13 outubro, 2023

28º Domingo do Tempo Comum, Ano A

Reflexão: - Domingo, 15 de outubro de 2023

28º Domingo do Tempo Comum, Ano A

Leituras:
Is 25,6-10a
Sl 22(23),1-3a.3b-4.5-6 (R. 6cd)
Fl 4,12-14.19-20 ou mais breve 22,1-10
 Mt 22,1-14



A liturgia do 28º Domingo do Tempo Comum utiliza a imagem do "banquete" para descrever esse mundo de comunhão, diálogo, intimidade, alegria, amor e abundância eterna que Deus quer oferecer a todas suas filhas e a todos os seus filhos. Nos últimos três domingos, as parábolas tinham a imagem da vinha, para 28º Domingo do Tempo Comum, o banquete, sinal de festa.

O profeta Isaías anuncia um farto banquete que Deus prepara e oferece a todos os povos e para quem participa, é vida e vida em abundância. O evangelho legitima o anuncio do texto de Isaías e alerta sobre as consequências de não aceitar o convite e ou de não se comprometer em sua totalidade. Paulo dá o testemunho, aceitou em sua totalidade o convite de Deus, levou os filipenses e outras pessoas a participação no banquete do Senhor.

Na primeira leitura, o texto diz que o Senhor, dará no monte que refere a cidade de Jerusalém “um banquete de ricas iguarias, regado com vinho puro”, vinho é símbolos dos dons de Deus, como o amor, a paz e a alegria. Para o profeta, serão tempos de comunhão total de Deus com a mulher e o homem e da mulher e do homem com Deus. Dessa intimidade entre Deus e a mulher e o homem resultarão, para a mulher e para o homem, a felicidade total, a vida verdadeira e plena. É um novo mundo de felicidade e vida em abundância, equivalente ao Reino dos céus anunciado por Jesus.

No evangelho, Jesus em Jerusalém, nos dias que antecedem a Páscoa, continua falando em parábola, conforme o evangelho dos últimos domingos. Fala aos sumos sacerdotes e aos anciões do povo, dando reposta ao questionamento de sua autoridade de ensinar no templo. Os dirigentes religiosos, que em suas certezas e seguranças, já decidiram que a proposta de Jesus não vem de Deus, por isso, rejeitam o Reino que Jesus anuncia, e aumenta por parte deles a pressão sobre Jesus.

Na parábola que Jesus conta, o Reino é comparado a uma festa de casamento para todas e todos, os empregados foram chamar os convidados e eles não aceitaram, então o rei, envia outros empregados, mas “os convidados não deram a menor atenção: um foi para o seu campo, outro para os seus negócios, outros agarraram os empregados, bateram neles e os mataram”, não aceitam o convite que Deus os convocava para uma nova aliança, simbolizada pela festa de casamento, os que rejeitam o convite são os que se apegam ao sistema religiosos que defende seus interesses. Ao saber do ocorrido o rei diz aos seus empregados “ide até às encruzilhadas dos caminhos e convidai para a festa todos os que encontrardes. Então os empregados saíram pelos caminhos e reuniram todos os que encontraram, maus e bons”, e convidaram bons e maus, porque Deus não exclui ninguém, todas e todos são convidados, e foram às encruzilhadas dos caminhos e quem são os que se encontram nas encruzilhadas, os que o sistema exclui, marginaliza, são os que não comprometeram com o sistema injusto. Esses aceita o convite, a aliança oferecida por Deus é formada com os pobres, marginalizados, excluídos, com as e os que não se deixaram corromper pelo sistema injusto.

É preciso ficar atento, diz o evangelho que quando o rei entrou para ver os convidados, observou um homem que não estava usando o traje da festa, e perguntou, amigo como entraste aqui sem o traje da festa, e o homem foi jogado para fora, como os que se apegam ao sistema religiosos que defende seus interesses e destruídos juntamente com o sistema que defendem.

Muitos são chamados e poucos escolhidos, o chamado exige mudança e conversão, não falsa segurança, é preciso o traje da festa, Mateus diz, o traje da festa é a partilha; a prática do amor. É viver as bem-aventuranças, traje da justiça; o traje da misericórdia; o traje da compaixão.

São Paulo que recebia ajuda apenas da comunidade de Filipenses disse, fizeste bem em compartilhar as minhas dificuldades. As nossas comunidades precisam refletir o que disse Paulo, as comunidades precisam, ser espaços de acolhida e partilha.

Precisamos compreender, quem diz ser cristã e cristão mas não veste o traje da festa, é a favor da pena de morte e do aborto; trama contra outras pessoas para defender seus interesses particulares; que ajuda a criticar e condenar os outros; com sua fala destrói os outros; se alegra com a desgraça do outro; é inferente ao sofrimento no mundo; despreza e exclui pobres, moradores em situação de rua, encarcerados, povos indígenas - quilombolas e ribeirinhos, idosos, membros da comunidade LGBTQIA+, pessoas com deficiências físicas ou intelectuais, dependentes químicos, essas e esses não está com o traje da festa e será colocado fora, na escuridão, sem esperança.

O que dá esperança é muitas vezes a fragilidade, a incerteza, a fraqueza, Paulo vai dizer tudo posso naquele que me dá força. Muitas e muitos são alvos de maldades; de injustiças, e diante de tantos interesses pessoais; interesses na Igreja; interesses políticos; interesses econômicos; interesses e interesses, é preciso vestir o traje da festa, esse traje não se compra, não se encontra em lojas, em shopping, o traje é a justiça e compaixão, de amor aos pobres; perseguidos; fracos e pequenos.

É preciso perguntar-se:

- Eu estou com a veste da festa? Sou espaço para celebrar a festa que Deus oferece?

- As famílias; às Comunidades Eclesiais de Base; as paróquias estão com a veste da festa? Estão sendo espaço para celebrar a festa que Deus oferece?

O apelo de Jesus é: aceite o convite, e haverá alegria de partilhar e festejar, e como o salmista cantar a certeza “Na casa do Senhor habitarei, eternamente”.