04 setembro, 2018

Muito bom Mostra de como a sociedade mata nossa criatividade e imaginação.

Basta de privilégios: Grito dos Excluídos chama atenção para a questão da desigualdade social!



Basta de privilégios: Grito dos Excluídos chama atenção para a questão da desigualdade social!

No dia 7 de Setembro, data na qual oficialmente se comemora a independência do Brasil, será realizado em todo país o 24º Grito dos Excluídos que, este ano, tem como lema “Desigualdade gera violência: BASTA DE PRIVILÉGIOS!” e tema “Vida em primeiro lugar”, pelos quais, segundo a Coordenação Nacional, quer chamar a atenção da sociedade para a questão da desigualdade social, cada vez maior, entre os poucos endinheirados e os milhões de despossuídos. “Este sistema não permite que a vida esteja em primeiro lugar, porque privilegia o capital”, diz a coordenação.

Ainda segundo a coordenação, o Grito se constitui em um espaço onde as pessoas se sintam capazes de lutar pela mudança, através da organização, mobilização e resistência popular. Nesse contexto, em coletiva de imprensa, realizada no dia 30 de agosto, na sede do regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em São Paulo, o bispo auxiliar da arquidiocese de São Paulo, dom Eduardo Vieira dos Santos afirmou que as denúncias trazidas pelo Grito são pertinentes, porque, de acordo com ele “temos uma sociedade excludente”.

“Uma grande camada da sociedade vive à margem dessa mesma sociedade, sem direito à moradia, sem direito à alimentação adequada, sem direito à saúde, ao trabalho, e todos esses aspectos fazem parte da vida e da dignidade humana. Enquanto tivermos uma parcela, que seja um da sociedade que passe por essa situação, há sim sentido no Grito dos Excluídos, ainda que esse excluído não seja o que grite, mas os seus irmãos devem gritar por ele”, afirmou o bispo. 

Segundo dom Eduardo, a base do cristianismo é a solidariedade. “Aquele que se omite diante do sofrimento do irmão, aquele que recua em defender o seu irmão diante do sofrimento ele não está vivendo o Evangelho, não está seguindo a Cristo”, assegurou. A fala do bispo se deu após a denúncia de Bruna Silva. Jovem, a moradora do complexo da Maré, no Rio de Janeiro, teve seu filho Marcus Vinícius, 14 anos, morto no dia 20 de junho pela Polícia Civil, quando estava a caminho de sua escola. Marcus era estudante da rede municipal de ensino do Rio de Janeiro. 

Para o economista Plínio de Arruda Sampaio Filho, também presente na coletiva, a violência que mata 62 mil pessoas no Brasil é o resultado da administração da barbárie, com a crescente exploração dos mais pobres e da militarização. “As vítimas são os mais pobres e 70% deles são negros”, lembrou. Ainda segundo o economista, a desigualdade social que existe, e que mais uma vez o Grito dos Excluídos denuncia, é resultado de um sistema que não enxerga e pauta as necessidades de sua população e sim a manutenção do sistema atual que exclui e promove a barbárie aos mais pobres. “Na economia, essa barbárie, é o chamado ajuste fiscal, o ataque à previdência, à política pública. Por que nenhum candidato [à presidência da República] tem a coragem de pautar a Dívida Pública? ”, questiona.

Para a socióloga Rosilene Wansetto, uma das coordenadoras do Grito, enquanto a PEC dos gastos não for revogada nada de diferente poderá ser feito no país. “É preciso que as pessoas questionem quais são as prioridades da população brasileira? Por que congelar investimentos na Saúde e Educação por 20 anos? Para que o Estado brasileiro está servindo”, questionou a socióloga, que também denunciou a presença militar do Estado nas comunidades e favelas brasileiras.

O Cartaz

O cartaz do 24º Grito dos Excluídos é de autoria de Nivalmir Santana, artista plástico formado pela Belas Artes de São Paulo e Unesp. Ele trabalha há mais de 28 anos com arte sacra em igrejas espalhadas por todo o Brasil. Atua como músico no curso de verão na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, desde 1991.

Segundo Nivalmir Santana, o cartaz retrata a união dos marginalizados e do povo sofrido que luta por vida mais digna. “Esse povo unido caminha para o sol, que ilumina todas as classes. O sol para o qual esse povo se volta é Cristo, que pela páscoa dissipa todas as trevas e clareia todas as coisas”, explica. Ainda de acordo com ele, a mulher como figura principal retrata a geração da vida, que une as forças e luta com o povo sofrido, especialmente na atual conjuntura que vive o povo brasileiro.


História do Grito

A proposta do Grito dos Excluídos brotou do seio da Igreja, em 1995, para aprofundar o tema da Campanha da Fraternidade daquele ano, que tinha como lema “Eras tu, Senhor”, e para responder aos desafios levantados na 2ª Semana Social Brasileira, realizada em 1994, cujo tema era “Brasil, alternativas e protagonistas”. Em 1999 o Grito rompeu fronteiras e estendeu-se para as Américas.

Com informações da Rede Jubileu Sul Brasil

Fonte: CNBB

Papa: fazer exame de consciência para deixar espaço ao Espírito



Papa: fazer exame de consciência para deixar espaço ao Espírito

Na capela da Casa Santa Marta, o Papa Francisco celebrou a missa e recordou que no coração do homem, todos os dias, combatem o “espírito do mundo” e o “espírito de Deus”.

Barbara Castelli – Cidade do Vaticano

O coração do homem é como um “campo de batalha”, onde se enfrentam dois “espíritos” diferentes: um, o de Deus, nos leva “às boas obras, à caridade e à fraternidade”, o outro, o do mundo, nos impulsiona “em direção à vaidade, ao orgulho, à suficiência e às fofocas”. Foi o que destacou o Papa Francisco, celebrando a Missa na Casa Santa Marta. O ponto de partida das reflexões do Pontífice foi a Primeira Leitura, em que o “apóstolo Paulo ensina aos Coríntios o caminho para ter o pensamento de Cristo”, um caminho marcado pelo abandono ao Espírito Santo. De fato, é o Espírito Santo que nos leva a “conhecer Jesus”, a ter os seus mesmos “sentimentos”, a compreender o “coração”.

A eterna luta entre bem e mal

Francisco recordou que “o homem deixado às suas forças não compreende as coisas do Espírito”:

“Existem dois espíritos, duas modalidades de pensar, de sentir, de agir: o que me leva ao Espírito de Deus e o que me leva ao espírito do mundo. E isso acontece na nossa vida: nós todos temos esses dois ‘espíritos’, digamos assim. O Espírito de Deus nos leva às boas obras, à caridade, à fraternidade, a adorar Deus, a conhecer Jesus, a fazer tantas obras boas de caridade, a rezar: isso. E o outro espírito do mundo, que nos leva em direção à vaidade, ao orgulho, à suficiência e à fofoca: um caminho completamente diferente. O nosso coração – dizia um santo - é como um ‘campo de batalha, um campo de guerra onde esses dois espíritos combatem”.

Vencer as tentações como Jesus

“Na vida cristã”, portanto, “se deve combater para deixar espaço ao Espírito de Deus” e “expulsar o espírito do mundo”. E um “exame de consciência” diário, sugeriu o Pontífice, ajuda a “identificar as tentações”, a esclarecer como atuam essas forças contrapostas.

“É muito simples: temos este grande dom, que é o Espírito de Deus, mas somos frágeis, somos pecadores e temos também a tentação do espírito do mundo. Neste combate espiritual, nesta guerra do espírito, é preciso ser vencedores como Jesus”.

Não animais, mas Filhos de Deus

Todas as noites, concluiu o Papa, o cristão deveria repensar o dia transcorrido para verificar se prevaleceu a “vaidade” e a “soberba” ou se conseguiu imitar o Filho de Deus.

“Conhecer o que acontece no coração. Se nós não fizermos isso, se nós não soubermos o que acontece no nosso coração – e isso não o digo eu, o diz a Bíblia – somos como os ‘animais que não entendem nada’, vão avante com o instinto. Mas nós não somos animais, somos Filhos de Deus, batizados com o dom do Espírito Santo. Por isso, é importante entender o que aconteceu hoje no meu coração. Que o Senhor nos ensine a fazer sempre, todos os dias, o exame de consciência”.


Fonte: vatican News