31 julho, 2018

Oração


"Senhor, quantas vezes me atiro contra o que está mal no mundo e na Igreja! Quantas vezes descarrego a minha fúria puritana contra este ou contra aquele, que é ou julgo pecador! Hoje, quero pedir-te por todos: pelos que praticam injustiças, pelos que fazem opções pouco respeitosas da dignidade e unicidade da pessoa humana, pelos que só pensam nos seus interesses… Mostra, mais uma vez, a tua indulgência, a tua paciência, a tua misericórdia para com todos. Continua a dar tempo e oportunidade de conversão a todos, também a mim. Dá-me um coração semelhante ao teu: indulgente, tolerante, misericordioso. Que, vendo facilmente o mal fora de mim, saiba também vê-lo em mim. Não Te canses de perdoar o meu excesso de zelo, a minha rigidez. Derrama o teu Espírito Santo sobre mim, e sobre todos os meus irmãos, para que façamos o bem e não o mal, para que contribuamos, cada um a seu modo, para um mundo mais feliz e uma Igreja mais santa. Amém."

Fonte: Dehonianos

Mateus 13,36-43 - Como o joio é recolhido e queimado ao fogo, assim também acontecerá no fim dos tempos.


Naquele tempo:
36Jesus deixou as multidões e foi para casa.
Seus discípulos aproximaram-se dele e disseram:
'Explica-nos a parábola do joio!'
37Jesus respondeu:
Aquele que semeia a boa semente é o Filho do Homem.
38O campo é o mundo.
A boa semente são os que pertencem ao Reino.
O joio são os que pertencem ao Maligno.
39O inimigo que semeou o joio é o diabo.
A colheita é o fim dos tempos.
Os ceifadores são os anjos.
40Como o joio é recolhido e queimado ao fogo,
assim também acontecerá no fim dos tempos:
41o Filho do Homem enviará os seus anjos
e eles retirarão do seu Reino
todos os que fazem outros pecar
e os que praticam o mal;
42e depois os lançarão na fornalha de fogo.
Ali haverá choro e ranger de dentes.
43Então os justos brilharão como o sol no Reino de seu Pai.
Quem tem ouvidos, ouça.'

Palavra da Salvação.

30 julho, 2018

Vigília pela Vida - Em Defesa da Vida dos Nascituros

Quinta-feira, 02 de agosto, às 20h na Praça da Catedral de Maringá, o Setor Família da Arquidiocese de Maringá irá promover a Vigília pela Vida. Os participantes irão em procissão até o prédio da Justiça Federal - esquina da Avenida Duque de Caxias com a XV de Novembro. Os organizadores pedem que os participantes levem velas.

Contra o aborto

O evento é uma resposta prática da Arquidiocese de Maringá contra o aborto. Mais uma vez, a legalização do aborto volta à pauta nacional em uma audiência pública convocada pela ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF) para os dias 3 e 6 de agosto. Na ocasião, será debatida a descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação, discutida na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 442.

Diante dessa realidade, a Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) reafirma a posição firme e clara da Igreja “em defesa da integralidade, inviolabilidade e dignidade da vida humana, desde a sua concepção até a morte natural”, condenando, “assim, todas e quaisquer iniciativas que pretendam legalizar o aborto no Brasil”.

A ação sustenta que dois dispositivos do Código Penal que instituem a criminalização da interrupção voluntária da gravidez afrontam a dignidade da pessoa humana, a cidadania, a não discriminação, a inviolabilidade da vida, a liberdade, a igualdade, a proibição de tortura ou o tratamento desumano e degradante, a saúde e o planejamento familiar das mulheres e os direitos sexuais e reprodutivos.

A Audiência Pública será realizada no STF, Anexo II-B, sala da Primeira Turma. A CNBB apresentará sua posição no dia 6, às 9h10, por Dom Ricardo Hoerpers, Bispo da Diocese de Rio Grande (RS) e pelo padre José Eduardo de Oliveira e Silva, da Diocese de Osasco (SP).

Fonte: Site da Arquidiocese de Maringá

27 julho, 2018

Leigas e Leigos - protagonistas da história!

Um pequeno texto que escrevi 


Leigas e Leigos - protagonistas da história!

É desafiador saber que devemos ocupar um papel protagonista na história, e que não podemos aceitar que fechem os espaços para esse protagonismo. No cenário de nossos dias esta visível e/ou despercebido e até negado o protagonismo das leigas e dos leigos de todas as idades. Mas olha que lindo, papa Francisco nos ensina que existe “o simples testemunho habitual”, de todos os dias, desde o amanhecer quando se acorda, e termia à noite, ao dormir.

O protagonismo dos idosos - para o papa Francisco a sabedoria dos idosos deve ser valorizada, “Os idosos representam a memória histórica de toda comunidade, um patrimônio de sabedoria e de fé, que deve servir de exemplo, mantido e valorizado”. A Exortação Apostólica “A Alegria do Amor” trata com delicadeza o valor da pessoa idosa, “... Os idosos ajudam a perceber «a continuidade das gerações», com «o carisma de lançar uma ponte»(215) entre elas.

O protagonismo da criança - as pequeninas e os pequeninos são transformadores e protagonistas do reino de Deus, cumprem tarefas sacerdotais, proféticas, de serviço, de denúncia, etc. O protagonismo infantil é algo importante na Bíblia, alguns exemplos: uma menina intervém na cura de Naamã (2 Rs 5.2-3); um menino no centro da promessa messiânica (Is 9.6); as crianças são convocadas a participar na missão do povo de Deus (Jr 1.6); as crianças presenciam importantes episódios de reconciliação (Gn 33.1-7); as crianças gritam e louvam a Jesus, incomodando as autoridades. (Mt 21.15-16).

O protagonismo da juventude – o papa incentiva as/os jovens rejuvenescer o rosto da Igreja e afirma que jovens são os protagonistas da mudança. O nosso Deus fala através dos Jovens e adolescentes (1 Sm 3.1-21). “O Espírito Santo virá sobre você [...] Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra”. “Como a jovem de Nazaré, vocês podem melhorar o mundo, para deixar um sinal que marque a história”. (papa Francisco)
Durante cerimônia da Jornada Mundial da Juventude disse o papa "Tenho seguido atentamente as notícias sobre tantos jovens que, em muitas partes do mundo, têm saído pelas ruas para expressar o desejo de uma civilização mais justa e fraterna”.

O protagonismo da mulher - diz o papa para entender uma mulher é necessário antes sonhá-la, ela é a harmonia, é a poesia, é a beleza, traz harmonia à Criação, sem a mulher não há harmonia no mundo.  Para Francisco o primeiro apóstolo foi uma mulher: a samaritana que dialogou com Jesus à beira do poço de Jacó e, em seguida, saiu a anunciar que encontrara o Messias. A primeira testemunha da ressurreição foi Madalena. Afirma o papa “As mulheres têm muito a dizer-nos na sociedade atual. Às vezes somos demasiado machistas, e não deixamos espaço à mulher. Mas a mulher sabe ver as coisas com olhos diferentes dos homens. Todas as instituições, inclusive a comunidade eclesial, são chamadas a garantir a liberdade de escolha para as mulheres, para que tenham a possibilidade de assumir responsabilidades sociais e eclesiais, num modo harmônico com a vida familiar.”

A partir do Concílio Ecumênico Vaticano II atribui as leigas e aos leigos o caráter de “sujeitos”, como recomenda a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, em seu documento “Cristãos Leigos e Leigas na Igreja e na Sociedade – Sal da Terra e Luz do Mundo (Mt 5,13-14)”.

As Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja do Brasil (2016-2019) apontam a urgência da Igreja a serviço da vida plena através das leigas e dos leigos, “Em tudo isso, a Igreja reconhece a importância da atuação no mundo da política e incentiva os leigos e leigas, especialmente os jovens, à participação ativa e efetiva nos diversos setores voltados para a construção de um mundo mais justo, fraterno e solidário. Daí, a urgência na formação e apoio aos cristãos leigos e leigas para que atuem nos movimentos sociais, conselhos de políticas públicas, associações de moradores, sindicatos, partidos políticos e outras entidades, sempre iluminados pelo Ensino Social da Igreja. Tão desacreditada em nossos dias, a política, no entanto, “é uma sublime vocação, é uma das formas mais preciosas da caridade, porque busca o bem comum”.

Papa Francisco por ocasião da Assembleia da Pontifícia Comissão para a América Latina, em 2016, recordou à idéia do Concílio Vaticano II dizendo que “a Igreja não é uma elite de sacerdotes, consagrados, bispos, mas que todos formamos o povo santo fiel de Deus”, não tem como negar, todas as cristãs leigas e todos os cristãos leigos devem participar plenamente da vida da Igreja, de modo especial, priorizando sua missão nas realidades em que se fazem presentes no dia a dia.

A Conferência de Santo Domingo confirma “Que todos os leigos sejam protagonistas da Nova Evangelização, da promoção humana e da cultura cristã.” (n.97) (…) “Um laicato, bem-estruturado com formação permanente, maduro e comprometido, é o sinal de Igrejas Particulares que têm tomado muito a sério o compromisso da Nova Evangelização.” (n.103).

Motivador o pronunciamento do Papa Francisco na Assembleia do Pontifício Conselho para os Leigos, em 17/06/2016, quando propôs, como horizonte de referência para o imediato futuro, o seguinte binômio: “Igreja em saída” e “laicato em saída”, olhando para os que se encontram ‘distantes’ do nosso mundo, às tantas famílias em dificuldade e necessitadas de misericórdia, aos campos de apostolado ainda inexplorados, e as numerosas leigas e aos numerosos leigos, que devem ser envolvidos e valorizados pelas instituições eclesiais. Francisco concluiu seu discurso dizendo: “precisamos de leigos bem formados, animados pela fé cristã, que “sujem suas mãos” e não tenham medo de errar, mas que prossigam adiante. Precisamos de leigos com visão do futuro e não fechados nas pequenezas da vida, mas experientes e com novas visões apostólicas”.

Dá-nos, Senhor, aquela PAZ inquieta, que não nos deixa em PAZ! (Dom Pedro Casaldaliga)

Lucimar Moreira Bueno (Lúcia)
Assessora leiga das CEBs na Arquidiocese de Maringá

Pastoral Popular Luterana envia carta de apoio ao ex-presidente Lula




Pastoral Popular Luterana envia carta de apoio ao ex-presidente Lula

A Pastoral Popular Luterana (PPL) enviou, nesta segunda-feira, 23 de julho, uma carta de apoio ao ex-presidente Lula. O documento, entregue a Lula pelo pastor luterano Inácio Lemke, 1º vice-presidente do CONIC e 2º vice-presidente da IECLB, foi assinada por mais de 200 pessoas. 
 
A seguir, confira o esclarecimento dado pela PPL sobre o assunto:
 
O momento que vivemos no Brasil é grave. Talvez nem tenhamos hoje a dimensão do que se passa na estrutura da nossa sociedade, que está sendo literalmente destruída. Nesse momento o canto dos ilusionistas pode estar convencendo muita gente de que o caminho para nossa redenção passa pela força, pelo autoritarismo mais deslavado, pelo simplismo travestido de firmeza militar. Será mesmo? O que estamos vivendo é, até onde nos é possível discernir com responsabilidade, uma encruzilhada. E numa hora dessas, temos de ter a coragem de ir pelo caminho estreito, como nos ensina o evangelho (Mateus 7.13s). O caminho largo (pois infelizmente, nesse caso, não existe caminho do meio) fatalmente nos levará ao absurdo, ao “todos contra todos e salve-se quem puder”.
 
Depois de muito refletir, nós resolvemos nos posicionar publicamente em relação à prisão do ex-presidente Lula. Fazemos isto por entender que vivemos um momento fundamental na história do nosso país. Quisemos nos posicionar, não como uma opção política partidária, mas como pessoas de fé que se sentem interpeladas pelas circunstâncias históricas em que nos encontramos. A tão necessária investigação da corrupção em nosso país corre o risco de se transformar num mecanismo de luta e favorecimento político, o que irá solapar ainda mais a já acentuada perda de credibilidade nas instituições operadoras do direito em nosso país, com consequências, talvez, irreversíveis a longo prazo. Em uma formulação sintética, entendemos que a democracia brasileira, já enfraquecida faz tempo, está em jogo. Ou queremos um país democrático e então lutamos por ele. Ou então cairemos no fascismo aberto e isto nos levará a uma situação sem volta (pelo menos não de modo pacífico e com enormes perdas humanas).
 
Tomamos a liberdade de compartilhar nossa iniciativa com algumas pessoas amigas e solidárias com o resgate da cidadania e da democracia. Foi para nós grande satisfação que mais de 200 irmãs e irmãos prontamente apoiaram nossa proposta de Carta a Lula com suas assinaturas. Elas vieram de diversas regiões do Brasil e dos sínodos da IECLB. Por iniciativa de um colega que vive na Alemanha, até de lá veio apoio com mais de 20 assinaturas, entre elas inclusive de um irmão que fez questão de colocar ao lado do seu nome a palavra “operário”. A carta dirigida ao ex-Presidente Lula, com as assinaturas, foi entregue pessoalmente a ele, no dia 23 de julho, pelo Pastor Inácio Lemke, Vice-presidente do CONIC e 2º Vice-Presidente da IECLB, juntamente com o livro Radicalizando a Reforma, publicado pela Editora Sinodal (São Leopoldo, 2017). Conforme relato do Pastor Inácio – que esteve sozinho com Lula durante uma hora em sua cela na Polícia Federal em Curitiba – ele recebeu a carta que leu na hora com muita alegria e emoção. Disse depois o seguinte: “Vocês são a minha voz lá fora. Transmitam muita esperança ao povo e especialmente aos jovens desse sofrido país”. Ao término da visita, a pedido de Lula, o Pastor Inácio proferiu com ele uma oração em que rogou a Deus por forças ao ex-presidente, por paz, democracia e justiça para o país.
 
É importante registrar que esta carta teve uma que a antecedeu. Um pequeno grupo de pastores eméritos da IECLB escreveu uma carta pastoral que igualmente foi enviada a Lula, assinada por eles e esposas. Inspirados naquela carta, redigimos esta que depois correu o país e recebeu o apoio que aqui divulgamos. Nossa opção não implica ausência de crítica aos governos Lula e Dilma. Pelo contrário, entendemos que a avaliação crítica de algumas políticas levadas a efeito é extremamente necessária, além da investigação séria e imparcial de eventuais malfeitos devidamente comprovados. Mas não podemos nos calar diante da condenação sem provas e da injustiça daí decorrente contra Lula e outras pessoas, principalmente pessoas mais pobres, vulneráveis e necessitados em nosso país. Como muitos juristas vem alertando a opinião pública brasileira, os regimes fascistas do passado usaram os temas da “corrupção” e da “criminalização da política” como motivo para justificarem suas medidas autoritárias que levaram à guerra e ao genocídio de milhões de pessoas. Não podemos permitir que esta história se repita em nosso país. Abaixo carta de apoio que enviamos ao Presidente Lula. 
 
Roberto E. Zwetsch e Lauri Emilio Wirth
 
Agora, leia o conteúdo da carta entregue ao ex-presidente Lula:
 
Caríssimo Presidente Lula,
 
Saudações fraternas. Deixe-nos chamá-lo como o povo o conhece e gosta de falar de você: Presidente Lula! Sua prisão é o atestado de que existe, sim, um golpe neste país. Golpe parlamentar-midiático, mas que também interfere na prática da justiça formal. Sua decisão de acatar a condenação injusta, porque não há nenhuma prova contra você que pudesse justificar tamanho absurdo jurídico, ao contrário do que quiseram seus algozes, o fortaleceu. Você ficou ainda mais forte na mente e no coração do nosso povo. Não por acaso seu nome está em primeiro lugar na preferência do eleitorado brasileiro que se manifesta sobre as próximas eleições. E esta posição aparece em qualquer pesquisa feita com isenção por diferentes institutos de sondagens eleitorais.
 
Mas pesquisa não ganha eleição, como sabemos. Por isto nós nos somamos ao movimento nacional Lula Livre! Sua libertação vai acontecer, mais dia menos dia. E quando isto ocorrer nós iremos às ruas para cantar seu nome e continuar a luta por Democracia e Justiça. Porque é disso que se trata.
 
Um país democrático, justo e livre deve ter uma justiça isenta, uma imprensa livre e imparcial e o direito de ir e vir garantido a todas as pessoas, independente de sua posição social, política ou econômica. E o sagrado direito da presunção de inocência como garante a Constituição cidadã de 1988. Ao submeter-se à prisão, você afiança crédito à Justiça brasileira, apesar de ela o ter condenado injustamente. E o faz para provar sua inocência. Com esta atitude, incompreensível para quem não entende a profundidade do seu gesto, você pedagogicamente demonstra ao nosso povo que temos de recuperar a dignidade da justiça e fazê-la funcionar para o bem do direito e a segurança das pessoas. Seu gesto instiga em nós a esperança de que isto um dia acontecerá. 
 
Desejamos que você renove suas forças a cada dia quando escuta do povo da vigília o grito em alto e bom som: - Bom dia, presidente! Que em suas muitas horas de meditação, estudo e acompanhamento cotidiano da situação brasileira, seu espírito se fortaleça na busca por um país mais justo, solidário e soberano. Desejamos-lhe saúde, serenidade e muita paciência, aquela que Nelson Mandela, seu amigo pessoal, aprendeu nos muitos anos de prisão injusta.
 
Como membros da IECLB – Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, nos manifestamos pessoalmente. Estes são nossos votos e nossas orações por você e sua família. Porque apoiá-lo neste momento é para nós muito mais que uma opção. Nós o fazemos em fidelidade ao mandato que recebemos do próprio Cristo, de anunciar Boa Notícia aos pobres, libertação aos presos, recuperação da vista aos cegos, dar liberdade aos oprimidos e alimentar a esperança em um tempo no qual a justiça seja plena para todos e todas (Lucas 4.18-19). É por isto que apoiamos governantes que colocam as necessidades básicas da população na ordem do dia da gestão pública. Pois nossa fé nos ensina que facilitar a alimentação dos pobres, garantir vestimenta e moradia aos necessitados, acolher os estrangeiros e visitar os encarcerados é uma forma de prestar culto a Deus (Mateus 25.31-46).
 
Abraço solidário.
 
Fonte: PPL
Foto: Francisco Proner/Reuters

Fonte: Conic

Nota de Repúdio à “reportagem” da TV Band: quem de fato está devastando as margens do rio São Francisco?



Nota de Repúdio à “reportagem” da TV Band: quem de fato está devastando as margens do rio São Francisco?

A Comissão Pastoral da Terra (CPT) – CPT Nacional e Regional Minas Gerais – vêm a público repudiar e exigir direito de resposta à Band (Rádio e Televisão Bandeirantes S.A.) em face da reportagem da TV Bandeirantes veiculada às 20h do dia 19 de julho de 2018 e disponibilizada também em seu sítio eletrônico, sob o título “Grupos invadem terras e destroem vegetação perto do rio”, que criminaliza os Povos e Comunidades Tradicionais e esconde a verdade a respeito dos conflitos agrários e socioambientais que acontecem às margens do rio São Francisco, no norte de Minas Gerais. Esta “reportagem” revela que o jornalismo da Band não entende nada sobre este tema e, ao se meter nele, está acintosamente a serviço dos ruralistas da região, usurpadores de terras públicas e os reais destruidores do chamado “rio da unidade nacional”. Na realidade a “reportagem” é uma propaganda disfarçada que mostra o compromisso do jornalismo da Band com os interesses de empreendimentos do agronegócio, que causam imensa devastação socioambiental e que não foram denunciados.

Já de início, a chamada da “reportagem” – “o processo de demarcação põe em risco o futuro do rio” – esconde a realidade para apoiar os latifundiários e empresários da região, que têm realizado ações para impedir a celebração do Termo de Autorização de Uso Sustentável (TAUS) e outras ações de regularização fundiária entre as Comunidades Ribeirinhas e o poder público.

A bem da verdade, temos que informar que:

1) As Comunidades ribeirinhas com seus modos tradicionais de vida ocupam as margens do rio São Francisco, algumas há séculos. Vivem da pesca, do extrativismo e de pequenas áreas de plantio nas ilhas e vazantes, aproveitando a fertilização natural trazida pelas cheias do rio. Daí sua identificação como ribeirinhos, pescadores e vazanteiros, algumas também indígenas e quilombolas. Além da subsistência de suas famílias, produzem boa parte dos alimentos comercializados nas feiras da região e protegem as beiras do rio das quais depende este modo de vida. Para essas Comunidades “o Rio é Pai e Mãe”, e as margens, uma bênção. Logo, as Comunidades Ribeirinhas são as primeiras interessadas na sua preservação. Vale lembrar que neste ano umas das comunidades vazanteiras do Norte de Minas, dentre 5 casos no Brasil, recebeu o Prêmio BNDES de boas práticas para Sistemas Tradicionais, em parceria com a EMBRAPA. São “exemplos de convivência com a terra, amostras da genuína cultura do campo em que natureza e comunidades se misturam e se confundem num jeito de viver especial”, conforme publicou a EMBRAPA.

2) A partir dos anos 1970, com favorecimentos dos governos da ditadura civil-militar-empresarial, grandes projetos de irrigação se apoderaram destas áreas ribeirinhas. Entre eles o Jaíba, nos marcos do Projeto JICA (Agência de Cooperação Internacional do Japão), à época tido como o maior do mundo, em parceria com o capital japonês.

3) Neste processo, milhares de famílias tradicionais ocupantes, diante da violência de jagunços, foram expulsas, algumas resistiram, muitas alojaram-se nas ilhas e periferias das cidades. São estas ainda hoje numerosas e lutam pela garantia da posse das áreas que lhes dão os meios de vida, para o que precisam preservá-las.

4) Fazendas de gado e empresas de irrigação ocupam áreas da União – as áreas inundáveis às margens de rios nacionais são de propriedade da União – de forma ilegal, muitas mediante mecanismos de grilagem de terras. Assim, além de usar as vazantes para colocar o gado nos períodos de seca, têm acesso ilimitado às águas do rio São Francisco para irrigação.

5) A grande irrigação na Bacia do São Francisco é, comprovadamente, o maior consumidor de água, cerca de 70%. Por isso é o maior responsável pela evidente diminuição do volume de água do rio, um dos mais degradados do mundo.

6) Os responsáveis maiores pela supressão de matas ciliares são os latifundiários e empresários, não as comunidades ribeirinhas que delas dependem. Para induzir ao equívoco dos telespectadores, a “reportagem” mostra imagens aéreas de vegetação seca, sem revelar que se trata do período natural da estiagem. Nos espanta que o Cerrado, Bioma responsável por mais de 90% das águas do Velho Chico, venha sendo devorado pelas grandes plantações de eucalipto, algodão, soja e cana, dentre outras monoculturas, e isso nem ao menos tenha sido citado pela “reportagem”.

7) As comunidades ribeirinhas no uso do direito de autodefinição buscam a efetivação da Política Nacional e Estadual de Desenvolvimento Sustentável de Povos e Comunidades Tradicionais instituída pelo Decreto n° 6.040/2007 e pela Lei Estadual n° 21.147 de 14 de janeiro de 2014. Lutam pela regularização de seu território tradicional, que constituem os espaços necessários à sua reprodução cultural, social e econômica, sejam eles utilizados de forma permanente ou temporária. Desta forma, parte das comunidades tem seus processos de regularização iniciados, diferentemente de latifundiários que ocupam e degradam áreas da União sem autorização nenhuma.

8) A ação da Superintendência do Patrimônio da União (SPU) tem por objetivo regularizar para proteger as terras públicas da União nas margens do rio São Francisco, rio federal, através da demarcação e aprovação de ocupações que as preservam. É dever da SPU demarcar os territórios tradicionais como prescreve a Convenção 169 da OIT (Organização Internacional do Trabalho) da ONU, da qual o Brasil é signatário, que determina que os direitos das Comunidades Tradicionais, após autor-reconhecimento, devem ser garantidos. A SPU, em Minas Gerais, planejou realizar seis audiências públicas em cidades à margem do rio São Francisco, mas todas elas foram canceladas em função das pressões e ameaças dos latifundiários do norte de Minas. O que revela que autoridades e funcionários da União e do Estado não estão isentos destas injunções escusas.

9) Os fazendeiros que aparecem na “reportagem” são lideranças dos ruralistas na região, latifundiários que ameaçam as comunidades, perseguem lideranças e agentes pastorais, buscam influenciar o Poder Judiciário, criam milícias armadas e estão envolvidos em crimes contra comunidades, movimentos sociais e o meio-ambiente. Como resultado de inquérito policial da Polícia Civil de Montes Claros, três fazendeiros estão foragidos e 12 pessoas presas, por planejar ataque e tentativa de assassinato a comunidade sem-terra. Segundo divulgado pela Polícia Civil, o ataque foi planejado no Sindicato Rural de Montes Claros, e 20 pistoleiros contratados pelos fazendeiros cometeram o crime. Armas foram apreendidas nas fazendas. Em 2014 Cleomar Rodrigues de Almeida, liderança que vivia com sua família em uma área de comodato, em Pedras de Maria da Cruz, foi assassinado por funcionário de um fazendeiro. Muitas lideranças populares na região estão ameaçadas e envolvidas em programas de defensores de direitos humanos.

10) Ruralistas influenciam ou mesmo controlam prefeitos e deputados da região, que juntos fazem campanha, como a chamada “Paz no Campo”, cujo intuito é impedir qualquer tentativa de regularização dos legítimos territórios das comunidades tradicionais ribeirinhas.

Como concessionária de um serviço público de comunicação, a TV Band tem por obrigação legal informar ao seu público, de modo isento e fiel, a verdade dos fatos. Como no presente caso descumpriu seu dever, acusando de forma leviana a Comissão Pastoral da Terra (CPT) de apoiar ilegalidades que não existem, nós exigimos direito de resposta conforme garante a Lei 13.188/2015, para que a verdade dos fatos seja restabelecida e conhecida. E a luta legítima e fundamental das comunidades ribeirinhas do Norte de Minas Gerais e de todo o rio São Francisco seja apoiada e vitoriosa, a bem da dignidade humana e do Rio – suas águas, terras, matas e gentes – e do País.

Belo Horizonte / Goiânia, 24 de julho de 2018.

Coordenação da CPT Regional Minas Gerais

Diretoria e Coordenação Nacional Executiva da CPT Nacional

Mais Informações:

Cristiane Passos (assessoria de comunicação da CPT Nacional): (62) 4008-6406 | 99307-4305

Fonte: CNBB

26 julho, 2018

Caravana do Semiárido Contra a Fome percorre 5 cidades para denunciar retorno da miséria



Caravana do Semiárido Contra a Fome percorre 5 cidades para denunciar retorno da miséria

Serão pouco mais de 2.906 quilômetros do sertão de Pernambuco até a capital paranaense em trajeto iniciado dia 27 de julho que se estende até 05 de agosto.  A ideia de cruzar o país para denunciar a iminente volta do Brasil ao Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) se dá devido ao desmonte de políticas públicas sociais que afetam a segurança alimentar dos povos do Semiárido.

Para dom Enemésio Ângelo Lazzaris, bispo de Balsas (MA), a ameaça de o Brasil voltar ao mapa da fome da FAO se situa dentro de um contexto geral do desmonte dos direitos sociais e humanos no Brasil. “Estamos numa escalada muito forte contra os direitos adquiridos desde o processo da Constituinte de 1988”, afirmou.

Direitos adquiridos nos últimos governos federais, como moradia e acesso à alimentação, estão sendo retirados pelo atual governo federal, avalia o religioso. “No nosso sistema, os direitos dos pequenos estão sendo tolhidos e as poucas conquistas estão sendo retiradas”, disse. Em função disto, o bispo avalia que um número grande pessoas que haviam superado a pobreza infelizmente está sendo ameaçada novamente pela carestia.

Cerca de 90 pessoas sairão no dia 27 de julho de Caetés (PE) e seguirão em dois ônibus para Curitiba (PR). A Caravana terá paradas estratégicas em Feira de Santana (BA), Montes Claros (MG) e Guararema (SP), até a chegada ao Paraná no dia 02 de agosto. No percurso de volta, o grupo tem uma parada em Brasília, no dia 05, com o objetivo de pautar o tema no Supremo Tribunal Federal (STF).

A redução de pessoas subalimentadas no país é uma conquista recente. Isso porque as ações que contribuíram com a saída do Brasil do Mapa da Fome, no ano de 2014, foram iniciadas com a criação do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), em 2003, aliado à garantia de crédito, acesso à água potável – por meio da implantação de tecnologias como as cisternas de placas – e renda, a exemplo do Bolsa-Família.

Entretanto, menos de 4 anos depois do Brasil celebrar a saída do Mapa da Fome, esse fantasma volta a rondar as populações carentes do campo e da cidade em todo o país, e no Semiárido, região marcada historicamente pela miséria e ausência de políticas públicas, a situação se acentua por conta da redução de investimentos nas políticas sociais e de convivência com a região.

“A Caravana dos povos do Semiárido contra a fome tem como objetivo chamar atenção da sociedade brasileira sobre os riscos da volta da fome para a população mais pobre do Brasil. Considerando que o Semiárido e o Nordeste sempre tiveram os maiores índices de fome da história do Brasil – por ser a maior área rural do país e uma ausência da ação do Estado por muitos anos. Queremos chamar atenção da sociedade sobre esse período que vivemos na história, os avanços e conquistas que tivemos com políticas sociais que priorizaram recursos de atendimento da população mais pobre, especialmente a população rural”, explica o coordenador executivo da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), Alexandre Pires.

A iniciativa dos movimentos, redes e organizações do campo Popular e democrático do Semiárido, contará com momentos de debate em universidades, atos públicos e ações de agitação e propaganda. “Na medida em que as organizações da ASA se propõem a realizar uma caravana como esta, ela sai com três grandes objetivos: o primeiro debater a situação política do Brasil; o segundo fazer uma denúncia muito clara sobre o tema da fome, e, por fim, a defesa da democracia. Vai ser um momento muito rico e acredito que à medida que ela [a caravana] for passando e debatendo com a militância ela vai ganhar nome, e vai obrigar os candidatos a falar sobre o assunto”, salienta o membro da coordenação nacional do MST, João Paulo Rodrigues.

Dados – Com a política de cortes do Governo Federal, chegamos à expressiva e preocupante exclusão de 1,1 milhão de famílias do Programa Bolsa Família, cerca de 4,3 milhões de pessoas, em sua maioria crianças. Além disso, houve cortes nos investimentos para ações que garantem a segurança alimentar e nutricional das populações como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). Para completar, o número de desempregados vem aumentando exponencialmente.

Em março deste ano, especialistas e pesquisadoras que participaram da aula inaugural da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (ENSP/Fiocruz) avaliaram que de 2014 a 2016 o número de pessoas em extrema pobreza no Brasil saltou de pouco mais de 5.162 milhões para quase 10 milhões, o que ratifica o risco de o país retroceder na missão de erradicar a pobreza. Os números só não foram piores porque as regiões Norte e Nordeste, que historicamente abrigavam as populações mais carentes, conseguiram manter um equilíbrio, graças aos investimentos recebidos por meio de ações como o Programa de Cisternas, Bolsa-Família, Seguro-Safra e aposentadoria rural.

Pensando nisso, o percurso da Caravana do Semiárido contra a Fome contará com paradas estratégicas em municípios da Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo a fim de sensibilizar as populações para o problema da má-nutrição e a redução das políticas públicas sociais. “Com a mudança das prioridades do Governo atual, de aplicação dos recursos, vemos voltar uma situação de fome e miséria. Então, as paradas que devem ocorrer têm como objetivo chamar a população para refletir e mobilizar a sociedade para estar atenta a essa situação que se agrava. Esse é o sentido de mobilizar estudantes, movimentos sociais e urbanos, juventudes”, explica Pires.

Com informações da ASA | Imagem: João Zinclar

Fonte: CNBB

Oração


Oração: 

Senhor, aumenta a minha fé, para que possa ver e reconhecer as intenções do teu amor e corresponder-lhe. Vivo tão mergulhado nesta sociedade de consumo, cheia de coisas prontas a usar, a vestir, a comer, a ouvir, que Te perco de vista, e não Te consigo ouvir. Muitas vezes, prefiro ouvir palavras cintilantes mas inconsistentes, proclamadas pelo charlatão de turno. As tuas palavras são mais difíceis de compreender, mas dão a vida.
Perdoa-me, Senhor! Apoia misericordiosamente o meu desejo de conversão. Preciso de olhos limpos pela fé, de ouvidos capazes de discernir a tua voz no meio da confusão de tantos sons. Preciso, sobretudo, de um coração disponível para acolher a verdade sobre Ti e a verdade sobre mim; preciso de um coração pronto a amar e suficientemente humilde para se deixar amar no modo que quiseres. É o que Te peço, hoje, com toda a confiança. Amém.

Fonte: Dehonianos

Muitos profetas e justos desejaram ver o que vedes, e não viram.

Evangelho de hoje, 26/07/2018

Mateus 13,16-17

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:
16"Felizes sois vós, porque vossos olhos vêem
e vossos ouvidos ouvem.
17Em verdade vos digo, muitos profetas e justos 
desejaram ver o que vedes, e não viram,
desejaram ouvir o que ouvis, e não ouviram".
Palavra da Salvação.

Lançada Medalha do 6° Ano de Pontificado do Papa Francisco



Lançada Medalha do 6° Ano de Pontificado do Papa Francisco

Os seis anos do Pontificado do Papa Francisco serão recordados por uma medalha comemorativa que já está cunhada.

A partir de quinta-feira, 26 de julho, a medalha "VI Ano do Pontificado de Sua Santidade o Papa Francisco" já estará disponível e pode ser encontrada na Administração do Patrimônio da Sé Apostólica do Estado da Cidade do Vaticano e na Livraria Editora Vaticana, a medalha do

A Medalha está caracterizada em seu anverso por alguns raios de luz concêntricos que saem de uma pomba na parte superior, "iluminando" o brasão papal. 
Esta simbologia procura remeter para os dons que o Espírito Santo dá à Igreja.

Um certificado de Garantia, numerado, acompanha cada medalha. Para maior garantia, o Certificado traz ainda um carimbo da Secretaria de Estado e do Instituto Poligráfico e Casa da Moeda do Estado italiano.

As moedas foram cunhadas em metais diferentes e 20 delas foram colocadas em um trítico. As demais medalhas estão assim distribuídas: 30 medalhas de ouro, 1500 medalhas em prata e 2000 em bronze 2.000. (JSG)

Fonte:  Gaudium Press

25 julho, 2018

Não há paz para os ímpios


Não há paz para os ímpios

"Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus" (Mt 5, 9).
Santo Agostinho define a paz como sendo a tranquilidade da ordem.Não se trata, portanto, de qualquer tranquilidade - como a que poderia existir num cemitério -, mas a da ordem.

Promover a paz significa primordialmente rezar e agir para que haja ordem em cada pessoa. E a ordem só será conseguida se ela evitar o pecado, obedecendo aos Mandamentos.

Plinio Corrêa de Oliveira assim define o pecado: "... um ato de revolta contra Deus, que o homem praticou violando a ordem por Ele instituída".

O pecado provoca a desordem não só no indivíduo, mas também na sociedade; e até mesmo no universo, conforme afirmou Paulo VI:
"Todo pecado, efetivamente, acarreta uma perturbação da ordem universal, por Deus estabelecida com indizível sabedoria e caridade infinita, e uma destruição de bens imensos, quer se considere o pecador como tal, quer a comunidade humana."

Diz a Escritura: "Grande paz têm aqueles que amam vossa Lei" (Sl 118, 165). Portanto, não há paz para os ímpios, pois desprezam a Lei de Deus.

E Jesus continuou: "... serão chamados filhos de Deus": Ensina o Apóstolo: "Se somos filhos, somos também herdeiros: herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo, se, de fato, sofremos com Ele, para sermos também glorificados com Ele" (Rm 8, 17). Ou seja, o Criador os receberá no Reino dos Céus.

As perseguições morais são mais perniciosas

"Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus. Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem, e mentindo disserem todo tipo de mal contra vós, por causa de Mim. Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos Céus" (Mt 5, 10-12).

"Justiça", nesse caso, significa santidade, a qual consiste não apenas na perfeição moral de si mesmo, mas na luta "pelos interesses e a glória de Deus, de Cristo, da Igreja".

As hagiografias demonstram como os santos sofreram perseguições físicas, que às vezes chegaram até ao martírio. Mas existem também as perseguições morais, que são mais perniciosas.

"No mundo de hoje, quantos perdem a Fé, por não aguentarem a pressão do ambiente de ateísmo prático que os envolve? E por isso, em nossos dias, talvez seja mais meritório proclamar a Fé diante do riso irônico de um círculo de pseudoamigos, do que o era ante o rugido das feras no Coliseu, nos primeiros tempos do Cristianismo.

"Por vezes, pior ainda do que a perseguição dos maus, é a incompreensão dos bons."

Os verdadeiramente bons sofrem não apenas devido às perseguições movidas contra suas pessoas, mas sobretudo por aquelas desferidas contra a Igreja Católica por inimigos externos ou internos. Estes últimos são "muito mais perigosos certamente e mais funestos do que os inimigos declarados, não só porque lhes secundam os esforços [...], como também porque, mantendo opiniões condenadas, mas dentro de certos limites, tomam uma aparência de integridade e de doutrina irrepreensível, aliciando os imprudentes amigos de conciliações e enganando as pessoas honestas, que se revoltariam contra um erro declarado."

Os que sofrerem essas perseguições com espírito altaneiro, pleno de Fé, de amor a Deus e ao próximo, receberão um prêmio eterno: o Reino dos Céus, infinitamente superior à felicidade que se pode conseguir neste mundo.

Antegozo, já nesta Terra, da felicidade eterna

"Com essas oito sentenças, Jesus indicou a via para alcançar o Céu, onde veremos a Deus face a face e participaremos da própria vida divina, possuindo a mesma felicidade da qual Ele goza. E quem rege sua conduta de acordo com elas começa por antegozar espiritualmente, já nesta Terra, a felicidade eterna.

"As Bem-aventuranças não são, portanto, frases para serem estudadas apenas com a inteligência, de modo frio, mas sim princípios de vida a serem lidos e meditados com o coração, com o calor de alma de quem quer se pôr a caminho, seguindo os passos de Nosso Senhor.

"Com uma suavidade toda divina, elas nos convidam à radicalidade na prática do bem, pois o padrão de virtude que nelas Cristo nos propõe não é outro senão Ele mesmo, o próprio Deus!"

O Sermão da Montanha é atualíssimo, pois "as raízes dos males atuais são idênticas às dos horrores da época de Jesus, que sinteticamente assim se poderiam enunciar: ‘a finalidade última do homem se cumpre nesta Terra; por isso ele deve fruir todos os prazeres que a vida e este mundo lhe oferecem'. Embora muitas pessoas afirmem que creem em Deus, vivem como se Ele não existisse.

"Falta à humanidade uma graça eficaz que a faça, como o filho pródigo, ter saudades da casa paterna e querer retornar às delícias das consolações de quem ama verdadeiramente a Deus, seus Mandamentos, e ao próximo como a si mesmo."

Peçamos a Nossa Senhora essa graça, a fim de que seja implantado logo e com todo esplendor o Reino de seu Imaculado e Sapiencial Coração.

Por Paulo Francisco Martos
(in "Noções de História Sagrada" 157)

Fonte:  Gaudium Press

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1 - Cf. A Cidade de Deus. Livro XIX, capítulo 13, n.1.
2 - CORRÊA DE OLIVEIRA, Plinio. A ordem natural e os Dez Mandamentos. In Dr. Plinio, São Paulo. Ano XIII, n. 144 (março 2010), p. 21. 
3 - PAULO VI. Indulgentiarum doctrina, n. 2. 
4 -FILLION, Louis-Claude. La sainte bible avec commentaires - Évangile selon S. Matthieu. Paris: Lethielleux. 1895, p. 105-106. 
5 - CLÁ DIAS, João Scognamiglio. EP. O inédito sobre os Evangelhos. Vaticano: Libreria Editrice Vaticana; São Paulo: Instituto Lumen Sapientiae, 2012, v. VI, p. 87.
6 - PIO IX. Carta ao Presidente e membros do Círculo Santo Ambrósio, de Milão, de 6-3-1873, apud CORRÊA DE OLIVEIRA, Plinio. Revolução e Contra-Revolução. 5. ed. São Paulo: Retornarei.2002, p. 54-55. 
7 - CLÁ DIAS, op. cit., 2013, v. II, p. 55. 
8 - CLÁ DIAS, op. cit., 2012, v. VI, p. 88.

 

23 julho, 2018

21 julho, 2018

Eu deixei-me envolver e fui envolvida pela "Capoeira"



Eu deixei-me envolver e fui envolvida pela "Capoeira" 

Cada esporte possui suas particularidades que envolvem as pessoas e as fazem optar por qual praticar. 

A prática de esportes beneficia as pessoas e até mesmo a sociedade, pois reduz a probabilidade de aparecimento de doenças, contribui para a formação física e psíquica além de desenvolver e melhorar tais formações.


Eu deixei-me envolver e fui envolvida pela "Capoeira"

A capoeira é uma expressão cultural brasileira que mistura arte marcial, esporte, cultura popular e música e dança.


Desenvolvida no Brasil por descendentes de escravos africanos, é caracterizada por golpes e movimentos ágeis e complexos.

Uma característica que distingue a capoeira da maioria das outras artes marciais é a sua musicalidade. 

Considera-se que a capoeira tenha surgido em fins do século XVI no Quilombo dos Palmares, situado na então Capitania de Pernambuco.[5]

A Roda de Capoeira foi registrada como bem cultural pelo IPHAN no ano de 2008, com base em inventário realizado nos estados da Bahia, de Pernambuco e do Rio de Janeiro, considerados berços desta expressão cultural. E em novembro de 2014, recebeu o título de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO.

20 julho, 2018

Dia Internacional da Amizade

20 de julho é o 201.º dia do ano no calendário gregoriano (202.º em anos bissextos). Faltam 164 para acabar o ano.

O Dia do Amigo é uma data proposta para celebrar a amizade entre as pessoas. No Brasil, Uruguai ,Argentina e Moçambique a data mais difundida para esta celebração é 20 de julho, aniversário da chegada do homem a lua. Em 27 de abril de 2011, a Assembleia Geral das Nações Unidas resolveu convidar todos os países membros a celebrarem o Dia Internacional da Amizade em 30 de julho.



Vacinação é responsabilidade de todos, artigo de Ivana Maria Saes Busato



Vacinação é responsabilidade de todos, artigo de Ivana Maria Saes Busato

Algumas doenças já erradicadas estão com grande risco de voltar ao Brasil, como a poliomielite e o sarampo. Embora essas doenças, que podem ser evitadas por vacinação, tenham se tornado raras em muitos países, seus agentes infecciosos continuam a circular em algumas partes do mundo. Com a globalização, esses agentes podem atravessar fronteiras geográficas e infectar qualquer pessoa que não esteja protegida.

De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente, a vacinação infantil se tornou obrigatória no Brasil desde os anos 1970. No entanto, dados do Ministério da Saúde divulgados no segundo semestre de 2017 mostram que a taxa de imunização foi a pior dos últimos 12 anos: 84%, ante a meta de 95%, recomendada pela OMS.

O site do Ministério da Saúde tem alertado sobre as baixas coberturas vacinais, principalmente em crianças menores de cinco anos – o que acendeu uma luz vermelha no país. Em reunião com representantes de estados e municípios, o Ministério da Saúde alertou que 312 municípios brasileiros estão com cobertura vacinal abaixo de 50% para a poliomielite.

Devemos lembrar que as vacinas estão entre as principais conquistas da humanidade, pois protegem de muitas doenças causadas por vírus e bactérias e são consideradas recursos indispensáveis para saúde individual e coletiva. Além disso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que entre 2 e 3 milhões de mortes sejam evitadas a cada ano pela vacinação.

Para continuar essa discussão, é importante entender como as vacinas funcionam. Bactérias e vírus, quando invadem nosso organismo, atacam as células e se multiplicam, provocando o que chamamos de infecção. As vacinas estimulam o sistema imunológico do nosso organismo a produzir anticorpos, que são proteínas específicas para cada tipo de doença. Consideradas a maneira mais eficaz de controlar e até erradicar doenças, as vacinas protegem a população durante toda a vida.

Mas por que uma parte da população está deixando de vacinar os seus filhos? Dados do Departamento Científico de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) apontam que a parcela da população contrária à vacina faz parte, curiosamente, de classes sociais mais altas. Na maioria dos casos, essas pessoas defendem a causa por questões religiosas, modismo ou naturalismo. Mas não são apenas crenças. O receio que as vacinas provoquem reações adversas é o principal motivo.

Para quem ainda tem dúvidas sobre a eficácia das vacinas, reforçamos que elas são seguras. Suas reações geralmente são pequenas e temporárias, como um braço dolorido ou uma febre ligeira. Eventos graves de saúde são extremamente raros e cuidadosamente monitorados e investigados.

Os programas de vacinação nacionais estão entre os mais bem-sucedidos do mundo, contudo, seu sucesso depende da cooperação de cada indivíduo para assegurar o bem comum. Não devemos apenas confiar nas pessoas ao nosso redor para impedir a propagação da doença. Nós também temos o dever de assumir essa responsabilidade e convocar toda a sociedade.

Devemos lembrar também que cuidados com a higiene, lavagem frequente das mãos e uso de água limpa ajudam a proteger as pessoas de doenças infecciosas, mas não garantem que elas não se espalhem. Portanto, a melhor opção sempre será vacinação para garantir a saúde de todos.

A responsabilidade de vacinar é de todos. Uma decisão que envolve pais ou responsáveis pelas crianças, sociedade e governo. Caso os programas de imunização sejam interrompidos, ou a cobertura vacinal não alcance as metas de erradicação, as doenças até hoje controladas por vacina podem retornar, com potencial de epidemia.

*Profª Drª Ivana Maria Saes Busato é coordenadora do Curso Superior Tecnológico em Gestão de Saúde Pública do Centro Universitário Internacional – UNINTER.

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Fonte: EcoDebate

Maria Madalena e o discipulado das mulheres



Maria Madalena e o discipulado das mulheres


Nos Evangelhos, muitas vezes, Maria Madalena é citada nominalmente: como discípula de Jesus (Lc 8,1-2); como testemunha da sua crucifixão (Mc 15,40-41; Mt 27,55-56; Jo 19,25); como testemunha do seu sepultamento (Mc 15,47; Mt 27,61); como testemunha da sua ressurreição (Mc 16,1-8; Mt 28,1-10; Lc 24,1-10; Jo 20,1.11-18); como enviada aos Onze com uma mensagem de Jesus (Mt 28,10; Jo 20,17-18). Nenhum texto do Evangelho diz que Maria Madalena foi uma pecadora.

Teriam interpretado mal a expressão “Maria Madalena da qual haviam saído sete demônios” (Lc 8,2)? Esta expressão, que aparece somente em Lucas e no apêndice de Marcos (Lc 8,2; Mc 16,9), criou uma série de preconceitos contra Maria Madalena. Mas, para o Evangelho de Lucas, a possessão não significa pecado, e sim doença.

O número 7, sempre simbólico, parece indicar a gravidade da situação. No contexto de Lucas, podemos interpretar que Maria Madalena padecia de uma grave doença nervosa ou psicossomática. No encontro com Jesus, ela recupera a harmonia interior e entra em um processo de crescimento e amadurecimento pessoal até atingir a plenitude do seu ser na experiência pascal.

Encontramos, nos quatro evangelhos, várias listas com os nomes dos 12 discípulos que seguiam Jesus. Havia também mulheres que o seguiam desde a Galileia até Jerusalém. O Evangelho de Marcos define a atitude delas com três palavras: seguir, servir, subir até Jerusalém (Mc 15,41). Os primeiros cristãos não chegaram a elaborar uma lista destas discípulas que seguiam Jesus como o fizeram com os homens (Para as comunidades das origens, o recurso aos Doze é uma forma de entender o movimento cristão como o novo Israel, tal como no passado os Doze pais das doze tribos simbolizam o antigo Israel).

Os nomes de seis destas mulheres estão espalhados pelas páginas dos evangelhos: Maria Madalena (Lc 8,3), Joana, mulher de Cuza (Lc 8,3), Suzana (Lc 8,3), Salomé (Mc 15,40), Maria, mãe de Tiago e José (Mc 15,40), e a mãe dos filhos de Zebedeu (Mt 27,56). Em todos estes textos, exceto João 19,25, Maria Madalena é citada em primeiro lugar, indicando sua liderança no grupo de discípulas de Jesus. Em João, o protagonismo de Madalena é destacado em sua ida ao túmulo e encontro com o seu Mestre. Ali, está sozinha. Não está acompanhada por outras mulheres (Jo 20,1-18).

Há muitas outras mulheres, amigas de Jesus, que são nomeadas nos evangelhos, por exemplo, as duas irmãs Marta e Maria, mas só destas seis se diz que “seguiam a Jesus desde a Galileia” (Mt 27,55-56; Mc 15,41) ou que “o acompanhavam junto aos Doze” (Lc 8,1-3).

O texto pertence a Carlos Mesters, Mercedes Lopes e Francisco Orofino.