É no pobre que Deus aparece de modo mais surpreendente. Poucos dias depois de chegar a Recife como Arcebispo, andando por bairros pobres, Helder é convidado por um morador a almoçar em sua casa:
No casebre miserável.
´mocambo’, como se diz aqui,
O pobre me convidou
Para o almoço.
Não estivesse tão acompanhado
E ficaria.
Que teria ele,
No barraco sórdido,
Metido na lama,
Para oferecer?
Pergunto por perguntar.
Ele apenas te emprestou os lábios.
O convite partiu de Ti,
O anfitrião eras Tu. (Carta Circular 18-19/4/1964, II, I, p. 21).
A presença de Deus no pobre sempre surpreende: de repente, comecei a conversar com Deus escondido no pobre. Aí foi conversa de doido (Carta Circular 22-23/3/1965, II, II, p. 295).
Fonte: Teologia Nordeste