31 julho, 2020

Agosto – Mês Vocacional

Agosto – Mês Vocacional
Por Dom Carlos Romulo

Dias atrás, alguém me perguntava: Por que, na Igreja, o mês de agosto é chamado o mês vocacional? Me interessei pelo tema o procurei descobrir a partir de quando se escolheu o mês de agosto, como mês vocacional.

A tomada de consciência da importância do chamado, da resposta vocacional, vem de longe. Que tenha se tornado um tema de reflexão eclesial, remonta o Concílio Vaticano II (1962-1965). E que se torne uma temática para toda a Igreja do Brasil, inclusive escolhendo um mês, como mês vocacional, vem da decisão da 19ª Assembleia dos Bispos do Brasil, em 1981. Aliás, também a partir daquela Assembleia se decidiu também, pela realização de um Ano Vocacional, que foi 1983.

Sobre o Ano Vocacional de 1983, quero relatar um particular. Foi na realização de Ano Vocacional, e nas programações que a Diocese de Pelotas, realizou durante aquele ano, é que passei a refletir sobre a minha vocação. Posso dizer que, o meu encontro pessoal com Deus se dá ao procurar responder ao chamado: Senhor, que queres de mim?

Bom, continuando sobre o mês vocacional, alguns elementos importantes que devem ser destacados.

O Concílio Vaticano II despertou na consciência eclesial o ‘chamado universal a santidade’. Todos os batizados são chamados a amadurecer no seguimento de Cristo e a configurar suas vidas a partir de uma opção vocacional. Portanto, não existem vocações superiores, como um destino, mas encontros profundos e personalizados com Deus, em que cada pessoa batizada procura responder comprometendo a sua vida numa opção vocacional.

No mês de agosto, se procura, em primeiro lugar, despertar a consciência vocacional, de que todos são chamados. Se todos são chamados, se procura também celebrar as diversas formas de responder ao Chamado de Deus. Por isso, a comunidade eclesial reza e agradece pela vocação sacerdotal, pela vocação à vida familiar, à vocação à vida consagrada, e a vocação a vida laical. Desta forma, se procura destacar todas as formas de se viver, em primeiro lugar a vocação batismal, configurando-a em formas específicas de consagração, ministério e serviço.

A oração pelas vocações é feita em nossas comunidades ao longo de todo o ano. No mês de agosto, somos chamados a uma tomada de consciência, como Igreja e como batizados, sobre a beleza do chamado e a riqueza de respostas generosas, que nos colocam no caminho da santidade.

Agradeçamos ao Senhor: pelo dom da vida e do ministério de todos os diáconos, padres e bispos; pela família que nos gerou e pelo testemunho de tantas famílias; pela gratuidade do Senhor ao enriquecer a Igreja com a beleza da Vida Religiosa; e pela riqueza do testemunho e pela variedade de carismas e serviços vividos pelos leigos e leigas, na comunidade e na sociedade.

Deus vos abençoe e vos guarde sempre!


Rezemos Juntos

Rezemos juntos, 

“É Jesus esse pão de igualdade, viemos pra comungar, com a luta sofrida do povo que quer ter voz, ter vez, lugar, comungar é tornar-se um perigo viemos pra incomodar...” 

Pelas vozes proféticas, para que nunca se calem e pelo apoio à Carta ao Povo de Deus que apresenta críticas ao governo de Jair Bolsonaro, críticas essas fundamentadas, que no primeiro momento assinada por 152 bispos, depois por outros mais.

“Enquanto os lucros de poucos crescem exponencialmente, os da maioria situam-se cada vez mais longe do bem-estar daquela minoria feliz. Tal desequilíbrio provém de ideologias que defendem a autonomia absoluta dos mercados e a especulação financeira. Às vezes, sentimos a tentação de ser cristãos, mantendo uma prudente distância das chagas do Senhor. Mas Jesus quer que toquemos a miséria humana, que toquemos a carne sofredora dos outros” (EG 56 e 270).

Mais de mil padres assinam carta de apoio à Carta ao Povo de Deus dos bispos, “uma leitura lúcida e corajosa da realidade atual”

30 Julho 2020

Uma carta de agradecimento e apoio à Carta ao Povo de Deus assinada no primeiro momento por 152 bispos, depois tem se somado mais bispos, com 1.058 assinaturas de padres e diáconos, acaba de ser lançada nesta quinta-feira, 30 de julho. Os padres que assinam definem a Carta ao Povo de Deus como um documento profético, “oferecendo ao Povo de Deus luzes para o discernimento dos sinais nestes tempos tão difíceis da história do nosso País”.

A informação é de Luis Miguel Modino.

“O documento é uma leitura lúcida e corajosa da realidade atual à luz da fé”, segundo os signatários, que em consonância com a carta dos bispos gritam por mudanças necessárias, afirmando “que os que nos governam têm o dever de agir em favor de toda a população, de maneira especial, os mais pobres”, uma atitude que não está sendo assumida pelo atual governo. Por isso, os padres se dizem “profundamente indignados com ações do Presidente da República em desfavor e com desdém para com a vida”.

Diante disso, os padres aceitam o convite dos bispos para cuidar da vida, para cuidar deste País enfermo! Ao mesmo tempo mostram sua solidariedade “com todas as famílias que perderam alguém por essa doença que ceifa vidas e aterroriza a todos”, consequência da falta de políticas de combate do governo, que não tem um Ministro da Saúde.

Finalmente, eles reafirmam “com alegria, ânimo e esperança a fidelidade à missão a nós confiada e apoiamos os bispos signatários da Carta ao Povo de Deus e em sintonia com a CNBB em sua missão de testemunhar e fortalecer a colegialidade”.


Eis a carta.

"Caminhamos na estrada de Jesus"
Carta de padres em apoio e adesão aos bispos signatários da Carta ao Povo de Deus

“Enquanto os lucros de poucos crescem exponencialmente, os da maioria situam-se cada vez mais longe do bem-estar daquela minoria feliz. Tal desequilíbrio provém de ideologias que defendem a autonomia absoluta dos mercados e a especulação financeira. Às vezes, sentimos a tentação de ser cristãos, mantendo uma prudente distância das chagas do Senhor. Mas Jesus quer que toquemos a miséria humana, que toquemos a carne sofredora dos outros” (EG 56 e 270).

Nós, “Padres da Caminhada”, “Padres contra o Facismo”, diáconos permanentes e tantos outros padres irmãos, empenhados em diversas partes do Brasil a serviço do Evangelho e do Reino de Deus, manifestamos nosso agradecimento e apoio aos bispos pela Carta ao Povo de Deus. Afirmamos que ela representa nossos pensamentos e sentimentos.

Consideramos um documento profético de uma parcela significativa dos Bispos da Igreja Católica no Brasil, “em profunda comunhão com o Papa Francisco e seu magistério e em comunhão plena com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil”, oferecendo ao Povo de Deus luzes para o discernimento dos sinais nestes tempos tão difíceis da história do nosso País.

O documento é uma leitura lúcida e corajosa da realidade atual à luz da fé. É a confirmação da missão e do desafio permanente para a Igreja: tornar o Reino de Deus presente no mundo, anunciando esperança e denunciando tudo o que está destruindo a esperança de uma vida melhor para o povo. É como uma grande tempestade que se abate sobre o nosso País. Os bispos alertam para o perigo de que “a causa dessa tempestade é a combinação de uma crise de saúde sem precedentes, com um avassalador colapso da economia e com a tensão que se abate sobre os fundamentos da República”, principalmente impulsionado pelo Presidente.

Sentimo-nos também interpelados por essa realidade a darmos nossa palavra de presbíteros comprometidos no seguimento de Nosso Senhor Jesus Cristo. O Evangelho ilumina nossa caminhada e vamos aprofundando nosso compromisso na Igreja, sinal e instrumento do Reino, a serviço da vida e da esperança. Cada vez mais vemos a vida do povo sendo ameaçada e seus sofrimentos, principalmente dos pobres, vulneráveis e minorias. Tal realidade faz com que nossos corações ardam, nossos braços lutem e nossa voz grite pelas mudanças necessárias. Como recordam os Bispos, nós não somos motivados por “interesses político-partidários, econômicos, ideológicos ou de qualquer outra natureza. Nosso único interesse é o Reino de Deus”.

Os bispos muito bem expressaram em sua carta, recordando o Santo Padre, o Papa Francisco, que “a proposta do Evangelho não consiste só numa relação pessoal com Deus. A nossa reposta de amor não deveria ser entendida como uma mera soma de pequenos gestos pessoais a favor de alguns indivíduos necessitados […], uma série de ações destinadas apenas a tranquilizar a própria consciência. A proposta é o Reino de Deus […] (Lc 4,43 e Mt 6,33) (EG. 180)”.

Sabemos que os que nos governam têm o dever de agir em favor de toda a população, de maneira especial, os mais pobres. Não tem sido esse o projeto do atual Governo, que “não coloca no centro a pessoa humana e o bem de todos, mas a defesa intransigente dos interesses de uma “economia que mata” (Alegria do Evangelho, 53), centrada no mercado e no lucro a qualquer preço”. Por isso, também estamos profundamente indignados com ações do Presidente da República em desfavor e com desdém para com a vida de seres humanos e também com a da “nossa irmã, a Mãe Terra”, e tantas ações que vão contra a vida do povo e a soberania do Brasil.

É urgente a reconstrução das relações sociais, pois “este cenário de perigosos impasses, que colocam nosso País à prova, exige de suas instituições, líderes e organizações civis muito mais diálogo do que discursos ideológicos fechados. [...] Essa realidade não comporta indiferença.”. A CNBB tem se pronunciado de forma contundente em momentos recentes; em posicionamento do dia 30 de abril, manifestou perplexidade e indignação com descaso no combate ao novo coronavírus e por eventos atentatórios à ordem constitucional.

Em outro momento, os 67 bispos da Amazônia publicaram outro documento, expressando imensa preocupação e exigindo maior atenção e cuidado do poder público em relação à Amazônia e aos povos originários. Na carta aberta ao Congresso Nacional do dia 13 de julho de 2020 a CNBB denunciou os 16 vetos do Presidente da República ao Plano Emergencial para Enfrentamento à Covid-19 nos Territórios Indígenas, comunidades quilombolas e demais povos e comunidades tradicionais (PL nº PL 1142/2020, agora Lei nº 14.021) dizendo: “Esses vetos são eticamente injustificáveis e desumanos pois negam direitos e garantias fundamentais à vida dos povos tradicionais”. Outras Comissões da CNBB assumiram decididamente o lado dos povos tradicionais do Brasil “duplamente vulneráveis: ao contágio do coronavírus e à constante ameaça de expulsão de seus territórios”.

Nesse tempo de “tempestade perfeita”, a voz do Espírito ressoa em posicionamentos corajosos da Igreja, que renova a cada dia seu compromisso “na construção de uma sociedade estruturalmente justa, fraterna e solidária”, como indicam os bispos em sua carta.

Reafirmamos nosso compromisso na defesa e no cuidado com a vida. Ao convite dos bispos queremos dar nosso sim! “Somos convocados a apresentar propostas e pactos objetivos, com vistas à superação dos grandes desafios, em favor da vida, principalmente dos segmentos mais vulneráveis e excluídos, nesta sociedade estruturalmente desigual, injusta e violenta.” Queremos nos empenhar para cuidar deste País enfermo!

Nós nos solidarizamos com todas as famílias que perderam alguém por essa doença que ceifa vidas e aterroriza a todos. Próximos de atingir 100 mil mortos nesta pandemia, é inadmissível que não haja neste governo um Ministro da Saúde, que possa conduzir as políticas de combate ao novo coronavírus.

Conclamamos todos os cristãos e cristãs, as igrejas e comunidades, e todas as pessoas de boa vontade para que renovem, junto com os bispos, a opção pelo Evangelho e pela promoção da vida, espalhando as sementes do Reino de Deus.

Nós, “Padres da Caminhada”, “Padres contra o Fascismo”, diáconos permanentes e tantos outros padres irmãos, reafirmamos com alegria, ânimo e esperança a fidelidade à missão a nós confiada e apoiamos os bispos signatários da Carta ao Povo de Deus e em sintonia com a CNBB em sua missão de testemunhar e fortalecer a colegialidade.

29 de julho de 2020
Festa de Santa Marta

30 julho, 2020

Projeto "Caminhos de Santidade: A Vida dos Santos” São Pedro Crisólogo

“De onde tem vindo toneladas de alimentos nesta pandemia? Lá da roça, dos agricultores familiares”


Resistentes a uma política governamental que favorece o agronegócio, agricultores familiares operam por uma lógica de solidariedade na produção e doação de alimentos.

A compra de produtos essenciais que compõem a cesta básica tem sido progressivamente mais difícil para a população de baixa renda desde o início da manifestação da Covid-19 no país, em março. De acordo com Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), realizada em maio e divulgada em junho, alimentos essenciais da mesa da população brasileira sofreram aumento expressivo, como a farinha de mandioca (15%), feijão-carioquinha (8%), arroz-agulhinha (5,2%), entre outros.

Somado ao impedimento do Estado para acesso ao auxílio emergencial de R$600 mensais por um conjunto expressivo de desempregados, autônomos e informais, o governo brasileiro retarda a implementação de medidas que possibilitem – nas diversas etapas da cadeia produtiva dos alimentos – a produção do alimento e acesso à ele pela população mais vulnerável. Expressão disso foram os sucessivos adiamentos de inclusão do Projeto de Lei 735/2020 na pauta da Câmara Federal.

Protocolado em março, a proposta que prevê a extensão do ... continue lendo...clique AQUI


Dia Mundial contra o Tráfico de Pessoas

Dia 30 de julho, Dia Mundial contra o Tráfico de Pessoas, são muitas as mulheres, homens  e crianças vítimas de trabalho forçado, prostituição, tráfico de órgãos.

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), esse tipo de crime movimenta no mundo anualmente mais de US$ 30 bilhões.

Rezemos juntos, para que haja conscientização o compromisso de incluir a luta contra o tráfico em todos os planos de governos e sociedade.


29 julho, 2020

Num instante imagino


A vida verdadeira - Thiago de Mello

A vida verdadeira - Thiago de Mello

Pois aqui está a minha vida. Pronta para ser usada.
Vida que não guarda nem se esquiva, assustada.
Vida sempre a serviço da vida. Para servir ao que vale a pena e o preço do amor
Ainda que o gesto me doa Não encolho a mão: avanço Levando um ramo de Sol Mesmo enrolada de pó Dentro da noite mais fria A vida que vai comigo É fogo: está sempre acesa
Vem da terra dos barrancos o jeito doce e violento da minha vida:
esse gosto da água negra transparente.
A vida vai no meu peito, mas é quem vai me levando: tição ardente velando,
girassol na escuridão.
Carrego um grito que cresce Cada vez mais na garganta,
cravando seu travo triste na verdade do meu canto.
Canto molhado e barrento de menino do Amazonas
que viu a vida crescer nos centro da terra firme.
Que sabe a vinda da chuva pelo estremecer dos verdes  e sabe ler os recados que chegam na asa do vento.  Mas sabe também o tempo da febre e o gosto da fome.
Nas águas da minha infância perdi o medo entre os rebojos. Por isso avanço cantando
Estou no centro do rio estou no meio da praça. Piso firme no meu chão sei que estou no meu lugar, como a panela no fogo e a estrela na escuridão.
O que passou não conta ?, indagarão as bocas desprovidas. Não deixa de valer nunca. que passou ensina com sua garra e seu mel.
Por isso é que agora vou assim no meu caminho. Publicamente andando Não, não tenho caminho novo. O que tenho de novo é o jeito de caminhar.
Aprendi (o que o caminho me ensinou) a caminhar cantando como convém
 a mim e aos vão comigo. Pois já não vou mais sozinho.
Aqui tenho a minha vida: feita à imagem do menino que continua varando os campos gerais e que reparte o seu canto como o seu avô repartia o cacau e fazia
da colheita uma ilha do bom socorro.
Feita à imagem do menino mas a semelhança do homem: com tudo que ele tem de primavera de valente esperança e rebeldia.
Vida, casa encantada, onde eu moro e mora em mim, te quero assim verdadeira cheirando a manga e jasmim. Que me sejas deslumbrada como ternura de moça rolando sobre o capim.
Vida, toalha limpa vida posta na mesa, vida brasa vigilante vida pedra e espuma alçapão de amapolas, sol dentro do mar, estrume e rosa do amor: a vida.
Há que merecê-la.

Comunidades de Base para o século atual - Por Pedro A. Ribeiro de Oliveira

O artigo de Pedro Ribeiro, publicado inicialmente no IHU, e agora reproduzido pelo Portal das CEBs do Iser Assessoria, é uma boa oportunidade para continuar refletindo sobre a ressignificação das Comunidades de Base. O debate dos últimos anos tem procurado avaliar a situação social e eclesial na qual as comunidades estão vivendo sua experiência de seguimento de Jesus de Nazaré. Assim, recomendamos a leitura para continuar buscando pistas para a caminhada das CEBs.

A seguir o artigo na íntegra.

Em artigo sobre uma comunidade de Santiago do Chile que durante a pandemia se dedica a alimentar pessoas necessitadas, Jorge Costadoat s.j. aborda um tema fundamental para as Comunidades Eclesiais de Base – CEBs –: “Poderia se pensar que se a Igreja vive nas catacumbas, partilha seus bens, reza e canta como os primeiros cristãos, não há porque se preocupar. O problema é que esses cristãos habitam galerias não conectadas umas com as outras. Se ninguém as representa, nunca saberão o que as une” (em tradução livre, o original, em espanhol, está disponível neste link).

Pensando a realidade do Brasil, cabe perguntar o que une, por exemplo, uma comunidade da Baixada Fluminense, uma comunidade de bairro popular de Minas Gerais e uma comunidade rural do Ceará. Provavelmente as três – e muitíssimas outras mais – se sentem como o “pequeno resto” que ficou das CEBs: teimaram em seguir na Caminhada proposta pelo Concílio Vaticano II recebido à luz de Medellín, e agora se sentem isoladas da grande Igreja. Contando apenas com o apoio do padre local e/ou a coesão de sua equipe de animação, elas mantém viva a Espiritualidade Libertadora que alavancou grandes conquistas populares, mas sentem a tristeza de não mais receber o reconhecimento eclesiástico que tiveram em outros tempos.

A situação é grave, porque não se vislumbra sinais de mudança no horizonte eclesiástico. Apesar de pronunciamentos e gestos de Francisco indicarem seu apreço pelas CEBs, a estrutura eclesiástica continua pautada pelo Direito Canônico restaurado por S. João Paulo II, e ali as CEBs não têm espaço próprio. A recente Instrução sobre a “comunidade paroquial a serviço da missão evangelizadora da Igreja”, redigida pela Congregação para o Clero e aprovada pelo Papa, pede “uma mudança de mentalidade e uma renovação interior”, mas não altera a estrutura canônica da paróquia. Por isso vem recheada de desejos piedosos como se a paróquia pudesse tornar-se “comunidade de comunidades” e ser “uma casa em meio às casas”… Desconsidera a realidade sociológica da paróquia que se confunde com o templo onde o sacerdote celebra a Missa para pessoas que participam como o público assiste um espetáculo.

Fica então o impasse: inúmeras comunidades movidas pela Espiritualidade libertadora e convictas de serem verdadeiramente concretizações locais da única Igreja católica, não são reconhecidas como tais pela instituição eclesiástica. Isoladas cada em seu espaço local, não conseguem se ver como “célula inicial de estruturação eclesial”, como afirma o documento de Medellín. Sobrevivem institucionalmente graças à atuação de diferentes agentes de pastoral – religiosas, padres, teólogos leigos e leigas, alguns bispos – mas sem gozar a plena cidadania eclesiástica. Encontros regionais, nacionais e até continentais são momentos importantes de revitalização das CEBs, mas não suprem o reconhecimento oficial de sua eclesialidade.

Foi numa realidade similar que, em 1975 Dom Luiz Fernandes, bispo-auxiliar de Vitória, decidiu convidar outros bispos, agentes de pastoral e lideranças de comunidades para refletirem sobre sua experiência de Igreja. Com a ajuda de Frei Betto, realizaram-se então, naquela arquidiocese, os dois primeiros encontros de CEBS, que logo vieram a ser qualificados como intereclesiais: Igrejas de base que se encontravam em clima fraterno. O êxito desses encontros intereclesiais foi tão grande que a Conferência dos Bispos – CNBB – assumiu a corresponsabilidade por sua realização, tendo produzido em 1982 um Documento (nº 25) em que reconhece as CEBs como nova forma de ser Igreja.

Quando tudo parecia indicar que esta seria a nova forma de toda Igreja ser – como queria o bispo Pedro Casaldáliga – retornou com força o Código de Direito Canônico e com ele a estrutura paroquial que reduz as CEBs a capelas cuja função é descentralizar a catequese e as celebrações estabelecidas pela paróquia. Perdeu-se assim a oportunidade histórica de se constituir uma forma legitimamente latino-americana de Igreja católica.

Hoje, porém, o isolamento físico provocado pela pandemia de covid-19 e o consequente recurso a encontros virtuais via internet pode possibilitar uma nova forma de relação entre Igrejas locais: a sinodalidade permanente, na qual cada Igreja de base confirme a eclesialidade das demais. Se for retomado o espírito dos primeiros encontros intereclesiais – encontro entre Igrejas de base que buscam uma nova forma de viver o seguimento de Jesus nas periferias do sistema de mercado – será possível tirar as CEBs de seu isolamento atual. Isso poderá acontecer em âmbito regional, nacional ou continental, desde que não se prenda a imposições como a necessidade de participação de todas as dioceses, reconhecimento oficial, e outras obrigações que inibem a emergência dessa nova forma de ser Igreja. Livre desses constrangimentos institucionais, ela poderá reconfigurar-se como autêntica Rede de comunidades inserida nos moldes do século atual.


Rezemos juntos

Rezemos juntos, 
Para que "O perigo de ser infectado por um vírus deve nos ensinar outro tipo de "contágio", o do amor..." (Papa Francisco) 

Projeto "Caminhos de Santidade: A Vida dos Santos” Santa Marta, Santa Ma...

28 julho, 2020

Mensagem do Sargento Cardoso (julho 2020)

Carta de bispos católicos contra o governo Bolsonaro

Uma carta com duras críticas ao governo de Jair Bolsonaro foi assinada por 152 bispos, arcebispos e bispos eméritos do Brasil. Ela deveria ter sido publicada na quarta (22), mas foi suspensa para ser analisada pelo Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB.

Segundo reportagem publicada por Mônica Bergamo, no portal do jornal Folha de S. Paulo, 26-07-2020, “há um temor entre signatários do documento de que o setor conservador do órgão impeça a divulgação”.

A íntegra da carta é publicada por Julio Renato Lancellotti, no seu Facebook, 26-07-2020.

Eis a carta.

Carta ao Povo de Deus

Somos bispos da Igreja Católica, de várias regiões do Brasil, em profunda comunhão com o Papa Francisco e seu magistério e em comunhão plena com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, que no exercício de sua missão evangelizadora, sempre se coloca na defesa dos pequeninos, da justiça e da paz. Escrevemos esta Carta ao Povo de Deus, interpelados pela gravidade do momento em que vivemos, sensíveis ao Evangelho e à Doutrina Social da Igreja, como um serviço a todos os que desejam ver superada esta fase de tantas incertezas e tanto sofrimento do povo.

Evangelizar é a missão própria da Igreja, herdada de Jesus. Ela tem consciência de que “evangelizar é tornar o Reino de Deus presente no mundo” (Alegria do Evangelho, 176). Temos clareza de que “a proposta do Evangelho não consiste só numa relação pessoal com Deus. A nossa reposta de amor não deveria ser entendida como uma mera soma de pequenos gestos pessoais a favor de alguns indivíduos necessitados […], uma série de ações destinadas apenas a tranquilizar a própria consciência. A proposta é o Reino de Deus […] (Lc 4,43 e Mt 6,33)” (Alegria do Evangelho, 180). Nasce daí a compreensão de que o Reino de Deus é dom, compromisso e meta.

É neste horizonte que nos posicionamos frente à realidade atual do Brasil. Não temos interesses político-partidários, econômicos, ideológicos ou de qualquer outra natureza. Nosso único interesse é o Reino de Deus, presente em nossa história, na medida em que avançamos na construção de uma sociedade estruturalmente justa, fraterna e solidária, como uma civilização do amor.

O Brasil atravessa um dos períodos mais difíceis de sua história, comparado a uma “tempestade perfeita” que, dolorosamente, precisa ser atravessada. A causa dessa tempestade é a combinação de uma crise de saúde sem precedentes, com um avassalador colapso da economia e com a tensão que se abate sobre os fundamentos da República, provocada em grande medida pelo Presidente da República e outros setores da sociedade, resultando numa profunda crise política e de governança.

Este cenário de perigosos impasses, que colocam nosso País à prova, exige de suas instituições, líderes e organizações civis muito mais diálogo do que discursos ideológicos fechados. Somos convocados a apresentar propostas e pactos objetivos, com vistas à superação dos grandes desafios, em favor da vida, principalmente dos segmentos mais vulneráveis e excluídos, nesta sociedade estruturalmente desigual, injusta e violenta. Essa realidade não comporta indiferença.

É dever de quem se coloca na defesa da vida posicionar-se, claramente, em relação a esse cenário. As escolhas políticas que nos trouxeram até aqui e a narrativa que propõe a complacência frente aos desmandos do Governo Federal, não justificam a inércia e a omissão no combate às mazelas que se abateram sobre o povo brasileiro. Mazelas que se abatem também sobre a Casa Comum, ameaçada constantemente pela ação inescrupulosa de madeireiros, garimpeiros, mineradores, latifundiários e outros defensores de um desenvolvimento que despreza os direitos humanos e os da mãe terra. “Não podemos pretender ser saudáveis num mundo que está doente. As feridas causadas à nossa mãe terra sangram também a nós” (Papa Francisco, Carta ao Presidente da Colômbia por ocasião do Dia Mundial do Meio Ambiente, 05/06/2020).

Todos, pessoas e instituições, seremos julgados pelas ações ou omissões neste momento tão grave e desafiador. Assistimos, sistematicamente, a discursos anticientíficos, que tentam naturalizar ou normalizar o flagelo dos milhares de mortes pela COVID-19, tratando-o como fruto do acaso ou do castigo divino, o caos socioeconômico que se avizinha, com o desemprego e a carestia que são projetados para os próximos meses, e os conchavos políticos que visam à manutenção do poder a qualquer preço. Esse discurso não se baseia nos princípios éticos e morais, tampouco suporta ser confrontado com a Tradição e a Doutrina Social da Igreja, no seguimento Àquele que veio “para que todos tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10,10).

Analisando o cenário político, sem paixões, percebemos claramente a incapacidade e inabilidade do Governo Federal em enfrentar essas crises. As reformas trabalhista e previdenciária, tidas como para melhorarem a vida dos mais pobres, mostraram-se como armadilhas que precarizaram ainda mais a vida do povo. É verdade que o Brasil necessita de medidas e reformas sérias, mas não como as que foram feitas, cujos resultados pioraram a vida dos pobres, desprotegeram vulneráveis, liberaram o uso de agrotóxicos antes proibidos, afrouxaram o controle de desmatamentos e, por isso, não favoreceram o bem comum e a paz social. É insustentável uma economia que insiste no neoliberalismo, que privilegia o monopólio de pequenos grupos poderosos em detrimento da grande maioria da população.

O sistema do atual governo não coloca no centro a pessoa humana e o bem de todos, mas a defesa intransigente dos interesses de uma “economia que mata” (Alegria do Evangelho, 53), centrada no mercado e no lucro a qualquer preço. Convivemos, assim, com a incapacidade e a incompetência do Governo Federal, para coordenar suas ações, agravadas pelo fato de ele se colocar contra a ciência, contra estados e municípios, contra poderes da República; por se aproximar do totalitarismo e utilizar de expedientes condenáveis, como o apoio e o estímulo a atos contra a democracia, a flexibilização das leis de trânsito e do uso de armas de fogo pela população, e das leis do trânsito e o recurso à prática de suspeitas ações de comunicação, como as notícias falsas, que mobilizam uma massa de seguidores radicais.

O desprezo pela educação, cultura, saúde e pela diplomacia também nos estarrece. Esse desprezo é visível nas demonstrações de raiva pela educação pública; no apelo a ideias obscurantistas; na escolha da educação como inimiga; nos sucessivos e grosseiros erros na escolha dos ministros da educação e do meio ambiente e do secretário da cultura; no desconhecimento e depreciação de processos pedagógicos e de importantes pensadores do Brasil; na repugnância pela consciência crítica e pela liberdade de pensamento e de imprensa; na desqualificação das relações diplomáticas com vários países; na indiferença pelo fato de o Brasil ocupar um dos primeiros lugares em número de infectados e mortos pela pandemia sem, sequer, ter um ministro titular no Ministério da Saúde; na desnecessária tensão com os outros entes da República na coordenação do enfrentamento da pandemia; na falta de sensibilidade para com os familiares dos mortos pelo novo coronavírus e pelos profissionais da saúde, que estão adoecendo nos esforços para salvar vidas.

No plano econômico, o ministro da economia desdenha dos pequenos empresários, responsáveis pela maioria dos empregos no País, privilegiando apenas grandes grupos econômicos, concentradores de renda e os grupos financeiros que nada produzem. A recessão que nos assombra pode fazer o número de desempregados ultrapassar 20 milhões de brasileiros. Há uma brutal descontinuidade da destinação de recursos para as políticas públicas no campo da alimentação, educação, moradia e geração de renda.

Fechando os olhos aos apelos de entidades nacionais e internacionais, o Governo Federal demonstra omissão, apatia e rechaço pelos mais pobres e vulneráveis da sociedade, quais sejam: as comunidades indígenas, quilombolas, ribeirinhas, as populações das periferias urbanas, dos cortiços e o povo que vive nas ruas, aos milhares, em todo o Brasil. Estes são os mais atingidos pela pandemia do novo coronavírus e, lamentavelmente, não vislumbram medida efetiva que os levem a ter esperança de superar as crises sanitária e econômica que lhes são impostas de forma cruel. O Presidente da República, há poucos dias, no Plano Emergencial para Enfrentamento à COVID-19, aprovado no legislativo federal, sob o argumento de não haver previsão orçamentária, dentre outros pontos, vetou o acesso a água potável, material de higiene, oferta de leitos hospitalares e de terapia intensiva, ventiladores e máquinas de oxigenação sanguínea, nos territórios indígenas, quilombolas e de comunidades tradicionais (Cf. Presidência da CNBB, Carta Aberta ao Congresso Nacional, 13/07/2020).

Até a religião é utilizada para manipular sentimentos e crenças, provocar divisões, difundir o ódio, criar tensões entre igrejas e seus líderes. Ressalte-se o quanto é perniciosa toda associação entre religião e poder no Estado laico, especialmente a associação entre grupos religiosos fundamentalistas e a manutenção do poder autoritário. Como não ficarmos indignados diante do uso do nome de Deus e de sua Santa Palavra, misturados a falas e posturas preconceituosas, que incitam ao ódio, ao invés de pregar o amor, para legitimar práticas que não condizem com o Reino de Deus e sua justiça?

O momento é de unidade no respeito à pluralidade! Por isso, propomos um amplo diálogo nacional que envolva humanistas, os comprometidos com a democracia, movimentos sociais, homens e mulheres de boa vontade, para que seja restabelecido o respeito à Constituição Federal e ao Estado Democrático de Direito, com ética na política, com transparência das informações e dos gastos públicos, com uma economia que vise ao bem comum, com justiça socioambiental, com “terra, teto e trabalho”, com alegria e proteção da família, com educação e saúde integrais e de qualidade para todos. Estamos comprometidos com o recente “Pacto pela vida e pelo Brasil”, da CNBB e entidades da sociedade civil brasileira, e em sintonia com o Papa Francisco, que convoca a humanidade para pensar um novo “Pacto Educativo Global” e a nova “Economia de Francisco e Clara”, bem como, unimo-nos aos movimentos eclesiais e populares que buscam novas e urgentes alternativas para o Brasil.

Neste tempo da pandemia que nos obriga ao distanciamento social e nos ensina um “novo normal”, estamos redescobrindo nossas casas e famílias como nossa Igreja doméstica, um espaço do encontro com Deus e com os irmãos e irmãs. É sobretudo nesse ambiente que deve brilhar a luz do Evangelho que nos faz compreender que este tempo não é para a indiferença, para egoísmos, para divisões nem para o esquecimento (cf. Papa Francisco, Mensagem Urbi et Orbi, 12/4/20).

Despertemo-nos, portanto, do sono que nos imobiliza e nos faz meros espectadores da realidade de milhares de mortes e da violência que nos assolam. Com o apóstolo São Paulo, alertamos que “a noite vai avançada e o dia se aproxima; rejeitemos as obras das trevas e vistamos a armadura da luz” (Rm 13,12).

O Senhor vos abençoe e vos guarde. Ele vos mostre a sua face e se compadeça de vós.
O Senhor volte para vós o seu olhar e vos dê a sua paz! (Nm 6,24-26).

Fonte: IHU

População negra que vive em situação de rua é a maior vítima do abuso de autoridade

Dentre os casos de violência policial registrado contra a população de rua, 50,8% são contra mulheres e 49,2% contra homens.

A reportagem é de Karla Maria, publicada por Jornal O Trecheiro, 25-07-2020.

Às 10h da manhã a área externa da Paróquia São Miguel Arcanjo, na Mooca, já está recebendo água e sabão. O dia ali começa cedo, às 7h, com a distribuição do café da manhã, roupas, atendimento social, jurídico e espiritual, com a benção do padre Julio Lancellotti, atuando a 35 anos naquela paróquia, ao lado do povo mais pobre.

Aguardava a entrevista com a advogada do Vicariato do Povo da Rua para falar sobre violência policial, quando conheci João*. Alguém que está cansado desse papo de denuncia e nenhuma mudança. “O que vai resolver eu te dizer alguma coisa? Pra eles me baterem de novo?”, respondeu, com um corpo cansado de dez anos de rua e violências distintas. Perguntei se tinha alguma esperança de a situação poder melhorar, e a resposta soou alta. “Melhorar como, com esse governo aí só vai piorar”.

Foto: Luciney Martins e Cláudia Pereira | Jornal O Trecheiro

O nome João* é fictício, mas a história de violência que ele, um homem preto, vive nas ruas de São Paulo se repete diariamente. “A violência contra a população de rua aumentou demais. Os casos são quase diários, por exemplo, de uma pessoa que sofreu violência do rapa [Polícia Militar], que retirou coisas e pertences, inclusive documentos e picotou na frente da pessoa. Retiram até muletas até. Do final de 2018 para cá aumentou demais. Os casos são semanais, diários, toda vez que eu venho para cá fazer atendimento tem um caso para relatar”, conta a advogada do Vicariato, Juliana Costa Hashimoto Bertin.

Giulia Grillo defensora dos direitos humanos que atua na região da Cracolândia, no centro da capital, interferiu em uma abordagem violenta e tornou-se vítima. “Testemunhei uma abordagem agressiva, um GCM [Guarda Civil Metropolitano] chutou o cara e eu falei que eles não podiam agir daquela maneira, aí me levaram para a delegacia. Lá, a delegada me tratou bem, mas um dos GCM tentaram me ligar ao tráfico, um absurdo”.

Giulia atua a três anos na região e admite que há “GCMs que são mais humanos, mas há os que são treinados para bater, que tratam e chamam os usuários [de drogas] de lixo”, diz. São Paulo conta com 16 mil pessoas morando em suas ruas, e é aqui que se concentra o maior número de registros de violência contra esta população. Segundo o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) do Ministério da Saúde, entre 2015 a 2017, foram registrados 788 casos. Os jovens que vivem nas ruas, com idades de 15 a 24 anos são o principal alvo da violência: 38%. A maioria das vítimas se declara negra, com 54% das notificações.
Foto: Luciney Martins e Cláudia Pereira | Jornal O Trecheiro

A agressão física é a mais comum e acontece em 92% dos casos, sendo que, em 19% deles, os ataques se repetiam. Apesar de os homens serem maioria nas ruas, as mulheres são as que mais sofrem. Elas são 50,8% frente a 49,2% deles. As mulheres mais jovens e de pele negra, com idades entre 15 e 24 anos de idade somam 38% dos casos.

Para o ouvidor da Polícia do Estado de São Paulo, Elizeu Soares Lopes, os casos de violência contra a população em situação de rua, devem ser analisados individualmente. “A atividade policial tem de estar circunscrita à lei, qualquer atividade fora da lei as pessoas podem denunciar 0800-177070. Esperamos que a lei sirva para todos”.

Para Lopes, as iniciativas do governo Dória, como a aplicação de câmeras nas fardas dos policiais militares e a atualização na formação dos agentes públicos protegem a população e o policial. “Este é o chamado controle remoto da atividade policial. Não só a câmera no colete, mas também na viatura de alta resolução. E também sensor de controle da viatura, para saber onde ela está indo. Possibilita também o controle de peso. São instrumentos importantes para fiscalizar”.

Segundo relatório de prestação de conta da Ouvidoria de 2019, durante aquele ano, foram registradas 848 denúncias classificadas como Abuso de Autoridade, sendo 714 casos (84%) envolvendo policiais militares, 113 casos (13,5%) relativos a policiais civis e 20 (2,5%) envolvendo membros das duas forças. A Polícia Técnico-Científica recebeu 1 denúncia por Abuso de Autoridade naquele período. Questionado sobre estes dados e diferentemente de sua colega Juliana, Lopes não acredita que a atuação violenta da polícia seja uma política de atuação.

“No Brasil temos uma cultura de violência. Não é um sintoma particular de uma instituição. [...] porque os protocolos não ensinam que as pessoas têm de ser abusivas”.

As denúncias por Abuso de Autoridade em 2019 foram registradas, principalmente, na Capital, Grande São Paulo e Região de Ribeirão Preto e foram apresentadas, em sua grande maioria, contra a Polícia Militar.

Para Dimitri Nascimento Sales, presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condep) a violência policial contra a população em situação de rua, como a retirada de barracas não é algo isolado. “Há uma deliberação, ainda que não seja explícita para que estes atos ocorram e permaneçam impunes. Você tem discursos que autorizam a violência policial e você tem situações em que os processos não sejam levados a julgamento, o enfraquecimento da Corregedoria, entre outros”, destaca Sales.

O Condepe com outras entidades da sociedade civil solicitaram do governo estadual informações detalhadas sobre as iniciativas de controle da atividade policial anunciadas pelo governo Dória, e até o fechamento desta reportagem não obtiveram resposta.

Foto: Luciney Martins e Cláudia Pereira | Jornal O Trecheiro

“Estamos acompanhando agentes da segurança pública agindo fora da legalidade praticando crimes como tortura, ameaça, lesão corporal. Tivemos que denunciar recentemente um policial famoso na Cracolândia pelo número de agressões e de extorsão. Os policiais tentam extorquir e quando não conseguem plantam a droga e fazem o flagrante de tráfico de drogas. Essa pessoa vai ser levada para a penitenciária e vai ficar seis anos[...] Temos uma estrutura da segurança pública permeada por racismo, por transfobia, homofobia...”, avalia o presidente do Condepe.

Pedidos da sociedade civil ao governo do Estado para um maior controle da ação policial:

- Adoção de medidas urgentes para a instalação do Conselho Consultivo da Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo;

- Adoção de medidas urgentes para instalação de plantão para recebimento e acompanhamento de denúncias de violação de direitos humanos pela Ouvidoria da Polícia nos finais de semana;

- Criação de Câmara Técnica para acompanhamento da apuração dos casos de violência e letalidade policial no âmbito da Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo;

- Reforço do diálogo com o Ministério Público do Estado de São Paulo para a implementação, no âmbito das Promotorias de Justiça Criminais da Comarca da Capital, do Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública (GAESP), a fim de promover efetivo controle externo das atividades policiais.

Fonte: IHU

Dia D do Grito: a cada dia 7, mobilizações e preparativos para o 26º Grito dos Excluídos

Neste ano, o tema permanente “Vida em Primeiro Lugar” é proposto junto com exigência: “Basta de Miséria, Preconceito e Repressão! Queremos TERRA, TRABALHO, TETO e PARTICIPAÇÃO!”.




A dois meses da principal mobilização social do Dia 7 de setembro, entidades e movimentos populares do Brasil promovem ações em vista da divulgação e preparação para o Grito dos Excluídos. Neste dia 7 de julho, eventos e iniciativas nas redes sociais marcam o primeiro Dia D do Grito.

Nos encontros da coordenação nacional do Grito dos Excluídos, surgiu a proposta da criação de um Dia D do Grito, a ser realizado nos dias 7 de cada mês, antes e depois do 7 de Setembro. De acordo com os organizadores, a ideia, entre outras que possam surgir a partir de cada realidade local, é produzir materiais de comunicação para divulgar e subsidiar os debates em torno do tema, lema, objetivos e eixos do 26º Grito.

Neste ano, o tema permanente “Vida em Primeiro Lugar” é proposto junto com exigência: “Basta de Miséria, Preconceito e Repressão! Queremos TERRA, TRABALHO, TETO e PARTICIPAÇÃO!”.

A coordenação informa que, no processo de construção do 26º Grito, muitas ações já estão sendo feitas, sejam virtuais ou presenciais, como as campanhas de solidariedade junto às comunidades e populações que mais sofrem com o impacto da pandemia e suas consequências sociais. Outras ações estão sendo pensadas, como a produção de lives, programas de rádio, vídeos, podcast, roteiro de celebração, spots para a divulgação do tema e lema do Grito.

“Em tempos de pandemia, os gritos ecoam ainda mais fortes, diante do sofrimento que a doença e o descaso dos governos, sobretudo o federal, impõem a milhares de pessoas que perderam e perderão sua vida, ou familiares, amigos e conhecidos. A Covid-19 escancarou o abandono a que a saúde pública já vinha sendo submetida pelo não cumprimento do que está previsto na Constituição Federal de 1988, o desmonte gradativo do SUS e as reformas neoliberais que visaram a retirada de direitos sociais“, afirma a coordenação nacional do Grito.

No ano passado, a Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Sociotransformadora da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) reforçou o apoio às mobilizações reforçando que, mesmo dando destaque ao dia 07 de setembro, o Grito dos/as Excluídos/as não quer se limitar a esta data.


“Vai muito além. Envolve o antes, o durante e o depois. Em preparação ao evento são promovidas rodas de conversa, seminários, fóruns temáticos envolvendo entidades, instituições, movimentos e organizações da sociedade civil fortalecendo as legítimas reivindicações sociais e reforçando a presença solidária da Igreja junto aos mais vulneráveis, sintonizando-a aos seus anseios e possibilitando a construção de uma sociedade mais justa e solidária“.

Fonte: CNBB

24 julho, 2020

Padre João Caruana lançará o livro “Sarandi: Eu vi a Evangelização expandir”

Padre João Caruana lançará o livro “Sarandi: Eu vi a Evangelização expandir”

Corajoso e ousado, os motivos os mais profundos são os que o levam a escrever. 


Caruana, autor de “Pensadores da Caminhada – 30 anos vividos nas CEBs” e “O MST, um outro olhar, com o subtítulo "O que a mídia não divulga", lançará mais um livro, este intitulado “Sarandi: Eu vi a Evangelização expandir”.


O livro composto por 15 capítulos, aproximado 250 páginas, ilustrado com fotos. O lançamento previsto para o mês de setembro, o valor do livro para aquisição 25 reais. 


Por Padre João Caruana 

A história da Igreja na cidade de Sarandi, começou nos anos cinquenta, e na época, Sarandi como igreja, formava parte da paróquia São José Operário de Maringá, e politicamente, pertencia ao município de Marialva. 

Sarandi, hoje consiste em quatro paróquias, Nossa Senhora das Graças e a capela São Pedro Apóstolo, Santa Terezinha do Menino Jesus e as capelas São João Paulo II e São Francisco Xavier, São Paulo Apóstolo e a capela São Sebastião, e Nossa Senhora da Esperança e a capela de Vera Cruz. 

A Igreja em Sarandi se desmembrou da Paróquia de São José Operário em 20 de Janeiro 1979, tornando-se a paróquia Nossa Senhora das Graças tendo Padre Vicente Costa, hoje bispo de Jundiaí em São Paulo, como primeiro pároco!. Sarandi se tornou município em 1982, três anos depois. 

Os interessados são convidados e convidadas, de depositar 5 - 10 reais numa das quatro secretarias das paróquias da cidade de Sarandi, até Sábado dia 15 de Agosto. Isto ajuda o padre para decidir o número dos livros a imprimir, sendo a publicação dose um livro, algo um pouco complicado 

Obrigado! 

Projeto "Caminhos de Santidade: A Vida dos Santos” Santa Cristina Bolsena

23 julho, 2020

Hino Campanha da Fraternidade Ecumênica 2021


Fraternidade e diálogo: compromisso de amor 
“Cristo é a nossa paz: do que era dividido, fez uma unidade”. 

Hino Campanha da Fraternidade Ecumênica 2021 


1. Venham todos, vocês, venham todos, 
Reunidos num só coração, (cf. At 4, 32) 
/: De mãos dadas formando a aliança, 
Confirmados na mesma missão. (bis) 

Ref.: 

Em nome de Cristo, que é a nossa paz! 
Em nome de Cristo, que a vida nos traz: 
Do que estava dividido, 
unidade ele faz! 
Do que estava dividido, 
unidade ele faz! (cf. Ef 2,14a) 

2. Venham todos, vocês, meus amigos, 
Caminhar com o Mestre Jesus, 
/: Ele vem revelar a Escritura 
Como fez no caminho à Emaús. (cf. Lc 24) (bis) 

3. Venham todos, vocês, testemunhas, 
Construamos a plena unidade 
/: No diálogo comprometido 
Com a paz e a fraternidade. (bis) 

4. Venham todos, mulheres e homens, 
Superar toda polaridade, 
/: Pois em Cristo nós somos um povo, 
Reunidos na diversidade. (bis) 

5. Venham jovens, idosos, crianças 
E vivamos o amor-compromisso 
/: Na partilha, no dom da esperança 
E na fé que se torna serviço. (bis) 
_______ 

Toada amazônica Letra: Frei Telles Ramon, O. de M. 
Música: Adenor Leonardo Terra

20 julho, 2020

Projeto"Caminhos de Santidade: A Vida dos Santos”  Santo Elias.

Projeto"Caminhos de Santidade: A Vida dos Santos”  Santo Elias.

Céu e Mar!

Céu e Mar!
A beleza da criação, céu e o mar, a cor azul sua profundidade e sabedoria, e muitas vezes esse espaço sagrado usado de forma desumana pelo ser humano. Isso é triste.


17 julho, 2020

O estilo de Jesus - Roda de conversa com a equipe de coordenação das CEBs



Roda de conversa com a equipe de coordenação das CEBs

O estilo de Jesus

Que o estilo de Jesus seja inserido no dia a dia em nossas Comunidades Eclesiais de Base, um modo que aproxima introduzindo ao coração do povo. “Como nos faz bem vê-Lo perto de todos! Se falava com alguém, fitava os seus olhos com uma profunda solicitude cheia de amor: “Jesus, fitando nele o olhar, sentiu afeição por ele” (Mc 10, 21). Vemo-Lo disponível ao encontro, quando manda aproximar-se o cego do caminho (cf. Mc 10, 46-52) e quando come e bebe com os pecadores (cf. Mc 2, 16), sem Se importar que O chamem de glutão e beberrão (cf. Mt 11, 19).Vemo-Lo disponível, quando deixa uma prostituta ungir-Lhe os pés (cf. Lc 7, 36-50) ou quando recebe, de noite, Nicodemos (cf. Jo 3, 1-15).


Esse estilo de Jesus leva a alegrar-se com os que estão alegres, a chorar com os que choram e a comprometer com um mundo novo transformado “mas não como uma obrigação, nem como um peso que nos desgasta, mas como uma opção pessoal que nos enche de alegria e nos dá uma identidade.”

As citações são da Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, do Santo Padre o Papa Francisco.

A roda de conversa com a equipe de coordenação, respeitando a orientação de distanciamento social, será via videoconferência, sábado, 18 de julho de 2020, às 14h30. A videoconferência terá a presença dos representantes das CEBs das regiões pastorais, que fazem parte da coordenação arquidiocesana.

Lucimar Moreira Bueno (Lúcia)
Assessora das CEBs na Arqudiocese de Maringá

5ª Carta às Comunidades: Palavra, Pão, Caridade e Ação Missionária na Comunidade Eclesial de Base


Carta às Comunidades nº 05 Rondonópolis, 15 de julho de 2020.

Estimadas comunidades eclesiais espalhadas e organizadas no Brasil e na América Latina!

O TREM DAS CEBs COMEÇOU A ANDAR, E NÃO PODE PARAR!

O trem da CEBS saiu de Londrina e continua sua jornada a caminho de Rondonópolis/MT. Nas estações por onde tem passado nos deixa uma carta, com conteúdo que alinha e direciona os caminhos de preparação para o 15º Encontro Intereclesial que será sediado por nossa Diocese em 2022. Muitas são as estações por onde esse trem passará, muitas serão as estações onde ele chegará, trazendo e levando os sonhos, ações e esperanças daqueles que se unem à Boa Nova, na missão peregrina de formar uma Igreja acolhedora, includente e atenta as políticas sociais, necessidades e dignidade de todo o ser humano, para que tenham vida e vida em abundância. O trem não pode parar, pois é nele que se movimentará nossas ações; é ele que levará de uma estação a outra como nos fala o Tema: “CEBs: Igreja em Saída na busca da Vida Plena para Todos e Todas”, é nele que viajaremos fortalecidos, entoando nosso Lema: “Vejam! Eu vou criar novo céu e uma nova terra…” (Is 65,17ss).

O TREM ATRAVESSA UMA NEBLINA PERIGOSA

Esse trem está atravessando uma pandemia que já perdura mais de quatro meses. Perdas, medos, cuidados, insegurança, quarentena, muitas opiniões acertadas e muitos erros na condução desta pandemia. Mas não podemos fraquejar e nem desanimar. Saudades da comunidade. Redescobriu-se a evangelização e o fortalecimento das comunidades através das redes sociais. Mas logo voltaremos à comunidade, ao abraço, ao sorriso, às crianças brincando sorridentes, muitas histórias, sonhos e planejamentos. Novamente círculos bíblicos, reuniões, planejamentos… vida de comunidade.

BUSCA DA VIDA PLENA PARA TODOS E TODAS

Em tempos modernos vivemos realidades distintas que vão da presença à omissão, do medo à coragem, do silêncio ao se fazer ouvir, as críticas e opressões se elevam em relação àqueles que escutam o grito dos oprimidos e por eles decidem ir e dedicar sua luta de dar voz e vez a quem está às margens do caos social. Buscar vida plena para todos e todas, requer coragem, esvaziamento de si, fé e uma crença absoluta de que o Evangelho e os exemplos deixados por Jesus Cristo são o caminho que levará ao novo céu e uma nova terra. Mas, onde buscarmos e por onde começarmos a trilhar o caminho que esse trem deverá passar? A resposta se encontra na ação e vivência comunitária, na base, onde o caminho a ser percorrido é reconhecer o papel fundamental das comunidades eclesiais de base. As CEBs, um lugar muitas vezes distante que mesmo entre tantos desafios busca a inclusão e a integração social, através dos quatro pilares fundamentais que as sustentam, Palavra, Pão, Caridade e Ação Missionária, deve ser cada vez mais difundido e incorporado ao cotidiano das Dioceses e Paróquias.

CONHECENDO A CASA: a casa CEBs, uma casa de portas abertas.

Palavra, significa a iniciação à vida cristã, se refere a adesão a Jesus Cristo, não somente pela porta do Batismo, Confirmação e Eucaristia, mas principalmente na experiência do encontro pessoal com Jesus Cristo. É através da Palavra ou das Sagradas Escrituras como canal condutor que se chega as experiências em Cristo, é por ela que alimentamos o amadurecimento da fé e colocamos em prática o anúncio de Jesus Cristo. A Sagrada Escritura nos chama ao eixo íntimo e necessário à mensagem original de Jesus Cristo. Ela é fonte inspiradora para a transformação de pessoas, famílias e sociedade, a direção para um novo céu e uma nova terra. A iniciação à vida Cristã nos propõe o confronto entre nossa vida com a vida, prática e atitude de Jesus. Os primeiros Cristãos faziam essa experiência no processo de inserção à comunidade. A palavra de Deus nos molda e fortalece na construção da nova Jerusalém desde a terrestre – terra sem males – e a celeste que é a vitória da ressurreição dos mortos.

Pão, oferecido à comunidade como alimento insubstituível à vida cristã, deve ser valorizado pelas comunidades como a verdadeira via para a comunhão com Cristo e a comunidade. O “Pão da vida” (Jo 6,35), que celebra o domingo de alegria, é o que mantem Jesus presente naqueles que se valorizam essa comunhão. No alimento concedido pelo Pão, Jesus nos chama para a missão de partilha e comunhão. O Pão, além do corpo e sangue de Cristo e palavra de Deus é também o que alimenta, sustenta e eterniza, desde a igreja doméstica, ninho de gestação e existência até as relações mais amplas com a comunidade, sociedade e com o próprio Deus Trindade.

Caridade, guiados pela Palavra e alimentados pelo Pão, a comunidade se faz fonte de vida, se faz lugar de fecundação, é casa comum a todos que chegam, aos que são esperados e principalmente àqueles que são resgatados. A caridade significa amor à Deus e ao próximo, é uma virtude, por não ser um dom, deve ser praticada até virar um hábito de se fazer o bem. “As alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias do homem de hoje, sobretudo dos pobres e todos aqueles que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo e nada existe de verdadeiramente humano que não encontre eco em seu coração” (GS, Proêmio, n.1). A caridade deve ser a prática de se oferecer as portas abertas para a vivência do Evangelho, onde as experiências vivenciadas sejam a aliança de resgate e dignidade à vida, desde a concepção até sua finitude.

Ação Missionária, “E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16,15). A tarefa missionária é uma prática diária. É a conscientização de que chamado à missão a própria vida é transformada. Não se vive mais em si e sim no outro. O cristão chamado, tocado pelo projeto missionário de Jesus Cristo parte em busca não só dos mais próximos, mas, dos desconhecidos, vai ao encontro de um, dois ou do coletivo e resgata os que se encontram apartados. Cotidianamente suas ações devem ser de solicitude para com os pobres, afastados, marginalizados e excluídos em uma sociedade onde a modernidade insiste em implantar uma individualização do eu como caminho de realização pessoal. A conscientização de que a Igreja não é estática, não se define em si, mas em cada um que a leva ao próximo, nasce no coração do missionário que busca uma transformação social justa.

O trem das CEBs tem a finalidade de animar, fortalecer, avivar e motivar as comunidades rumo a acolhida e convivência fraternal, a exemplo dos cristãos das primeiras comunidades (At 2,42-47) estreitando os laços, encurtando distâncias, aquecendo relações, partilhando tudo de si para o enriquecimento da comunidade e assim ultrapassarmos as diversidades eclesiológicas, como balizadora, para a unidade no qual todos possam entrar na roda e dançar a mesma música, cuja melodia e o ritmo seja o mesmo: evangelização e vivência da fé entre irmãos e irmãs.

Para Roda de conversa:

Como está a celebração da Palavra na comunidade?
E a leitura da Palavra de Deus?
Os grupos bíblicos?
Que ações de caridade, de transformação estão acontecendo nas comunidades?
Como são cultivadas as lideranças especialmente o espaço para jovens?

Secretariado do 15º Intereclesial das CEBs
(contribuição do Pe. Ademilson Lopes de Assunção).