas de conhecimento

- Linguagens: explorar a interpretação de textos, especialmente textos visuais, que trazem a temática da insegurança alimentar. Considerar a literatura da fome como leitura paradidática, por exemplo, as obras de Carolina Maria de Jesus.

- Matemática: aproveitar a riqueza de dados numéricos relacionados à fome e insegurança alimentar no Brasil e no mundo para fazer comparações, representações gráficas, cálculos de porcentagem, frações e outros objetos de conhecimento afins. O tema do custo de vida, do preço dos alimentos, da educação financeira podem ser muito aproveitados. Também há uma discussão imprescindível que deve ser incorporada na aprendizagem da Matemática no que diz respeito a outras formas de organização da economia – economia solidária, economia de comunhão, economia de Francisco e Clara.

- Ciências da natureza: a questão da fome perpassa todos os componentes curriculares da área como, por exemplo, o ciclo da vida e a nutrição. Também é uma ocasião para abordar o uso de agrotóxicos, a existência dos transgênicos, o acesso facilitado aos alimentos de baixo valor nutricional como os ultraprocessados e os problemas ecológicos ligados ao agronegócio e à indústria dos alimentos. É uma oportunidade de problematizar a cultura fitness de dietas, os transtornos alimentares, os estilos alimentares de outras culturas e a “instagramização” da alimentação nas redes sociais.

- Ciências humanas: a investigação dos fatores históricos, sociais e políticos que nos fizeram chegar ao momento atual de fome. O debate em torno da distribuição da renda e da terra. Compreensão do sistema econômico capitalista e os modos de exclusão social que ele produz. Debate em torno da questão do trabalho (emprego, subemprego, desemprego, “uberização” do trabalho). A cartografia da fome e da insegurança alimentar. O valor cultural e social da alimentação. Conhecimento e análise das políticas públicas que visam mitigar a fome.

- Ensino religioso: o compromisso social das tradições religiosas; a cultura alimentar ligada às religiões e os alimentos considerados sagrados; as iniciativas da Igreja Católica e outras denominações para assistir às pessoas pobres (com destaque para SSVP, Caritas, Pastorais Sociais, Economia de Comunhão, Economia de Francisco e Clara).

Trabalhando a CF na Pastoral Escolar

- Celebração penitencial e via-sacra com estudantes, familiares e educadores – nestes momentos, pode-se contextualizar o roteiro das celebrações a partir problema da Fome, inclusive a fome de Deus, fome de justiça, fome de paz. Para isso, os subsídios da própria CNBB são muito úteis.
- Ação de voluntariado junto a comunidades carentes e pessoas vulneráveis – é muito importante que haja uma intencionalidade pedagógica e não simplesmente assistencial, pois na escola mesmo as ações pastorais devem permitir ao estudante aprender algo.
- Campanha/ gincana de arrecadação de alimentos – pode ser uma atividade lúdica que envolva todos os segmentos da escola e ainda envolva a comunidade.
- Encontros temáticos com grupos de jovens (há um subsídio específico da CNBB para esses encontros que deve ser aproveitado).
- Formação dos educadores e dos pais.
- Ação envolvendo a comunidade escolar para evitar o desperdício de alimentos.
- Contato com a comunidade paroquial para conhecer e somar os grupos que atuam na pastoral social – com destaque a - Sociedade São Vicente de Paulo, a Caritas e iniciativas de Economia Solidária.
- Feira de Economia Solidária para promover microempreendedores, agricultores, produtores artesanais.
- Na Catequese: além dos encontros específicos que podem ser incluídos no itinerário catequético (ver os subsídios específicos da CNBB), pode-se celebrar o Sacramento da Reconciliação e aprofundar nos textos bíblicos que inspiram a CF 2023, sobretudo a multiplicação dos pães. Uma dica é fazer uma dinâmica de fabricação de um pão caseiro que depois pode ser partilhado num momento de espiritualidade.
- Intervenção nas salas de aula para fixar o cartaz da CF 2023.
- Rezar a oração da CF 2023 na abertura das reuniões, encontros com pais e no início das aulas em alguns dias da semana, se for oportuno.

Trabalhando a CF na gestão escolar

- Ações para melhorar a qualidade nutricional do que é servido nas cantinas escolares e nos lanches dos professores.
- Ações para evitar o desperdício de alimentos na escola.
- Formação e sensibilização da equipe gestora em torno do tema da Fome.
- Momentos de oração e espiritualidade com a equipe da escola para refletir sobre o compromisso pessoal e social de conversão.


Fonte: ANEC

26 setembro, 2023

O Santo Padre escolheu os temas das duas Jornadas Mundiais da Juventude

O Santo Padre escolheu os temas das duas Jornadas Mundiais da Juventude que se vão celebrar nas Igrejas particulares em 2023 e 2024, por ocasião da solenidade de Cristo Rei.


Publicado por Vatican News, 26/09/2023

Vatican News

O Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, através de um comunicado informa que o Santo Padre escolheu os temas das duas Jornadas Mundiais da Juventude que se vão celebrar nas Igrejas particulares em 2023 e 2024, por ocasião da solenidade de Cristo Rei, e que cadenciam o caminho de preparação para o Jubileu dos Jovens, no contexto do grande Jubileu de 2025 «Peregrinos de esperança»:


XXXVIII Jornada Mundial da Juventude, 2023: «Alegres na esperança» (cf. Rm 12, 12);

XXXIX Jornada Mundial da Juventude, 2024: «Aqueles que esperam no Senhor caminham sem se cansar» (cf. Is 40, 31).

«As alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo»: destacava em 1965 a constituição pastoral Gaudium et spes. Nos tempos difíceis atuais, a Igreja deseja, como então, reacender a esperança no mundo e, para o conseguir, confia de maneira particular nos jovens, protagonistas da história e «missionários da alegria».

Na exortação apostólica pós-sinodal Christus vivit, o Papa Francisco indicava Cristo como «a nossa esperança e a mais bela juventude deste mundo» (n. 1). Agora, com os temas das duas próximas JMJ, Sua Santidade convida os jovens a aprofundar o significado da esperança cristã e a testemunhar alegremente que Cristo está vivo.

Notícias e outras informações relativas às JMJ podem ser encontradas no site do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida: www.laityfamilylife.va.

22 setembro, 2023

Deixemo-nos envolver pela liturgia desse 25º Domingo do Tempo Comum

25º Domingo do Tempo Comum, Ano A
Cor: Verde

Leituras:
Is 55,6-9
Sl 144(145),2-3.8-9.17-18 (R. 18a)
Fl 1,20c-24.27a
Mt 20,1-16a

Deixemo-nos envolver pela liturgia desse 25º Domingo do Tempo Comum

Novamente Jesus fala por parábola, era o jeito Dele falar ao povo usando a linguagem do povo. Nesse 25º Domingo do Tempo Comum, Jesus conta a parábola da contratação de trabalhadoras e trabalhadores para a sua vinha.

Na primeira leitura, o profeta Isaías descreve muito bem como é o modo de agir de Deus. Nosso Deus sempre se deixa encontrar, basta buscá-Lo, o profeta trata sobre a volta dos exilados, que desejam melhores condições de vida, muitos tinham pensamentos de vingança, mas para Isaías os exilados devem procurar conhecer a vontade de Deus, a procurar por Ele e experimentar da Sua misericórdia e do Seu Amor.

O contexto do Evangelho é o caminho que Jesus faz com suas discípulas e seus discípulos para Jerusalém (cf. Mt 19-20), enquanto faz o percurso Ele vai mostrando, ensinando sobre o Reino que estava propondo. O Reino dos Céus é comparado com história de um patrão que sai de madrugada para contratar operárias e operários para a sua vinha. No Reino de Deus, não existem marginalizadas e marginalizados, Deus chama a todas e a todos a trabalhar para o seu Reino, a valorização do trabalho é a mesma, ou seja, a salvação, a vida eterna. E a lógica do amor de Deus, que é gratuito e generoso. As bonitas relações entre a humanidade e o Deus da vida que Jesus revelou, um Deus que apenas chama, que inclui, não quer que ninguém fique fora do seu Reino.

Na 2ª Leitura o apóstolo Paulo, preso, sente a morte próxima, e sua dúvida é: Morrer para estar com Cristo ou viver para continuar servindo ao projeto do Reino de Deus, Paulo resolve, ficar vivo para ajudar as pessoas a buscar, ouvir e responder sim ao chamado de Deus, na certeza que “O Senhor está perto da pessoa que o invoca! ”.

A CEBs o ambiente!

A paróquias está em cada Comunidade Eclesial de Base (CEBs) formada pelo conjunto de quadras, condomínio ou prédios pelos bairros. Através das CEBs a paróquia está presente nas casas, na vida da família, na vida da pessoa dos: idosos, crianças, jovens, empobrecidos, enfermos, excluídos e até dos afastados.
As CEBs é a presença da paróquia principalmente as pessoas que precisam dessa presença. Por isso as CEBs enfrentam o desafio de descobrir, onde Jesus quer que a paróquia vá e esteja, com quais pessoas e situações, mesmo correndo o risco de não ser compreendidas, não com grandes eventos, grandes atividades, ..., mas com pequenos gestos no dia a dia. Nos pequenos gestos está a mística das CEBs. Pequenos gestos através das líderes da Pastoral da Criança, Pastoral da Pessoa idosa, Ministros das/dos Enfermos, Catequese, Liturgia, grupos de reflexão, ..., e por tantas mulheres e homens, de todas as idades, que em sua CEB percebem quem está precisando de acolhida, afeto, caridade e de tantos outros gestos fraternos. Esses pequenos gestos que precisam voltar a serem enxergados, aí ninguém terá dúvidas que as CEBs estão vivas e elas são a presença da Igreja principalmente as pessoas que precisam dessa presença.

20 setembro, 2023

Hino da Campanha da Fraternidade 2024


Hino da Campanha da Fraternidade 2024

Tema: Fraternidade e Amizade Social
Lema: “Vós sois todos irmãos e irmãs” (Mt 23, 8)


Letra: Douglas Diego Palmeira Rocha



1. Conduzidos a este deserto, (cf Mc 1, 13)
Deus nos chama à libertação (cf Ex 3,8; 20,2)
da indiferença e divisão:
“Onde está tua irmã, teu irmão?” (cf Gn 4,9)
“Eis a hora! O Reino está perto,
Crê na Palavra e na conversão. ((Mc 1,15)


REFRÃO: “Vós sois todos irmãos e irmãs” (Mt 23,8)
é palavra de Cristo, o Senhor;
pois a fraternidade humana
deve ser conversão e valor.
Seja este um tempo propício (cf 2Cor 6,2)
para abri-nos, enfim, ao amor!


2. A Quaresma nos chama a assumir
um amor que supera barreiras, (FT 1)
desejando abraçar e acolher, (FT 3)
se estendendo além das fronteiras, (FT 99)
rompendo as cadeias que isolam,
construindo relações verdadeiras. (FT 62)

3. Misericórdia, pecamos, Senhor, (Sl 50,3)
sem no outro um irmão enxergar.
Mas queremos vencer os conflitos,
pela cultura do encontro lutar. (FT 30)
Em unidade na pluralidade,
um só Corpo queremos formar! (cf 1Cor 12,12-31)

4. O Senhor nos propõe aliança (Gn 9,8-15)
e nos trata com terno carinho. (Sl 102,4)
Superemos divisões, extremismos
ninguém vive o chamado sozinho. (FT 32)
Só assim plantaremos a paz:
“Corações ardentes e pés a caminho” (cf Lc 24, 32-33)

5. “Alarga o espaço da tenda” (Is 54,2)
e promove a amizade social, (cf EG 228)
vence as sombras dum mundo fechado,
construindo Igreja sinodal.
Convertidos, renovados veremos
novo céu, nova terra, afinal. (Ap 21,1-7)

19 setembro, 2023

Sônia Oliveira levará o POVO DE DEUS para o Sínodo

“pois o que está em jogo não são doutrinas, mas o clericalismo, a autorreferencialidade”



O texto é de Celso Pinto Carias, publicado pelo Portal das CEBs, 15/09/2023.


Sônia Oliveira levará o POVO DE DEUS para o Sínodo

O Sínodo convocado pelo Papa Francisco, Comunhão, Participação e Missão, tem deixado muita gente na Igreja Católica nervosa. Por um lado, é difícil entender a razão de tanta resistência, por outro, compreende-se perfeitamente, pois o que está em jogo não são doutrinas, mas o clericalismo, a autorreferencialidade, em última instância, o medo de perder privilégios.

Sônia Oliveira, amiga, irmã no caminho de articulação do laicato na Igreja, talvez seja uma das melhores expressões do simbolismo contundente deste Sínodo. Além de ser leiga e ter diversas qualidades como pessoa, Sônia carrega na pele e no gênero uma marca indelével que aponta para uma profunda necessidade de mudança no caminho eclesial: negra e mulher.

Sim, ao longo da história da Igreja, o racismo fez parte vigorosa das opções evangelizadoras, e de certa forma ainda faz. Sim, mulheres, depois dos primeiros anos de cristianismo, foram perdendo sua dignidade no seio da Igreja, tratadas como seres inferiores, colocadas para fora de funções por argumentos antropológicos, quiçá misóginos, e não teológicos. E agora, bem devagar, voltam a ser reconhecidas.

Ora, ora. O Papa tem insistido que o Sínodo não é um parlamento. Que a escuta principal é ao Espírito Santo. Que não se trata de um debate ideológico, pois ser sinodal é constitutivo da Igreja, não é uma moda. Então, por que tanta preocupação? Será que duvidamos da honestidade do Papa?

Qualquer teólogo/a sabe que é o batismo o requisito fundamental da dignidade cristã. Que ele é a marca indelével que nos coloca como seguidores/as do CAMINHO, autodenominação dada por aqueles e aquelas que continuaram depois da Páscoa, e não cargos e funções que se exercem, cuja finalidade deveria ser a de edificar o processo no qual o Projeto de Jesus Cristo se faça presente no meio do mundo.

Sim, há vocações e responsabilidades diferentes. O múnus apostólico de um bispo não pode ser comparado ao de um reles teólogo de periferia. Porém, nenhuma vocação na Igreja deveria ser exercida de forma autoritária. Ninguém na Igreja deveria viver a missão com privilégios. A base fundamental é o “lava pés”: “ide vós e fazeis a mesma coisa”.

Assim sendo, a força simbólica de Sônia é enorme. Não queremos colocar um fardo pesado demais nas costas desta querida irmã. Mas o Papa parece ter percebido que só a presença dela fala. Sônia tem muito a contribuir, pois tem capacidade para isso. Contudo, sabemos dos desafios que obstaculizam possíveis alterações no percurso, pois se desinstalar não é algo fácil.

Sim, a expectativa em torno deste processo sinodal é enorme. A esperança de que leigos e leigas sejam tratados como irmãos e irmãs, e não como súditos, daí para frente, é grande. Depois desta etapa, em outubro/2023, ainda teremos mais um ano de reflexão. Sônia leva, neste momento, o POVO DE DEUS, dimensão eclesiológica recuperada no Concílio Vaticano II, mas que tem sido abafada e, com a graça de Deus, será reafirmada. Não há outro caminho a não ser o CAMINHO SINODAL.

É possível que a sinodalidade não se reestabeleça? Infelizmente sim. Contudo, será uma profunda traição daquele caminho tão bem sintetizado no Evangelho de Lucas. O Caminho entre Jerusalém e Emaús. Vá, Sônia, e nos leve junto!

16 setembro, 2023

FORMAÇÃO - Introdutora / Introdutor

“Sujeito indispensável dos processos da Iniciação à Vida Cristã é toda a comunidade cristã. Ela é responsável pelo rosto que a Igreja vai apresentar a quem dela se aproxima; é necessário recuperarmos esta convicção e com ela sermos coerentes.

O processo de Iniciação à Vida Cristã requer a acolhida, o testemunho, a responsabilidade da comunidade.

Quem busca Jesus precisa viver uma forte e atraente experiência eclesial. A Iniciação dos chamados ao discipulado se dá pela comunidade e na comunidade” (doc. 107, n.106).

14 setembro, 2023

Livro: Teologia para todos: Manual de iniciação teológica a partir de seus principais temas Autor Celso Pinto Carias

Livro: Teologia para todos: Manual de iniciação teológica a partir de seus principais temas Autor Celso Pinto Carias 

Segundo Carias, a Teologia não deve ficar confinados em institutos, faculdades e seminários, a reflexão sobre a fé é um tema que deve ser dito e sentido de várias formas. Divulgar a Teologia mais ampla possível para todas e todos que desejam algum tipo de aprofundamento sobre a realidade de Deus a partir da fé cristã. 

Carias muito tem contribuído com as CEBs da Arquidiocese de Maringá.


 

12 setembro, 2023

Oração da Irmandade dos Mártires da Caminhada

Oração da Irmandade dos Mártires da Caminhada


Deus da Vida e do Amor, Trindade Santa:
Em Irmandade com os Mártires
da Caminhada da Nossa América,
vos louvamos e agradecemos
pela força que derramastes em seus corações
para darem a vida e a morte
pela Vida, no Amor.

Como Jesus, foram fiéis até o fim
e deram a prova maior.
Por Ele e com Ele,
venceram o pecado, a escravidão e a morte
e vivem gloriosos, sendo páscoa na Páscoa.

Derramai também em nós o vosso Espírito
de união, de fortaleza e de alegria,
para que demos totalmente nossas vidas
pela causa do vosso Reino.

Por esses muitos irmãos e irmãs,
testemunhas pascais.
Por Maria, a mãe da Testemunha Fiel.
E pelo mesmo Jesus Cristo,
o Crucificado Ressuscitado,
Primogênito vencedor da morte.

Amém, Axé, Awiri, Aleluia!

07 setembro, 2023

Celebrando um aninho do meu lindo sobrinho Arthur!

 


Precisamos resgatar na Arquidiocese de Maringá a mística que nos faz viver a causa, de enxergar e se envolver.

Precisamos resgatar na Arquidiocese de Maringá a mística que nos faz viver a causa, de enxergar e se envolver.

Mística essa presente no realizar - gritos das e dos excluíd@s, participação nas romarias da terra e semanas social, no realizar romaria da e do trabalhad@r. Sem essa mística, corre-se o risco de perdemos a vontade, a criatividade e o amor pela causa, a causa do seguimento de Jesus, causa do Reino. A mística presente nessas atividades são forças que influencia diretamente sobre o comportamento social e leva a praticar valores, como a solidariedade, justiça, o envolver-se juntos. Nos ajuda também a perceber que a força está na coletividade e somente com ela conseguimos energia para que os poderosos não triunfam sem esforço. Quanto mais se faz, mais se quer fazer. Quanto mais se entra na luta, mais se quer seguir em frente. É uma força que não deixa parar e que nos ajuda na prática, é esperança, empurra, mas ela também pode morrer, porque mística é atitude.

Entrevista com Humberto Henrique


 

06 setembro, 2023

Sete de Setembro - Independência do Brasil

Rezemos juntos,
Sete de Setembro, dia que comemoramos o Dia da Independência do Brasil, rezemos pela Pátria e por todo o Povo Brasileiro, e rezemos pelo fim da pobreza, da desigualdade social e de todo mal que rouba a vida humana e da natureza.

“Nós nos gloriamos também nas tribulações, sabendo que a tribulação produz a perseverança, a perseverança produz a fidelidade comprovada, e a fidelidade comprovada produz a esperança. E a esperança não engana”. (Carta de São Paulo aos Romanos, 5.3-5)

Que a memória da luta e da caminhada do povo seja alimento para o compromisso de continuidade na certeza que “a esperança não engana” e que a Independência do Brasil, passe a ser celebrada na certeza que muito precisa ser feito para que todas e todos vivam num outro Brasil possível, num outro mundo possível, numa Terra Sem Males.


No dia Sete de Setembro de 1982 aconteceu a independência do Brasil, e assim o país conquistou a sua emancipação de Portugal. Nesse dia aconteceu o grito da independência, realizado às margens do Rio Ipiranga, em São Paulo, e dado por Pedro de Alcântara (futuro D. Pedro I). A independência brasileira foi acompanhada por pequenos conflitos armados, localizados principalmente no Nordeste.

05 setembro, 2023

O Papa adverte para as ideologias na Igreja e no mundo

No diálogo com os jornalistas no voo de regresso da Mongólia, Francisco falou do Sínodo, explicando que “não é um programa de Tv” e não é uma assembleia parlamentar. O Pontífice explicou o significado de suas palavras aos jovens russos, reiterando que se tratava de um convite a não esquecer sua grande herança cultural.


Publicado por Vatican News, 04/09/2023
Matteo Bruni


Obrigado, Santidade, por esses dias intensos de encontro com esse pequeno povo rico em cultura em uma grande terra, como o senhor a descreveu, e também com uma comunidade cristã viva que dá testemunho de sua fé com frescor. Os jornalistas puderam se interessar e conhecer esse lugar e ainda têm algumas perguntas que gostariam de fazer ao senhor.

"Bom dia a todos e obrigado pela companhia. Obrigado pelo trabalho que vocês fizeram. Mostrando com a mídia também a cultura desse povo, a história. Muito obrigado!"

Jargalsaikhan Dambadarjaa (The Defacto Gazete):

Muito obrigado, Santidade, por ter visitado a Mongólia. Minha pergunta é: qual foi seu principal objetivo com essa visita e está satisfeito com o resultado alcançado?

"A ideia de visitar a Mongólia me veio à mente pensando na pequena comunidade católica. Faço essas viagens para visitar as comunidades católicas e também para entrar em diálogo com a história e a cultura dos povos, com aquilo que é a mística de um povo. É importante que a evangelização não seja concebida como proselitismo. O proselitismo sempre restringe. O Papa Bento XVI disse que a fé não cresce por proselitismo, mas por atração. O anúncio evangélico entra em diálogo com a cultura. Há uma evangelização da cultura e também uma inculturação do Evangelho. Porque os cristãos também expressam seus valores cristãos com a cultura de seu próprio povo. Isso é o oposto do que seria uma colonização religiosa. Para mim, a viagem era conhecer esse povo, entrar em diálogo com esse povo, receber a cultura desse povo e acompanhar a Igreja em seu caminho com muito respeito pela cultura desse povo. E estou satisfeito com o resultado".

Ulambadrakh Markhaakhuu (ULS Suld Tv)

O conflito de civilizações de hoje só pode ser resolvido por meio do diálogo, como Vossa Santidade disse. Ulan Bator pode se oferecer como plataforma para um diálogo internacional entre a Europa e a Ásia?

"Penso que sim. Mas vocês têm uma coisa muito interessante, que também favorece esse diálogo, e me permito chamá-la de 'mística do terceiro vizinho', que lhes permite seguir adiante numa política do terceiro vizinho. Veja que Ulan Bator é a capital de um país mais distante do mar, e podemos dizer que sua terra está entre duas grandes potências, a Rússia e a China. E é por isso que sua mística é tentar dialogar também com seus "terceiros vizinhos": não por desprezo por esses dois, porque vocês têm boas relações com ambos, mas por um anseio de universalidade, para mostrar seus valores ao mundo inteiro e também para receber dos outros os valores deles para que vocês possam dialogar. É curioso o fato de que, na história, sair em busca de outras terras muitas vezes foi confundido com colonialismo, ou com o entrar para dominar, sempre. Em vez disso, vocês, com essa mística do terceiro vizinho, têm essa filosofia de sair para buscar, a fim de dialogar. Gostei muito dessa expressão do terceiro vizinho. É uma riqueza de vocês".

Cristina Cabrejas (EFE)

Ontem o senhor enviou uma mensagem ao povo chinês e pediu aos católicos que fossem bons cidadãos, depois que as autoridades do país não permitiram que os bispos fossem à Mongólia. Como estão as relações com a China no momento? E há alguma notícia sobre a viagem do cardeal Zuppi a Pequim e a missão na Ucrânia?

“A missão do cardeal Zuppi é uma missão de paz que eu designei. E ele fez um plano que previa visitar Moscou, Kiev, Estados Unidos e também Pequim. O cardeal Zuppi é um homem de grande diálogo e visão universal, ele tem na sua história a experiência do trabalho feito em Moçambique na busca pela paz e por isso eu o enviei. As relações com a China são muito respeitosas, muito respeitosas. Pessoalmente, tenho uma grande admiração pelo povo chinês, os canais são muito abertos, para a nomeação dos bispos há uma comissão que vem trabalhando há algum tempo com o governo chinês e com o Vaticano, e depois há muitos, ou melhor, há alguns padres católicos ou intelectuais católicos que são frequentemente convidados a dar cursos em universidades chinesas. Acredito que devemos avançar no aspecto religioso para nos entendermos melhor e para que os cidadãos chineses não pensem que a Igreja não aceita sua cultura e os seus valores e que a Igreja dependa de uma outra potência estrangeira. A comissão presidida pelo cardeal Parolin está fazendo isso de forma amigável: estão fazendo um bom trabalho, e também do lado chinês, as relações estão em andamento. Eu tenho um grande respeito pelo povo chinês.”

Gerard O'Connell (America Magazine)

Sua Santidade, as relações entre o Vietnã e a Santa Sé são muito positivas neste momento e deram um passo notável recentemente. Muitos católicos vietnamitas pedem que o senhor os visite, como fez na Mongólia. Existe a possibilidade agora de visitar o Vietnã, há um convite do governo? E que outras viagens estão planejando?

“O Vietnã é uma das experiências de diálogo muito bonitas que a Igreja teve nos últimos tempos. Eu diria que é como uma simpatia no diálogo. Ambos os lados tiveram a boa vontade de se entender e de procurar caminhos para avançar, houve problemas, mas no Vietnã acredito que, mais cedo ou mais tarde, os problemas serão superados. Um tempo atrás, conversamos livremente com o presidente do Vietnã. Estou muito otimista sobre as relações com o Vietnã, há anos que se faz um bom trabalho. Lembro-me de que, há quatro anos, um grupo de parlamentares vietnamitas veio nos visitar: tivemos um bom diálogo com eles, muito respeitosos. Quando uma cultura se abre, existe a possibilidade de diálogo; se houver fechamento ou suspeitas, o diálogo é muito difícil. Com o Vietnã o diálogo é aberto, com seus prós e contras, mas é aberto e lentamente avançamos. Houve alguns problemas, mas eles foram resolvidos. Quanto a uma viagem ao Vietnã, se eu não for, certamente irá João XXIV. É certo que irá, porque é uma terra que merece seguir em frente, que tem a minha simpatia. Sobre outras viagens, tem Marselha e depois tem algum pequeno país da Europa e estamos vendo se conseguimos fazê-la, mas, para falar a verdade, para eu fazer agora uma viagem não é tão fácil como no início, há limitações para caminhar e isso limita, mas vamos ver.”

Fausto Gasparroni (ANSA)

Santidade, as suas declarações suscitaram recentemente debates entre os jovens católicos russos sobre a grande Mãe Rússia, o legado de figuras como Pedro, o Grande e Catarina II. Estas são declarações que - digamos - irritaram muito os ucranianos, por exemplo, também tiveram consequências na esfera diplomática e foram vistas, de certa forma, quase como uma exaltação do imperialismo russo e uma espécie de apoio às políticas de Putin. Gostaria de lhe perguntar por que sentiu a necessidade de fazer estas declarações, se avaliou a oportunidade de fazê-las, se as repetiria; e também, para maior clareza, se pode nos dizer o que pensa sobre os imperialismos e, em particular, sobre o imperialismo russo?

"Vejamos o contexto onde aconteceu o fato: um diálogo com os jovens russos. No final do diálogo dei-lhes uma mensagem, uma mensagem que repito sempre: assumir a sua herança. Primeiro ponto: cuidar de sua herança. Digo o mesmo em todos os lugares. E também com esta visão tento estabelecer o diálogo entre avós e netos: que os netos assumam a herança. Digo isto em todo lugar e esta foi a mensagem. Um segundo passo, para tornar a herança explícita: mencionei, de fato, a ideia da grande Rússia, porque a herança russa é muito boa, é muito bonita. Pensemos no campo da literatura, no campo da música, até chegar a Dostojewskij que hoje nos fala de um humanismo maduro; ela assumiu esse humanismo, que se desenvolveu, na arte e na literatura. Este seria um segundo plano, de quando falei da herança, não é? O terceiro, talvez não feliz, mas falando sobre a grande Rússia no sentido, talvez não tanto geográfico, mas cultural, lembrei-me do que nos ensinaram na escola: Pedro I, Catarina II. E veio esse terceiro (elemento, ndr), que talvez não seja muito justo. Não sei. Que os historiadores nos digam! Mas, foi um acréscimo que me veio em mente porque o tinha estudado na escola. O que eu disse aos jovens russos é que assumam a sua herança, que cuidem de sua herança, o que significa não comprá-la em outro lugar. Pegar a sua herança. E que herança a grande Rússia deixou? A cultura russa é bonita e muito profunda; e não deve ser cancelada por causa de problemas políticos. Vocês tiveram anos sombrios na Rússia, mas o legado sempre permaneceu assim, nas mãos. Depois, você fala de imperialismo, mas eu não pensava no imperialismo quando disse isso, falei sobre cultura, e a transmissão da cultura nunca é imperial, nunca; é sempre diálogo, e eu falava disso. É verdade que existem imperialismos que querem impor a sua ideologia. Paro por aqui: quando a cultura é destilada e transformada em ideologia, esse é o veneno. Usa-se a cultura, mas destilada em ideologia. É preciso distinguir quando se trata da cultura de um povo e quando se trata de ideologias que surgem de algum filósofo, algum político daquele povo. Digo isso a todos, também à Igreja. Muitas vezes, dentro da Igreja se introduzem ideologias que separam a Igreja da vida que vem da raiz e sobe; elas separam a Igreja da influência do Espírito Santo. Uma ideologia é incapaz de se encarnar, é apenas uma ideia. Mas quando a ideologia toma força e se torna política, geralmente se torna ditadura, certo? Torna-se incapacidade de diálogo, de progredir com as culturas. E os imperialismos fazem isso. O imperialismo consolida-se sempre com base numa ideologia. Devemos também distinguir na Igreja entre doutrina e ideologia: a verdadeira doutrina nunca é ideológica, nunca; está arraigada no povo santo fiel de Deus; em vez disso, a ideologia está desvinculada da realidade, desvinculada do povo... Não sei se respondi."

Robert Messner (DPA)

Bom dia. Uma pergunta sobre sua atualização da Laudato si'. Ela pode ser entendida como uma demonstração de solidariedade aos ativistas ambientais, como a "Última Geração", aqueles que fazem protestos inacreditáveis? Talvez haja também uma mensagem nessa atualização para os jovens ativistas que vão às ruas?

“Digo de modo geral: eu não me aproximo desses extremistas. Mas os jovens estão preocupados. Um bom cientista italiano - tivemos uma reunião na Academia - fez um bom discurso e terminou assim: 'Eu não gostaria que minha neta, que nasceu ontem, vivesse em um mundo tão difícil daqui a trinta anos'. Os jovens pensam no futuro. E, nesse sentido, gosto do fato de que eles vão à luta. Mas quando a ideologia ou a pressão política tem algo a ver com isso, não dá certo. Minha Exortação Apostólica será publicada no dia de São Francisco, 4 de outubro, e é uma revisão do que aconteceu desde a COP de Paris, que talvez tenha sido a mais frutífera até o momento. Há algumas notícias sobre algumas COP’s e algumas coisas que ainda não foram resolvidas, e há uma urgência em resolvê-las. Não é tão grande quanto a Laudato si', mas é levar a Laudato si' em frente, para coisas novas, e também uma análise da situação.”

Etienne Loraillère (KTO Tv)

Vossa Santidade deseja uma Igreja sinodal, na Mongólia e no mundo. A assembleia de outubro já é fruto do trabalho do povo de Deus. Como será possível envolver os batizados de todo o mundo nessa etapa? Como será evitada a polarização ideológica? E os participantes poderão falar e compartilhar publicamente o que estão vivenciando, para que possamos caminhar com eles? Ou todo o processo será secreto?

“Você falou sobre evitar pressões ideológicas. No Sínodo não há lugar para ideologia, é outra dinâmica. O Sínodo é diálogo, entre os batizados, entre os membros da Igreja, sobre a vida da Igreja, sobre o diálogo com o mundo, sobre os problemas que afetam a humanidade hoje. Mas quando se pensa em seguir um caminho ideológico, o Sínodo termina. No Sínodo não há lugar para ideologia, há espaço para o diálogo. Para confrontar uns aos outros, entre irmãos e irmãs, e confrontar a doutrina da Igreja. Seguindo em frente. Depois, quero enfatizar que a sinodalidade não é uma invenção minha: foi de São Paulo VI. Quando o Concílio Vaticano II terminou, ele percebeu que no Ocidente a Igreja havia perdido a dimensão sinodal; a Igreja Oriental a tem. Por isso, ele criou a Secretaria do Sínodo dos Bispos, que nesses sessenta anos tem levado adiante a reflexão de maneira sinodal, com progressos contínuos, indo em frente. Quando se completou o cinquentenário dessa decisão de São Paulo VI, assinei e publiquei um documento sobre o que é o Sínodo, sobre o que foi feito. Que agora avançou, amadureceu mais, e é por isso que achei muito bom ter um Sínodo sobre sinodalidade, que não é uma moda, é uma coisa antiga, a Igreja Oriental sempre teve isso. Mas como viver a sinodalidade e vivê-la como um cristão e, como eu disse antes, sem cair em ideologias. Sobre o processo da assembleia: há uma coisa que devemos preservar, a atmosfera sinodal. Este não é um programa de televisão em que falamos sobre tudo. Não. É um momento religioso, é um momento de intercâmbio religioso. Pense que as introduções sinodais terão falas de três a quatro minutos cada, serão três discursos e depois três a quatro minutos de silêncio para oração. Depois, mais três falas, e oração. Sem esse espírito de oração não há sinodalidade, é política, é parlamentarismo. O Sínodo não é um parlamento. Sobre o sigilo: há um departamento chefiado pelo Dr. Ruffini, que está aqui, e que fará os comunicados à imprensa sobre o andamento do Sínodo. Em um Sínodo, é preciso proteger a religiosidade e a liberdade das pessoas que falam. É por isso que haverá um comitê, presidido pelo Dr. Ruffini, que fará o relatório sobre o andamento do Sínodo.”

Antonio Pelayo (Vida Nueva)

Santo Padre, o senhor falou agora do Sínodo e todos estamos de acordo com o senhor sobre o fato de que este Sínodo suscita muita curiosidade e muito interesse. Infelizmente, suscita também muitas críticas que são feitas em ambientes católicos. Quero referir-me a um livro com o prólogo do cardeal Burke, que diz que o Sínodo é o vaso de Pandora de onde sairão todas as calamidades para a Igreja. Que pensa desta posição? Acredita que será superada pela realidade ou condicionará o Sínodo?

"Não sei se já disse isso uma vez. Alguns meses atrás, liguei para um Carmelo. “Como estão as monjas, madre superiora?” Era um Carmelo não italiano. E a priora me respondeu. E no final ela me disse: “Santidade, temos medo do Sínodo”. “Mas o que acontece? - disse eu brincando. Querem enviar uma irmã para o Sínodo?”. “Não, temos medo que mude a doutrina”. E isto é o que ela diz: existe esta ideia… Mas se você vai adiante na raiz dessas ideias, encontrará ideologias. Sempre, quando na Igreja se quer romper o caminho de comunhão, aquilo que rompe é a ideologia. E acusam a Igreja disto ou daquilo, mas jamais a acusam daquilo que é verdadeiro: pecadora. Nunca dizem pecadora... Defendem uma doutrina entre aspas, que é uma doutrina como a água destilada, não tem sabor de nada e não é a verdadeira doutrina católica, que está no Credo. E que muitas vezes causa escândalo; assim como escandaliza a ideia de que Deus se fez carne, de que Deus se fez Homem, de que Nossa Senhora manteve a sua virgindade. Isso escandaliza."

Cindy Wodden (CNS)

Bom dia Santidade, gostaria de acompanhar a pergunta do colega francês sobre o Sínodo e a informação. Muitos fiéis leigos dedicaram tanto tempo, oração, envolvimento no falar e na escuta. Querem saber o que se passa durante o Sínodo, a assembleia. E o senhor falou da sua experiência do Sínodo sobre os religiosos, durante a qual alguns do Sínodo disseram “não colocar isto”, “não se pode dizer isto...”. Nós, jornalistas, nem sequer temos acesso à assembleia e às sessões gerais, como podemos ter a certeza de que o que nos é dado como “mingau” é verdade? Não há chance de ser um pouco mais aberto com os jornalistas?

"Mas abertíssimo, cara, é abertíssimo! Tem uma comissão presidida pelo Ruffini que vai dar notícias todos os dias, mas mais aberto não sei, mais aberto não sei... e é bom que essa comissão seja muito respeitosa com as contribuições de cada um e tentará não fazer mexerico, mas dizer coisas precisamente sobre o andamento sinodal que são construtivas para a Igreja. Se alguém quiser que as notícias sejam: ‘este se desentendeu com aquele outro por isso ou por aquilo’, isso é fofoca política. A comissão tem uma tarefa não fácil, de dizer: hoje a reflexão vai por este lado, vai assim, e transmitir o espírito eclesial, não político. Um parlamento é diferente de um Sínodo. Não se esqueçam que o protagonista do Sínodo é o Espírito Santo. E como transmitir isso? Para isso é necessário transmitir o andamento eclesial."

Vincenzo Romeo (RAI TG 2)

Bom dia Santidade. O senhor é o Papa das periferias e as periferias, especialmente na Itália, estão sofrendo muito. Tivemos episódios muito preocupantes de violência, de degradação... por exemplo, perto de Nápoles, um pároco, padre Patriciello, até mesmo convidou-o para ir depois para Palermo... O que pode ser feito? O senhor costumava visitar villas miserias em Buenos Aires, então tem experiência nisso. Também a nossa primeira-ministra visitou uma destas periferias, se discute muito a este respeito. O que pode ser feito, o que podem fazer tanto a Igreja como as instituições do Estado para superar esta degradação e garantir que as periferias sejam verdadeiramente parte de um país?

"Com isso você fala das periferias como favelas: é preciso ir em frente, ir lá e trabalhar ali, como se fazia em Buenos Aires com os sacerdotes que trabalhavam nesses locais: uma equipe de sacerdotes com um bispo auxiliar à frente e se trabalha lá. Devemos estar abertos a isto, os governos devem estar abertos, todos os governos do mundo, mas há periferias que são trágicas. Volto para uma periferia escandalosa que se procura encobrir: a dos Rohingya. Os Rohingya sofrem, não são cristãos, são muçulmanos, mas sofrem porque foram convertidos em periferia, foram expulsos. Devemos ver os diferentes tipos de periferias e também aprender que a periferia é onde a realidade humana é mais evidente e menos sofisticada – (existem também, ndr) momentos ruins que não quero idealizar -, mas se percebe melhor. Certa vez, um filósofo disse algo que realmente me impressionou: 'A realidade é melhor compreendida a partir das periferias', lá se entende bem a realidade. Devemos dialogar com as periferias e os governos devem fazer a verdadeira justiça social, a verdadeira justiça social, ir dialogar com as diversas periferias sociais e também com as periferias ideológicas, porque muitas vezes é alguma periferia ideológica refinada que provoca as periferias sociais. O mundo das periferias não é fácil. Obrigado."

(transcrição não oficial aos cuidados da mídia do Vaticano)