29 maio, 2014

Discurso (na íntegra) do Pe. Dirceu Alves do Nascimento pronunciado na Sessão Itinerante da Câmara Municipal de Maringá

Discurso (na íntegra) do Pe. Dirceu Alves do Nascimento pronunciado na Sessão Itinerante da Câmara Municipal de Maringá, realizada no dia 27 de maio de 2014 no salão paroquial da Paróquia Nossa Senhora da Liberdade.


Excelentíssimos senhores vereadores e Excelentíssimas senhoras vereadoras, senhores e senhoras, boa noite.

Em nome da comunidade, agradeço o vereador Humberto Henrique que requereu para que esta Sessão itinerante acontecesse em nosso bairro, assim como agradeço ao senhor presidente e membros da mesa diretora, e demais vereadores que aprovaram e vieram, nos prestigiar com esta Sessão.

Inicio esta fala com alguns versículos da Sagrada Escritura, precisamente da primeira Carta de São Paulo aos Coríntios 13, 1-7. 

Se todo nosso falar e nossas ações não estiverem imbuídas de grande amor... é como um bronze que soa... mesmo que tivéssemos fé ao ponto de remover montanhas, mas se faltar o amor... nada seremos. Posso dar todos os meus bens aos pobres, me colocar como escravo... gestos bonitos não?... mas se fizer isso para me gloriar, para aparecer... tudo isso, sem amor... de nada me serviria. O amor é paciente e benfazejo; não é invejoso, não é presunçoso, não se incha de orgulho e não faz nada de vergonhoso... não é interesseiro... projetos que visam interesse pessoal, que visam a própria glória... são vazios aos olhos de Deus. Não se encoleriza, não se alegra com a injustiça, mas fica alegre com a verdade.

Senhores e Senhoras, a igreja nos ensina e nos pede insistentemente que, os cristãos leigos precisam santificar seu ambiente de trabalho. Em base no batismo recebido, a ação apostólica dos leigos se torna indispensável em situações e circunstâncias em que somente eles conseguem levar a Palavra de Deus. E o âmbito da política municipal é o espaço onde os senhores vereadores podem e devem ser os protagonistas da evangelização. Claro, mais do que fazer pregações, é agir conforme o valores evangélicos e procurar socorrer aqueles que mais precisam. Afinal, ser Vereador é uma nobre missão que Deus, por meio do povo, confiou aos senhores.

Acredito que proteger e defender os mais necessitados é dever de cada cidadão. Mas algumas pessoas se candidatam e “brigam” para serem eleitas e assim poderem desempenhar este papel de defensor e protetor dos mais frágeis, que é uma verdadeira missão. Gostaria de ser inocente ao ponto de pensar que todos são bem intencionados, mas a realidade nos mostra que não é bem assim, infelizmente. Muitos esquecem que são representantes do povo, que deveriam socorrer e proteger este povo, mas acabam por defender interesses políticos/partidários. Interesses que são, em sua grande maioria, contra o povo que o elegeu, e que favorecem uma minoria já abastada.

Na minha inocência, vejo como um absurdo vereadores que se declaram serem da “Situação”, ora, para mim todos deveriam ser “Oposição” ao executivo... claro, não no intuito de minar os trabalhos dele, mas de se colocarem verdadeiramente como defensores do povo e, de serem pontes entre o povo e o executivo. E fique bem claro aqui, digo isto independente de quem, ou de que partido, estiver no governo. Imagino também que todos os projetos do executivo visa atender o povo, mas podem ser melhorados e priorizados de acordo com a verdadeira necessidade dos menos favorecidos. Portanto, o vereador que, simplesmente, se alia ao prefeito, sem uma posição critica e sem defender, de fato, o povo, se torna infiel, se corrompe e não mais representa sua base, seu povo. 

Quando será que veremos os interesses políticos/partidários em segundo plano e os da população e do bem comum em primeiro? Mostrando assim claramente a boa vontade daqueles que nos governam...? Mas quantas brigas inúteis, desnecessárias... quantos gestos que visam somente o interesse próprio e o povo tendo que mendigar favores, mendigar aquilo que é seu direito... Todos sabem, nunca teremos um executivo totalmente voltado aos mais necessitados, nunca teremos um povo bem atendido em seus direitos sem um legislativo forte e independente. 

Senhores vereadores, longe de mim, querer denegrir vossa imagem ou desprezar projetos e passos importantes que se tem dado, mas digo tudo isto como prece, como oração, para que possamos realmente trabalhar pelo nosso querido e sofrido povo. Não sei se os senhores sabem, que no mundo todo, em cada missa nós rezamos pelos nossos governantes. Só em Maringá vocês recebem, vejam bem, em média 100 missas no final de semana, onde pedimos a Deus por vocês, para que governem com amor, com justiça e com sabedoria.

Em setembro de 2013 o Papa Francisco citou Davi como exemplo de soberano que “amava o seu povo”, a tal ponto que, após o pecado do censo, pede a Deus para puni-lo e para salvar o povo.
Diz o Papa, “não é possível governar sem amor pelo povo e sem humildade! – continua -. E cada homem, cada mulher que tem que tomar posse de um serviço de governo, deve fazer-se estas duas perguntas: eu amo o meu povo, para melhor servi-lo? Sou humilde e escuto os demais, os diferentes pontos de vista, para escolher o melhor caminho? “.

O Santo Padre também alertou para não ceder à falta de interesse pela política, na qual todos nós estamos envolvidos de muitas formas. De fato, cada um, é, de certa forma, responsável pela conduta dos governantes e deve “dar o melhor de si para que eles governem bem”.

A Doutrina Social da Igreja, recordou o Papa, destaca que “a política é uma das formas mais altas de caridade, porque é servir o bem comum”, portanto nenhum cidadão pode permitir-se “lavar-se as mãos” e cada um deve fazer algo segundo as suas possibilidades.
Quanto à atitude de “só falar mal dos governantes”, Papa Francisco notou que, por mais que muitas vezes, o governante seja um “pecador”, o cidadão deve “colaborar” com a própria “opinião”, com a própria “palavra” e também com a própria “correção”. Um católico que “não se mete na política” não está “no caminho certo”, acrescentou.

Com quais meios, porém, um bom católico deve estar disponível nesta área? Em primeiro lugar, deve fazê-lo na oração. Neste sentido, o Santo Padre citou São Paulo: “Orai por todos os homens e pelo rei e por todos aqueles que estão no poder” (1Tm 2, 1).

Sobre a oração o Papa diz: “Um cristão que não reza pelos governantes, não é um bom cristão!”. E recomendou: “Demos o melhor de nós, ideias, sugestões, o melhor, mas acima de tudo o melhor é a oração” para que os políticos “nos governem bem”.

Por isso, para terminar, mesmo quebrando o protocolo, convido a todos a rezarem pelos senhores vereadores a oração que o Senhor Jesus nos ensinou.

Pai nosso…

Para quem só pensa em falar mal do Brasil

"Nós precisamos ter um grau de indignação para empurrar a história para frente, mas um certo grau de resignação também para não ficarmos amargos. Se olharmos para a história, o Brasil talvez seja o maior sucesso do século XX. Há 200 anos atrás, o Brasil começou em 1808 com a vinda da família Real. Até esse momento, os portos eram fechados, não podia ter fábrica, não podia ter estrada, um terço da população era de escravos e 98% da população era de analfabetos. Em 200 anos o Brasil virou uma das dez maiores economias do mundo, somos uma das maiores democracias de massa do mundo e temos 25 anos de estabilidade institucional. De modo que a percepção crítica que devemos conservar, que é para empurrar a história e avançar o processo civilizatório não deve negligenciar o fato de que nós percorremos um caminho com muito sucesso." (Luis Roberto Barroso, Ministro do Supremo Tribunal Federal)

Nota da Arquidiocese de Maringá sobre as cooperativas de catadores de materiais recicláveis


A Arquidiocese de Maringá, atenta aos anseios do povo e preocupada com o meio ambiente e com a política de gestão de resíduos no âmbito do Município de Maringá, vem a público emitir a seguinte NOTA DE ESCLARECIMENTO:

1. Entendendo o momento como oportuno, queremos deixar registrado o nosso posicionamento de que o projeto municipal de gestão de resíduos deverá assegurar às associações e cooperativas de catadores de materiais recicláveis um papel de protagonismo, não só pelo importante papel social de tais empreendimentos, mas principalmente porque a legislação assim o determina, em especial a Lei Federal da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei n. 12.305/2010) e a Lei Municipal “Pró-Catador” (Lei n. 9.615/2013).

2. Nesse sentido, é urgente que a Administração Pública Municipal adote medidas concretas para resolver o problema das condições precárias de instalação e funcionamento da maioria das cooperativas localizadas no Município, as quais, em virtude dessas limitações, não conseguem obter a documentação necessária (licenças) para a sua regularização em termos formais e jurídicos. Só mediante a solução dessas pendências é que as cooperativas poderão ser contratadas pelo Município como prestadoras de serviço, o que lhes assegurará recursos suficientes não só para se manterem regulares como também para poderem prestar um serviço de qualidade.

3. Importa destacar que o apoio ao desenvolvimento das cooperativas (art. 8º, IV, Lei n. 12.305/2010) e a sua contratação para a prestação de serviços relacionados à coleta e/ou processamento (e destinação final) dos resíduos sólidos recicláveis (art. 44, I, Decreto n. 7.404/2010) constituem efetivas normas previstas na Lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos e no Decreto que a regulamenta. A Lei Municipal do Programa “Pró-Catador” apenas deu caráter mais concreto a essas previsões, determinando que cabe ao Governo Municipal melhorar a infraestrutura física dos locais onde estão instaladas as cooperativas, permitir se necessário a utilização de bens imóveis municipais e, ainda, prestar assessoramento técnico e jurídico para que as cooperativas estejam devidamente formalizadas e habilitadas no atendimento de todas as exigências legais (arts. 6º, V; 8º, § 4º; e 13, § 1º, Lei Municipal n. 9.615/2013).

4. Com a devida regularização das cooperativas e a sua contratação no menor prazo possível, o Município terá cooperativas de catadores de materiais recicláveis fortalecidas e aptas a desempenharem adequadamente o seu papel junto aos resíduos recicláveis, o que hoje não tem sido possível, diante das condições precárias de tais empreendimentos e da péssima remuneração auferida pelos cooperados, que só contam atualmente com a renda do pouco material que conseguem comercializar.

5. Por fim, no âmbito do Estado Democrático de Direito, reconhecemos como nossa missão nos pronunciarmos sobe tudo o que diz respeito ao bem da comunidade, como igualmente incentivar e apoiar a sua conscientização e organização.

Maio de 2014
Dom Anuar Battisti – Arcebispo de Maringá

Monsenhor Bruno Elizeu Versari – Vigário Geral

Walter de Souza Fernandes – Conselho Arquidiocesano de Leigos e Leiga

O papa responde às perguntas dos jornalistas no voo de volta da Terra Santa

Francisco respondeu a 11 questões que incluíram temas como celibato, tolerância zero aos casos de abuso sexual, sínodo da família e divorciados que voltaram a se casar


Na viagem de volta da Terra Santa a Roma, a bordo do Boeing 777 da companhia israelense El-Al, o papa Francisco saudou os jornalistas que o acompanharam no voo e respondeu a onze perguntas sem fugir de nenhum tema. Não faltaram no papa, segundo as agências, “o candor e o senso de humor que o caracterizam”.

Sobre o encontro que se realizará em junho no Vaticano entre o presidente de Israel, Shimon Peres, e o do Estado Palestino, Abbu Mazen, o Santo Padre redimensionou o fato esclarecendo que não é uma mediação de paz: "Nós vamos nos reunir para rezar. Depois, todos voltam para a sua casa". Mas completou: "Eu acho que a oração é importante, e é importante que nós rezemos juntos".
Sobre a proposta de Paulo VI de fazer de Jerusalém uma cidade com status internacional, Francisco disse: "Há muitas propostas. O Vaticano tem a sua posição do ponto de vista religioso: uma cidade de paz para as três religiões (...) É necessário ter muita coragem e eu rezo muito a nosso Senhor para que esses presidentes tenham a coragem de ir em frente".
Outro tema levantado durante o voo foi o celibato eclesiástico. O papa recordou aos jornalistas que não se trata de um "dogma de fé" e que existem sacerdotes casados em diversos ritos orientais da Igreja católica. Por não ser um dogma, é um tema que sempre pode ser discutido. No entanto, o papa observou que os temas “em cima da mesa” neste momento são outros. Francisco reiterou, ainda assim, que o celibato “é uma regra de vida; eu o aprecio muito e acredito que é um dom para a Igreja".
Outra das perguntas tratou dos casos de abusos sexuais por parte de clérigos. O papa reforçou a postura de “tolerância zero” a qualquer eclesiástico que cometa esse crime e acrescentou que, em junho, receberá no Vaticano um grupo de seis vítimas de abusos sexuais e as convidará para a missa cotidiana que ele celebra na Casa Santa Marta. O papa revelou que existem três bispos sendo investigados, mas não esclareceu se por terem cometido abusos ou por terem ocultado abusos de outros clérigos. “Ninguém tem privilégios. É um crime horrível que trai o Corpo do Senhor”, disse o papa, declarando também que os abusos, por profanarem as vítimas e, nelas, o Corpo de Cristo, "são piores do que as missas negras".
Sobre a possibilidade de outro papa renunciar e se tornar emérito a exemplo de Bento XVI, Francisco disse que o predecessor abriu esta possibilidade. “Temos que ver o papa emérito como uma instituição. Só Deus sabe se haverá outras [renúncias], mas a porta está aberta". Francisco afirmou que não tem um programa prefixado e que, no momento oportuno, "farei o que nosso Senhor me disser: rezar e tentar encontrar a vontade de Deus. Mas acredito que Bento XVI não foi um caso único".
O papa Francisco respondeu também sobre a reforma da Cúria Romana: “Chegamos a um bom ponto. Consultamos toda a Cúria e agora começamos a estudar as coisas para tornar a organização mais ágil; por exemplo, unificando alguns dicastérios”.
Um dos pontos-chave, disse o papa, "é o econômico. Por isso é que o dicastério de economia tem que trabalhar com a Secretaria de Estado". Em breve, Francisco dedicará quatro dias de trabalho ao tema e, em setembro, outros quatro. "Ainda não vemos todos os resultados, mas a parte econômica é a que veio à luz primeiro (...) O caminho da persuasão é muito importante", porque "há algumas pessoas que ainda não veem com clareza".  Sobre o Instituto para as Obras de Religião (IOR), conhecido popularmente como “o banco vaticano”, Francisco disse que "foram fechadas 1600 contas bancárias, de pessoas que não tinham direito [a manter contas na instituição]. O IOR deve servir para ajudar a Igreja. Quem tem direito [a manter contas] são os bispos e as dioceses, os empregados do Vaticano e as viúvas deles, as embaixadas e mais ninguém".
Quanto ao Sínodo da Família, o papa declarou que ele tratará “das riquezas e da situação atual da família: mas eu não gostei de ver que muitas pessoas, inclusive na Igreja, disseram que o sínodo é para dar a comunhão aos divorciados que voltaram a se casar, como se tudo se reduzisse a uma casuística. Hoje sabemos que a família está em crise, é uma crise mundial, os jovens não querem se casar e apenas vivem juntos. Não gostaria que caíssemos nesta casuística de poder ou não poder dar a comunhão”.
Fonte: Zenite

Fotos da Sessão Itinerante da Câmara Municipal de Maringá

Fotos da Sessão Itinerante da Câmara Municipal de Maringá, realizado no dia 27 de Maio de 2014 no salão paroquial da Paróquia Nossa Senhora da Liberdade, atendendo ao requerimento do nosso amigo e companheiro Vereador Humberto Henrique. Uma presença expressiva da população.

Entre os convidados ao uso da fala, o pároco da Paróquia Nossa Senhora da Liberdade, Pe. Dirceu Alves do Nascimento, que fez um lindo pronunciamento.

Algumas fotos abaixo e aqui mais fotos