21 junho, 2018

Migrações, 30 milhões de crianças deslocadas no mundo por causa dos conflitos: é o número mais alto desde a Segunda Guerra Mundial

Dados do UNICEF para o Dia Mundial dos Refugiados. Os pequenos migrantes que se deslocam desacompanhados alcançaram níveis sem precedentes: entre 2010 e 2015, aumentaram 5 vezes.


A informação foi publicada por La Repubblica, 20-06-2018. A tradução é de Luisa Rabolini.

Por ocasião do Dia Mundial dos Refugiados, a UNICEF recorda que há mais crianças deslocadas à força devido aos conflitos hoje - cerca de 30 milhões - do que em qualquer outro momento da história desde a Segunda Guerra Mundial. O UNICEFlembra que essas crianças vulneráveis precisam de acesso a proteção e serviços essenciais para mantê-las seguras agora e de soluções sustentáveis para garantir o seu bem-estar em longo prazo. O número global de crianças refugiadas e migrantes que se deslocaram sozinhas também atingiu níveis sem precedentes, aumentando cerca de 5 vezes entre 2010 e 2015. Pelo menos 300.000 crianças desacompanhadas e separadas foram registradas em cerca de 80 países entre 2015 e 2016, comparadas às 66.000 de 2010-2011. O dado real das crianças que se deslocam sozinhas é provavelmente muito maior. As crianças desacompanhadas e separadas estão expostas a um risco muito maior de tráfico, exploração, violência e abuso. As crianças representam cerca de 28% das vítimas do tráfico em nível global.

Desafios e ameaças cotidianas

Entre as discussões em curso sobre um plano global de ação em apoio aos refugiados, o UNICEF conclama os líderes mundiais a redobrar seus esforços para garantir osdireitos, a segurança e o bem-estar das crianças mais vulneráveis do mundo - muitas das quais permanecem são deslocadas por causa de conflitos, violências einstabilidades políticas. "No Dia Mundial do Refugiado, é importante lembrar as ameaças e os desafios que as crianças em trânsito enfrentam todos os dias", afirmou Manuel Fontaine, Diretor de Programas de Emergência do UNICEF. "As crianças desenraizadas - refugiadas, requerentes de asilo ou deslocadas internos - enfrentam sérios riscos para a sua saúde e segurança, assim como enormes obstáculos que limitam o acesso aos serviços de que necessitam para crescer. Essas crianças precisam de mais do que um dia - elas precisam de esperança, oportunidade e proteção. Pedimos aos Estados-membros que renovem os seus empenhos para garantir a essas crianças direitos e ambições".

Apenas metade frequenta a escola primária

Como o número de crianças deslocadas à força e refugiadas atingiu níveis recorde, seu acesso a serviços e apoio básicos, como assistência médica e educação, continua profundamente comprometido. Apenas a metade de todos os refugiados, por exemplo, está matriculada na escola primária, enquanto menos de um quarto dos adolescentes refugiados frequentam a escola secundária. O UNICEF espera que o Pacto Global sobre Refugiados (GCR) e o Pacto Global sobre Migrações (GCM), que deveriam ser finalizados este ano, sirvam de diretrizes para empenhos mais fortes dos Estados membros em favor dos direitos das crianças desenraizadas no mundo. O UNICEF divulgou uma agenda de seis pontos de ação para proteger as crianças refugiadas e migrantes, na qual estão incluídas recomendações sobre as melhores práticas que podem ser incorporadas a ambos os Pactos.

Iniciativa com o mundo do futebol

Neste momento em que o futebol une torcedores de todo o mundo, o UNICEF e o seu parceiro 180LA lançam a iniciativa "What Excites Us, Unite Us" ("O que nos emociona, nos une") que é inspirada pela ideia de que o amor pelo esporte pode superar as fronteiras, e assim da mesma forma pode dar apoio aos direitos das crianças refugiadas e migrantes. A campanha também inclui um vídeo na web de dois minutos que conta a história de Santi, um menino de 8 anos que migrou da Bolívia para a Espanha, teve dificuldade para encontrar amigos e que depois foi aceito em seu novo país graças ao amor pelo futebol. Enquanto jogam, Santi e seus amigos são interrompidos por uma visita surpresa de seu herói, Sergio Ramos (capitão da seleção espanhola e embaixador do UNICEF). Simultaneamente com o vídeo, será lançada nas mídias sociais a iniciativa "Longest goal challange": Sergio Ramos vai pedir a todos para aderir à iniciativa através da paixão comum pelo futebol e mostrar o apoio para as crianças migrantes e refugiadas através do compartilhamento nas redes sociais de um vídeo gritando “goooool” durante o maior tempo possível, usando a hashtag #LongestGoal #WorldCup.

Fonte: IHU

No mundo 68,5 milhões de refugiados: 85% vão para países vizinhos e pobres

É maior que a Itália a nação dos sem nação, fugitivos, deslocados e refugiados: as pessoas obrigadas a fugir de suas casas são, no mundo, 68,5 milhões, de acordo com o relatório anual do Global Trends 2017, apresentado na última segunda-feira pela agência da ONU para os refugiados, ACNUR.


A reportagem é de Rachele Gonnelli, publicada por Il manifesto, 20-06-2018. A tradução é de Luisa Rabolini.

Mas sendo uma realidade mutável e itinerante, mesmo que na maioria estejam abarrotados em grandes campos de refugiados ou em barracas nas favelas das metrópoles (58% moram em áreas urbanas), talvez seja mais correto representá-los como fluxo: são 44.500 por dia, uma pessoa é adicionada a cada dois segundos.

Um ser humano em cada 110, em essência, é forçado a fugir. Enquanto 667 mil pessoas puderam voltar para casa ou para o seu país em 2017. De qualquer forma, há cinco anos esse número recorde de 68 milhões, tanto quanto os cidadãos da Tailândia, não diminui, alimentado em especial, em 2017, pelo êxodo em massa do Congo, do Sudão do Sul e da Birmânia (os Rohingyas).

Os refugiados que fogem de guerras, perseguições e violências são 25,4 milhões. E os requerentes de asilo, ou seja, as pessoas que ainda aguardavam em 31 de dezembro último um atestado de proteção internacional, subiram de 300 mil em 2016 para 3,1 milhões em 2017, sinal da piora das condições para o exame dos pedidos e emissão do estatuto de refugiado.

Ao contrário da falsa crença de viés racista, 85% dos refugiados vivem não em países industrializados e ricos como o nosso, mas em países pobres ou em desenvolvimento. Quase dois terços do total (40 milhões) são deslocados internos, isto é, ainda não cruzaram a fronteira de seu país, esperando poder voltar para reconstruir uma vida ali, onde eles moravam. Quatro refugiados em cada cinco se afastam um pouco mais, para os países vizinhos, sempre na esperança de voltar o quanto antes possível. Um quinto é de palestinos, assumidos pela agência Unrwa da ONU. Os restantes provêm por dois terços - de cinco áreas do globo: Síria, Afeganistão, Sudão do Sul, Birmânia e Somália. Depois, também do Iraque e da Venezuela.

A Turquia, após o acordo de 2016 com a UE para a retenção dos 3,5 milhões de sírios em fuga da guerra que dura há sete anos é o primeiro país em termos de hospedagem, seguido pelo Paquistão (que hospeda metade dos refugiados do Afeganistão), Uganda, Líbano e Irã. O Líbano tem o maior número de refugiados em relação aos cidadãos (164 por mil habitantes, a Itália tem 19, a Turquia 43). A Alemanha não é mais o lugar de chegada mais desejado, o sonho é agora novamente os Estados Unidos.


Fonte: IHU

Depressão na universidade: como a pressão acadêmica afeta a saúde mental

Casos recentes de suicídio em faculdades brasileiras levantam importância do debate acerca da saúde mental dos estudantes.


Prazos apertados, múltiplas disciplinas, competitividade. Teses, citações, normas ABNT. Pressão em casa, pressão na sala de aula. Esgotamento físico e, principalmente, psicológico. Quadros de estresse e depressão têm sido recorrentes em estudantes brasileiros. A morte de uma aluna na Universidade de Brasília (UnB) na semana passada, e caso semelhante ocorrido na segunda-feira, 11, na Paraíba, lançaram luz sobre a necessidade de discutir a saúde mental de quem está dentro da sala de aula.

Os números se agravam à medida que o nível do diploma também avança. Segundo a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior, 15% dos estudantes de nível superior apresentam algum quadro depressivo. A média geral de quem não passa pelos dissabores da vida acadêmica é de 4%. Outro estudo, desta vez publicado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), apontou que 41% dos estudantes de medicina brasileiros sofrem do mesmo mal. Mais um levantamento, também feito pela USP, apontou que 1 em cada três alunos de pós-graduação sentem-se deprimidos ou ansiosos.

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